Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei tanto para postar, hahaha. Ninguém acertou quem era a tal "presença" perto da Vilu, rçrç



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Sabe o medo que senti quando soube que Ludmila estava armando algo para me separar de León? Nem se comparava ao pânico que eu estava sentindo naquele exato momento.

Talvez eu estivesse exagerando e a minha reação fosse tola, mas qualquer pessoa em meu lugar se sentiria da mesma forma. Afinal, eu estava no cemitério. Não tinha ninguém à vista, e eu estava sentindo uma presença estranha perto de mim. Isso não é normal, muito menos comum.

Eu continuava a olhar desesperadamente para todos os lados, tentando identificar o ser que tanto me assustava. Escutei o farfalhar da grama sendo pisada ali perto, e direcionei o meu olhar exatamente naquela direção.

Tinha uma enorme árvore e eu jurei ter escutado visto algum movimento atrás dela. Ainda temerosa, porém confiante, decidi contornar a árvore e tirar aquela dúvida de uma vez por todas. Fui em passos lentos e silenciosos, cautelosamente pensando em cada movimento.

Preparei-me para surpreender a tal pessoa que me assustava e quando enfim contornei a árvore toda, vi que não tinha absolutamente ninguém. Senti calafrios e leves tremores. Se não tinha ninguém ali, como tinha ouvido passos e movimentos? Fiquei ofegante e comecei a soar frio.

— Olá, pirralha. — Uma voz conhecida falou atrás de mim.

Dei um grito agudo e apavorado com o susto, e me virei bruscamente, para poder ver quem era.

O semblante diante de mim me surpreendeu e me deixou ainda mais confusa.

— Matias? — perguntei completamente incrédula e assustada.

— Olá, Violetta. Há quanto tempo. — disse-me com um tom de mistério em sua voz. Aquilo me deu arrepios. Dei um passo nada sutil para trás.

— O que você quer? Ou melhor, o que faz aqui? — perguntei com a voz trêmula.

— Vim apenas fazer uma... Visitinha.

A essa altura, eu já tinha dado uns dez passos para trás, e ele me seguia. Não que Matias fosse perigoso ou algo do tipo, mas aquilo era sinistro. E o mistério e ameaça na voz dele não ajudava muito a me acalmar.

— No cemitério? — zombei, tentando melhorar um pouco o humor. — Não é o lugar mais adequado, não acha? — Óbvio que minha tentativa de melhorar o clima foi em vão.

— Jade e eu não estamos nada satisfeitos com a atitude de seu pai. Trocá-la por aquela loira magricela? É inadmissível.

— Meu pai ama a Angie, e os dois são felizes juntos. Não há nada que vocês possam fazer em relação a isso. — disse-lhe com toda a segurança do mundo. Ainda estava com medo, mas tentei ser corajosa e determinada. Quem sabe isso o intimidasse um pouco.

— Pode até ser, mas não vamos deixar barato. Seu pai vai pagar e você também. Afinal, você incentivou grande parte disso. — Ele deu um sorriso sinistro e ameaçador, fazendo-me engolir em seco.

— E onde está Jade? — perguntei entorpecida.

— Não importa. — Ele deu mais um passo em minha direção.

Matias nunca me parecera alguém com quem se preocupar. Tudo bem que eu sempre soube que ele não tinha intenções nada boas e só se interessava pelo dinheiro de meu pai. Mas sempre o achei inofensivo, sempre o achei impotente e por isso nunca acreditei que nem ele nem Jade poderiam nos proporcionar qualquer tipo de ameaça.

Entretanto, vê-lo ali, com um sorriso ameaçador e palavras misteriosas, fazia com que ele parecesse a pessoa mais perigosa do mundo.

— E o que você vai fazer? — perguntei, minha voz não passava de um sussurro.

— Por enquanto? Nada. — Ele deu de ombros, deixando a expressão assustadora e assumindo uma um pouco mais normal e inofensiva — Mas é bom que vocês fiquem de olhos abertos, pois como eu disse, não vamos deixar barato. Ninguém mexe com os LaFountaine, você e seu pai vão pagar bem caro por isso.

Fiquei completamente paralisada. Senti vontade de correr, mas seria inútil e desnecessário, afinal, ele havia dito que por enquanto não faria nada. Não compreendia o porquê de tanto rancor por uma causa simples como essa. Eles poderiam arranjar outro milionário para dar um golpe, não poderiam? Por que essa fixação obsessiva com o meu pai?

De repente, qualquer raiva ou mágoa que tinha por meu pai havia se extirpado. Temia por ele e por mim também. Sabia que se Matias havia deixado de lado sua personalidade tão peculiar para fazer essa aparição inesperada, então a ameaça era grande e verdadeira.

Matias, que me encarava, apenas acenou para mim e saiu silenciosamente, logo desaparecendo do meu campo de visão.

Minhas pernas ficaram bambas e não aguentaram, então cai de joelhos no chão, pondo-me a chorar. Já estava sendo ameaçada por Ludmila e agora tinha que lidar com isso. Estava na hora de me preocupar realmente, e me precaver da melhor forma.

Algumas horas depois...

Quando enfim me dei conta de que aquele não era o melhor lugar para se ficar, decidi voltar para o estúdio e encarar as reclamações de Gregório. Além disso, León deveria estar arrancando os cabelos de preocupação comigo e Maxi já deveria ter conseguido alguma informação.

Ao chegar, pude avistar León andando em círculos pelos corredores. Provavelmente havia deixado inúmeras mensagens de texto e voz em meu celular. Eu não tinha visto, afinal, estava conturbada demais para isso.

Quando percebeu minha aproximação, tratou de vir em minha direção completamente vermelho.

— Você tem ideia do quanto eu fiquei preocupado com você? Primeiro você saiu do salão de dança sem mais nem menos; Depois, perguntei ao Maxi por você e ele disse que você estava no Restó Band. Fui até lá e Luca disse que você tinha saído. Liguei várias vezes para o seu celular e só dava caixa postal. Violetta, qualquer dia você vai me matar e...

Abracei-o com força, interrompendo o seu surto. Eu precisava de um abraço se não acabaria enlouquecendo. Muitos problemas habitavam a minha cabeça naquele momento, todos eles giravam na minha cabeça em uma espiral nauseante. Desde os mais simples até os complicados e ameaçadores.

Dei-me conta de que já estava soluçando de tanto chorar e León me fitava preocupado e assustado, sem entender o motivo.

Ele retribuiu o meu abraço e ficou afagando a minha cabeça. Sabia que ele estava esperando o momento certo para eu falar, e realmente eu precisava de algum tempo para colocar tudo para fora.

— O que tá acontecendo? — perguntou enquanto erguia meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos.

Contei tudo para ele detalhadamente e o mesmo ouviu tudo com atenção. Deixou-me explicar sem qualquer interrupção e pareceu bastante atento até o final. León, além de ser um namorado perfeito, era um amigo excelente. Sempre me ouvia, me apoiava e me dava os melhores conselhos. Quando por fim acabei, com lágrimas nos olhos, ele depositou um beijo no meu rosto e me abraçou.

— Vai ficar tudo bem. — disse-me.

— Espero que sim, amor, se não vou enlouquecer. — Suspirei.

— Ninguém vai machucar nem você nem seu pai. Tudo vai ficar bem, não vou deixar que nada aconteça com vocês.

Sorri ao ouvir aquilo. Sentia-me bem ao saber que alguém estava cuidando de mim e se preocupava de verdade de comigo. Porém, aquilo não amenizou o meu medo. Sabia que León não poderia fazer muito para nos proteger, e que o perigo era maior do que imaginávamos.

Apenas fiquei abraçada com ele, desejando que só aquilo bastasse para me sentir melhor. Ao longe, pude ver Tomás nos observando com um semblante angustiado. Dei de ombros, afinal, ele se iludira sozinho, sem o meu consentimento.

— Violetta! Violetta! — Alguém gritava o meu nome.

Levantei o olhar e pude ver Maxi correndo em nossa direção. Tive um pouco de esperança, pois ele poderia muito bem ter descoberto alguma coisa que me fosse útil. Coloquei um sorriso fraco, porém verdadeiro, no rosto.

— Descobriu algo?

— Descobriu o que? — perguntou León, ele não estava sabendo de nada.

— Depois eu explico. — disse-lhe. — Então Maxi, descobriu?

— Peguei algumas informações, mas não sei se é o suficiente.

— Desde que sejam informações, não importa. — afirmei.

— Ao que parece, Ludmila estava contando com a ajuda de Tomás para colocar o seu "plano" em ação — Ele fez aspas no ar — mas, o Tomás negou. Ouvi-a falando consigo mesma que não precisaria dele e nem de qualquer outro para realizá-lo.

— Que estranho. — Franzi o cenho. — O que isso significa?

— Seja o que for, não quer acabar com o seu namoro, e sim com você mesma. — Ele falou isso na maior tranquilidade do mundo.

Estremeci ainda nos braços de meu namorado. Aquilo realmente era algum tipo de conspiração contra mim. Antes, a ameaça de Ludmila parecia inofensiva. Agora, parecia muito mais ameaçadora. Poderia me causar danos, tanto fisicamente como psicologicamente. Eu ainda não sabia, a loira sádica era imprevisível.

De repente, eu voltei a ser aquela garota frágil e impotente de antes. Sabia que não poderia fazer nada.

— Quer ir pra casa? — León perguntou.

— Não parece muito bem. — completou Maxi.

— Quero.

E então, os dois me acompanharam até em casa. O silêncio pairava no ar e nenhum de nós ousou quebrá-lo. Eu tinha a consciência de que os dois estavam muito preocupados comigo, e me senti mal com isso. Não queria que meus problemas os atrapalhassem.

Quando chegamos em frente a minha casa, deu um abraço nos dois, e um beijo de leve em León.

— Quer que eu fique com você? — O mesmo perguntou.

— Acho melhor não. Tenho que contar essas coisas pro meu pai, e provavelmente ele vai surtar. Não quero que você presencie isso.

— Tudo bem. Mais tarde eu te ligo, certo?

Assenti. Ele acariciou o meu rosto por alguns segundos e depois os dois me deram as costas e saíram.

Entrei em casa vagarosamente. Tinha que me preparar para contar tudo ao meu pai, pois sabia que a reação dele não seria nada boa.

Enquanto adentrava a sala, algo verídico veio a minha cabeça e me fez pensar. Se eu contasse para ele, com certeza ele teria um daqueles ataques super protetores e iria querer nos levar para outro país. Não poderia suportar outra mudança.

Só de pensar na ideia de perder León, de perder os meus amigos... Estremeci. Talvez contar não fosse uma boa ideia. Talvez eu pudesse lidar com tudo isso sozinha. Talvez, só talvez.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de deixar seus reviews, POR FAVOR! Quero agradecer à todas as que deixam, à todas que favoritaram e à todas as lindas que recomendaram essa fic. Sério, sem vocês eu perderia a vontade de escrever e postar ♥
Eu mudei a capa da fic (avá Gabriella, é mesmo? hauhauha) O que vocês acharam dessa nova? rs