Já eram quase 6 horas da tarde e nada da Megan.

–Se acontecer alguma coisa com ela... estou oficialmente morta!

–Você sabe como é ela, adora fazer "cena" e demorar, calma.

Ouvir meu celular tocar, olhei no visor e era um número desconhecido.

–Quem é? - Beatrice perguntou

–Não sei...

Atendi e escutei a voz de Mika. Mika é uma das amigas da minha irmã.

–Mika? Onde vocês estão?

–É... que...

–Fala logo, minha filha!

–Ai, Jessie! Você me deixou nervosa! Estamos no poste 17! Venha logo! - Ela desligou logo em seguida

Nesse parque onde vamos, tem vários postes com números (igual aqueles que tem em estacionamentos).

–As meninas estão no poste 17! Vamos, Beatrice! - Corrir

–Calma, Jessie. Estou de salto - Ela parou para tirá-los.

–Não sei o que diabos você tem na cabeça de colocar salto.

Fui olhando para os lados e vi os postes numerados, 13,14,15... Vi Megan sentada em um banco ao lado de dois garotos que não me eram estranhos.

–Megan? - Senti o impacto de Beatrice em mim.

–Ah, foi mal!

Megan estava com aquele famoso rostinho "Sou inocênte!". E me abraçou na altura da cintura, por ser baixinha.

–Tá, tá, tá! Agora larga! - Tirei os braços dela de mim.

Eu sei que tudo isso é fingimento e depois ela vai ter que me explicar isso. Um dos garotos que estava com ela levantou-se.

–Você é a mãe dela?

"Não creio" pude ouvir Beatrice falando boquiaberta atrás de mim. É o Mahone! Um grande "Atááá!" gritou dentro da minha cabeça. Está explicado, mas é claro! Megan não podia perder a oportunidade de tirar proveito quando o encontrasse, sem prendê-lo ou chamar sua atenção!

–Claro, sou sim a mãe dela. Até porque ficar grávida aos 12, 13 anos é muito comúm. Por isso ela é tão rebelde comigo. - Silêncio - Sou irmã dela.

–Ah, sim! Claro, aquele tipo que deixa a irmãzinha sozinha por aí.

–Nossa, cara! Não vou ficar aqui "discutindo" - Fiz aspas - Com você.

Virei as costas e fui andando em direção ao estacionamente. Olhei para Beatrice, e seu cabelo estava todo armando, com seus sapatos na mão e o seu casaco. Eu estava com meus tênis nas mãos também. Não pude me conter e comecei a rir muito daquela situação e ela também.

–Cara, olha o seu cabelo!

–Ai, cala a boca. A culpa de tudo isso é sua. - Apontou para mim

–Na verdade a culpa é dela! - Apontei para Megan

–Não, não... a culpa é dele! - Ela mostrou a foto do Austin

–Garota, calada. - Disse

Novamente aquele silêncio... "silêncio" pra mim por que acho que assunto delas todo mundo já sabe.

Liguei o rádio novamente, mudava de estações até achar algo de legal para escutar, parei em uma que tocava "Simple Plan - Summer Paradise" quando Megan deu aquele gritinho pedindo o Ipad.

–Está com a Beatrice.

–E não vou te emprestar! - Levantou o Ipad sem olhar para trás.

–Beatrice Marie, me empreste!

–Marie não, garota! Odeio esse nome! - Ela virou para trás.

Megan mostrou a língua para ela e as duas pareciam duas crianças. Ela se "esticou" para frente o máximo que pode antes do cinto de segurança a impedir.

–Aah, pirralha! - Beatrice subiu em cima do banco mostrando a língua pra ela.

Tentei separá-las e manter o foco na estrada e o farol fechou. E uma mini guerra começou.

–Te odeio! - Falaram juntas.

As duas falaram ao mesmo tempo e logo em seguida todo mundo riu daquela situação ridícula. Olhei para o lado e tinha um carro com um casal de velhinhos olhando para nós.

–O-oi - Falei sem jeito - Noite bonita, né?

Eles não falavam nada, só olhavam para nós. O farol abriu, amém. Deixei todos em suas devidas residências e estava indo deixar Bea.

Finalmente cheguei em casa e gritei "Chegamos" e ninguém respondeu. Glória! Minha mãe ainda não chegou. Olhei para trás e Megan subia as escadas devagar.

–Hey, volta! Vamos conversar! - Ela suspirou e desceu os degraus

–Conversar o quê?

–Você sabe o quê é, não sou a mamãe. Sei quando você está atuando.

–Ok, eu conto. Eu e as meninas passamos o dia procurando ele, estava quase desistindo quando vi ele o Alex, estava com seguranças e era ÓBVIO que não iria conseguir chegar perto dele, então resolvir fingir que estava passando mal e ele viu e todo lindinho me ajudou, e estava quase conseguindo o número dele até você chegar. OBRIGADO, VIU! - Levantou brava e subiu.

Eu não sei, não sei mesmo o que aconteceu aqui. Era eu que devia está brava aqui, não ela.

Joguei-me na cama e apaguei, nem vi quando minha mãe chegou. Acordei 4, 5 horas da manhã e fiquei vagando pela casa e depois voltei a dormir nem sei onde.