P.O.V Carol.

–Ok mãe, eu já entendi, eu vou ligar mãe, sim eu to usando casaco, não mãe, eu não vou esquecer do remédio pra gripe, OK mãe, tambem te amo, TCHAU. - Desliguei o telefone e me joguei na cama novamente caindo no meio dos cobertores e travesseiros.

– Eu ainda não acredito que minha mãe me acordou as 7 da manhã de um domingo pra falar as mesmas coisas de sempre. - Falei sozinha passando a mão no rosto e bufando.

Fiquei mais alguns minutos deitada criando coragem de levantar, coisa que eu só fiz depois de uns 15 ou 20 minutos.

Fui no banheiro que ficava em meu quarto, tomei um banho, fiz tudo o que tinha que fazer e saí com uma blusa que eu roubei do meu pai, que fica enorme em mim, uma pantufa de coelho e um rabo de cavalo meio frouxo no topo da cabeça.

Fui em direção a cozinha, mas antes de chegar lá, parei em frente a porta do quarto da Dani e doi alguns socos e gritei seu nome para que ela acordasse.

Já que minha mãe tinha me acordado tão cedo, eu não ficaria acordada sozinha.

Fui até a cozinha e comecei a pegar as coisas para o café.

Deixei tudo em cima da mesa da copa e me sentei, esperando a Dani dar sinal de vida.

Coisa que não demorou mais de três minutos para acontecer.

Ela se sentou na cadeira que ficava de frente para a minha, me mandou um beijo de bom dia que eu retribui e nós começamos a comer.

Eu acho que esse é um dos muitos motivos por eu amar morar junto com a Dani.

Ela não reclama se a acordo, assim como nós não brigamos por qualquer coisa a toa e acima de tudo, podemos contar sempre uma com a outra.

Bom, mas voltando ao nosso café da manhã, nós comemos nosso cereal como toda manhã, fazendo aquela bagunça tão nossa.

Depois que terminamos de comer, ela disse que iria colocar as coisas na lava louças, eu concordei e fui em direção a sala ver um pouco de televisão.

Fiquei lá alguns segundos sozinha até Dani aparecer e se sentar ao meu lado.

Nossa, eu fiquei nessa falação que até esqueci de me apresentar.

Bom, meu nome é Caroline, mas eu odeio que me chamem assim.

Eu sei que não faz sentido eu não gostar, mas eu prefiro Carol ou qualquer outro apelido que queiram me dar.

Eu nasci e passei minha infância e adolescência em Bradford, uma cidade do interior da Inglaterra, que é onde meus pais moram e eu morava até uns 3 anos e meio atras.

Essa pequena cidade, que tambem foi onde eu conheci e passei quase que minha vida toda ao lado da Dani.

Somos amigas desde meus sete ou oito anos de idade, e considerando que hoje em dia temos vinte, doze anos de amizade não são pouca coisa.

Nós terminamos o colegial e decidimos prestar o vestibular para duas universidades aqui de Londres, mas sem nenhuma esperança que fossemos aprovadas.

Quando o resultado que dizia que estávamos aprovadas para a faculdade de Fotografia, que sempre foi meu sonho e de Medicina que também era o sonho da Dani, eu achei realmente que nós fossemos ter um infarto ou algo parecido com isso.

Bom, detalhes a parte, nós viemos morar juntas em um apartamento quase no centro de Londres, e estamos no terceiro ano de faculdade.

Desde que nos mudamos para cá,nossa vida, virou digamos que uma BAGUNÇA.

Estudamos feito loucas, estamos fazendo estágio e também tem as nossas tão preciosas baladas de todo final de semana.

Apesar de corrida, eu acho que só tenho a agradecer por minha vida ter se tornado o que é hoje.

Bom, voltemos mais uma vez ao assunto principal que é o nosso tédio em plena 10:00 da manhã de um domingo.

Praguejei minha mãe por ter me acordado tão cedo e tentei pensar em algo para fazermos hoje.

Quando eu ia reclamar da falta de opções para o dia, Dani me interrompeu quase pulando do sofá.

– Carol, eu já sei, nós poderíamos ir até aquele shopping novo que abriu a cinco quadras daqui, fazer algumas compras e comer por lá mesmo, o que você acha ?- Ela me diz animada e ao mesmo tempo apreensiva para que eu aceitasse sua proposta.

Penso sobre o assunto e percebo que seria perfeito para o dia de hoje.

– Mas é por isso que eu te amo viu, pelo amor dos deuses, é claro que eu aceito. - Digo pulando em cima dela e bagunçando seu cabelo, recebendo em troca um pequeno ataque de cosquinhas.

Depois desse momento, digamos que comum para o nosso dia á dia, cada uma foi em direção ao seu quarto para podermos nos arrumar.

Optei por uma coisa mais básica, já que não seria nada demais, apenas uma ida ao shopping e eu estava com muita preguiça de fazer um look mais sofisticado.

Coloquei uma calça jeans vermelha, uma blusa simples preta, um cachecol da mesma cor da calça e uma sapatilha preta.

Peguei meu sobretudo preto e minha touca da mesma cor e comecei a separar o que julguei necessário em minha bolsa bege.

Depois de uns vinte e cinco minutos terminando de me arrumar e tentando fazer meu cabelo se decidir o que queria da vida, eu estava pronta e esperando a Dani que terminava de pegar suas coisas e colocar na bolsa.

Dani estava simples, assim como eu.

Vestia uma calça jeans clara, uma blusa azul escura, um sobretudo meio bege, sapatilha preta e sua bolsa preta.

Como sempre, seus cabelos loiros estavam cacheados e soltos.

Assim como meu cabelo decidiu ficar hoje.

Eu estava com os cabelos soltos e eles estavam inteiramente cacheados, com a única diferença que meu cabelo é da cor castanha e o da Dani, loiro.

Quando paramos perto da porta, checamos para ver se estávamos com tudo aquilo que precisamos e eu peguei a chave do carro.

Fomos em direção ao elevador para ir até a garagem.

Saí com o carro da garagem do prédio e a Dani ia me dando as coordenadas de onde ficava o tal shopping novo.

Chegamos sem dificuldades, coisa que não aconteceu para acharmos uma vaga.

Paramos o carro e entramos no shopping, que não estava nem tão cheio quanto estávamos acostumadas e nem tão vazio para dizermos que estava "deserto".

Ficamos andando a toa, olhando vitrines, parando em algumas lojas que nos interessavam, comprando algumas coisas que achávamos dignas e quando percebemos já eram 14:30 PM e meu estômago reclamava de fome, como sempre.

Resolvemos ir até o Subway e comer alguma coisa lá mesmo.

Fizemos nossos pedidos, comemos no mesmo clima de sempre, brincando, rindo e conversando.

Depois que terminamos de comer, fomos até um loja de CD's que ficava perto de onde estávamos.

Ficamos lá, olhando alguns CD's que nos interessavam até que eu vejo a Dani com o CD do Red Hot Chili Peppers na mão.

Em um movimento rápido pego o CD de suas mãos e me afasto, segurando o mesmo com o braço erguido.

Ela percebe que peguei o CD dela e olha pra mim indignada e ao mesmo tempo divertida com essa coisa boba que era tão típica nossa.

Dou uma risada alta da cara que ela fez e vou me afastando, andando pra trás e não tiro os olhos da cara hilária da Dani.

Ela vem andando em minha direção com uma expressão meio brava e engraçada demais, e eu vou me afastando mais ainda.

Até que ela acelera o passo e eu vou andando mais rápido tambem, só que de frente pra ela.

Quando eu passo na frente do ventilador, que joga minha franja em meu olho, me tapando a visão por alguns segundos.

Tiro a franja do olho e consigo ver que Dani está mais perto do que imaginei.

Quando eu me viro de costas pra ela para conseguir correr melhor, escuto a mesma gritando e bato no peito de alguém e quase vou para o chão com a força do choque entro os dois corpos.

Mas isso não acontece, porque a pessoa em quem trombei foi mais rápida e me segura pela cintura.

Antes mesmo que eu consiga olhar pra cima e ver em quem eu tinha batido, escuto uma voz chegar aos meus ouvidos.

Uma voz conhecida até demais, uma voz familiar, AQUELA voz e a única coisa que eu consigo pensar é "FUDEU"

– Mas pelo visto vocês duas não mudam nunca não é mesmo ?