Perfect escrita por KaahEvans


Capítulo 16
Stay with me


Notas iniciais do capítulo

Aeae, senti saudades de vocês :3 Desculpem-me pela demora, odeio ficar tanto tempo sem postar :c Se eu demorar assim da próxima vez, podem me ameaçar pelo facebook ou por aqui mesmo, ok? SHAUSH
Bom, esse capítulo foi escrito baseado na sugestão da HeleenaaRodrigues. Espero que gostem



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Fique comigo

Ou me veja sangrar

Eu preciso de você apenas para respirar

Bella POV

A claridade que entrava pela janela batia em meu rosto quando acordei. Meus olhos inchados e sonolentos mal conseguiam permanecer abertos e eu tinha uma dor de cabeça insuportável. Fiquei imóvel, olhando para o teto, tentando colocar meus pensamentos em ordem, mas parecia impossível. Eu me sentia miserável.

Edward foi uma das primeiras pessoas que pensei. As palavras de sua mensagem giravam em minha cabeça. Resisti à vontade de pegar o celular e conferir se era mesmo real, já estava na hora de eu parar de me torturar assim.

Respirei fundo e tentei visualizar como seria meu dia. Talvez fosse mais fácil se eu me preparasse, mas quanto mais eu pensava no que teria que fazer ou no que poderia acontecer mais indisposta eu ficava. Quando finalmente tive coragem de levantar da cama, percebi que não conseguia mover um músculo sem sentir dor.

Minha garganta seca e arranhada protestava cada vez que eu engolia e o latejar em minha cabeça parecia que nunca acabaria. Não sabia se hoje era meu dia de sorte ou de azar. Preferi pensar que era sorte ficar doente hoje, assim eu não precisaria ir para escola. Consequentemente, não precisaria encarar Edward. Isso só me daria tempo, embora. E eu preferia sentir a dor de uma vez só em vez de dar tempo para ela se multiplicar.

Não vi nenhuma razão para levantar, então não fiz. Não havia ninguém em casa esperando por mim, ninguém que perguntasse o motivo de eu não levantar da cama. Fiquei um bom tempo apenas olhando para o teto, pensando que se permanecesse ali a dor passaria.

Meu celular começou a tocar em algum momento quando eu estava entre a consciência e a inconsciência. Mal reconheci minha voz dizendo alô. Só despertei completamente quando escutei a voz do outro lado da linha. Edward.

– Bella? – a voz aveludada chamou incerta. Em um só movimento sentei-me na cama. Arrependi-me um segundo depois. Acabei soltando um gemido de dor que infelizmente Edward ouviu. – Bella? Está tudo bem? – pediu frenético.

– Estou bem. – falei. Minha voz estava vazia de qualquer emoção.

– Você não apareceu na escola, fiquei me perguntando se tinha acontecido algo...

– Não estou disposta para ir à escola. Acho que peguei uma gripe ou algo assim. – minha voz foi perdendo a força conforme me lembrava da forte tempestade que peguei ontem. Hoje o tempo estava consideravelmente bom em comparação, não havia chuva pelo menos.

– Seu pai está em casa? – indagou. Franzi a testa, desejei que ele pudesse ver minha expressão confusa.

– Não. – falei, lembrando-me da estranha viagem de Charlie.

– Acho que a intuição de Alice finalmente resultou em algo bom. – murmurou tão baixo que quase não ouvi. Já ia perguntar o que isso significava quando ele continuou: – Estou em frente a sua casa. Pode abrir a porta para mim?

Eu deveria estar com raiva pelo tom presunçoso ou pelo sorrisinho que eu imaginava que ele exibia. Esse era o momento para eu dizer a ele tudo que estava entalado desde ontem em minha garganta e então mandá-lo embora. Mas ao invés disso, eu apenas sussurrei:

– Está aberta.

*~~*

– Tem certeza que não quer que eu te leve ao hospital? – Edward perguntou pela trigésima vez nesses últimos 15 minutos. Suspirei.

– Tenho. Estarei melhor daqui algumas horas. – tranquilizei-o. Eu não suportava nem a ideia de passar em frente aquele prédio branco. Passaram-se anos desde que entrei em um, mas eu me lembrava perfeitamente da sensação tenebrosa que se agarrou a mim durante todo o tempo que passei lá. Aquele lugar tinha cheiro de morte.

– Tudo bem, onde tem remédios para febre? – perguntou sério.

Eu me sentia mal por estar com raiva de Edward enquanto ele parecia tão preocupado. Quando eu sentia minha mascara de indiferença caindo, eu lutava para colocá-la de volta. Não queria que ele percebesse que estava me convencendo a confiar nele de novo. Eu mesma não queria acreditar nisso.

Apontei para a gaveta da cômoda ao lado de minha cama. Alguns segundos passaram antes de eu me lembrar o que havia naquela gaveta além dos remédios. Prendi minha respiração para não gritar, já era tarde demais. Edward já tinha aberto a gaveta e segurava algo em suas mãos. Não eram remédios, mas também serviam para amenizar a dor.

– Lâminas? – sussurrou, uma linha profunda se formando entre as sobrancelhas. Ele voltou os olhos para mim, soltei o ar lentamente.

– É. – foi o máximo que consegui dizer. Respirei fundo desviando os olhos, não conseguia encará-lo enquanto ele segurava três lâminas brilhantes, nunca usadas, entre seus dedos. A imagem de Edward com lâminas na mão era agonizante. Era errado. Eu queria gritar para ele soltá-las.

Como se lesse meus pensamentos, ele soltou-as na gaveta. Respirei aliviada quando ele não fez nenhuma pergunta, porém a linha entre suas sobrancelhas continuava ali.

Observei seu rosto atentamente enquanto ele se sentava na beirada da cama, me passando um comprimido e um copo com água. Repeti para mim mesma que estava apenas tentando entendê-lo e assim descobrir porque ele estava aqui cuidando de mim quando poderia estar em qualquer outro lugar. Mas eu não me cansava de pensar em como ele é lindo.

– Se ainda estiver doente amanhã, terei que conversar com a senhora Cope sobre nossas faltas. – Edward comentou.

– Nossas faltas? – coloquei bastante ênfase em Nossas. Ele arqueou uma sobrancelha, arqueei a minha também para provocá-lo.

– Claro. – começou lentamente – Não conseguiria te deixar sozinha sabendo que está se sentindo mal.

Minha expressão endureceu um pouco. Essa conversa estava indo na mesma direção que ontem e isso não era bom. Até agora parecia que Edward estava fingindo que nada aconteceu e isso era bom. Pensei que se continuássemos fingindo, tudo voltaria ao normal. Poderíamos até esquecer que ontem existiu. Ele não teria dito que me amava, eu não teria ido embora chorando... E não teria conversado com Jacob.

Bem, talvez coisas ruins realmente nos levassem a coisas boas. Nunca conheci alguém como Jacob. Ele era estranho e calado, suas palavras eram sempre tão sinceras e ao mesmo tempo tão misteriosas. Ele me confundia, mas parecia me entender. Nunca conheci alguém tão parecido comigo como ele.

Suas palavras soaram em meus ouvidos como se ele as estivesse dizendo nesse exato momento.

O problema não é o Edward. O problema é você.”

Virei-me para Edward. Meus olhos castanhos, vazios de qualquer emoção encontraram seus olhos verdes esmeralda. Não havia força no mundo que me fizesse desviar meus olhos dos dele.

– Você se importa comigo, Edward?

Edward POV

Meus olhos conectados com os dela por uma corda de aço que parecia inquebrável. Eu buscava todos os seus segredos lá dentro, mas eles estavam escondidos em um lugar muito mais fundo. Um lugar inalcançável para mim.

Se eu pudesse mostrar a ela que eu a amava mais do que tudo, talvez ela me dissesse por que seu olhar se perdia em pontos do chão enquanto ela parecia vagar para outro mundo. Bella estava bem do meu lado, mas às vezes eu a sentia há quilômetros de distancia. Não agora, porém. Ela estava perto, e eu não desperdiçaria a oportunidade de segurá-la para sempre.

– Eu não estaria aqui se não me importasse. – admiti.

– Eu pensei que as coisas mudariam... Por causa de ontem. – ela falou lentamente. Soltei o ar lentamente. Algo pesava em meu peito, um sentimento que dificultava minha respiração.

– Eu também pensei.

Estávamos falando de coisas completamente diferentes, eu sabia. Mas nada me impediria de ter essa conversa com ela.

A mensagem de ontem à noite me impediu de dormir. Cada vez que eu fechava os olhos eu via as palavras brilhando na frente de meus olhos. Tentava imaginar o que “Sinto muito” significava para Bella. Para mim essas palavras significavam adeus, e eu não estava pronto para dizer adeus a ela. Por isso esperei por ela no estacionamento, quando o sinal tocou e ela ainda não tinha aparecido, Alice tocou em meu ombro e disse que eu deveria ir a casa dela. Ela sentia que as coisas dariam certo dessa vez. Confiei plenamente em Alice, seus sentimentos geralmente não me desapontavam.

Eu esperei dois anos inteiros pela oportunidade de estar tão perto de Bella, de poder falar com ela sem ninguém para me interromper ou olhar para nós como se fossemos de outro mundo. Meu interior doía para ser capaz de dizer que a amava, e quando finalmente fiz isso, estraguei tudo.

– Temos que conversar sobre ontem, você sabe. Não podemos fingir que nada aconteceu. – sussurrei olhando para minhas próprias mãos.

– Por que não? – Bella retrucou. Olhei para seu rosto, a marcara dura escorregou por apenas alguns segundos e eu pude ver o desespero em seus olhos enquanto ela perguntou. Não queria que ela visse o quanto suas palavras me machucaram, mas a raiva não me deixou pensar direito. Quando vi, já estava derramando as palavras para ela.

– Por que você é assim? Eu te trato bem o tempo todo. Tento ser o que você merece, mas nunca é o suficiente para você. Eu disse que te amo e tudo o que você fez foi correr para longe de mim. Se você não sente o mesmo por mim, tudo bem. – menti sobre a última parte, desesperadamente. – Mas eu não vou mais fingir que não sinto nada só porque você quer.

Minhas palavras tiveram um efeito surpreendente em Bella. Pela primeira vez ela não estava tentando ocultar seus sentimentos, ou não conseguia fazê-lo. Seu rosto foi contorcido com raiva, eu nunca a vi assim. E por mais constrangedor que fosse admitir, ela me intimidava.

– Por que eu sou assim? A culpa disso tudo é sua! – ela destacou cada palavra, a raiva mal contida fazia suas palavras parecerem urros. Seus olhos ardiam nos meus, eu senti uma imensa vontade de desviá-los devido ao turbilhão de sentimentos que me atingiram, mas eu não conseguia. – Você não tem o direito de me culpar por fugir de você. Não tem o direito de exigir nada de mim! Eu não aguento mais seus joguinhos, Edward. O que você quer de mim?

Não vi quando aconteceu, mas nós dois estávamos de pé, ainda encarando o outro. Ela respirava pesadamente, as lágrimas rolavam incansavelmente por suas bochechas. Durante alguns segundos, ela fechou os olhos com força. Seus lábios se separaram para que um soluço torturado pudesse sair.

Eu podia sentir tudo que ela sentia e era aterrorizante. Toda a dor e derrota que eu vi em seus olhos me deixaram tão exausto que em algum momento minha cabeça começou a doer. Não fiz nenhum movimento, apenas fiquei ali olhando para a garota que eu amo, totalmente irreconhecível, desmoronando bem na minha frente.

Saí de meu transe quando vi seu corpo se desequilibrar. Passei meus braços ao redor dela e sentei-nos na cama, segurando-a contra meu peito, o mais apertado que eu podia, enquanto ela chorava. Eu não sabia o que dizer, nem se deveria dizer algo, então permaneci em silencio apenas acariciando seu cabelo.

Perdido em pensamentos, repassei cada palavra que Bella disse em minha cabeça. A raiva que senti já havia se dissipado faz tempo. Não parei de acariciar seu cabelo quando os soluços acabaram.

– Eu sinto- Bella começou a dizer.

– Não. – interrompi-a suavemente, senti seu corpo estremecer. – Eu é que tenho que me desculpar. Você tem razão, eu não podia falar com você daquele jeito, foi tão errado te tratar assim. Bella, me perdoe, por favor.

Bella se afastou para olhar em meus olhos, suas mãos não deixaram minha camisa, que só agora eu percebi que ela agarrava com força. Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, nem dava para acreditar que aquela menina frágil em meus braços estava gritando comigo minutos atrás.

– Está tudo bem, você estava com raiva. Eu te conheço, Edward. Sei que não queria dizer aquilo... Dessa forma.

– Não estou me desculpando apenas por hoje. – ela franziu a testa, mas seus olhos brilharam com entendimento – Eu nunca deveria ter dito aquelas coisas para você. Nunca. Você não merecia aquilo. Eu não te acho estranha e sua falta de jeito é adorável para mim. – sorri sinceramente.

– Não precisa dizer isso pra me fazer sentir melhor. Eu não me importo. – ela sussurrou com a voz fraca.

Eu já pensei que ela não se importava, mas, oh, como eu estava enganado.

– Eu sei que você se importa. Além do mais, não estou dizendo para que se sinta melhor. Eu realmente quero dizer isso.

– Por quê? – sussurrou.

– Porque eu estou cansado de guardar as coisas para mim. Você não sabe como é ter que esconder algo que você quer gritar. – eu disse. A expressão dela mudou e ela desviou os olhos. Ela não precisava dizer, eu sabia que ela entendia. – Não quero mais esconder coisas de você. Vamos ser sinceros um com o outro.

Ela assentiu. Depois desviou os olhos, ela queria ser sincera, eu sabia, mas não seria. Essa era uma das coisas que eu nunca entenderia sobre Bella. Ela tinha tudo em suas mãos, mas preferia deixá-las escorregar. Talvez estivesse tão presa a sua rotina que se acostumara, ou talvez tenha medo de mudanças.

– É o que eu quero. – concordou. Assenti.

– Eu só perseguia você na escola pra chamar sua atenção.

Só percebi que realmente soltei aquelas palavras quando vi o choque e descrença na expressão de Bella.

– O que? – ela engasgou.

– Deixe-me explicar, sim? – ela continuava a me olhar defensivamente, mas relaxou o corpo.

– Na primeira vez que te vi, você estava andando pelo corredor da escola. Seus olhos estavam grudados no chão, como se tivesse medo de olhar para cima. Seu cabelo cobria parte do seu rosto, mas pelo que eu podia ver, você era incrível. – ela corou e olhou para baixo, fazendo meu sorriso aumentar. – Eu precisava falar com você, mas não via como. Então, na aula de biologia o professor me mandou sentar ao seu lado. Você não tem ideia de quanta coragem tive que reunir para falar com você. E quando fiz, você simplesmente me ignorou.

O rosto de Bella empalideceu um pouco. Ela se lembrava também.

– Eu tentei outras vezes e você continuava me ignorando. Tive uma conversa com Mike naquela mesma semana e ele me convenceu que você gostava de idiotas. Então eu virei um. – terminei com um murmúrio baixinho, não tive certeza se ela ouviu a ultima parte.

– Você já era um idiota simplesmente por dar ouvidos a Mike. – Bella zombou. Assenti envergonhado.

– Não está com raiva? – perguntei hesitante. Ela negou com a cabeça.

– Não. Estou mais chocada do que tudo. – confessou – Não acredito que você fez tudo isso só porque eu não falei com você.

– Não é assim. – interrompi-a. – Foi uma forma desesperada de chamar sua atenção e não vingança. Você me entende?

– Acho que sim. – ela falou baixinho. Eu sabia que ela não entendia. Bella jamais faria algo assim, ela era boa, sua alma era pura. Ela jamais machucaria alguém, mesmo que inconsciente disso.

– Significa que eu estou perdoado?

– Não há nada para perdoar, Edward. – ela finalmente sorriu. Era um pequeno e tímido sorriso, mas era mais do que eu esperava receber dela hoje. Aquele sorriso significava que ficaria tudo bem.

Algo estalou em minha cabeça, imediatamente toquei sua testa para notar que sua febre havia abaixado. Sorri enquanto ela revirava os olhos.

– Eu disse que melhoraria. – murmurou.

– Ainda sente dor? – perguntei, franzindo a testa. Eu odiava saber que ela estava sentindo dor.

– Só um pouco. Aguento coisas piores todos os dias. – murmurou a última parte para si mesma.

Senti um aperto no peito com suas palavras. Eu não entendia como alguém como Bella sentia dor. Ela era doce e pura. A vida era injusta por permitir que alguém com um coração tão bom sofresse. O pior é que eu não tinha ideia do que ela estava falando. E o que eu poderia fazer para ajudá-la se ela não estava disposta a me dizer por conta própria?

Só me restava arriscar.

– Acho que é a sua vez de me falar sobre você.

Notei seu corpo enrijecendo.

– O que quer saber?

– Te contei algo que ninguém mais sabe. Um segredo. Pode me contar um também.

– Um segredo? – ela pensou profundamente antes de soltar um suspiro. – Ontem, eu só fugi porque eu não acreditei que você me amava.

– Isso não é um segredo. – sussurrei tristemente. Ela olhou para baixo. Movi meu corpo para ficar completamente de frente para ela. Segurei seu queixo fazendo-a olhar em meus olhos. - Eu entendo que você não sinta o mesmo por mim, Bella. Mas você não pode duvidar do que eu sinto só porque não é reciproco. - ela balançou a cabeça rapidamente.

– Eu não disse que não te amava. É só que... Não faz nenhum sentido você me amar. Eu não mereço você, Edward. – ela sussurrou. Sua voz quebrou antes que ela terminasse. Seus olhos marejados olharam para mim intensamente. Doía-me tanto que ela pensasse assim sobre si mesma.

Sorri docemente, então segurei seu rosto entre minhas mãos.

– Quando eu olho para você, sinto uma sensação inexplicável, tudo fica em silêncio… Não ouço nada em minha volta além dos meus pensamentos focados apenas em você, é incrível. Você é linda, por fora e por dentro. Se os outros pudessem enxergar você como eu enxergo, eles veriam a perfeição. Você merece o mundo, Bella. E ainda é pouco.

Olhei diretamente em seus olhos enquanto derramava as palavras e pude experimentar outra vez as mesmas sensações que descrevi. O único som era de nossas respirações. Os olhos de Bella fixaram-se nos meus, era como se ela pudesse ver minha alma. Talvez ela pudesse. Minha alma já era dela.

Lentamente, inclinei minha testa na dela. Vi quando ela fechou os olhos e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. Esse momento não poderia ser mais perfeito. Suas mãos foram para meu pescoço, seus dedos se entrelaçaram no cabelo curto da minha nuca. Então, nossos lábios se encontraram.

Através do beijo tentei mostrar a ela que eu a amava mais do que tudo. E que não importava os segredos que ela guardava, eu estaria lá para ela. Para sempre.

Bella POV

Colamos nossas testas quando o beijo acabou. Não estávamos dispostos a nos separar. Quando nossas respirações se normalizaram, dei-lhe um selinho e sorri.

Eu não estava preparada para aquele turbilhão de sentimentos quando aquela realização me atingiu.

Edward me amava. Não era algo inventado pela minha cabeça para amenizar a dor de estar sozinha, isso era real.

Sempre quis saber como era a sensação de ter alguém que se importa com você, como era ser amada. E, para falar a verdade, não era nada comparado ao que eu li em livros. Era uma sensação indescritível, que não poderia ser posta em palavras.

– Vai fugir de mim agora? – Edward perguntou sério, mas seus olhos brilhavam tanto...

– Não vou fugir de você nunca mais. – sorri verdadeiramente para ele. Se eu pudesse experimentar essa mesma alegria só por estar ao lado dele todos os dias, eu ficaria para sempre.

Eu não duvidava mais do amor de Edward por mim. Ele poderia me enganar com palavras, mas seus olhos não poderiam mentir. Não sabia a extensão de seu amor por mim, eu também não sabia exatamente o que eu sentia por ele, mas jamais senti isso por alguém. Dei-lhe um abraço bem apertado, eu jamais recusaria o amor de alguém.

– Você deveria dormir, parece cansada. – Edward sussurrou, deitando-se ao meu lado. Segurei-o perto de mim, ele passou um braço ao redor de minha cintura e com a outra mão acariciou meu rosto. Ficamos deitados por alguns minutos, apenas olhando nos olhos do outro.

Estava claro, não devia ser nem meio-dia ainda, mas eu me sentia exausta.

– Fique comigo. Não me deixe. – sussurrei sonolenta.

– Nunca. Eu não vou a lugar algum. – ele disse e beijou meu cabelo.

Fechei os olhos e pela primeira vez desde que me lembrava, caí na inconsciência sem uma lágrima escorrendo pelo meu rosto. Meu coração estava em paz e eu senti que tudo, finalmente, ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam dos reviews para que eu saiba o que acharam do capítulo. Críticas construtivas são sempre bem vindas :3
Beijos galera... Até o próximo