III. Despropósito

O aroma no ar estava diferente. Como bom detetive, Leon não pôde deixar de notar. Ele até cheirou com intensidade para analisar um possível cheiro de maconha ou outra droga qualquer. Não era. Da mesma maneira, não tinha essência de lavanda, rosas ou qualquer outra coisa doce e enjoativa que o chinês gostava tanto.

Ele cheirou o chá, mantendo o olhar fixo nos lábios escuros, que saboreavam o líquido com elegância, sem deixar de mostrar agrado perante o gosto. Count D abriu os olhos, em certa confusão, quase fazendo o americano se engasgar.

-Você não gosta do cheiro de chá?

-Não tente disfarçar esse cheiro estranho. Eu sei que você está queimando alguma droga ou fazendo alguma, que seja! Diga logo qual é e admita de vez que talvez sua pena seja reduzida!

-Eu não produzo nada disso. – Ele respondeu, com uma voz ferida. – Nosso lema aqui é amor e sonhos, não alucinações ou ilegalidades... – O moreno levou a mão até a face, virando o rostinho e parecendo verdadeiramente ofendido. Suspirou. – Esse cheiro é só o incenso.

Leon franziu o cenho.

-De quê?

-Canela.É uma essência que desperta a libido. Talvez seja por isso que você está tão inquieto, Detetive.

O detetive não queria mais saber qual era o chá que estava tomando nem qual efeito teria.