Zumbis, Garotos E Armas! escrita por Andy


Capítulo 18
Situações extremas requerem sacrifícios


Notas iniciais do capítulo

Segurem-se na cadeira. E não pisquem. Cada minuto é precioso!



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Na calada da noite, tudo estava quieto demais. Dando a impressão que as coisas estavam normais e nem uma epidemia assolou a cidade.

É quem dera. Em meio à noite escura, em meio a Sweet Amorins... Encontra-se não apenas o apocalipse, mais, a morte certa em cada passo que você dá.

Nada era como antes... Ah! O doce e amável Antes de Sweet Amorins.

Um lugar que já foi lar de muita alegria e sorrisos bobos por parte das várias garotas que chegavam anualmente, atraídas pela famosa escola Sweet&Amorins e é, claro, seus encantos. Principalmente pelos estudantes do sexo masculino dali.

As ruas enchiam-se, e eram cobertas por várias cores. Azul, vermelho, amarelo. Uma grande mistura, que dava vida a cidade e trazia consigo o aconchego. Um doce amor.

Porém, isso mudou. O colorido sumiu. O vermelho e cinza predominaram as ruas. Entre os carros capotados e os pedaços de carne repletos de moscas varejeiras, as lojas saqueadas e com vidraças quebradas, em vez, de atrair clientes como antigamente. Agora escondia o perigo entre quatro paredes.

Nas ruas desertas, a escuridão dominava. A lua resolveu não cumpre seu papel, ou, até mesmo ela resolveu abandonar a pequena cidade. A única luz propicia por ali, era a de tom alaranjado proporcionado pelos diversos postes de energia espalhando a cada esquina.

Não existia vento, era tudo parado. Um silêncio mórbido. Excerto pelo...

Som de metal rangendo. Quase ao ponto de ceder, não pela força usada, que apesar de ser consideravelmente muito, não era de um todo brutal. Mas sim pela insistência que faria o portão se abrir a qualquer momento.

Permitindo que os intrusos ultrapassem pelo adito da escola. Famintos, sedentos, incontroláveis. Era assim que se encontravam os mortos vivos. Eles não tinham presa, afinal de conta, suas vitimas não tinham escapatória.

P.V.O. Grupo Nathaniel, Cassie e Rosalya

Nath observava o cenário terrificante a sua frente totalmente assolado pelo medo crescendo dentro de si.Chegava a suar frio, ao pensar na possibilidade daquele portão ceder.

Algumas gotas já escorriam por sua testa. Talvez fosse impressão dele, mais podia jurar que o clima tornou-se frio. Bem mais do que é o comum para a cidade. Ou fosse um sintoma do pânico que sentia. Se pudesse simplesmente desaparecer daquela situação, ou como se esconder para não ter que encarar o desafio á sua frente, ele faria.

Estava cansado, desde o principio. Mas continuou lutando para salvar aqueles que amam, e agora viu o quanto fraco era para cumprir tal missão.

Ouviu passos arrastados atrás de si e minutos depois as duas garotas estavam prontificadas ao seu lado compartilhando do mesmo pavor que se encontrava nele. Todos em silêncio. Não precisavam de palavras naquele momento, apenas o olhar que trocaram, beirando ao desespero agoniante já dizia tudo. Como sobreviver aquilo?

Tiveram sorte de ainda estarem vivos e sem mordidas. Mas até quando continuaria assim?

Situações extremas requerem sacrifícios.

– Ern... – exclamou Rosalya, sem saber o que dizer, as palavras haviam perdido o sentido. Em um simples ato, ela agarrou as alças da mochila escola em sua costa com força. Impedindo que lágrimas caíssem de seus olhos, enquanto apenas um pensamento reinava em sua cabeça. Meu Deus... Eu vou morrer!

Um som metálico e uma pequena luz brilhante rasgou o céu noturno. Estava distante, mas ia se aproximando aos poucos. Tratava-se de um helicóptero. As hélices faziam um enorme barulho que chamava a atenção dos zumbis. Não o bastante para abandonarem o posto em que se encontravam.

O pequeno grupo se entreolhou. Seus olhos estavam com um brilho fosco, onde se podia ver claramente a tensão acumulada ali. Ambos correram para o pátio, tentando sinalizar para o helicóptero. Mas eles acabaram surpreendidos ao verem o mesmo rodopiar no ar de maneira desgovernada. Batendo em alguns prédios e descendo em direção a escola.

– Essa não... – exclamou Cassie nervosa. – O piloto... – continuou olhando para Nath que acenou que sim com a cabeça. – Está infectado. – finalizou ela.

Eles observaram a aeronave se aproximando, trovões rasgaram o céu noturno, apesar de não se ter indícios de chuva.

– Está vindo para cá! – gritou Rosalya histérica.

– Vamos! – bradou Nath pegando as duas pelo braço e correndo para dentro da escola e ao ver que não daria tempo jogou-se no chão assim como as garotas.

O helicóptero foi de encontro ao chão, acertando em cheio o clube de jardinagem e explodindo com o choque. Destroços de metais voaram para todos os lados, enquanto o fogo consumia toda a aeronave. O vermelho sangue mesclado ao alaranjando iluminava o pátio da escola. A explosão agitou os zumbis, logo os dois SN4 subiram no muro para pular o mesmo.

Enquanto isso Nath levantava-se sentindo seu corpo dolorido e o calor da explosão ainda em sua pele avermelhada pelo mesmo. Da mesma maneira que suas parceiras. Eles olharam paras as criaturas que subiam no muro pronto para ataca-los, sem qualquer expressão em seus rostos. Não conseguiriam escapar. Isso era um fato.

Apenas esperar pela morte.

P.V.O Grupo Castiel e Leigh

O ruivo movimentava-se com agilidade em meio ao mar de carros localizados na avenida principal da cidade. Empunhado sua shotgun, atento a qualquer mínimo movimento em sua direção. Leigh vinha logo atrás dele.

Ambos se dirigiam para o grandioso prédio espelhando que se localizava no final da rua. Uma rajada de tiros ecoou e eles desterram-se em seu trajeto.

– De onde serão os disparos? - perguntou Leigh em alerta.

– Eu não sei. Mas toma cuidado! - dizia Castiel indo para a calçada ao lado direito, e seguindo por ali, de maneira que a pessoa que efetivou os disparos não os veria facilmente. Após se aproximar mais do banco, ele viu um grupo de homens uniformizados empunhado submetralhadoras em um conflito com uma horda de zumbis.

– Devemos ajudar eles? – sussurrou Leigh. Que via Castiel como um líder, motivo, pela qual sempre perguntava o que fazer antes de tomar uma atitude.

– Não, estamos em uma missão. E eles sabem se virar. – sentenciou o ruivo levantando-se e caminhando com cautela ao lado de um ônibus tombado. Se eles corressem rapidamente, poderiam adentrar o local pelo estacionamento subterrâneo. Castiel acenou para Leigh ir à frente e ambos correram. Como Castiel havia imaginado, o grupo de homens estava muito ocupado para notar eles atravessando a rua.

Ele já entrou efetivando disparos e derrubando os infectados mais próximos com coronhadas. Leigh preferiu mata-lo com o facão que tinha em mão e sua pistola com silenciador.

Quando viu que estavam se agrupando o ruivo gritou para que Leigh corre-se para o elevador e subiu em cima de um carro para ter uma visão ampla dos zumbis. Seis próximos do carro, e outros espalhados pelas vagas vazias de carros, com movimentos lentos. Eram os que estavam em um nível maior de detrimento. O ruivo pulou de cima do carro e correu para o lado oposto a entrada, onde Leigh o aguarda já dentro do elevador. Atrás dele, o grupo de infectados o seguia, fazendo Castiel aumentar sua velocidade. Leigh pressionou o botão para o andar de cima.

Ao perceber isso Castiel apressou-se ainda mais. Jogando seu corpo para dentro do elevador quando o mesmo se fechava.

– Essa foi por pouco! – dizia Leigh estendendo sua mão para o amigo. Que a segurou para ficar de pé.

– Foi só o começo. – exclamou Castiel sem folego.

P.V.O Grupo Nathaniel, Cassie e Rosalya

Se quiserem uma trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=7U9f1Rrhz9w

A gente já era.Cassie

É parece que esse é o nosso fim... Rosalya

E-e-eu não vou consegui proteger todo mundo. Nathaniel

Pensamentos negativos, palavras de disperdidas. Era o que rodava a cabeça daquele trio. O desespero, o horror, o pânico, a ansiedade pela morte. Não se sabia mais o que pensar, ou sentir. Estava explicito o que aconteceria.

– Situações extremas requerem sacríficos! – exclamou Cassie baixinho, colando sua mão na bolsinha que tinha presa na lateral de sua cintura. Ela enxugou uma lagrima que escorria por sua bochecha, já havia tomado sua decisão. E tinha poucos minutos para agir.

– Vamos para dentro. – falou com firmeza. Nath e Rosalya obedeceram, enquanto ambos entravam no corredor principal Cassie diminuiu seus passos e sem que seus amigos percebessem colocou dois detonadores na parede um cada lado cada. E depois correu para fora. Nath deteve-se ou não ouvir mais os passos de Cassie e virou-se.

– CASSIE! – gritou, antes da garota chorando gesticular um “Me perdoe!” e então aperta o botão do detonador que fez as paredes explodirem assim como o teto que logo cedeu e fechou toda a entrada da escola trancando Nath e Rosalya lá dentro, em segurança. A garota olhou para o portão ainda com lágrimas nos olhos. Pegou as duas Beretta do coldre em sua perna e mirou-nos SN4 que estavam no pátio, dando inúmeros disparos em direção a eles até os pentes de munição acabar. Ela fugia do ataque dos mesmos, buscando não errar todos os disparos.

Enquanto recarregava as pistolas ouviu o som de algo rompendo. Sua mão tremia o que tornavam o ato de recarregar a arma quase impossível. Um dos SN4 estava morto, o outro apenas ferido, mais isso não importava agora.

O portão cedeu. E a horda de zumbis famintos, sedentos e incontroláveis ultrapassou o adito da escola.

Cassie caiu de joelho no chão, lágrimas quentes desciam por suas bochechas.

Ainda era possível ouvir o leve crepitar do fogo ao seu redor.

– Eu não vou gritar... – foi o que ela exclamou com firmeza apesar da voz chorosa.

Apesar do apocalipse, apesar da situação que conheceu eles. Ela havia gostado. Apesar do pouco tempo, cada momento havia valido a pena. Desde a fuga do supermercado, até a ponte e o hotel. Ela sentia que fazia parte daquele grupo. E isso a deixava feliz por dentro por está fazendo algo para retribuir tudo aquilo que eles fizeram por ela. Cassie retirou uma granada da bolsinha, era a última. Ela esperou o momento certo.

Os mortos-vivos corriam em sua direção, todos querendo um naco de sua carne. E se lançaram sobre Cassie, cravando seus dentes em sua carne. Como prometido ela não gritou, suportou o quanto pode, para que os zumbis se amontoassem ao seu redor e quando viu que não tinha mais forças. Disparou a granada. Para que outros possam viver, vale a pena morrer.


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Notas finais do capítulo

Trágico, eu sei. Porém real e necessário!