O Creeper apenas ficou quieto, e abaixou a cabeça em seguida.

— Venha, vamos voltar para a caverna e comer, aposto que está morrendo de fome!

— S-sssim... — Respondeu o Creeper, com um pequeno sorriso no rosto.

Andamos tranquilamente até a entrada da caverna. O Creeper não abriu a boca nenhuma vez. Percebi que ele caminhava cabisbaixo. Não tentei puxar assunto, porque se eu tivesse na pele dele, provavelmente também estaria assim.

Espera... tenho a sensação de que me esqueci de algo... os porcos!

Dei duas maçãs para o Creeper e devorei uma para depois ir recuperar os porquinhos.

— Sssó vai comer esssa maçã? — Perguntou ele.

— Sim, pode ficar com essas duas.

O Creeper puxa minha minha espada, que roubei de um humano qualquer, de dentro do meu casaco — ele deve ter visto essa espada quando fui matar aquele homem —, pega uma de suas maçãs e corta no meio, me oferecendo uma. Senti o meu rosto corar um pouco, então peguei a metade da maçã e virei rapidamente meu rosto, para o lado contrário do Creeper.

De repente chega um esqueleto com raiva apontando seu arco carregado para nossa direção:

— Quem vocês acham que são para estar na minha caverna?!

Nesse momento ele atirou uma flecha, na direção do Creeper... Minha única reação foi entrar em sua frente, fiz isso, mas não iria perdoar quem tentasse machucar ele... Ele é... diferente.

Então, peguei flecha no ar e taquei no meio do crânio do esquentadinho. HEADSHOT, apenas isso tenho a dizer.

Aquele esqueleto me irritou... Levantei as mangas do meu casaco, peguei aquele monte de ossos e joguei para fora da caverna para que ele queime na luz do Sol. Admito que nunca fui com a cara dos esqueletos, ainda mais, porque foi essa espécie que me avisou que meus pais haviam morrido. Sei que não foi culpa deles, mas...

Sentei no chão, um pouco afastada do Creeper, acho que ele ficou assustado com aquilo...

Estava olhando para as árvores que eram visíveis de dentro da caverna, viajando na minha imaginação quando algo encosta no meu braço. Olho para a direita e lá estava ele, do meu lado. Tinha vindo lentamente sem chamar muita atenção. O que tinha me encostado era sua mão, que por sinal estava gelada. O Creeper estava envergonhado, querendo falar algo:

— Obr... Obrigado...

Acho que ele estava perdendo o medo de estar comigo... e... de certa forma... gostando e mim...

— Enderman...?

Senti meu rosto corando de novo. Eu estava afundando meu rosto no meu cachecol e tentando não olhar diretamente para o Creeper.

— Pode me chamar de Ender, se quiser...

Olho de novo para o lado oposto dele para que não me veja envergonhada. Sua mão gelada puxou o me rosto e o tirou do cachecol...

Creeper...?