I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 52
Epílogo




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Hahahaha pegadinha do malandro! Acharam mesmo que terminaria assim? Gente, eu sou uma romântica incurável.

Espero que gostem do final.

Amo vocês com todo meu coração!

Obrigada por tudo!

E não esqueçam, vocês ainda podem me ver em outras fics, que também são boas. Não tão especiais como essa, mas.. Estou em lágrimas. Sem mais..

Ju ♥

(...)

The truth is... I gave my heart away a long time ago, and I never really got it back.

–Charlie! - Bah me chamou.

A pequena garotinha de seis anos entrou em meu quarto, e pulou em minha cama.

–Bom dia, Bah. Já acordou saltitante assim? - Sorri para ela.

–Aquele guiti que você me deu, me ajudou a ficar melhor. Quer ver a cicatriz? - Ela mostrou o braço. O guiti dela era a vacina que injetamos na semana passada, contra a malária.

–Que bom que você está bem, Bah. Agora a tia Charlie vai se arrumar e ir tomar café com o pessoal, está bem? - ela balançou a cabeça confirmando. As poucas palavras que sabia em ingles foram ensinadas pelas professoras da ONG.

Ela pulou da cama, e saiu do quarto abanando um tchauzinho.

Fui até o banheiro improvisado, e fiz minha higiene matinal. A água em que escovei os dentes estava um pouco suja, mas nada comparado ao que era antes. Olhei meu reflexo no espelho sujo. A trança feita por Trisha ainda estava em meu cabelo, que agora estava cortado até os ombros.

Fazem dois meses que estou trabalhando aqui com Zoe, e fiquei muito feliz em conciliar a faculdade com isso. Estava no terceiro ano da faculdade de medicina, e nas férias da primeira resolvi vir para cá, realizar um sonho antigo, ainda dos tempos de ensino médio.

Trabalho voluntário na África.

Eu ajudava na área que mais gostava, com as crianças. Como ainda não estou formada, ajudo na farmácia da aldeia, manuseio os medicamentos, e aplico as injeções.

Cheguei no refeitório também improvisado, e me servi. Basicamente pão, uma geleia de abóbora feita aqui mesmo no vilarejo, e água. Não era preciso mais nada, e eu estava muito feliz assim. Zoe me viu ali sentada, e acenou. Sorri para ela, que se aproximou.

–Charlie, eu quero que você vá receber o pessoal que está chegando dos Estados Unidos hoje - Sentou ao meu lado.

–Mas essa não é a função do Jacob? - Ficou em silencio. Nós tínhamos cada um uma função diferente, e nunca trocávamos.

–É, mas eu quero que você vá com ele hoje. - se levantou sem dar muitas explicações - Eu estou atrasada, nos falamos depois - sorriu nervosa, e saiu.

Ela estava animada, isso sim. Tomei meu café da manhã em silencio, e em seguida fui até meu posto de trabalho. Algumas crianças estavam a espera de remédio. E muitas mães não conseguiam ler o rótulo na embalagem. Os pequenos estavam abaixo do peso, como a maioria dos casos. Dei algumas vitaminas, receitei alguns medicamentos, e apliquei algumas injeções. Agradeço muito por ter Betsy me auxiliando. Além de ser técnica em enfermagem, ela é nossa tradutora.

Quando dei por mim já estava atrasada, o voo dos americanos estava marcado para chegar há uma hora atrás, e o caminho do aeroporto até aqui não era muito longe. Deixei o comando com Betsy, e sai correndo ao encontro de Jacob. Não deu tempo nem de me arrumar, e cheguei lá ofegante.

–Demorei muito? - Ele estava parado com uma cara séria, e vestia seu terno azul marinho, e óculos escuros. Como sempre.

–Chegou na hora Srta. Sonencler - Abaixou os óculos, e sorriu.

–Eu não sei porque Zoe me pediu para recepciona-los - indaguei confusa.

–Parece que eles são da elite, um dos patrocinadores mais importantes do projeto. - Balancei a cabeça o escutando - E também, eles são da sua terra.

–Eu moro há tanto tempo na Inglaterra, que nem me sinto tão americana assim - Sorri para ele.

Em meus três anos e meio de faculdade, Londres foi minha casa. Eu até visitava papai e mamãe no natal e em algumas férias, mas lá era minha casa agora. Para dizer que não estava tão desatualizada sobre o que estava acontecendo em minha terra natal, eu tinha os jornais, internet.

Lia noticias sobre Owen quase todos os dias nos sites de esportes. Ele me ligava varias vezes na semana, e eu me sentia até a empresária dele. Ele passou quase seis meses lá em casa se recuperando de uma lesão séria. Mas com disciplina, e comigo de olho 24 horas por dia, ele conseguiu se recuperar.

Owen nunca deixou de ser meu amigo.

Já Hanna eu não falava mais com tanta frequência, mas não precisava. Era como se ela estivesse ali a qualquer momento. Não era necessário a presença física dela, já que a alma dela se alastrava em meu corpo com um simples pensamento.

Ela lançou um cd que já era platina nos Estados Unidos, e alcançou o top das paradas com dois singles, além de chegar a numero um no Reino Unido. Ela se juntou a Underground Legend na turnê mundial de despedida deles, e foi um sucesso. Agora era cada um por si.

Já ele, eu só acompanhava pelos tabloides. Era difícil por causa da distancia e tudo mais, mas nós nunca nos separamos de verdade. Nós só deixamos de nos falar por telefone, porque era difícil. Ouvir a voz dele sem poder toca-lo, era a pior coisa. Eu só queria chegar da faculdade exausta e namorar um pouco, mas isso nunca iria acontecer. Sei que ele saiu com algumas garotas, os jornais me contaram, mas eu nunca o esqueci. Fiquei tanto tempo maravilhada com a faculdade, e estudando de verdade, que não tive tempo de me relacionar com ninguém. Ele foi muito especial pra mim, e sempre vou lembrar dos bons momentos. Nós nunca terminamos.

–Srta. Sonencler, é o carro deles - Jacob me tirou de meus pensamentos.

Observei o carro se aproximar ao lado de Jacob. De lá saíram dois homens, e três mulheres. Cumprimentei primeiro elas, mulheres muito simpáticas e chiques.

–Charlie - Encarei Jacob - Quero que conheça um dos nossos maiores patrocinadores, e que veio passar uns tempos conosco. Acho que você já deve ter ouvido falar nele, ele era vocalista de uma banda muito famosa em seu país, a Underground Legends. Charlie, esse aqui é Sebastian Campbell.

Virei o rosto e o encarei. Os mesmos olhos, o mesmo brilho no olhar que ele tinha quando me olhava. A barba por fazer, o cabelo agora mais curto, mas aquele maldito cacho ainda caia em sua testa. Ele sorriu, aquele mesmo sorriso de quatro anos atrás que me fazia arrepiar, e que não foi diferente agora.

–Acho que já ouvi falar sim, muito prazer - Estendi a mão para ele.

–O prazer é todo meu Srta. Sonencler - beijou minha mão - Creio que já ouvi falar muito a seu respeito. É a senhora que mora no apartamento 257-b, Rua Eagles? - O olhei espantada.

–Como voce sabe? - murmurei.

–Olha só que coincidência, além de sermos vizinhos de tenda, vamos ser vizinhos de apartamento.

Não consegui conter meu sorriso, e nem ele.

Sebastian me puxou pela mão e me abraçou.

–Vocês já se conhecem? - Jacob perguntou confuso, mas nós não o demos atenção. Estávamos preocupados com outra coisa.

–Eu nunca esqueci você, Charlie. - Falou enquanto me segurava firme em seus braços.

–E eu sempre te esperei. - Respirei aliviada.

E então nos beijamos.

E foi muito melhor que o beijo de quatros anos atrás, porque dessa vez ninguém estava indo embora.

Ele estava voltando para mim, mesmo sabendo que do meu coração ele nunca saiu.

Não posso dizer que a partir de agora nós viveríamos felizes para sempre, mas nós viveríamos felizes o agora.

E era o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Tchau, só que dessa vez de verdade.
Não esqueçam de comentar o que acharam do final!
Muitos beijos!
Eu amo vocês, nunca esqueçam disso