I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 41
Give a little time to me..


Notas iniciais do capítulo

Hello!!! Tudo bem galeraa? E aqui estou, com um capitulo fresquinho para vocês hahaha Muito obrigada pelos reviews, eu amo vocês ♥ Obrigada Angelinda pelo capitulo lindo, ficou muito bom!!! Todas curtiram, né? Claro! Bom, obrigada Cath por ter recomendado a fic ♥ Fico feliz que tenha gostado da fic :) Bom, esse capitulo já deixa umas pistas sobre o final... Well, espero que gostem ♥
Boa leitura!



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–Charlie! - Escutei ele gritar, mas eu continuei subindo, cada vez mais e mais.

Saí do andar e catei minha bolsa em cima da mesa. A música alta e as luzes piscando estavam me deixando tonta. Fui até o jardim a procura de ar, e então vi um táxi parado em frente a casa deixando duas garotas. Esperei elas saírem e entrei nele.

–Para onde moça? - O taxista com um sotaque latino perguntou.

E agora? Para onde eu iria?

–Pra qualquer lugar bem longe daqui, por favor - E encostei minha cabeça na janela.

E eu sabia, era tudo culpa minha. Eu deixei ele entrar, eu não fiz nada.

(...)

P.O.V Charlie

–Moça, o taxímetro vai continuar rodando - O taxista com sotaque latino falou impaciente.

–Eu só vou ficar um tempo, se quiser pode ir embora, eu chamo outro - Abri a porta do táxi e corri para areia.

Praia.

Um mar de sensações e lembranças me atingiram fortemente, eu estava sentindo o passado me atravessando ao meio. Um lugar seguro, um porto seguro. Me sentei na beira do mar, na areia fina e fria. Poucas pessoas estavam ali, muitos casais, todos apreciando as estrelas. Eu nunca tinha vindo aqui, mas era como se eu pertencesse a essa paisagem.

Nossa família costumava passar as férias no litoral, todos juntos, os quatro. Luke me ensinou a surfar, Luke me ensinou a construir castelos de areia, Luke me ensinou o jeito certo de tirar o espinho do peixe, Luke me ensinou tudo, menos como sobreviver sem ele.

Eu tentei, eu tento todos os dias. A perda de Luke me fez uma pessoa mais forte, eu aprendi a viver sem ele, mas jamais vou superar. Os acontecimentos das ultimas vinte e quatro horas me deixaram sem chão, sem rumo. Exatamente da mesma maneira que fiquei quando recebi a noticia da morte dele.

Eu tentava gritar, mas não tinha voz. Tentava fugir, mas não tinha para onde ir. Eu me senti perdida, sozinha, sem razões para viver. E tudo isso voltou, só que muito pior. Luke era meu irmão, mas Dan é o cara que eu amo. Eu respiro ele, eu acordo pensando nele, eu vivo por causa dele. Mas, o Dan não existe. Nunca existiu.

Fiquei olhando o mar negro, encontrando a lua na beirada do abismo chamado horizonte. Eu poderia ficar horas e horas assim, olhando o nada. Se eu ficasse aqui, os fantasmas do presente me sufocariam, se voltasse para "casa" os do passado me prenderiam.

Eu não queria ser encontrada, queria ser invisível.

Procurei em minha bolsa alguns compridos. Já que minha cabeça não me dava paz, pelo menos com um auxilio ela ficaria mais quieta. Achei o frasco roxo e peguei duas capsulas.

–Não faça isso - Uma voz se aproximando disse. Uma garota, alguns anos mais velha do que eu sentou ao meu lado - Eu conheço o seu tipo, você acha que não tem mais esperança, que nada vale a pena. Mas vale, a vida vale muito a pena.

–Do que você está falando? - Falei grosseiramente.

–Disso - Ela pegou meus compridos e jogou no mar.

–Por que você fez isso? Você é louca? - Falei olhando os compridos indo embora.

–Eu estou TE impedindo de cometer uma loucura. Suicido nunca é a ultima opção.

–Suicídio? Não, mas o que.. - Ah, agora faz sentido - Eu tenho receita, tá legal. Eles são para enxaqueca. Eu estou pirando agora e você os jogou no mar.

–Me desculpe, eu não sabia - Ela ficou envergonhada - É que pelo seu estado, eu pensei que você poderia fazer uma coisa dessas.

–Nunca, mesmo quando meu irmão morreu, eu nunca cogitei uma coisa dessas. Eu não tentaria contra minha vida, tenho condições financeiras boas, uma família, enquanto muitos não tem nada. Seria egoísmo da minha parte reclamar de tudo isso. Posso ter meus problemas, mas não a ponto de tentar me matar - Despejei tudo.

–Então porque está desse jeito? Perdida, desolada? Está tudo bem?

–Não, não está. Minha vida virou de cabeça pra baixo, meu irmão morreu e eu ainda não superei isso, eu descobri que vivo uma mentira, e não tenho como voltar para casa. Minha vida está um caos - Apoiei meus braços em meus joelhos e comecei a chorar.

–Calma, vai ficar tudo bem - A moça estranha começou a afagar meus cabelos - As vezes a vida não é justa. Mesmo assim, temos que olhar o lado bom dela. Você tem respirar fundo, garota. Você parece ser aquelas garotas duronas, decididas. Então? Use isso. Mesmo que você esteja dilacerada, se cole, haja por si mesma. Você merece mais do que isso, você tem que acreditar em si mesma, e seguir seus instintos. Faça o que tem que fazer, não olhe para trás.

–Obrigada - Agradeci após alguns minutos em silencio - Eu não sou assim sempre, é que tive um dia péssimo.

–Eu sei, eu vi que você era especial assim que te vi - Ela sorriu - Eu me chamo Zoe, sou coordenadora de um projeto que realiza trabalhos voluntários em países mais pobres. Eu tenho um bom olhar, não me engano fácil. Quando te vi, sabia que precisava de ajuda, mas falando com você, percebi o quanto você é madura e pode me ajudar. Como você se chama?

–Charlotte, Charlotte Sonencler - Sorri para ela.

–Então Charlie, o que me diz de passar um tempo longe dos problemas? Um tempo longe de tudo isso? Pense bem, esfriar a cabeça e ao mesmo tempo ajudar os outros - Ela sorriu.

De um jeito bizarramente estranho, eu sabia que podia confiar nela. Sabia que ela estava falando a verdade. Por um momento a ideia me pareceu tentadora. Fugir de tudo isso, deixar tudo para trás. Mas eu não podia, eu tenho que fazer faculdade, quero me formar antes de tudo. Quero aproveitar meu tempo muito bem. Além do mais, não estou pronta para dizer adeus.

–Sabe Zoe, a proposta é tentadora, mas eu não posso. Eu tenho muitos objetivos a cumprir, e minhas metas estão quase chegando ao fim. Eu passei para medicina em Oxford - Ela sorriu - e não posso largar tudo agora. Eu não posso fugir dos meus problemas, ou da minha vida.

–Eu entendo - Ela se levantou e eu fiz o mesmo - Charlotte, eu vi um grande potencial em você, e nosso programa tem varias ramificações. Quem sabe nas férias da faculdade? O que me diz? - Ela me entregou um cartão com seu nome e telefone - Você será uma ótima médica, você é muito sensata garota - Ela riu.

–Obrigada, Zoe.

–Você precisa de carona? Está hospedada em que hotel?

–Não precisa, eu estou de.. - Parei de falar assim que notei que o táxi não estava mais ali - Eu vim de táxi.

–Magina, eu te dou uma carona.

–Tudo bem - Sorri agradecendo.

Eu sei, eu sei. Ela é uma estranha, mas mesmo assim eu me senti bem falando com ela. Por incrível que pareça ela me lembrou Luke. Esse jeito e a vontade de ajudar os outros acima de tudo, isso é tão Luke.

Durante o trajeto até o hotel eu contei sobre a feira, sobre os projetos no hospital e sobre meu irmão. Ela ouviu tudo animada, e me ofereceu um trabalho na fundação assim que eu me formar. O que vai demorar alguns anos.

–Pronto, tá entregue - Ela estacionou na frente do hotel.

–Obrigada mais uma vez, Zoe. Foi um prazer - Ela sorriu.

–Quando quiser, Charlotte. Mantenha contato, e eu prometo fazer o possível para ir a feira.

–Obrigada - Desci do carro e fui em direção a entrada.

–Sabe Charlie, eu conheci seu irmão - Falou fazendo com que eu me virasse - O encontrei uma vez em uma reunião dos diretórios acadêmicos. Todas as escolas do país se reuniram, e eu lembro que tinha um garoto loiro de Nova Jersey que era lindo de morrer. - Ela suspirou - Além de bonito, ele era um líder nato. Seu irmão foi incrível aquele dia, um exemplo. -Meus olhos já estavam em lágrimas - Você se parece muito com ele.

–Obrigada, Zoe - entrando no hotel.

Com todo mundo na festa de Allyssa, o andar estava vazio. Olhei minhas coisas, minhas malas e as coisas de Hanna.

Eu não conseguiria encara-los, não agora. Eu ainda não estava pronta, meu coração ainda estava tentando voltar a bater. Arrumei minhas malas em alguns minutos. Tudo estava pronto para minha partida.

Mas não, eu não estou fugindo dos meus problemas.

Eu estou apenas dando um tempo, estou apenas voltando a respirar.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram??
Quero reviews, hein?
Será que a Charlie vai aceitar a proposta no futuro?
Hmmm... aí vem chumbo grosso!
Bom, logo logo temos mais!
Uma ótima semana,
Mil beijos,
Ju ♥