POV Hanna

“Conhecer meus pais” essa frase me dá calafrios, tudo bem, o Blake já conhece minha mãe, foi um jantar nada formal na minha casa, depois ele dormiu lá... Enfim. Não é minha primeira vez nesse negócio de conhecer os pais, afinal eu já havia conhecido os pais do Bam, mas dessa vez é diferente, eu sonho com isso desde os meus 14 anos, isso me assusta.

– E se eles não gostarem de mim? – perguntei olhando fixamente para o espelho.

– Isso é impossível – Blake disse entre risos.

– Sinceramente, eu ainda não sei o que você viu em mim – abaixei a cabeça arrumando a saia –eu sou apenas uma menina imatura de Nova Jersey.

– Imatura? Hanna, você não é uma menina, é uma mulher – ele beijou minha testa.

– Mas por que eu Blake? Você pode ter todas as mulher que quiser, é só apontar o dedo. Você é lindo, simpático, querido, fofo, consegue me fazer rir nas piores horas, você é muito raro. Então por que eu?

– Por que é você. Simples assim. Apenas o seu jeito de andar e respirar já me encantam, seu toque suave, sua boca macia e seu olhos, irresistíveis. Eu amo você pelo simples fato de ser você, Hanna Morison.

As lagrimas já rolavam por minhas bochechas como cascatas, suas mãos encaixaram em meu rosto e nossas bocas encontraram-se. Não entendo, toda vez que nos beijamos sinto borboletas no estomago. Acho que nunca senti isso, por nenhum garoto antes. Amor?

– Vamos? - novamente outra coisa onde nos encaixávamos perfeitamente, as mãos.

A Rang Rover estava a nossa espera. Durante o caminha a casa dos sogrinhos Karen e Geoff evitei conversar estava muito nervosa pra isso.

Chegamos em uma casa de três andares, cor coral, com um jardim mesclado com rosas, provavelmente cuidadas uma a uma.
Na porta, uma mulher loira não muito alta, com um vestido azul clarinho, ao seu lado um homem alto de paletó, agora já sei de onde Blake herdou os 1,80 de de altura. Havia duas mulheres loiras entres os dois, pelas fotos que eu vi, a mais baixinha devia ter a Nicola e a outra a Ruth.

Passo a passo minhas mãos tremiam cada vez mais, estavam todos sorrindo, era muita pressão para apenas uma Hanna, eu precisava ser perfeita, não posso decepciona-los.

– Blake! – sua mãe veio em direção ao filho com os olhos pronto para chorar – sentimos saudades.

– Calma mãe, nem foi tanto tempo assim, já fiquei longe por muito mais tempo.

– Eles não paravam de falar de você maninho – Nicola e Ruth vieram atrás de Karen.

– Não exagerem meninas, mas o Blake só ligava pra falar sobre a Hanna – Blake corou com a frase de seu pai – Eu sou Geoff, e você é a tão linda Hanna que nosso filho tanto fala?

– Pai! – Senti a mão de Blake apertar na minha.

– A “tão linda” não sei, mas sim eu sou a Hanna.

– Blake falou sobre isso também.

– O que exatamente?

– Sobre você não se valorizar – Blake me interrompe.

– Estávamos todos muito ansiosos para conhece-la Hanna – Karen veio e me abraçou forte, como se eu já fosse da família – espero que goste de conchiglione recheado.

– É uma das minhas comidas favoritas – falei sem graça.

– A mamãe tem o melhor conchiglione recheado de Los Angeles – Ruth disse entre risos enquanto Nicola a contradizia com a cabeça.

A casa era toda planejada, a mesa estava posta com guardanapos azul Tiffany e talheres de prata. A cadeiras eram brancas estofadas e as rosas brancas como enfeite de centro da mesa deixava um clima mais romântico no ar.

Minha opinião sobre os conchiglione recheado? Ruth estava certa, são os melhores que eu já comi, o senhor Geoff falou um pouco de seu trabalho, ele é dono de uma imobiliária de LA, Karen falou como era orgulhosa do seu filho ter alcançado seus sonhos, ambas choramos.
Ruth jantou e em seguida saiu com o namorado, mas pude perceber que ela é a mais descontraída da família, me fazia rir com cada frase, Nicola era uma mulher feita, estava começando a fazer sucesso com sua nova grife.

Blake contou que eu havia passado para a faculdade e logo me mudaria para LA.

Após o jantar, Karen mostrou-me fotos de Blake quando bebe, uma fofura. Ele estava na sacada tomando cerveja na companhia de seu pai, mas de minuto a minuto certificava-se do que eu e sua mãe estávamos fazendo.

– Hanna – ele veio até mim e segurou nas minhas duas mãos – eu prometi algo para meus pais, e gostaria de que você me ajudasse a cumprir isso.

Ele foi até o piano e começou a tocar uma melodia muito conhecida por meus ouvidos. Don’t Go Breaking My Heart, a primeira música que eu cantei com ele. A música estava prestes a começar, minhas mãos começaram a tremer, e eu simplesmente não tinha pra onde fugir.

Don't go breaking my heart

I couldn't if I tried

Honey if I get restless

Baby you're not that kind

Don't go breaking my heart

You take the weight off me

Honey when you knock on my door

I gave you my key

Nobody knows it

When I was down

I was your clown

Nobody knows it

Right from the start

I gave you my heart

I gave you my heart

So don't go breaking my heart

I won't go breaking your heart

Don't go breaking my heart

And nobody told us

`Cause nobody showed us

And now it's up to us babe

I think we can make it

So don't misunderstand me

You put the light in my life

You put the sparks to the flame

I've got your heart in my sights

Nobody knows it

When I was down

I was your clown

Nobody knows it

Right from the start

I gave you my heart

I gave you my heart

Don't go breaking my heart

I won't go breaking your heart

Don't go breaking my heart

I gave you my heart

Don't go breaking my heart

I won't go breaking your heart

Don't go breaking my heart

(Hanna, Blake, os dois cantando)

Blake estava me olhando sorridente, não tirei os olhos dele durante toda a música, ouvi Geoff, Karen e Nicola batendo palmas, o que fez um grande alivio surgir em mim.

– Ela é incrível não é? - Disse Karen para os outros.

– Sim mãe, ela é perfeita – Blake a interrompe.

Ele veio em minha direção passo a passo ajoelhou-se e tirou uma caixinha do bolso, meu coração já estava palpitando.

– Hanna, nós estamos namorando, mas não te dei nada para que possa representar isso, então eu fui até uma joalheria e tentei escolher um anel que chegasse ao seus pés, não consegui encontrar afinal nenhum brilha como você, mas eu tentei pegar um que você realmente gostasse.

Assim que abri a caixinha vi um anel enorme, de ouro branco com uma safira com uns 2 centímetros, muito parecido com o que o príncipe William deu para a princesa Kate. Como sempre, eu não consegui me aguentar e chorei.

Todos ao nosso redor estavam emocionados.

– Da próxima vez, eu estarei aqui, nessa mesma posição lhe pedindo em casamento – Puxei Blake até mim e o abracei mais forte que podia, o beijei foi como se estivéssemos a sós. Paramos por que o ar era necessário e lembramos que seus pais estavam presenciando aquilo

– Hanna! Precisamos ir, Sebastian já deve estar esperando.
Peguei rápido minha bolsa e despedi-me de todos. Eles me fizeram prometer que eu não demoraria a voltar.

No caminho até a casa da Allyssa não paramos de trocar caricias e olhares. Assim que chagamos fomos cumprimentar Sebastian e Charlie, Blake fez sinal para que eu a tirasse dali para que ele pudesse pagar os equipamentos no carro.

– Chars, vem dançar comigo? - ela segurou na minha mão e sorriu.

– Hanna Morison, que anel perfeito é esse? - ela parou na metade do caminho e começou a admirar meu anel.

– O Ethan me deu – por pouco não falo Blake.

– Como anel de compromisso? Eu sempre achei que ele tivesse bastante dinheiro pelas roupas e carros dele, mas esse anel custa mais que a minha casa – MERDA

– É anel de família – falei nervosa

– E que família boa, ein – ri enérgica – Hanna você tem sorte, ele é lindo de morrer e um cara super legal, eu amo o Bam, mas prefiro você e o Ethan, nunca vi um casal tão, tão, tão perfeito.

Começou Slow Down, Charlie puxou-me até pista de dança com ela antes que eu pudesse falar algo.

Sentia a leveza no espirito dela, eu odeio mentir desse jeito, principalmente para a minha “irmã”. Toda aquela pressão estava me deixando nervosa, eu precisava sair um pouco de perto dela, caso contrário acabaria falando besteira.

– Vou pegar alguma coisa pra beber, quer também? Falei gritando por conta do barulho.

– Metade de vodka e o resto de energético, hoje eu quero ficar bêbada.

Fui até o bar e comecei a fazer as bebidas, demorei um pouco mais que o normal, propositalmente. Quando vi entre as luzes neon Allyssa falando com a Charlie eu sabia que não iria acabar bem.
Joguei os copos no chão e tentei correr até elas, mas a grande quantidade de pessoas me impediu. Quando consegui encontra-las já era tarde demais, elas estavam na porta.

Fiquei boquiaberta, senti como se eu tivesse falhado, ela finalmente descobriu.

–Hanna, fecha a porta – Blake gritou, puxei a Charlie para dentro e fechei a porta.

Ela estava estática, jovens bêbados vinham gritando em direção a nós.

Ela deixou o celular cair no chão, o que provocou um racho na tela, em seguida ela virou-se e deu um tapa em Allyssa.

– Ai! – essa gemia de dor no chão.

Ela olhou para cada um de nós com decepção.

–Porque você mentiu pra mim? –Ela falou com dificuldade em direção ao "Dan".

–Charlie, eu nunca quis magoar você – Sebastian foi se aproximando e ela recuando

–Como você foi parar lá? Como eu não te reconheci, como eu fui burra.

–Charlie, eu sempre quis te falar a verdade - Sebastian fitou o chão - Eu sempre tive medo, que você não aceitasse.

–Aceitasse o que? O fato do meu ídolo estar morando na minha casa? Meu Deus, não pode ser verdade. – ela riu nervosa - Como você foi parar na minha casa? O que você está fazendo lá? Como você conhece meu pai?

–Eu não conheci seu pai, primeiro eu conheci o delegado Bob.

– O que..

–Ele o ajudou - Blake interviu - Sim, eu sou o Blake - Falou e sorriu.

–Não, eu tenho que contar a verdade. Obrigada, Blake. Charlie, eu causei o incêndio no galpão.

–O que? – ela perguntou nervosa

–Eu bebi e acabei sofrendo um acidente enquanto passava pela cidade, eu bati em um poste e ele caiu. Um curto circuito fez o fogo começar, mas eu estava desmaiado de tão bêbado e não consegui chamar os bombeiros ou conter o começo do incêndio. - Minhas mãos tremiam - Seu pai me ajudou, e eu falei para meu empresário onde estava. Eles fizeram um acordo, minha fama não estava muito boa, e o acidente iria comprometer a banda. Eu não podia deixar eles pagarem pelos meus erros, então eu aceitei o tal acordo.

– E o acordo era fazer a filhinha do delegado que é uma fã de idiota, fazendo ela acreditar que você é uma cara legal e prestativo, que ajuda todo mundo e ainda mais, que ajuda a preparar um evento importante pra ela que um filho da puta estragou, mas não, espera. Na metade do caminho ele ainda tem que fazer a burra se apaixonar por ele, mas é claro. Parabéns, Sebastian Campbell, além de cantor você é um ótimo ator. Interpretou muito bem o papel de mocinho. E eu aqui, a burra da história – Ela estava chorando muito. Tudo que eu queria era abraça-la e dizer que vai ficar tudo bem, mas ela sente raiva por mim também.

–Não, Charlie, eu não estava fingindo. Eu nunca menti em relação a isso, eu gosto de você, gosto de verdade – ela deu um forte tapa na cara de Sebastian.

–Não ouse falar isso de novo, você não sabe o peso que as palavras tem? Eu sabia, eu sempre soube. Desde a primeira vez que eu te vi, eu sabia que você era um problema. Meu Deus, você acabou com tudo.

–Charlie, o Sebastian gosta mesmo de você – eu não podia mais ficar quieta. Coloquei a mão em seu ombro.

–Você sabia? Você sabia que era ele? – ela se esquivou de meu toque.

–Charlie, me escuta, eu..

–Então você sabia que ele é o cara que destruiu tudo, que destruiu a coisa mais importante que eu tinha. A única coisa que sobrou de Luke – Ela chorava descontroladamente - Eu nunca imaginei que você pudesse fazer uma coisa dessas, você era uma irmã Hanna. Todo mundo sabia disso – comecei a chorar mais que ela - Só a idiota aqui que não sabia de nada. Como eu fui burra, como eu pude me deixar levar assim? Como eu não percebi que eu tinha um mentiroso dentro de casa?

–Charlie, tudo que eu disse, é tudo verdade. – Sebastian a interrompeu - Hanna não teve culpa, ninguém teve. Eles só aceitaram manter segredo, era importante que ninguém soubesse. Eu quis te contar Charlie, diversas vezes, mas eu nunca consegui.

Blake veio até mim e comecei a chorar contra seu peito, ele colocou as mãos em meus ouvidos para tentar me acalmar, e funcionou.

Quando tomei coragem de abrir os olhos Charlie estava saindo do quarto. Allyssa ainda no chão chorando de dor.

Soltei-me dos braços de Blake e fui até ela, ajudei-a a levantar e deu um soco no seu olho.

– Ai... – sussurrei.

Em seguida, uma onda de adolescente estava entrando no quarto. Sebastian puxou-me pelo braço até o banheiro e trancou a porta.
Ele estava em choque, sua bochecha com vergão dos dedos de Charlie.

Blake pegou em minha mão e me trouxe até Sebastian para que pudéssemos abraça-lo. Assim que ele retribui o abraço cai em lagrimas, ele soluçava junto de mim.

– Hanna, muito obrigada por ter feito isso por mim – disse ele entre lagrimas.

– Sebastian, ela vai voltar – falei soluçando.

Ele assentiu negativo.

– Dessa vez acabou Hanna – ele limpou a maquiagem na minha bochecha – Vocês dois ainda vão ter que me aguentar por muito tempo – ele soltou uma risada – ainda mais agora que você vai vir morar com a gente Hanna.

– Como assim? - perguntei

– Blake ainda não te contou?

– Eu ia, depois da festa, Sebastian – Blake disse envergonhado.

– Do que vocês estão falando?

– Você vai morar com a gente quando vier pra LA, comigo e com o Blake – não pude deixar de sorrir.

– Eu já conversei com sua mãe, só basta você aceitar.

– Eu te amo – pulei no colo de Blake e senti Sebastian nos observando e dando leves sorrisos – Nós te amos também Sebastian – ele sorriu e veio ao nosso abraço.

A multidão de adolescente não parava de gritar do outro lado da porta.

– Acho melhor ligarmos para o Paul nos tirar daqui – Blake tirou o IPhone do bolso.

– Eu vou ligar pros pais da Charlie, avisar que ela descobriu e sumiu – Indaguei – está fora de área.

– Eles ia sair pescar, amanhã você tenta. Agora vamos tentar achar Charlie. – Sebastian estava tremendo, as palavras saiam de sua boca com dificuldade.

– O Paul já está vindo. Você tem alguma ideia de onde ela pode ter ido?

– Gente, não adianta ir atrás da Chars agora, Ela está nervosa e nós três somos as últimas pessoas que ela quer ver. Ela é mais matura que todos nós, deixa ela ter um tempo pra engolir tudo isso, ela só vai conseguir sozinha. Vamos pro hotel, uma hora ela vai aparecer. Eu conheço a amiga que eu tenho, por mais cabeça dura que ela seja, ela sabe o que está fazendo – intervi.

Quando finalmente o Paul chegou, saímos dali, recebi puxões de cabelo e arranhões. Como se a celebridade ali fosse eu.

Já no carro, vi o estado em que os meninos ficaram, totalmente descabelados e com os braços vermelhos.

O caminho até o hotel foi silencioso e demorado.

Assim que chegamos, o que eu mais temia aconteceu.

As coisas da Charlie haviam sumido.

Ela foi embora.

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Hanna ♥

Blake ♥

Looks ♥