A Morte ficou lá, olhando para Hannah com um leve sorriso e os dedos de osso dedilhando lentamente na mesa. A garota não despregava os olhos dela, ainda pensando se aquilo não fosse coisa da sua imaginação.

- Ai. ai... Percebo que você não é de conversar... - disse a Morte revirando os olhos - Posso ir então, não é?

A menina balançou a cabeça freneticamente em sinal negativo. A moça por sua vez, continuou:

- Olha irmãzinha, conversar comigo é bem mais fácil do que você pode imaginar. Sei lá, pergunta porque minha mão é desse jeito, porque nã...

- Porque sua mão é desse jeito? - perguntou de uma só vez rapidamente sem respirar, Hannah.

A Morte sorriu e disse:

- Ora, toda Morte tem essa mão, mas antes ela passa por longo processo. Por exemplo, nossa mãe tinha,  nossa avó...

- Mas minha mãe é a Sabela!

- Ela? -perguntou a moça olhando para um retrato que estava em cima de um armário da cozinha - Nem a pau Juvenal! Ela é apenas uma mortal qualquer, mas seu pai não. Ele é como se fosse um de nós mas um pouco inferior pois ele possui o Olho da Morte em um só olho enquanto você tem...

- Espera! Tá querendo me dizer que meu pai é como eu? - riu - Inventa outra vai!

A Morte arreagalou os olhos e disse:

- Eu inventar? Conta outra! Não estou inventando nada querida. Mas voltando ao assunto do porque da minha mão ser desse jeito...

Hannah começou a prestar atenção no que sua ''irmã'' estava contando, enquanto Nathan dormia tranquilamente  no sótão da casa de Spencer.

O pai Victor queria que queria descobri o que seu filo escondia naquele maldito sótão, mas não conseguia. Victor não achava a chave  e já estava ficando impaciente até que desistiu e acabou dormindo no sofá. O filho, durante a noite, acordou para ver como Nathan estava, saiu do quarto cuidadosamente e entrou no sótão, o garotinho dormia todo encolhido sem as cobertas. Spencer apenas o cobriu de volta fazendo com que Nathan sorrisse de leve, fazendo aquele coração duro feito pedra de Spencer ficar mole.

Spencer saiu do sótão e viu que o pai estava dormindo com o televiisor ligado. Desligou e repetiu a mesma coisa que fez com o garotinho.

02:00

- Mas isso é impossível! - gritou Sabela batendo com força a mão no balcão da delegacia -  Faz exatamente quatro horas que estou nessa porcaria e você ainda não providenciaram nada para a busca do meu filho?!

Uma policial tentou acalmá-la dando um copo de água com açúcar mas nada adiantou. Sabela continuou a gritar e descabelar.

- Quer dizer que  a cada cinco anos que completo, ou a futura Morte que no caso seja eu, uma parte de sue corpo vira... isso? - relembrou Hannah olhando para a mão da sua irmã.

- Isso mesmo, amanhã, vejamos quem será sua primeira vítima.

A Morte caminhou até Hannah e lhe deu um beijo na testa e disse:

- Bons pesadelos minha querida.