Tudo bem. Eu parecia muito, mas muito feliz lá na festa... E eu realmente estava! Festas me deixam alegre, descontraída, fazendo que eu leve tudo na brincadeira. Mas assim que entrei no carro do Di, mil pensamentos vieram em minha cabeça, mil coisas se passaram na minha mente. A primeira conversa, o beijo obrigado e as passadas de mão no meu corpo, o pedido de desculpas e agora, a conversa com a Patrícia.

  Edward trincou o queixo e apertou as mãos no volante quando leu todos meus pensamentos. Olhei para ele surpresa com aquela reação, colocando minha mão em cima da dele, tentando acalma-lo, mas acho que não adiantou muito. Eu não queria falar, então apenas pensei:

  “O que foi Di?” – Ops... Acho que fiz besteira em ter perguntado a ele

  - O que foi? O que foi? – Ele gritou na segunda vez que imitou minha pergunta – Eu vejo tudo o que se passou na sua mente, você já sabe que tenho raiva deles e você ainda me pergunta o que foi? – Acho que seria melhor eu não ter perguntado...

  - Di... Eu sei... Eu sei disso... Mas... Eu to sofrendo não vê? – Eu realmente estava mal. Colocando os pesos na balança. O olhar de Tom me preocupou quando ele estava conversando com a Patrícia. Suspirei pesadamente, encostando a cabeça no banco, mas lembrei de algo que tinha esquecido de avisar. “Kwimii” Eu fiquei desesperada! E agora? Ela tava sozinha na festa com o Bill e... E...   - Calma! Eu a avisei! – Por sorte ele parecia mais relaxado, mas ei! Com ele não tenho privacidade não?

  - Não! Depois do que aconteceu... Vou velar o seu sono para que não tenha pesadelos... – Um sorriso enorme brotou nos meus lábios quando ele virou o rosto dando meu sorriso torto preferido. Ele ia dormir ao meu lado. Desde quando nos conhecemos ele tem esse lado protetor comigo, ou seja, sempre quando eu estava com medo ou nervosa demais para dormir, ele dormia comigo e embalava o meu sono. Eu sei! Como alguém consegue embalar o seu sono se a pessoa acaba dormindo também? Acontece... Que essa família não é normal. Drops tem 4 personalidades distintas dentro dele e o cabelo muda de cor sempre que uma dessas personalidades assume o controle, Sasa é uma vampira que tinha o controle do fogo, a vampira que havia me transformado em uma e Edward também era um, porém ele conseguia ler a mente. Eu? Eu não tinha poder nenhum... Mas acho que essa facilidade para fazer amizades e arrumar confusão pode contar não pode? Edward não dormia, mas eu sim... Ele mesmo dizia que eu parecia mais humana do que vampira... Deve ser por isso que ele é protetor demais comigo...

  Olhei para frente, tentando prestar atenção onde estávamos e reparei que estávamos indo para a casa dele e não a minha...

  - Di! Eu quero ir pra casa! – falei ríspida

  - Mas estamos indo! – Ele pareceu confuso... Confuso? “Viva! Consegui fazer ele confuso”. Ri comigo

  - Pra minha casa! – destaquei a palavra minha

  - Ah! Claro! Mas, não quer ver a mãe e o pai? – Quando tocou neles, lembrei que sentia falta deles, não via eles a uns dias, mas logo balancei a cabeça que não queria. “Eu quero conversar com o meu pai e dormir Di...” Minha voz estava suplicante em pensamento. Ele pareceu compreender.

  - Vou pegar uma troca de roupa. Não quero que os vizinhos pensem outras coisas quando me virem com a mesma roupa – “Eca! Como ele ainda consegue pensar nisso?” Talvez os homens tenham uma facilidade para pensar em sexo... Ele riu do meu pensamento e eu suspirei, revirando os olhos... Ele não ia me deixar ter privacidade...

  Fiquei no carro esperando enquanto ele ia pegar uma roupa. Então ouvi uma batida no vidro, olhei assustada para ver quem era, mas era apenas minha mãe Sasa. Estava tão distraída que não ouvi ela se aproximar. Abri a porta do carro e ela me recebeu em um grande abraço.

  - Que história é essa de vir aqui e não ver sua mãe e seu pai? – Ouvi a voz de Drops logo atrás dela, sorri para ele e assim que ela me liberou do abraço, dei um forte abraço nele.

  - Desculpa... Eu só queria ir pra casa e dormir... – Disse sussurrando, completamente envergonhada pela decisão errada.

  - Aqui é sua casa também querida. – Sasa... Sempre doce comigo. Considero-a como minha mãe mesmo.

  - Eu sei... Mas queria passar um tempo com o meu pai... Não o vejo desde o ano passado... – Dei um sorriso tímido e eles pareceram entender

  - Pede pra ele dormir aqui também. É bom ter as duas famílias reunidas de vez em quando... – Novamente a Sasa acertou tudo... Decidi conversar sobre o que se passou com meu pai depois, peguei minhas coisas e entrei na casa junto com meus pais adotivos.

  - Ham... Posso ligar pra ele, mãe? – Apesar de estar a cinco anos com eles, ainda não me acostumei, acho que é porque não sou mesmo filha direta deles...

  - Claro bebe – Eu sempre serei uma bebe pro meu pai? Não sei por quê... Mas aquilo me deixou feliz por dentro.

  Disquei o numero de casa e logo que meu pai atendeu, pedi para que ele viesse dormir na casa do Drops e da Sasa. Ele pareceu gostar da idéia... Meus dois pais eram famosos por suas incontáveis conversas sobre... Jogos de computador... Suspirei alto, revirando os olhos quando desliguei o telefone. Edward apareceu bem na hora e riu do meu pensamento. Ok. É hoje que ele não larga do meu pé... Quer dizer... Da minha mente!

  Não demorou muito pro meu pai chegar, sentamos todos na sala e logo começamos a conversar sobre coisas banais. Aquilo estava me distraindo, os pensamentos de minutos atrás já haviam sumido e quando olhei no relógio percebi ser mais da 00h. Levantei em um salto

  - Meu Deus! Amanha ainda tenho aula! – Logo senti Edward levantar ao meu lado, segurando em meu ombro.

  - Calma... Você vai ter uma boa noite... – Ele disse naquela voz de veludo que me deixava calma

  Sorri e me despedi de cada um com um beijo no rosto, somente Drops queria me dar um beijo na boca. Eu sei... Meu pai adotivo é pedófilo. Só medi a mão na cara dele e Edward olhou-o repreendendo, acho que enquanto Edward estiver ao meu lado, ele não vai tentar mais nada...

  Corri para o meu quarto. Estava do jeito que eu havia deixado... O guardaroupa enorme junto com um closet em uma das paredes, uma escrivaninha com meu laptop em cima, uma penteadeira e uma estante com vários livros e cd’s Minha cama de casal ficava no meio do quarto e não dava para ver muito bem o que tinha no meio por causa do véu que cobria ela. Sorri por me sentir em casa e logo fui para o banho enquanto Edward sentava-se na minha poltrona ao lado da estante.

  Demorei no chuveiro, a água quente me acalmava e demorei em fazer minha higiene antes de dormir. Quando entrei no quarto vestindo minha camisola verde esmeralda, Di estava lendo meu livro Crepúsculo. Rapidamente voei até ele, tirando o livro e guardando na prateleira, junto com os outros três.

  - Por quê? – Ele me perguntou com inocência... Eu... Eu nem sabia a resposta... Eu tinha ciúmes dos meus bebes e eles eram um deles, fora meus bichinhos de pelúcia em uma prateleira na parede... – Ciúmes? – Ele me disse presunçoso. Revirei os olhos e fui deitar.

  Ele levantou e me seguiu, tirando o tênis e a blusa, deitando-se ao meu lado e me aninhando em seus braços. O corpo dele era frio e me ajudava a acalmar com a noite quente... Meus pensamentos voaram novamente para Tom, o que fez Edward contorcer o nariz, mas sem dizer nada, apenas acariciando meus cabelos dourados.

  - Durma bem, Pe... – Ele disse novamente na voz de veludo e cantarolou uma canção de ninar, eu... Rapidamente apaguei.

  Então... Eu estava entrando na sala e achei um lugar ao lado do meu irmão Edward. Corri até onde ele estava, porém, quando eu iria arrumar o banquinho, Tom apareceu e tomou o banquinho, mas eu não larguei e olhei confusa para ele. Ele sorriu, debochando de mim, dizendo palavras ruins das quais eu não me lembro. Me xingou em voz alta e logo depois ergueu meu braço dizendo:   - Essa é a MINHA Pe! Meu brinquedinho! Ninguém irá tomar ela de mim! Somente se eu enjoar dela e passar para qualquer ai – Aquelas palavras atingiram meu coração, despedaçando-o. Meu mundo girou, ouvi a voz de Thalles dizer: “Eu avisei”. Eu queria fugir, comecei a correr, mas Tom ainda me segurava fortemente, logo atrás de mim. Tentando tirar minhas roupas enquanto falava:   - Você é meu brinquedinho... Meu brinquedinho e de mais ninguem. Deixa eu brincar com você, deixa eu te fazer gritar de prazer... Então eu deixo o Thalles ficar com você... Mas sua virgindade... É minha! – Eu queria chorar, ele só podia estar brincando, aquilo só poderia ser um sonho... Um sonho não... Um pesadelo! Eu queria acordar, eu queria abrir os olhos, mas não conseguia... Gritei por Edward, mas minha voz falhou... Eu não conseguia falar e Tom tirava minhas roupas cada vez mais. Então Tom começou a me sacudir freneticamente, e me chamou com uma voz de veludo que não era dele.