- Mad! – gritou Ariel.
Ariel, era minha irmã mais nova, era a mais doce e meiga, todos adoravam, e eu admirava-a. Eu amava muito aquela pirralha.
- Oi Ari – respondi sem animação dando um sorriso fraco.
- Mad o que foi? Você está com os olhos inchados, e vermelhos... Está com conjuntivite? – brincou ela, e dei um sorriso.
- Tô assim, chega mais perto que eu passo pra você haha – disse correndo atrás dela, que gritava.
Corri até ela cair no sofá e eu fazer cócegas nela, ela ria e implorava para parar, mas como eu sou má, continuava até ver que ele começará a ficar roxa.
- Ufa achei que ia morrer! – ela disse ainda sem fôlego.
- Vou subir daqui a pouco eu volto para continuar minha vingança, muahahaha – ri maléfica.
Subi deixando a pequena na sala, e fui ao meu quarto, considerado uma ruína pelos meus pais.
Tênis jogado no chão, roupas sujas caindo do guarda roupa, roupas limpas amassadas, pôsteres das minhas bandas preferidas nas paredes. Minha guitarra jogada perto da porta, vários outros objetos jogados por aí.
Minha mãe diz que eu sou pior que um garoto desorganizado, mas na real... Eu amava minha bagunça, porque essa é minha zona de conforto, e além do mais já estou acostumada de tudo bagunçado, pois assim fica mais fácil de achar algo. Ninguém insano suficiente para tentar arrumar, pois sabem que eu mato o infeliz sem dó e nem piedade.
Fui ao banheiro tomar um banho, precisava fugir das sombras do passado, ou pelo menos esquecer um pouco.
Sentei-me na banheira e lá fiquei um tempo. A água que estava quente esfriou, meus dedos estavam todos enrugados, e percebi que fiquei tempo demais ali.
Voltei a minha zona da bagunça e procurei algo confortável para vestir, peguei uma regata preta do Iron Maiden, e uma calça moletom.
Por sorte hoje o dia não estava tão quente, apesar que em Óregon, tudo é ameno.
Moramos em Jordan Valley, num bairro não muito agitado, gosto muito daqui, eu não mudaria por nada.
Me vesti, e fiquei me olhando no espelho, eu não tinha um corpo estrutural, não como as líderes de torcida, mas também não era obesa e não chegava a ser anoréxica.
Olhei para as cicatrizes dos meus pulsos e antebraços.
- Mad vem almoçar!! – gritou Ariel.
- Já vou – gritei de volta.
Fui a gaveta do meu guarda-roupa onde escondo minhas coisas, e lá encontrei uma gilete. Olhei novamente para os meus pulsos, que se recuperavam de alguns corte feitos recentemente, a gilete brilhava com o Sol batendo nela, e fiquei ali por alguns segundos admirando-a.