Marca Negra escrita por Pikenna


Capítulo 6
Bartemius Crouch Jr


Notas iniciais do capítulo

Depois de um surto de criatividade, finalmente venho postar outro capítulo da minha fanfic. :D Dessa vez sobre o comensal Bartemius Crouch Jr. Espero sinceramente que gostem. CONTÉM SPOILER para quem não leu/viu o quarto livro/filme da série Harry Potter. Muita coisa aqui foi inventada por mim e pela minha amiga Gabs que tem o Barty como char de RPG. E sério, esse foi um dos capítulos que mais gostei por causa do final filosófico -qqq



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Marca Negra

Escrita por Rebeca

Bartemius Crouch Jr

Bartemius Crouch Jr, o filho de um importante bruxo. Você não queria seguir os passos do seu pai, pois o odiava. Tinha um ódio desconexo por aquele que colaborou para o seu nascimento. Queria retirar de si qualquer semelhança com ele. Só não podia mudar o nome. Essa merda de nome! Quanta revolta Bartemius! Foi por causa dessa revolta, desse sentimento pesado que carregava dentro de si, que a casa de Slytherin o acolheu. Você tinha sede de poder. Tinha ganância. Uma ambição descontrolada e inexorável. Queria mais. Queria tudo. Queria governar. Queria poder. Queria matar. Ah você queria sim! Torturar e matar. Matar e torturar. Louco. Completamente louco. Nasceu assim. Seu pai não podia consertá-lo. Estava completamente quebrado. Um filho estragado. Ele deveria tê-lo deserdado, ou quem sabe tê-lo trancado no St. Mungus. Lá era seu lugar! Seu pai sabia disso, mas não havia coragem no homem para tomar tamanha atitude, pois não queria magoar a esposa.

Sua mãe! Ah sua pobre mãe! Tão enferma, tão dócil, tão ingênua. Ela o amava tanto. Ela o queria perto dela. É por causa dela que seu pai tomou atitudes drásticas. Mas não antecipemos a história! Vamos por partes. Falemos de sua brilhante passagem por Hogwarts! Era o menino problema. O garoto que amava umedecer os lábios com sua língua, passando-a por eles, feito cobra. Amava tanto o símbolo de sua casa que queria imitá-lo. Louco, como disse. Dumbledore sempre mantinha seus olhos pequeninos sobre você, observando-o e você sabia disso, mas não se importava. Causava no castelo. Seu passatempo favorito? Ah! Esse é fácil! Amava fazer brincadeiras nada inocentes com os nascidos trouxas! Oh me desculpe, enganei-me quanto ao modo de chama-los. Como queira, como queira. São sangues-ruins. Você os odiava. Escória. Não tinham o direito de estudar em Hogwarts. Não. Precisavam serem castigados. E vocês os castigou, ao lado da menina sociopata April Selwyn. Deixaram uma pobre sangue-ruim pertencente a casa da bondosa Helga Hufflepuff na floresta proibida em noite de lua cheia. Sabiam o que a estava aguardando. Filhotes de lobos, filhos de lobisomens, ou até mesmo, um lobisomem pronto para abocanha-la.

Cruel. Você era completamente cruel. Não havia um resquício de bondade no seu coração. Falante. Era muito tagarela, mas também não falava nada de interessante, tudo que saia de sua boca era merda e mais merda, ou então música! Você amava cantar. Músicas transbordando sarcasmo. E quando você resolvia rir de alguma piada ridícula contada por seus amigos? Gargalhadas infindáveis. Esse era o único momento em que lágrimas saiam de seus olhos caramelos. Dois grandes caramelos que ninguém queria provar. As meninas que ficavam com você ou eram tão loucas quanto, ou coagidas. Sim, você coagia. Não diga que não! Nunca se apaixonou. Nunca amou. Até o momento que topou com ela, Alecto Carrow. Um ano mais velha. Silenciosa. Raramente ouvia-se a voz dela. Inalcançável. Perigosa. Ah! Aquela jovem lhe chamou a atenção. Você queria provoca-la, como de costume. Não tinha medo da morte. Não tinha medo de nada. Então o fez. Chamou-a de muda e começou a conversar com ela por meio da linguagem dos surdos e mudos. Esperava que ela pegasse sua varinha e lhe torturasse no meio da festa de Bellatrix Black. Mas não! Ela quebrou suas expectativas.

Alecto Carrow, uma caixinha de mistérios, começou a responde-lo na linguagem dos surdos e mudos. Não falou durante a festa inteira, jogando contigo. Aquilo o atiçou, sim. Ela foi, portanto, sua dupla na batalha do labirinto pela sorte líquida, chamada de Felixis Felicis – presente de Slughorn para agradar Bellatrix e Rodolphus que faziam sua festa de noivado. Você, com suas ideias mirabolantes, inventou de animar aquela festa tediosa em que pessoas apenas conversavam enquanto bebiam. Apesar de ser um falante nato, você gostava de agito. Resolveu dessa forma, agitar. Propôs a batalha no labirinto e, surpreendentemente, Alecto propôs ser sua dupla. Era uma batalha em duplas afinal. Claro que não pôde recusar tamanho convite praticamente imposto, porque ela disse que lutariam juntos e ponto final. Não abriu chances para uma discussão argumentativa. Desconfiou daquele ato, pois não era ingênuo como sua mãe, era esperto com o pai. Sabia que Alecto estava tramando algo.

Bingo! Você acertou. A menina Carrow tentou azará-lo pelas costas, mas você antecipou isso, se prevenindo de modo a impedi-la de concluir seus planos. Odiava quem cometia tamanho ato vil. Se for para atacar, que seja pela frente. Você poderia ter derrubado a garota e continuado sozinho, mas esse tipo de castigo não era do seu feitio. Ameaçou-a, portanto, dizendo-lhe que não a perdoaria numa próxima vez, enquanto uma de suas mãos perpassava pelo corpo feminino por debaixo do vestido, tocando uma região sensível à mulher: o seio. Apertou-o, ao passo que palavras ameaçadoras saiam em um sussurro de seus lábios em direção aos ouvidos de Alecto. Depois a soltou e começou a cantar, percorrendo o labirinto em busca de adversários para derrubar. Sabia também que Carrow não o escutaria e, depois daquela atitude insana, ela procuraria um jeito de se vingar. Ela não fazia o tipo de garota submissa como Elena Bardfield, pelo contrário, ela como um lince, silenciosa no momento de atacar sua presa, não se subjugando a ninguém.

Novamente, você estava certo. Duelaram no labirinto, venceram todas. Funcionavam bem juntos. Tinham sincronia e aquele mesmo desejo medonho nos olhos de queimar todos, de derrubar cada peão que entrasse na frente de vocês. Alcançaram o final do labirinto, onde pairava brilhante a poção Felixis Felicis ao lado de um saco de quinhentos galeões. Correram para apanhar a sorte líquida. Duelaram entre si. Feitiços ricochetearam dentro do labirinto. No fim, Alecto venceu, derrubando-o no chão quando quase pôs seus dedos no vidrinho milímetros a sua frente. Cordas surgiram por todos os lados, o amarrando ao chão. Alecto ria, zombando de você. Um ódio o consumiu perante as gargalhadas da mulher. Ela se aproximou de si e, como vingança, torceu-lhe o membro responsável pela reprodução, ou seja, seu pênis. Apertou com força para lhe causar dor, porém, você apenas gemeu de prazer, provocando-a ainda mais. Pediu para ela não parar que ela era boa. Como sempre, nas provocações, não dava o braço a torcer, você iria vencer, porque ao menos nisso era bom, muito bom. Realmente Crouch, a morte nada lhe causa. Perguntei-me diariamente enquanto o observava, do que você tem medo? Eu descobri depois de muito pensar e analisar. Todo ser humano tem algum medo, por mais insensível que ele seja. Você tinha medo de si próprio, pois quando olhava no reflexo via a imagem desprezível de seu pai.

Quando o jogaram na cela de Azkaban por ajudar a torturar os Longbottom com Bellatrix e Rodolphus, os Dementadores ao lhe sugar resquícios de felicidade, você gritou ao mesmo tempo em que gargalhava, porque dentro da sua mente você se via incansáveis vezes se aproximando de si próprio com um sorriso sádico no rosto. Que medo mais complexo e, devo dizer, muito interessante! Nunca vi alguém ter medo de si mesmo até aquele momento. E sim, eu avancei na história. Vamos retroceder um pouco para aquele lúgubre dia em que você, ao lado do casal Lestrange, resolveu fazer uma rápida visita a Alice e Frank Longbottom a mando do amado Lorde das Trevas, por quem você era completamente devoto. Obtendo sucessos em todas as missões que cumpriu, você conseguiu o respeito da famosa Bellatrix Lestrange, a loucura em pessoa. Mesmo sendo alguns anos mais novo que ela e o marido, você obteve o posto de melhor amigo dela e acabou por ganhar uma missão com o casal. Ela ficou deslumbrada com sua inteligência e esperteza, sua sede de poder, sua vontade ilimitada de matar, seu desejo pulsante de torturar que queimava nos seus olhos caramelos, sua coragem insana de peitá-la e não se curvar para ela. A maioria tinha medo de Bellatrix, você não, pois você não temia a morte, tão pouco a tortura. Você só temia a si próprio.

Naquele fatídico dia, saiu ao lado dela e Rodolphus para brincarem de tortura com os Longbottom. Invadiram a casa deles, duelaram bravamente, mas no fim, mesmo após se ferirem, vocês conseguiram derrubá-los, afinal, eram três contra dois. Possuíam a vantagem. Contudo, você admitiu em silêncio mental que Alice e Frank não eram dois fracotes bobões como pensou. Eram exímios duelistas. Deram trabalho afinal. Muito trabalho. Primeiro o homem. Você foi o responsável por tortura-lo. A maldição Cruciatus era que mais apreciava. Utilizava-a com maestria. Torturava Frank e gargalhava em êxtase puro. O fio laranja saindo de sua varinha após pronunciar com prazer “Crucius” fazia seus olhos brilharem em júbilo. Torturou-o até a insanidade, mas dele não conseguiu arrancar a informação desejada: a localização de Neville Longbottom, o filho dele e de Alice. Então, deixou a mulher para Bellatrix, que foi além da tortura por meio da maldição. Bellatrix, diferentemente de você, brincava com a presa. A mulher usou de unhas e dentes para também torturar Alice Longbottom, enfiou a própria varinha com violência desmedida nos braços, pernas e outras partes do corpo da bruxa em seu domínio. Bellatrix era a personificação da loucura.

Torturam o casal até que eles chegassem a loucura, já nem sabendo mais quem eram. Não obtiveram êxito na missão. Para piorar, a maldita Ordem da Fênix havia descoberto que passaram para visitar os Longbottom. Você conseguiu aparatar a tempo, fugindo, mas Bellatrix e Rodolphus não escaparam. Lutaram bravamente, mantendo-se leais ao Lorde até o fim, porém, foram capturados e jogados em uma cela fétida e gélida de Azkaban. Você se safou, por enquanto. Com sua enorme cara de pau, retornou para a casa de seus pais quando o seu Lorde que tanto admirava caiu, sendo derrotado por um estúpido e fraco bebê. Não entendeu como isso pôde ter acontecido, afinal, Voldemort era incrivelmente poderoso, imbatível. Fingiu que o tempo que passou longe de seus pais foi porque estava viajando pelo mundo para conhece-lo. Essa foi a grande mentira que contou a eles quando voltou para casa como um cachorro com o rabo entre as pernas. Sua mãe nada desconfiou, mas seu pai ficou com aquela pulga de hipogrifo atrás da orelha. Ele o conhecia bem para saber que estava mentindo. Sua cara de pau foi maior ainda quando aceitou ir com seu pai ao julgamento de Igor Karkaroff, um comensal que foi seu colega nos tempos de glória do Lorde das Trevas. Nunca passou pela sua mente que Igor contaria ao júri que você ajudou na tortura dos Longbottom? Agora você demonstrou que também havia herdado a ingenuidade de sua mãe.

Igor o entregou, dizendo que você era um comensal que participou da tortura dos Longbottom. Quando seu pai perguntou se era verdade, você passou a língua pelos lábios e admitiu, gargalhando como um louco. Então seu próprio o pai o mandou para Azkaban, condenando-o a uma prisão perpétua. Sabe por que ele o fez? Porque Bartemius Crouch também amava o poder, era capaz de tudo por ele, extremamente ambicioso. Não vê as semelhanças? Bartemius Crouch Jr é exatamente Bartemius Crouch. Vocês são idênticos, por mais que tente mudar isso, por mais que odeie isso. Tal pai, tal filho. Filho de sereiano, sereianozinho será. Aceite, Bartemius, dói menos. Seu pai era um homem implacável e, portanto, não teve nenhum problema em fazer a justiça, condenando-o a Azkaban pela eternidade. Dementadores lhe arrancavam os fios de felicidade, fazendo-o alucinar consigo mesmo. Foi uma tortura sem fim até que milagrosamente seu pai o retirou de Azkaban sob sigilo completo. Sua fuga foi um sucesso, mas ficou sob a maldição Imperius que seu pai lançou sobre você para em vão tentar controla-lo. Sabe por que ele o salvou daquela cela solitária criadora de lunáticos? Porque sua mãe pediu a ele. Estava enferma, no fim da vida. Ela o implorou para ver pela última vez o filho que tanto amou. Sim, Bartemius, ela o amou. Ela e Alecto foram as únicas que o amaram. Seu pai aceitou por amor a ela, não por você, porque você o enojava. Ele o havia deserdado. Não era mais o filho dele. Tinha vergonha, asco, ódio do filho. Irônico não? Pois você sentia o mesmo por seu progenitor.

Sob a capa da invisibilidade, trancafiado dentro de casa no porão, você ficou dias sem saber do mundo, sem olhar para a luz. Todavia, esses dias de escuridão chegariam ao fim e chegou. Graças a elfa doméstica Winky, você foi liberto por seu pai que permitiu que você fosse à tão famosa Copa Mundial de Quadribol. Aproveitou aquela oportunidade para escapar do controle e poderio de seu pai, roubando uma varinha e conjurando a Marca Negra. Sentia raiva em relação aos seus antigos colegas comensais que estavam livres por ai e nada fizeram para ajuda-lo durante o tempo que ficou sob os domínios de seu pai, abandonando-o. Os odiava por isso. Odiava a todos. A elfa Winky que foi a responsável por vigiá-lo, ordenada por seu pai, recebeu também seu castigo. Você a deixou no local em que a Marca foi conjurada, expulsando-a de casa em uma atitude de pura raiva, demonstrando seu lado negativo e implacável. Novamente, não vê as semelhanças gritantes entre você e seu pai? Não adianta negar, Bartemius, você é uma cópia dele. Carrega até o mesmo nome. Isso Bartemius! Se odeie também. Odeie tudo e todos. O ódio é o que move você afinal.

Sua primeira vontade foi de ir atrás de Alecto, a única que amou de verdade, trancafiada em Azkaban, contudo se segurou. Ao saber do retorno do Lorde, você voltou para ele, jurando sua lealdade. Então ele o mandou para Hogwarts a fim de vigiar Harry Potter, o famoso bruxo que venceu Voldemort. Você seria o responsável por trazer aquele adolescente de quatorze anos para o seu Lorde. E você o fez. Só falhou uma vez em missão, aquela em que tentou arrancar a localização de Neville Longbottom dos pais dele. Essa última missão, você não fracassou. Se tornou o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, tomando o lugar do auror Alastor Moody ao se passar por ele por meio da poção polissuco. Ensinou sobre as maldições da morte para os alunos. Colocou o nome de Harry no cálice, utilizando-se de magia negra para confundir aquele objeto sagrado. Ajudou o jovem a vencer cada etapa do torneio, a fim de evitar a morte do mesmo. Assegurou-se de torna-lo o campeão tribuxo, fazendo com que ele pegasse naquele troféu ao fim do labirinto. O troféu não passava de uma chave de portal que levou o famoso bruxinho para o cemitério onde Voldemort com Wormtail esperavam-no. Você permaneceu em Hogwarts, sem saber o que se passava no cemitério, ansioso por informações.

Além disso, no meio do processo, obteve o prazer de matar o próprio pai que havia escapado da maldição Imperius do Lorde das Trevas, correndo solitário pela floresta proibida a fim de contar tudo a Dumbledore. Seu pai iria estragar seus planos, como sempre. Então, com o ódio o consumindo, o assassinou a sangue frio. Bartemius gritou por perdão, implorou para ser liberto, chorou amarrado a uma árvore qualquer daquela floresta medonha, mas em você não havia um pingo de compaixão. Matou-o com o maior medo dele, medo de cobra. Soltou uma cobra próxima a ele, que caminhou pelo corpo de Bartemius que estremeceu, gritou, implorou, o medo pungente em seus olhos. Você gargalhava diante daquela cena. O coração do velho começou a bater rápido demais, o pavor cobrindo-o por completo. Então seus olhos se fecharam para sempre. Teve um ataque cardíaco e não foi capaz de sobreviver. Você havia completado seu maior desejo: o de liquidar seu progenitor. Seu sonho finalmente tinha se realizado. Retirou as cordas do pai, desparecendo com elas e depois soltou a cobra no meio da floresta para destruir qualquer prova que o entregasse. Estava feito. Bartemius Crouch estava morto.

Achou que fosse sair impune de todos esses atos vis que cometeu, Jr? Não! Seria pura inocência! Não era tão ingênuo assim, era? Foi pego em Hogwarts, descoberto por Harry e por Dumbledore que junto com Snape encurralou-o. Aquele traidor do Snape. Deveria tê-lo ajudado a escapar, era o que pensava. Contudo, não foi o que de fato aconteceu. Severus o mandou diretamente para a torre mais alta de Hogwarts, trancafiando-o lá até que chegasse o dia da sentença final de seu julgamento: o beijo do dementador. Ninguém sobrevivia àquilo. Era a pior sentença que um bruxo podia receber. Parabéns! Você foi um dos bruxos especiais que ganhou de presente o delicioso beijo do dementador. Não tinha medo de nada, certo? Certo. Quando aquele dia chegou, você não teve medo, não sentiu nada. Apenas rogou praga a todos, gargalhando. Pediu que dissessem a Alecto que ele a amava. Desejava lá dentro, no fundo do peito, que ela o vingasse. E ela o faria. Sabia que faria. Lembrou-se rapidamente de seus momentos com ela, as carícias trocadas; sentimentos intensos que partilharam; a boneca queimada no inverno assassino da Rússia, local onde tiveram pela primeira vez o treinamento para serem comensais; brigas que tiveram com direito a feitiços se encontrando e estourando no ar; os apelidos toscos que locaram um no outro: Lelezinha e Barty-Barty; o dia em que finalmente disseram juntos aquela frase que sempre julgaram idiota e desnecessária: eu te amo.

Então o beijo veio, nojento, forte, implacável como o inverno. Sentiu sua alma ser sugada aos poucos, enquanto uma dor descomunal o preenchia, torturando-o mentalmente. Viu um monte de Bartemius Crouch Jr rindo de você, se viu condenando a si próprio. O medo passou em seus olhos caramelos. Você se debateu, um grito mudo ecoando pelo seu corpo, seus olhos imploravam para que o beijo cessasse, mas não cessou. O beijo demorou. A tortura foi eterna. Sua alma foi sugada. Você morreu. Restou apenas um corpo oco, sem vida, sem medo, sem desejo, sem lembrança, sem nada. Você se tornou um nada, agora já não era assim tão parecido com o seu pai, pois era um recipiente vazio, um recipiente que matou e torturou milhares de inocentes, bruxos e trouxas, na primeira guerra que Voldemort criou.

Você finalmente não tinha mais medo de nada, porque o nada não pode temer coisa alguma.


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