Marca Negra escrita por Pikenna


Capítulo 3
Rabastan Lestrange


Notas iniciais do capítulo

Pronto meu povo, postei mais um capítulo. :D E dessa vez sobre o irmão caçula do Rodolphus. E sim, eu shippo Marlene e Rabastan. Fuck o Sirius, ele é do mundo já falei. Não revisei, digitei na hora mesmo e postei. Espero que gostem. :D Comentários construtivos sempre são bem vindos. *-* Não sei qual Comensal será o próximo, ainda estou avaliando. ;D



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Marca Negra

Por Rebeca

Rabastan Lestrange


O amor é um sentimento aterrador não é mesmo Rabastan? Ele chegou sem avisar e tomou posse de sua mente e coração. Você se sucumbiu a ele quando a viu pela primeira vez aos onze anos. Ainda era uma criança e por isso não entendia muito bem a profundidade do que passou a sentir ao trocar meras palavras com ela. Achou-a engraçada com aquele nome sem graça que era extremamente comum, o que não condizia com a personalidade incomum dela. Antagônico, não é? Mas tudo em vocês era antagônico. Mesmo pertencendo ao mesmo mundo da nobreza, ambos eram extremamente diferentes. Suas virtudes destoavam. Ela era o dourado e você o prata. Ela era o sol e você o Icaro que voava em direção a ele, prestes a se queimar. E você se queimou no fim, não foi? Perdeu suas asas com o fogo abrasador e destruidor dela. Ela foi sua ruína. Sabia que Marlene McKinnon também foi objeto de cobiça de seu irmão? Ele a amava Rabastan, tal qual você. O que ela tinha de interessante afinal que conseguiu inebriar a mente dos dois irmãos Lestrange? Era apenas uma garota de nome sem graça e de personalidade forte.


Ah Rabastan! Você foi um pobre tolo digno de piedade. Todos lhe escondiam segredos, parecia que ninguém confiava em você ou então o excluíam das confissões. Por que será? Você se perguntava diariamente e a resposta nunca lhe foi dada. Morreu com essa dúvida. O que não sabia era que tentavam lhe poupar de verdades cruéis e dolorosas que você certamente não suportaria ouvir. Viam-no como a parte fraca da família. Tinham receio de que você não honrasse seu sobrenome. Mas você o honrou no fim, claro que honrou! Você não deixaria que seu irmão levasse a fama e fosse o único Lestrange a ser condecorado com prêmios ou elogios. Queria ver o orgulho nos olhos de seu pai ao falar sobre você, assim como era com Rodolphus. Desejava ser reconhecido. Estava farto de ser apenas uma sombra, não é? A sombra do seu irmão mais velho. Todos o comparavam a ele. Quando o reconheceriam afinal? Nunca, Rabastan! Não compreende? O primogênito será sempre mais importante que o caçula.


E você o odiava por isso, não é? Que culpa tinha seu irmão? Ele era uma mera vítima da parte nobre da sociedade bruxa. Sabia que ele o amou até o último minuto de sua vida miserável apodrecendo em Azkaban? Rodolphus o via como um irmão amigo, ao passo que você o enxergava como um estorvo. Você o invejava silenciosamente, fingindo o tempo todo que gostava dele. O odiava no fim. Era sempre ele, sempre. Esforçava-se para vencê-lo, para superá-lo, mas nunca obteve sucesso não é? Como competir com um gênio? Ele era um prodígio e você um alguém qualquer. Não passava de um aluno normal com dificuldades em poções e facilidade em feitiços. O que você nunca soube Rabastan, é que você o derrotou uma vez. Teve o coração de Marlene para si. Seu irmão perdeu para você no jogo do amor. Era você quem ela amava. Só possuía olhos para você. Contudo, você nunca soube disso, não é mesmo? Rodolphus nunca lhe contou sobre sua paixão secreta. Ele levou esse segredo para o túmulo.


Inveja é um sentimento tão destruidor quanto o ódio ou o amor. E você carregava os três. Como suportou? Como foi capaz de aguentá-los? Era para ter se autodestruído. Entretanto, apesar deles terem lhe consumido aos poucos de uma forma dolorosa, não foram eles que o levaram a total desgraça. Você caiu por ser fraco e um verdadeiro covarde. Um nato Slytherin. Determinado a superar seu irmão, ambicioso para alcançar o topo, um medroso a ponto de fugir para salvar a si. Nas duas guerras Rabastan, quando o seu Lord decaiu e levou consigo muitos de seus fieis seguidores, você não honrou seu sobrenome tal qual Rodolphus. Você correu para longe para não enlouquecer em Azkaban. Como um andarilho, você mudou várias vezes de cidade para que não o encontrassem. Sabia que seu irmão esperava que dividisse a cela com ele? Pobre Rodolphus, nunca desconfiou do tipo de que pessoa que você foi, Rabastan. Sempre pensando o melhor de você, ao contrário de você que o julgava da pior forma possível devido a terrível inveja causadora principal de todo o seu rancor em relação ao seu irmão mais velho.


O que de bom você fez nessa sua vida medíocre, Rabastan? Absolutamente nada! Seu dom era o de invejar os outros. Invejou Augustus e seu excelente desempenho em poções, invejou Mulciber e sua facilidade com azarações, invejou Bellatrix com sua destreza em usar a maldição Cruciatus, invejou Rodolphus por se tornar o general dos Comensais, invejou Bartemius com seu bom humor até nas horas mais inapropriadas, invejou a todos ao seu redor, menos ela. Você não a invejava, você a admirava. Amava quando ela lhe sorria mostrando todos os dentes brancos e aquele sorriso contagiante e matreiro era apenas seu, totalmente voltado para você. Gostava de ouvir sua voz melódica lançando-lhe provocações para testá-lo e retrucá-lo. Achava-a tão petulante! E ela era! E isso era o que se destacava nela, além de sua bela aparência. Apreciava observar aqueles olhos azuis que lembravam duas bolas de safira. Eram maravilhosos e sempre alegres, diferentes dos seus negros repletos de rancor. Ela exalava vida, enquanto você era rodeado por ódio.


Marlene McKinnon. Uma puro-sangue com quem conviveu durante sua infância quando a encontrava em alguma festa da alta nobreza. Ela era rica tal qual você. E ainda assim eram distintos em demasia. Formaram um casal clichê. Gryffindor e Slytherin. Integrante da Ordem da Fênix e um Comensal. Sol e lua. Luz e escuridão. Você odiava clichês, não é verdade Rabastan? E acabou vivendo um. Questionava-se o porquê de terem que seguir caminhos diferentes se ambos vieram de berço de ouro! Ah Rabastan! A família dela podia ser influente no mundo bruxo e ter muitas posses, mas eles se preencheram de bons valores e preceitos que você jamais vai compreender! Isso fez toda a diferença. Isso foi o que abriu o abismo entre Marlene e você. Ela defenderia o lado que julgava ser o certo, não dando a mínima importância para o sobrenome que carregava, totalmente ao contrário de você, Rabastan, que tanto prezava pelo Lestrange que lhe fora agraciado e necessitava honrar. Você não a entendia e nunca chegou a entender. Deixou-a para seguir seus ideais. Fez a escolha errada. Bem que o chapéu lhe avisara Rabastan para ter cuidado com os sentimentos que alimentava dentro de si. Foi por causa deles que se subverteu.


Você não queria se separar dela e ela lhe prometera que ficariam juntos, que não o abandonaria. Promessa quebrada. Marlene jamais seria capaz de trilhar o mesmo caminho que você, Rabastan. Um caminho sombrio e sem retorno. Você se afundava no ódio e no rancor. E ela não era mais capaz de ajudá-lo a retornar para a luz. A escuridão o tomou por completo. A marca negra ardia em seu braço. Qual o motivo mesmo que o levou a fazer parte dos Comensais? Afinal de contas, você não se importava com os sangues-ruins, era apenas a escória que o mundo carregava. Você não ligava realmente para as palavras proferidas por Voldemort. Você apenas queria provar o seu valor aos seus pais, honrar o sobrenome, superar Rodolphus. Tudo era por causa de seu irmão. Entrou naquele destino por culpa dele. Era sempre ele. Você o culpava pelo modo como acabou, um moribundo vagando sem destino, perdido de sua família, enlouquecendo ao ver miragens de Marlene na sua frente. Cresça Rabastan! Quem cavou a própria cova foi você.


Tinha tudo para brilhar, tudo para superar seu irmão, tudo para ficar com ela. Era só escolher o lado dela. Mas os sentimentos que se mesclavam dentro de si, apagando aquilo de bom que guardava no âmago de seu ser, tomaram conta de sua mente. Seu coração foi totalmente dominado pelo rancor. Rancor! Quer sentimento mais ruim que esse para se guardar? Você foi avisado Rabastan, não adianta reclamar! E foi você quem a deixou morrer. Oh sim! Podia tê-la salvo. Sabia dos planos do Lord para ela. Por que então não contou? Por que não a salvou da morte iminente? Porque você estava com raiva dela por ela não tê-lo escolhido. E por que haveria de escolher? Rabastan, não seja egoísta! Você também tinha o direito da escolha. Podia ter feito diferente do esperado, superando expectativas e causando assombro. Porém não o fez. Você optou pela trilha do seu irmão achando iludidamente que o superaria. Continuou estando a sombra dele. Não passava de um reles soldado. Nunca conseguiu alcançar um posto mais elevado. Dói o fracasso não dói? Mas o arrependimento deve ser pior. Ele lhe rasga o peito e devora o resto da sanidade que lhe sobra.


Marlene se foi na primeira guerra e você ficou vivo, deixado para amargurar a morte dela. Sempre visitava seu túmulo às escondidas, depositando miosótis para ela. Não queria que ela o esquecesse, não era? Você jamais a esqueceria. Ela seria o fantasma que o assombraria todas as noites. Aprendeu a arte da Oclumência para evitar que seu mestre lesse seus pensamentos. Como se ele quisesse saber o que você esconde na sua mente. Há pessoas mais interessantes a terem sua privacidade invadida e seus segredos revelados. Sabia que Rodolphus não era bom com Oclumência, apesar de ser um prodígio? Está ai mais uma coisa em que você o venceu. Ele era sua única razão de continuar a viver. Enquanto ele existisse, você também haveria de pertencer ao mundo dos vivos. Não se permitiria morrer primeiro que ele, até nisso necessitava superá-lo. Até onde iria essa sua fixação pelo seu irmão? Não tinha limites! A segunda guerra veio e bem como a primeira se acabou, tendo como lado vencedor o de sua eterna e inesquecível amada Marlene McKinnon. Você fugiu novamente como um cão covarde que era. E Rodolphus foi preso. Nunca soube quem sucumbira a tão assustadora morte. Devo lhe dar os parabéns Rabastan por mais essa vitória? Ah sim! Você morreu um dia depois de seu irmão. Você o superou na morte. Bastou para você, Rabastan? Provavelmente não, porque até mesmo no inferno você continuaria a competir com Rodolphus, afinal, superá-lo seria seu eterno vício.


E enquanto essa fixação martelasse em sua mente, você continuaria a sombra dele.



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