Continuação ...

De repente senti lagrimas escorrem pelo meu rosto, o que não era algo muito comum, odiava chorar na frente dos outros, me sentia fraca, incapaz. Eu subi as escadas de pressa pro meu quarto, e me tranquei lá.

Já não se ouvia mais gritos, o silencio era tanto que eu podia escutar os batimentos acelerados do meu coração. O que me deixava aflita não era o fato de mudar pra Los Angeles, e sim o fato de mudar pra Los Angeles sem meus amigos. Só de pensar nossa possibilidade meu coração apertava, eles eram os únicos amigos que eu tinha, ao menos os únicos verdadeiros. Porque tudo isso de uma hora pra outra? Porque ela foi tão bruto comigo? Porque hesitou em me contar até não poder mais esconder?. Era perguntas assim enchiam meus pensamentos de dúvidas, eu só não entendia o porque de tudo isso de repente, era estranho. Entre o silencio e meus pensamentos, eu acabei dormindo.

Acordei com alguém batendo em minha porta por volta das 23:30, era Maria.

– Pequena, abre a porta, por favor. - Pediu em um tom um tanto preocupado.

Eu levantei e abri a porta para Maria, ela estava segurando uma bandeja com alguns lanchinhos leves.

– Minha pequena, você precisa comer algo. - Disse Maria.

– Não estou com fome. - Respondi.

O incrível é que Maria sabia a hora certa de insistir, a hora certa de falar, e a hora de certa de não falar nada, e naquele momento a única coisa que eu precisava era um pouco de colo. Marta colocou a bandeja na cabeceira, sentou na cama e deitei na cama, com a cabeça no colo dela.

– Não fique assim pequena. - Disse Marta com um tom tão suave, que de certa forma, me confortou.

Na manhã seguinte ...

– Hey, acorda Alexia. - Disse Pietro

– Menina, acorda! - Insistiu Luana

– Hãm, o que, onde, quando?!

– Ah, desculpa senhora "chorei a noite toda e tô precisando de um ombro amigo, mas mesmo assim vou dar chilique só porque ele me chamou de avoada mesmo eu sendo uma". - Disse Pietro com um sorriso irônico estampado na cara.

– HAHA! Que grande amigo, já me acorda enchendo o saco. - Disse com um sorriso evidentemente forçado, jogando um travesseiro nele.

– Pequena eu que pedi pra eles virem, acho que eles vão te ajudar mais do que eu. - Disse Maria abrindo a porta, dando um doce sorriso, e saindo em seguida.

– Enfim, já estamos sabendo do que aconteceu ontem. - Disse Luana.

– Mas não fica assim. - Completou Pietro.

– Como não ficar assim, Pietro?! Vocês não estão entendendo. - Eu disse.

– Não Alexia, nós entendemos, só que ficar assim não vai adiantar. - Respondeu Luana.

Na segunda-feira ...

Hoje acordei com um solo "pesado" de bateria estourando meus tímpanos, era Pietro e Luana me acordando em um belo dia de aula, SEM AULA!

– Bom dia flor do dia. - Disseram em coro.

– ÓTIMO dia. - Respondi sarcástica.

– Tava dormindo? - Perguntou Pietro.

– Não, imagina. - Respondi mais sarcástica ainda.

– Enfim, vamos ao shopping hoje, quer ir? - Perguntou Luana ignorando todo meu sarcasmo.

– Shopping?! Não, não tô com clima pra isso. - Respondi.

– Poxa Lexi, nós temos que fazer compras, muitas compras, não dá pra viajar pra Los Angeles e levar essas roupas mequetrefes né?! - Disse Luana.

– NÓS e LOS ANGELES na mesmo frase?! Eu entendi bem, NÓS vamos viajar pra ...

– SIM, SIM, LOS ANGELES! Afinal, somos ou não somos amigos inseparáveis. AAAAAAAH ... - Disse Pietro me interrompido completamente histérico.

– OMFG! Vamos pra Los Angeles! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH ...

5 minutos depois ...

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - Gritos histéricos vinham dos dois lados da linha.

– Mas como vocês conseguiram? - Perguntei.

– Nós demos nosso jeito. Não se preocupe. - Respondeu Luana.

Continua ...