Olivia rapidamente chegou ao hospital. Foi por volta de uma hora atrás que Cragen lhe deu a noticia que Gladis lhe deu a guarda de sua filha prematura, e não podia esconder o medo quando o hospital lhe ligou falando que deveria ir para UTIN o mais rápido possível.

Ao chegar, uma médica rapidamente veio em sua direção "Ainda bem que você chegou" disse desesperadamente, depois de deixar outros médicos e enfermeiras trabalhando para manter aquele pequeno ser vivo.

"O que aconteceu?" logo disse Olivia.

"Hemorragia cerebral, precisa autorizar a cirurgia" disse a mulher a sua frente.

"E quais são suas chances sem a cirurgia?" perguntou Olivia, sabia que esse corpo pequeno não teria grande chances em uma cirurgia.

"Quase nenhuma" lamentou a médica.

"E se a cirurgia for bem sucedida?"

"Ela pode ter danos cerebrais para o resto de sua vida." Olivia olhou para a menina quase sem vida do outro lado da sala "Detetive, precisa tomar uma decisão" seus olhos se encheram d'água, não sabia o que fazer "Detetive!" chamou mais uma vez a mulher.

Olivia olhou para ela "Faça. Faça a cirurgia"

Ela viu então como aquele pequeno ser foi levado para longe. Será que fez a escolha certa? Será que ela sofreria de danos cerebrais por causa desta escolha? Sem mais saber o que fazer, sentou-se na cadeira mais próxima, e fez a única coisa que tinha em sua mente, ligar para seu parceiro.

Depois de receber aquela ligação de Olivia, cuja estava histérica do outro lado da linha, Elliot rapidamente pôs-se a caminho do hospital. Ele não tinha ideia do que poderia ter acontecido a sua parceira, e pensamentos de mal a pior passavam por sua mente.

Ao chegar, viu sua parceira sentada em uma das cadeiras da sala de espera, seu rosto escondido em suas mãos. Cautelosamente, aproximou-se dela, sentando-se em uma cadeira ao seu lado "O que aconteceu, Liv?"

Sem nenhum aviso, passou um braço ao seu redor, permitindo-lhe saber que ele estava lá para ela. Levantou seu rosto, e olhou com olhos vermelhos para Elliot "E se eu fiz a escolha errada? E se ela morrer por minha causa?"

Agora sim Elliot estava totalmente perdido. Ninguém havia lhe dito sobre o que estava acontecendo "Ela quem, Liv?"

"Bebê de Gladis, ela me deixou a guarda da criança algumas horas atrás" disse, esclarecendo as coisas para Elliot "Ela esta com hemorragia cerebral, os médicos a levaram para cirurgia algum tempo atrás. Eles disseram que ela não tinha muita chances sem a cirurgia, mas hás riscos de ter... de ter... danos cerebrais para o resto de sua vida" ela disse com dificuldade, não querendo quebrar bem em frente ao seu parceiro.

Elliot não tinha ideia de como Olivia estava se sentindo agora, nem como ajuda-la. Não sabia o que dizer para acalma-la, era obvio que ela estava histérica, e ele não poderia culpa-la. Ele apenas desejava que soubesse como fazer para faze-la sentir-se melhor.

"Liv..." ele chamou-a, tentando pensar no que dizer "It's not your fault" disse logo. Conhecia sua parceira muito bem para saber que ela estava se culpando por tudo que estava acontecendo no momento.

"Mas e se ela não sobreviver a cirurgia, El? Isso certamente seria minha culpa!" ela praticamente gritou, pela primeira vez deixando de fazer contato visual com ele.

Elliot suspirou. Sabia que convence-la do contrário seria difícil, mas ele não desistiria até que conseguisse. "Como isso poderia ser sua culpa, Olivia? Você apenas escolheu o que pode ser melhor para ela, o que poderá dar-lhe uma chance de permanecer viva."

Ela ficou em silêncio por um tempo, sem olhar para Elliot, mesmo assim que seus olhos estavam sobre ela. Depois de um longo suspiro, ela finalmente disse: "Eu sempre quis ser mãe. Não importa como, meu desejo sempre foi ter filhos. Talvez essa foi minha única chance, e eu apenas destruí tudo..."

Elliot mudou-se de lugar até que seus olhos encontrassem-se com os dela "Olivia, preste bastante atenção no que direi. Você não destruiu nada, nada. Ainda há chances dela sair da cirurgia viva, ainda há chances dela não ter nenhum dano cerebral. Você tem que parar de se torturar, Liv"

Mais uma vez, Olivia desviou seu olhar, e pela primeira vez, uma lágrimas solitária escorreu por sua bochecha. Sonhava em ter crianças, mas se significasse que ele ou ela sofresse pelo resto de sua vida, preferiria passar o resto de sua vida sozinha.

Ela ficou em silêncio total então, nunca ousando dizer uma única palavra. Elliot não podia ajudar mas perceber a tristeza em seu olhar, que há poucas horas era tão brilhante, tão cheio de alegria, e ele sinceramente tinha medo de que nunca mais viria esse olhar se essa criança morresse durante a cirurgia.

Depois de perceber que Olivia não diria nada tão cedo, Elliot passou seus braços ao seu redor, puxando-a para mais perto dele, em um abraço quente e apertado. Ela deitou sua cabeça em seu ombro, ambos ignorando o fato de quão perto estavam neste momento. Sabiam que nunca poderia acontecer nada entre eles, se não deixariam de ser parceiros, ou pior, perderiam seus empregos. Mas nenhum deles conseguiria afastar-se um do outro neste momento.

Ficaram assim por um bom tempo. Horas, provavelmente. Ele era tudo que ela precisava neste momento, alguém que lhe dissesse que tudo ficaria bem, mesmo com tudo acontecendo ao seu redor. Alguém que a ajudaria a ter forças pela criança em cirurgia neste momento.

Algumas vezes, uma ou outra lágrimas ousava cair de seus olhos sem que Elliot percebesse, sempre que ela pensava que a criança iria morrer. Mas sempre que sentia a respiração quente de seu parceiro sobre sua cabeça, esses pensamentos logo iam embora.

Mais algumas horas se passaram, e nenhum dos dois havia dito nada ainda. Olivia estava praticamente dormindo com o corpo deitando em seu parceiro, até que avistou aquela mesma médica que levou o bebê desesperadamente para cirurgia. Ela então chamou-a "Detetive Benson?"