- SEBASTIAN! - viro para trás e o encaro - Você não pode ir.

- Por que? No código dos vampiros não existe livre arbítrio? - digo sarcasticamente.

- Você não sobreviveria sem mim.

- Eu posso não ter mais família, mas eu ainda sei como viver. Posso arranjar trabalho, fazer qualquer coisa, eu não preciso de você.

- Não é disto que falo. Você perderia o controle sobre si, sem a minha ajuda.

- Perder o controle? O que você quer dizer com isso?

- Eu não queria ter feito isso, mas eu fiz. Não havia outra saída no momento, vo-você morreria se eu não tivesse feito. Você estava muito ferido e tinha perdido muito sangue, em questão de horas você morreria.

 Quanto mais ele gaguejava ao tentar se explicar, uma angústia muito grande crescia no meu peito. Era como algo tentasse espremer meu coração e só havia dois jeitos de aliviar aquela sensação: chorar, mas isso não acontecia por mais que eu quissese, minhas lágriams haviam secado. Obtei pela segunda maneira: gritar, até ficar sem ar.

- JÁ CHEGA! O QUE VOCÊ FEZ WILL?

- E-eu te...trasformei.

- Repete.

- Eu te transformei, Sebastian. Você é um vampiro como eu.

- Como? Por que?

- Eu já disse, você não estaria aqui se eu...

- Isso não justifica, para mim, seria melhor se você me deixasse morrer. Porque agora eu só quero fugir desse navio que está afundando e a única saída é o mar, porém eu não sei nadar, entende? Se eu estivesse morto, quem sabe eu estaria com ele ou em paz ou feliz, quem sabe eu teria tudo isso, mas agora você acabou comigo e com todas as minhas chances de me ver livre dessa prisão que se tornou minha vida.

 A esse ponto, as lágrimas já haviam voltado e se espalhavam por todo meu rosto. Corri para o quarto e me atirei na cama. Chorei muito, até acordar com uma voz familiar me chamando.