Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oioi geente! Quem tá agradecendo por esse feriado?
Eu to amando ♥ principalmente porque ele está me possibilitando a fazer o capítulo final de Dark Paradise. Muahahah!
Enfim, lá vamos nós... ;D



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-- Diga o que disserem, eu senti falta da Senhora Impulsiva. – Eddie brincou quando sentiu minha aproximação por trás. Ele ainda não havia entrado na cafeteria, estando perto da porta, porém de costas para a vidraça. Encarava o céu aberto a nossa frente, e o deserto que aquele lado da Corte havia se transformado.

-- Senhorita. – Fiz uma careta. – Ainda não passei dos trinta. E nem pretendo.

-- Sinto dizer que a fonte da juventude ainda não foi inventada, Rose. – Um sorriso malicioso que me lembrava da época em que andávamos juntos com Mason surgiu em seu rosto, e ele se virou para mim, me envolvendo em um abraço. – Vida movimentada, uh?

-- Você que o diga. – Comentei. – Como tudo chegou a esse ponto? – Olhei ao redor, lembrando-me de como aquelas Moroi nojentinhas amavam circular por essa área, levando seus guardiões para todos os lados apenas para fazer fofocas dentro do campo.

-- Ninguém sabe. Diana e Lissa estavam conversando, e então... Bem, e então o ataque aconteceu. E elas foram levadas.

-- Diana não apresentou nenhuma resistência? – Ah, isso era tudo o que eu poderia pedir. Eu e Ian havíamos treinado Diana, sabíamos do quão longe ela podia ir, e mesmo assim Eddie estava me dizendo que elas foram levadas sem resistência alguma. – E onde estavam os malditos guardiões?

-- Mortos. Alguém se infiltrou aqui, Rose. E esse mesmo alguém tem trabalho muito duro há dias para ter conseguido esse ataque. Foi perfeito. Só nos demos conta de que algo estava errado quase no final, quando não tínhamos mais como lutar.

-- Pena que eu não estava aqui. – Dei de ombros. – Meu histórico com “perceber anormalidades e insistir em algo que parece não existir” é maior do que pensam. Acho que teria percebido. Não, eu teria percebido. Não decaí tanto assim. Ainda.

-- Não sei, Rose. Eu estava aqui, e por mais que tivesse percebido movimentos estranhos, não pude fazer nada. Foi muito, muito estranho.

-- Inferno. – resmunguei baixinho, e então voltei o olhar para ele. – Mas por que você me chamou aqui?

-- Porque eu sei como decodificar a caixa, mas Hans não vai me deixar chegar perto.

-- E por que não vai? Você é um dos homens dele. – Cruzei os braços.

-- Eu não percebi o movimento estranho, Rose. Ou melhor, percebi, mas não avisei. E fui burro o suficiente pra confessar isso. – Lancei um olhar mortal a ele, que encolheu. – Acho que vacilei um pouco quanto a mascara de guardião. Mas o fato é que agora ele me tem como alvo, e não vai me deixar chegar perto de nada que possa comprometer a missão. Ele tem suas suspeitas de Opositores.

-- Ele acha que você é um? – Gritei. – Aquele filho da p-

-- Rose! – Eddie se moveu pra cima de mim, tampando minha boca. – Fale mais alto, e todos vão pensar que você também é. Já estamos marcados pela nossa personalidade e o histórico de fugas. Não precisamos de mais nada.

-- Que ótimo. Isso está ficando cada vez melhor. – Respirei fundo, tentando manter o controle. Eu não precisava ser mais exclusa da missão. Já bastavam Dimitri e Hans mantendo segredos. – Mas por que você me chamou aqui?

-- Preciso de alguém pra me encobrir. Eu vou pegar aquela fita, Rose.

-- Você ainda não me disse como decodificá-la. – lembrei.

-- Como você acha que eu e Mason aprontávamos e saíamos ilesos? Não é fácil de alcançar as câmeras de vigilância da Academia, e elas têm o mesmo sistema que as da Corte.

-- E como você sabe disso, mesmo?

-- Que foi, mamãe? – Ele bufou impacientemente. – Vai desconfiar de mim também?

-- Não, não. – A última coisa que eu queria era que Eddie também ficasse longe de mim. – Tudo bem, eu entendo. Mas você não pode entrar lá, precisamos de outro alguém que não seja recebido com alarde por perto.

-- E quem seria? – Ele perguntou num tom de deboche. Ugh.

Como se tivéssemos combinado, Nathan saiu da cafeteria, batendo com a porta em mim enquanto olhava fixamente para o celular.

-- Maldito seja. – resmunguei. – Caramba, Nathan. Esqueceu de olhar por onde anda, merda?

-- Foi mal, Hathaway. – Ele ergueu o olhar para mim, deixando expostos seus olhos vermelhos e inchados. Ah, merda.

Da última vez que havia vindo até a Corte, Nathan e Diana não haviam me visto porque estavam treinando juntos – e segundo Christian eles estavam passando um longo tempo juntos, o que significava que algo estava, certamente, acontecendo entre eles.

Há dois motivos pra você ficar perto de uma pessoa: Ou você gosta muito dela, ou você quer algo dela. E eu apostava pelas lágrimas contidas de Nathan que ele via Diana como a primeira opção.

E eu sabia disso porque, bem, já havia passado por isso. Duas vezes, pra ser mais precisa.

Então estava mais do que claro que Nathan tinha sentimentos por Diana, e agora que ela havia sido levada, temia o pior. Eu não falaria nada dos Opositores perto dele porque eles realmente são pessoas com que você nunca gostaria de se meter, e, para Nathan, saber que Diana estava presa com pessoas assim só o faria sofrer ainda mais.

Mas ele estava ali. E era alguém que estava dentro da equipe de Hans. Fora que ele faria tudo para ter Diana de volta – só o brilho em seu olhar dizia isso.

Ele era a pessoa perfeita.

-- Tá, tudo bem. – assenti, me recompondo. Troquei um olhar cúmplice com Eddie, que então olhou para Nathan. – Hey, Nathan. – continuei – você quer nos ajudar com um plano?

-- Que tipo de plano? – Sua face ganhou uma nova expressão. Dessa vez de curiosidade e ânimo.

Eu e Eddie trocamos mais um olhar cúmplice, e então dei meu melhor sorriso para Nathan: -- Do tipo arrombamento.

Seus olhos brilharam ainda mais, e o canto do seu lábio inferior se levantou.

-- Quando e onde?

X

Tudo bem. Eddie encobriria Nathan, e tudo o que eu tinha que fazer era distrair Dimitri, que faria a ronda por aquela área. Tudo daria certo. Era fácil.

Ah, merda. A quem eu estava tentando enganar?

Dimitri me conhecia melhor do que eu mesma, ele notaria que eu estava escondendo algo. Ou... ou talvez não. A máscara de guardião poderia me salvar. Eu precisava de um assunto e o tinha: Iria confrontá-lo sobre o encontro dele com Hans e o segredo que ambos insistiam em manter de mim, mas... Se essa fosse uma situação normal, e eu estivesse totalmente “p” da vida, usaria a máscara de guardião e fingiria indiferença. É assim que eu tenho que agir. Ele só veria aquela velha menina da Academia que era totalmente impulsiva, e não as intenções por trás da segunda fachada.

Parece que eu realmente havia aprendido algo sobre como enganar pessoas com o decorrer dos anos.

Saí do meu quarto e caminhei sem ritmo até avistar a sombra que Dimitri era dentre aquelas árvores. Ele se movia discretamente, mas eu o conhecia bem demais pra deixar aquele simples movimento passar.

Apertei o passo e em alguns instantes estava caminhando ao seu lado, sentindo seu olhar inquisidor sobre mim.

Caminhamos por mais alguns segundos antes que Dimitri suspirasse e balançasse a cabeça. Típico.

-- Qual é o problema, Rose? – Ele se virou para mim, cruzando os braços em frente ao peito e evidenciando seus músculos. Apesar das palavras parecerem frias, o tom que ele usou era quase... Acolhedor.

-- Você ainda não me contou o que Hans queria com você. – Falei no meu tom mais monótono possível. Mas uma parte de mim estava ansiosa demais, então era óbvio que eu, sendo Rose Hathaway, tinha que ter falado aquilo rápido demais. Ansiosa. Curiosa. Temerosa.

Ao ver o que eu queria, Dimitri relaxou e se permitiu soltar uma baixa risada, porém breve. Seus olhos continuaram a me analisar, mas ao ver que eu estava sendo verdadeira – pelo menos um pouco, pensei – ele voltou a andar, dessa vez mais lentamente.

-- Não posso falar. Assunto de trabalho, Roza. – Ele disse isso com casualidade, o que me deixou mais intrigada ainda, porque eu percebi que algumas rugas de preocupação apareceram no seu rosto ao lembrar o assunto. Uh, deveria ser pior do que eu pensava.

-- E eu estou no mesmo trabalho que você. – Prolonguei o “e” de uma forma mais ansiosa ainda. – Você pode me dizer.

-- Santo Deus. – Ele esboçou um sorriso mínimo. – Eu havia me esquecido do quão curiosa e insistente você pode ser.

-- Insistente? Eu ainda estou sendo cautelosa, camarada.

-- Cautelosa? – Ele balançou a cabeça. – Céus, Roza...

Eu não havia percebido que estávamos perto do prédio da Administração até que ouvi o barulho de algo caindo. Um corpo. E então Nathan saiu correndo ao longe, despertando minha atenção e a de Dimitri também.

Assim que percebeu o movimento, começou a correr, porém quando viu que não conseguiria alcançar o “intruso”, voltou para perto de mim com tamanha fúria que eu nunca havia visto.

Antes que eu pudesse raciocinar, suas mãos envolveram meus ombros e me apertaram: -- O que você fez, Roza? – rosnou pra mim. – Você não estava interessada no que Hans me disse, você estava interessada em me distrair. Por quê?

Eu já tinha visto Dimitri lutar muitas vezes, e sempre soube que ele se transformava em um verdadeiro Deus da guerra. Também já tinha visto Dimitri no seu pior momento, sendo um Strigoi – mas nenhum deles se comparava à frieza e rispidez que seu tom de voz tinha agora. Toda aquela ternura e tranquilidade com que ele falava comigo antes haviam desaparecido, e um monstro havia tomado o lugar dele.

-- E por que a culpa é minha? – Engoli em seco, me revoltando com aquela situação. Dimitri não tinha merda de direito nenhum de me culpar por tudo. Ele não teve esse direito quando foi restaurado e se afastou de mim, e, sem dúvida alguma, não tinha esse direito agora. – Tire suas mãos de mim, Dimitri! Você tá me machucando, droga. – Gritei.

Aquilo pareceu acordá-lo, e seu aperto se suavizou um pouco. Seu controle estava assumindo o lugar novamente, e uma máscara se projetava no rosto antes furioso de Dimitri.

-- Por que você tem sempre que estar no lugar errado e na hora errada? – Ele me livrou do aperto. – Merda, Roza... Me perdoa.

-- Por que você tem sempre que arrumar um jeito de me culpar por suas crises existenciais? – Acusei de volta. – Que saco, Dimitri. Vá para o inferno. – Rebati, ignorando o seu pedido de desculpas. Consertei meu casaco sobre o corpo e comecei a fazer o caminho da volta até o meu quarto.

Dimitri teria muito que pensar nas próximas horas. E eu também. 


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Notas finais do capítulo

Drooga, Dimka!


ps.: é CLARO que Dimitri vai se desculpar no próximo capítulo. E é desse momento que a ação começa... mas por quê? Façam suas apostas!



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