Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

OiOi gente! Queria desejar a todos um Feliz Páscoa, e que nesse dia vocês se vejam mais próximos da família, dos amigos, de quem ama -- e que ganhem muitos chocolates, livros, e que MUITOS autores atualizem suas fics hoje, sacomé!
Então é isso... Vamos lá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312014/chapter/19

Saí do banheiro e coloquei o meu uniforme de guardiã, prendendo o cabelo em um coque – seguindo o conselho que Dimitri havia me dado há alguns anos enquanto estávamos na Academia.

Eu havia me forçado a esquecer de tudo no momento em que parti da Corte junto com Christian e Adrian – tudo, realmente tudo. Havia me feito esquecer da simples reação que o toque de Dimitri causaria em mim, mas agora? Oh, eu não me importava.

Não me importava em relembrar – porque parte de mim realmente havia esquecido tudo o que tinha passado, e agora não era mais tão difícil assim me fazer de indiferente. Dizem que se você passa muito tempo fingindo ser uma coisa, e dizendo para si mesma que você realmente é aquilo se torna realidade.

Bem, eu estava sendo a prova viva daquilo neste momento.

Talvez o fato de ter uma preocupação maior na minha cabeça estivesse ajudando – como, por exemplo, o fato de ter ouvido Hans dizer que a missão em que Ian estava era de um risco ainda maior do que eu esperava e que ele era literalmente louco por ter se colocado à frente da batalha – uma vez que os Opositores não admitiam traidores, eles dariam tudo para acabar com Ian agora que ele liderava um exército contra a sua “antiga nação” – e assumido todos os riscos.

Eu realmente queria matar o Ian. Oh, como eu queria.

Talvez esse fosse apenas mais uma brincadeirinha do destino – ou de um ser lá em cima – que estava tentando me avisar que eu não tinha a menor chance de pertencer à família Belikov. E o mais irônico de tudo é que Ian havia sido a chave que me fez desligar os sentimentos por Dimitri durante um tempo, mas agora eu tinha que esquecê-lo.

Como se desapegar de algo que só te fez bem?

Dei uma risada irônica enquanto me examinava no espelho. Eu havia me feito a mesma pergunta antes de abandonar de vez o meu quarto na Corte. Mas antes era por Dimitri.

Talvez estivesse escrito que os dois homens da família Belikov estariam destinados a quebrar o meu coração. Não que Ian houvesse me machucado ou sido rude comigo – pelo contrário. Ele foi amável na medida certa, foi o tipo de cara que eu não precisava forçar uma relação ou tentar fazer o amor crescer; e também não havia me cobrado a crescer. Eu havia crescido e deixado o amor crescer sem nem mesmo perceber.

Oh, inferno. A sorte realmente não estava ao meu lado.

Tentei afastar os pensamentos sobre os Belikov da minha mente enquanto caminhava para a reunião que Hans convocou assim que chegamos. Era estranho voltar à corte depois de tudo o que aconteceu da última vez em que estive aqui. Ian havia sido preso em meu lugar e eu vim para libertá-lo e então houve o ataque, onde lutei ao lado de meu recém-descoberto irmão, Adam, morto por Strigois. Voltar agora sendo convocada para a busca da Rainha, minha melhor amiga, que foi sequestrada, é o que mais uma vez me leva a crer que a sorte nunca está ao meu lado.

Ignorei isso também, e me vi entrando na sala de reuniões – um aposento que fica abaixo do prédio da realeza, no subterrâneo.

A maioria dos guardiões já estava apostos, faltando apenas Dimitri – que foi fácil descobrir que não estava ali porque ele sempre seria notável, fosse pela ligação entre nós, ou pela sua altura que o diferenciava da maioria – e o próprio Hans. Imaginei que estivessem juntos, uma vez que Hans havia entregado um pedaço de papel a ele, também.

Mas Dimitri é Dimitri – e ele nunca me deixaria ver algo pessoal se fosse pedido extremo sigilo. Porque ele é assim. Sempre em busca de fazer o certo.

Logo depois que entrei na sala, a porta se abriu novamente revelando Dimitri e Hans. Nenhum dos dois tinha uma cara muito agradável, olhei para Dimitri como quem pergunta o que aconteceu, mas ele apenas negou com a cabeça. Com esse gesto percebi que ele não poderia me contar, e isso provavelmente teria ligação com o bilhete de Hans, e como apenas ele o recebeu, deveria ser algo sobre Lissa, mas agora não era hora de especular e sim de pensar em um modo de salvar a nossa Rainha – e minha melhor amiga -- das mãos dos opositores.

Hans se posicionou na ponta da mesa que fica no centro da sala, onde todos poderiam vê-lo e então deu início a reunião.

-- Muito bem. – ele pigarreou tentando acabar com os resquícios de sussurros que se projetavam na sala. Ah, se ele queria manter a descrição, deveria ter tirado cinco minutos pra se analisar no espelho antes de entrar na sala com uma expressão totalmente preocupante.

Ou talvez não. É isso o que as mulheres fazem quando mais querem chorar. Reprimi o sorriso que quis aparecer no canto do meu lábio, pensando em como eu era agradecida por Hans não poder ler meus pensamentos. Eu seria lançada para fora da sala – assim como um garoto é expulso da sala de aula – por pensar algo assim da “figura de extrema severidade da Corte”.

E mesmo que ninguém pudesse ler meus pensamentos, notei Dimitri me lançando um olhar significante do outro lado da mesa, como se soubesse exatamente o que eu havia especulado. Rolei os olhos. Maldito laço inexistente.

Quando finalmente conseguiu a atenção de todos Hans começou a falar sobre o sequestro e as pistas que já haviam sido encontradas, entre elas a tal fita que precisava ser decodificada. E então quando todos iam recomeçar a especular ele chamou nossa atenção mais uma vez.

-- Resolvemos ter uma conferência e analisar os possíveis esconderijos. Ian Zeklos como ex-opositor conhece seus métodos e irá nos dizer alguns locais para onde podem tê-las levado.

E então ele ligou uma espécie de projetor que reproduziu a imagem de Ian na parede para todos.

Oh, merda. Senti meu coração perder uma batida conforme via a imagem de Ian projetada, originalmente no notebook pela conversa.

-- Ian também fará parte da nossa missão. Ele está enfrentando os Opositores, então tentará descobrir diretamente durante um dos ataques alguma pista que seja útil – Hans prosseguiu.

-- Espero que meu salário também seja em dobro. – Ouvi a voz familiar de Ian resmungar. – Porque eu deveria estar dormindo, e não tendo jornada dupla.

-- Tudo será recompensado quando a Rainha voltar, Guardião Zeklos. – Hans o cortou, assim como algumas risadinhas que se projetaram, com um tom de voz afiado.

-- Certo, vamos logo com isso então. Os opositores não gostam de serem óbvios, eles preferem lugares inacessíveis, e podem se infiltrar no próprio sistema. E com certeza foi assim que pegaram a Rainha, alguém estava infiltrado e conseguiu leva-la. – Disse com a convicção de alguém que sabe exatamente como eles pensam e agem.

Após essa declaração dele Hans desligou o projetor e foi até um canto afastado da sala com o notebook e fones de ouvido, provavelmente iria falar com ele sobre coisas que nem todos ali precisavam saber. Pelas minhas conclusões acabaríamos fazendo interrogatórios com todos naquela corte, até Morois podem ter estado ligados a isso, haviam muitas pessoas que eram contra Lissa estar no poder, e pelo que Ian disse, qualquer um poderia ser um opositor infiltrado aqui.

Pelo o que eu previa, a convivência na Corte se tornaria um inferno – primeiro porque não tivemos cuidado algum em abafar o caso, e grande parte da realeza estava se julgando insegura ali, sem proteção alguma, causando grandes escândalos em praça. Por sorte, não haviam exposto o caso a humanos por saberem que atrairiam mais atenção ainda.

E segundo porque seria exatamente como quando Dimitri voltou, mas todos seríamos testados. Todos nós seríamos expostos e, grande parte que cometesse um pequeno deslize poderia se tornar alvo.

Mantive meu olhar fixo em Hans que parecia mais tenso ainda – mas os outros dhampirs não se incomodavam com isso. Apenas especulavam em suas pequenas panelinhas sobre os possíveis locais, todos obviamente interessados em ganhar algum título por darem o “chute de ouro” que traria a Rainha de volta.

Estúpidos.

Senti alguém me cutucar com descrição, assumindo uma postura ao meu lado. Entreabri meus dedos, recebendo um pedaço de papel dentre eles. Quase igual ao que Dimitri havia recebido, só que maior.

Desdobrei na mesma hora sem nem olhar para quem havia me entregado, lendo a seguinte mensagem: “Me encontre na cafeteria – Eddie”.

Ergui o olhar então, imaginando aonde aquilo iria me levar, e me deparei com um espaço vago a minha frente. Provavelmente a pessoa já teria saído. Principalmente se fosse Eddie.

Olhei em volta vendo a concentração de todos. Dimitri havia se encaminhado para o lado de Hans e eles estavam totalmente absortos e entretidos com Ian. Suspirei.

Fiz meu caminho até a porta, com a certeza de não ter sido notada – ter um título importante na faixa era mais interessante do que uma dhampir rebelde que se esgueirava pra fora da sala para se encontrar com um amigo enquanto o mundo estava – praticamente – em chamas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vamos dizer basicamente que agora sim a ação começa. Eddie tem uma proposta. E essa proposta nos leva ao resgate de Lissa. O que será que ele quer? Façam suas apostas, hahah!
Kisses ♥