Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas ♥ okay, voltei às aulas. Por enquanto está tudo tranquilo, mas já comecei a me preparar para os testes =/ mas, como prometido, não deixarei isso afetar na escrita e tudo mais. Beijo pra vocês, e aproveitem o cap que tá repleto de Dimitri *--*



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Dani deu um passo para frente, porém não conseguiu ver o Moroi que se projetava ali. Ele tinha olhos azuis vidrados, e o cabelo castanho bagunçado ao extremo. Parecia viver de um modo frenético, e quando deu dois passos para frente, até ficar de frente para Daniele, tive a impressão de ver um robô.

-- Uma ex shadow kissed e uma dhampir comum. – O Moroi completamente monótono disse, mesmo sem ter olhado para mim. – Que... Estimulante.

-- Não queremos machucá-lo... – Dani hesitou, provavelmente tentando convencê-lo a sair dali. Porém ele soltou uma risada amarga.

-- Eu fiz a minha escolha. – E então deu mais um passo de forma que ficasse de frente para ela. Dani ergueu a estaca na mesma hora, e eu me preparei para driblá-los e chegar a Dimitri, quando ele ergueu a mão na minha direção e eu e Dani hesitamos ao mesmo tempo. – Não. Se. Mexam. – Sibilou para nós.

Não entendi bem a frenesi que tomou conta do meu corpo, apenas tentei me mover. Trabalhei todos os meus músculos para saírem daquele tipo de transe e se moverem, quando percebi que Dimitri não estava amarrado, porém também não se movia.

Olhei para o Moroi novamente, me dando conta daquela verdade. Ele estava usando compulsão conosco. Dani ainda tinha o braço erguido, e a lâmina da estaca reluzia diante do meu olhar, mas por alguma razão, não conseguia atacá-lo. Nem eu.

Então os olhos azuis se voltaram para mim, e após me analisarem, voltou-se para Dani. Ela havia conseguido um pequeno progresso e quando o Moroi se virou para ela, quase recebeu um corte no pescoço. Ele deu um sorriso malicioso para a menina, antes de abrir a boca: -- Esfaqueie-se.

O movimento foi rápido. O braço de Dani que segurava a estaca tremia, e mesmo que ela tentasse mantê-lo de pé, o próximo barulho foi o grito da mesma, e então tudo o que eu pude ver foi o cabo da estaca de um lado, e uma grande mancha de sangue na área do estômago dela.

-- Não. – Gritei, concentrando todas as minhas forças em Dani. E em como ela estava morrendo, e em como isso se concretizaria caso eu não fosse forte e acabasse com aquele Moroi. Uma vez havia lido, há muito tempo, enquanto pesquisava mais sobre os efeitos da compulsão, que uma vez que o Moroi é morto, toda a compulsão e tudo o que ele impeliu era desfeito.

Daniele também pareceu entender isso, porque mesmo que ele ordenasse para que ela pegasse a estaca – que agora estava no chão – e terminasse o serviço, e que seu braço tremesse, ela não pegou o objeto. Ela segurou o membro rente ao corto, apertando-o na altura do peito sem deixar com que ele saísse daquela posição. Eu tentei me concentrar da mesma forma, e no momento seguinte, havia dado um passo na direção do Moroi. Ele se virou para mim no segundo seguinte, e então ergueu a mão.

Um tremor percorreu sob os meus pés, e tudo parecia estar desmoronando. Procurei algo para segurar, mas eu estava no meio de uma rachadura, e ela começava a se abrir, separando os meus pés. Um grito escapou, e eu voltei a olhar para o Moroi.

Ele continuava o mesmo – aliás, todos continuavam os mesmos. Eles não pareciam afetados diante daquele desmoronamento. E mesmo que eu não estivesse estendendo merda nenhuma, pude ver que aquele Moroi era como Victor Dashkov.

Ele era um usuário de terra, porém era experiente quanto à compulsão. E agora eu estava sendo iludida pelo seu elemento.

Concentrei-me no seu sorriso malévolo, fixei meus olhos nele e ignorei os tremores abaixo de mim. Eu não sei bem o que aconteceu, ou como descrever o ato, mas fui invadida por uma grande onda de ódio, e no momento seguinte eu o jogava contra a parede.

-- Levante, seu inútil! – Gritei para ele, vendo que os tremores diminuíram. Meu corpo projetava uma sombra perante o dele, e foi então que eu percebi o líquido quente que escorria da sua cabeça. Ele estava morto.

Mãos fortes me puxaram para trás, me envolvendo completamente. Tentei me desvencilhar daquele abraço, quando finalmente percebi que era Dimitri. Ele ainda estava fraco e muito machucado, mas não estava mais impelido a ficar naquele canto. Conseguia andar normalmente, apesar das dores.

-- Acho melhor cuidarmos da sua amiga. – Ele lembrou. Voltei meu corpo imediatamente para Dani, que se segurava contra a porta da parede, ainda apertando o lugar onde sua estaca havia adentrado.

-- Vamos sair daqui. – Ela choramingou, segurando a estaca. Passei meu braço ao seu redor, e então começamos a andar. Estávamos quase alcançando a porta da frente quando uma dhampir imergiu. Ela tinha cabelo cacheado que caía até meados das costas e olhos negros como a noite. Os lábios rosados davam uma aparência angelical nela, porém o brilho mortal do olhar deixava isso se dissipar.

-- Pensaram que seriam tão fácil? – A voz áspera desdenhou, e então deu um passo para Dimitri.

-- O caramba. – Rosnei de volta, me colocando a sua frente e desviando do golpe dela. Segurei seu pulso, que conseguiu se desvencilhar com um golpe, e atingiu meu nariz. Passei por debaixo do seu braço quando tentou enfiar a estaca em mim, ficando de frente para suas costas, e então enfiei a estaca.

Assim que o corpo caiu, vi que Dani lutava. Ah, merda. Puxei seu corpo para trás, desferindo uma sequência de golpes contra o agressor. Parecia ter quinze anos, então não era completamente experiente. Havia se aproveitado do machucado de Dani e tentando combatê-la, mas contra mim? Ele não tinha chance alguma.

Bem, foi isso o que eu pensei quando dei um chute em seu estômago, e depois o puxei pelo braço até fazê-lo bater com a cabeça na parede, pronta para cravar a estaca. Porém ele retirou algo do bolso interno da jaqueta. Uma arma.

E então apontou para mim com a mesma rapidez, em um instante eu estava pronta para dar o golpe final nele, mas então ele já tinha o dedo no gatilho. Esperei pela dor que deveria ser seguida pelo barulho, mas não veio. E então percebi o vulto que havia entrado na minha frente, e que agora caía aos meus pés.

Torci o pulso do menino fazendo com que a arma caísse, e após chutá-la para longe, enfiei a estaca em seu coração.

Dimitri já estava agachado ao lado do corpo de Dani semi consciente. Percorri a área com o olhar, e ao ver que não havia sobrado ninguém – pelo menos do lado de dentro – me agachei também. Rasguei um bom pedaço a minha blusa e tentei estancar o sangramento, mas não funcionou. Ela deu um sorriso pálido, assentindo.

-- Meu... Meu... Meu sonho, Rose. – Balbuciou. Assenti para ela, me lembrando de suas palavras anteriores. Ela tinha o sonho de morrer para salvar alguém que amava, algum amigo. Porém na época havia me dito que não tinha ninguém para defender, e agora tinha a mim. Ela me considerava uma amiga, havia dito isto. E então morrera para me salvar, do mesmo modo como havia sonhado.

Sua mão estava fria, mas ainda era sua mão. E eu a segurei. Por um milésimo de segundo, eu segurei sua pele fria em contraste quanto à minha, quente. E eu a apertei para fazê-la entender que eu havia compreendido o sentido de tudo aquilo. Adam havia me avisado que eu perderia muitas pessoas, e que no final o golpe final teria que ser meu.

Eu pensava que era porque eu lutaria em uma única batalha e seria um forte oponente. Mas não era isso – a verdade era que eu também receberia um tiro, e Dimitri também. Mas eu parti para o homem mesmo enquanto minha amiga caía no chão, e dei o golpe final.

Pensara que a última luta teria sido aquela antes de abrirmos a porta, mas nada é definido. Não em uma missão, principalmente de resgate.

Do lado de fora, eu podia escutar que os barulhos da luta haviam acabado – estava acabado. Havíamos ganhado, e Dimitri estava bem o suficiente para ficar lúcido e andar. E também para girar pelo corpo de Dani, e passar o braço pelo meu ombro. Mas eu não me importei em sair daquela casa, não enquanto Daniele continuava ali.

Por Deus, eu havia prometido à Amanda! Eu havia prometido a ela que tomaria conta da “baixinha” – que ironicamente era mais alta que nós duas – e não havia feito.

E então Daniele fechou os olhos e deu o último suspiro – e tudo o que ela fez, pensou, sonhou ou idealizou foi engolido pelo mar de lembranças. 


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Notas finais do capítulo

Adeus, Dani ♥