Fix You 2: Dark Paradise. escrita por Amanda Mina


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Epa. Breve aparição de Dimitri nesse capítulo... acho que no próximo já veremos o velho Deus de volta :D



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Agora eu entendia o que haviam me dito. Olhando pela janela do carro, via-se que Jerônimo Monteiro mais se parecia com uma cidadezinha pacífica, histórica. A maior parte da estrada era constituída de paralelepípedo, e após algumas horas de carro, conseguimos finalmente parar de avistar somente árvores e arbustos e estradas de chão para finalmente contemplarmos as grandes estruturas erguidas.

As casas eram grandes, e no centro havia uma praça que dividia os lados da calçada. Supus ser um município pequeno, porém recorrido pela simplicidade. Mesmo com tais características, eu conseguia imaginar a mim mesma morando em lugar assim. Afinal, era como Ian disse: quem desconfiaria dos mistérios que um lugar assim escondia?

Porém logo saímos daquela paisagem e voltamos à habitual estrada de terra. Tinha um difícil acesso, então frequentemente o carro balançava e Stefan era obrigado a acelerar mais do que seria necessário em situações comuns.

Quatro horas depois, o carro parou embaixo de uma grande árvore, no meio do mato. Destranquei a porta e saí no mesmo instante, pegando a mochila. Dependendo do estado de Dimitri, eu teria que cuidar dele no mesmo local, então deixaria a bolsa perto do córrego.

Começamos a andar em uma espécie de trilha quando o meu telefone tocou. Quase como se fosse instantâneo eu atendi e me enfiei ainda mais dentre o mato: -- Ah, merda Ian. – resmunguei.

-- A ligação está péssima. – Ele reclamou.

-- Eu estou no meio do mato, perto do lugar. – Justifiquei.

-- Wow. E o celular ainda está aceitando ligações? – Perguntou. – Deveriam construir um altar para essa operadora.

-- Ian, fala logo. – adverti.

-- Certo. – Pigarreou. – Há um nome que consegui descobrir. Jake Armstrong. Lembre-se disso.

-- Como vou conseguir identificá-lo? – murmurei. Saber o nome era fácil, mas considerando que tivesse mais do que um homem de tocaia, como conseguiria distingui-lo?

-- Ele tem uma tatuagem. Uma cobra no braço que parece que come o próprio rabo. – Avisou. – É a marca dele, significa que trabalha para os Opositores. Felizmente não caí na besteira de fazer uma tatuagem assim.

-- Certo. – murmurei. – E qual é a ligação dele?

-- Aparentemente é o novo chefe. Não sei o que aconteceu com o Nico, mas parece que foi morto em um confronto direto, então Jake assumiu a posição e quem quer que esteja atrás de você tem uma ligação com ele. Ligação o suficiente para fazê-lo sequestrar Dimitri.

-- Foi ele? – xinguei algo em seguida.

-- De acordo com as imagens da câmera de segurança e dos depoimentos de alguns guardiões que estavam perto de Dimitri, sim. – Fez uma pausa. – Sobreviva, Rose. Não tente ser a heroína ou algo assim, apenas tire Dimitri daí e caia fora. – Pediu.

-- Nos vemos em breve, Ian. – Avisei, desligando o telefone. Acho que dizer que o amava seria sentimental demais para o momento, considerando que estava a alguns passos de finalmente resgatar Dimitri depois de tantos dias.

Joguei o celular no fundo da bolsa, e voltei a me reunir com o grupo.

-- Alguma pista? – Talita perguntou com o cabelo louro preso em um coque farto.

-- Apenas que o chefe de todos é Jake Armstrong. – Ao ver que ela me lançou um olhar confuso, provavelmente o mesmo que eu tinha quando Ian me disse isso, acrescentei: -- Sei como identificá-lo. É uma tatuagem de cobra que ele tem no braço.

-- Certo. – Gabriel deu um passo à frente. – Então eu cuido do grandão, e vocês – olhou para Dani e, em seguida, para mim. – resgatam o Belikov.

Dani me lançou um olhar como se esperasse minha aprovação: -- Eu não vou discutir sobre isso. Contanto que voltemos bem, você pode ficar com Jake e com quem mais quiser.

Ele assentiu, e então voltamos a andar rente ao córrego. Vinte minutos depois, Lucas gesticulou para que parássemos e então jogou a mochila em uma moita. Todos nós seguimos seus movimentos, e após me ver livre daquele peso, me agachei atrás de uma moita.

-- Certo. – Stefan sussurrou. – Chamaremos a atenção deles, e então vocês entram. – Avisou para mim e Daniele. Assentimos, ficando em uma moita mais afastada, porém que nos dava visão privilegiada.

Talita se ergueu um pouco, e então jogou um brinco de argola que usava – nessa altura do campeonato ela conseguia ser vaidosa – alguns metros a frente, pouco perto da casa. Com um salto, caminhou até atrás da casa e pegou a joia juntamente com algum objeto na mão.

Percorreu a janela com o olhar, assentindo na direção de Lucas. Na mesma hora, ele sacou o revólver que tinha e na mesma hora em que posicionava na direção da mesma vidraça, Talita correu e saltou atrás da moita novamente, enquanto o barulho de um tiro ressoou.

Provavelmente ela havia jogado o brinco naquele local para visualizar se Dimitri estava ali e, então, aquele seria um bom lugar para atirar.

Assim como pretendido, um homem saiu da casa no mesmo instante, empunhando a arma. Ele chegou a fixar o olhar onde eu e Daniele estávamos, mas nos abaixamos ainda mais de forma que não fosse possível ver nem mesmo um fio de cabelo nosso.

Quando voltei a erguer o olhar, percebi que ele tinha o cabelo louro cuidadosamente repartido como se fosse o pente produzisse um efeito semelhante campo arado em meio ao gel. Os olhos verdes faiscavam, mas não eram acolhedores. Eram cruéis. E então encarei seu braço direito, vendo ali a marca que Ian havia me alertado. Uma cobra estava desenhada ali, e ela serpenteava pelo braço – verde como os olhos do homem – até voltar para o mesmo lugar, como em um círculo, e quase engolir o rabo.

Virei-me na direção de Gabriel, mas ele já não estava ali. Percorri o terreno com o olhar até ver que ele havia se escondido atrás da casa. Jake deu dois passos a frente, voltando a analisar o terreno, os movimentos deixando pegadas na área, quando Gabriel saltou. Com uma velocidade incrível estava atrás de Jake, e com um único golpe, acertou a estaca na curva do pescoço deste ao mesmo tempo em que ele se virava na direção de Gabriel.

Porém, antes de cair, o infeliz levantou o revolver e disparou um único tiro – não era na direção de ninguém em especial. Apenas pensamos que ele havia errado e devido a visão embaçada, tentado atingir Gabriel; mas em seguida o terreno se encheu de pessoas.

Havia mais ou menos doze pessoas ali, e logo todos saltaram de trás das moitas, atacando. Golpes eram distribuídos a todo lugar, e após quase ser morto por dois, Gabriel disparou um tiro contra uma ruiva de olhos pretos.

Daniele me cutucou, indicando a entrada dos fundos que estava vazia. Assenti para ela, e então corremos na direção da porta, evitando passar por dentre os corpos que se debatiam com tamanha fúria.

A porta se abriu com um único chute vindo de Dani, e então empunhamos a estaca, adentrando no lugar. O piso rangia sob meus pés, mas as janelas não estavam quase caindo e a porta não rangeu conforme eu havia imaginado. A casa não se parecia com um lugar abandonado por dentro.

Era bem equipada, mesmo que tivesse poucos móveis. Sinalizei para que Dani tentasse em direção à porta da frente, enquanto eu olhava os fundos.

Abri uma porta que indicava o interior vazio. Havia uma cama e três colchões no lugar, mas não era nada, além disso. Voltei a andar na mesma hora, quando um grito me interrompeu. Corri na direção da sala, vendo que um homem havia nocauteado Dani.

Ela atingiu o homem com um chute no joelho, o fazendo vacilar e então se libertou do aperto, dando um chute no estômago dele na mesma hora – e devido a sequência forte de golpes, ele acabou caindo. Apesar de ser alta e magrela, a menina era muito ágil e em um golpe tinha enfiado a estaca em seu coração.

Voltamos a andar, examinando cada lugar. Houve uma porta que eu não consegui arrombar com apenas um chute – e quando eu e Dani tentamos atingi-la, a fechadura simplesmente girou, fazendo com que hesitássemos.

Havia cinco mulheres dentro do recinto – todas com cobras tatuadas nos braços e no rosto – e assim que adentrei, fui atingida pro um golpe na cabeça. Recuei, sentindo uma dor latejante me pressionar. Havia um líquido quente escorrendo da minha cabeça, disso eu tinha certeza. A infeliz havia me acertado de jeito!

Recuperei meus movimentos, partindo para cima dela. Bloqueei sua sequência de golpe, conseguindo atingi-la com um chute no estômago no momento seguinte. Ela não pareceu vacilar diante daquilo, e então tentou me atingir com um soco no maxilar. Inclinei a cabeça para o lado e então joguei a mão que segurava a estaca para frente, conseguindo fazer um corte em seu pescoço.

Ela cambaleou, pressionando a mão contra o local. Murmurou algo em russo e no minuto seguinte eu estava sendo atacada por outra pessoa. Saltei para evitar a sua rasteira, mas recebi um soco na lateral do rosto. Consegui agarrar seu punho quando ela tentou me atingir novamente, mas antes que conseguisse imobilizá-la, fui atingida por um golpe no braço com a estaca. Larguei a Opositora imediatamente, ignorando aquele ferimento e dando um soco em seu maxilar, e outro no seu peito. Ela deu dois passos para trás conforme tentava se desviar dos meus golpes, e então continuei a atacá-la, forçando-a a recuar.

Passei então uma rasteira nesta, e antes que caísse, joguei-a contra a parede, enfiando a estaca em seu peito. Virei-me rapidamente e então dei outro corte na garganta daquela que já havia sido atingida.

Duas já eram, pelo menos por mim. Agora só restava uma pessoa, e Dani estava dando conta desta. Eu poderia simplesmente abrir a outra porta que estava atrás das duas, mas o instinto protetor falou mais alto. Me lembrei da frase de Adam: “O último golpe tem que ser seu”. E antes que pudesse raciocinar, estava atacando a morena. Ela se virou para mim com tamanha fúria que me fez cambalear, e então eu a ataquei novamente, empurrando-a para frente. Movi a estaca contra seu pulso, fazendo com que ela gritasse e deixasse a estaca cair.

Dani se aproveitou do movimento para imobilizá-la, e então enfiei a estaca em seu peito. Deixamos o corpo cair como um baque e então chutamos a porta que nos restava. A de madeira.

E, naquele momento, eu não sabia se queria chorar de felicidade por tê-lo encontrado, ou de desespero por vê-lo tão ferido. 


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Notas finais do capítulo

Um coro de aleluia, poooor favor, para esse momento! Enfim, kisses ♥