Fuga escrita por Natã Cruz


Capítulo 4
Capítulo 3 - Ossos quebrados


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é uma grande evolução na história, onde as coisas começam a se encaixar melhor e a história a entrar nos trilhos e em seus respectivos destinos.
Espero que gostem!
Não esqueçam de comentar, o/.
Uhul!



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Mattew sentiu o calor insuportável do sol que ardia na sua nuca. Seus pulsos e braços estavam dormentes e doloridos. Ele se remexeu nas pedras e sentia dores pelas articulações do pé até a cabeça. Sua perna direita deu alguns choques que o fez gemer alto. Como e onde foi parar? Apenas se lembrava de um pouco da noite passada, mas, o resto parecia ter sido apagado.

Tudo! Seu objetivo e destino. Apenas sabia que deveria fugir logo.

A dor era maior. Era possível apenas ouvir o barulho de tratores e ferragens.

“Fugir”, pensava, mas não tinha forças nem para mexer o próprio pescoço.

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John naquela manhã entrou em seu carro e mal havia dormido a noite inteira. Ele dirigia com a cabeça naquele hospital. Em Bob. Pensava no quanto sua ex-mulher tinha o atingido. Pensou tanto que havia entrado no caminho errado.


Bateu no volante resmungando algo e passando a mão no seu querido cabelo grisalho. Na rodovia, viu de longe bombeiros, policiais, guinchos e repórteres. Forçou a vista a frente do vidro e viu um entulho enorme sendo puxado no formato de um caminhão, e, logo perto uma lona cobria algo bem ensanguentado. Julie.

John foi se aproximando devagar, e, foi quando estava quase perto da confusão, que viu um corpo meio que balançando entre algumas rochas e pedras. Bem escondido. Ele parou o carro e correu até o corpo.

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Mattew sentiu alguns passos apresados pisando nas pedras e areia se aproximando. Parecia usar botas.

Mattew engoliu seco, mas sentiu apenas ardência e gosto de sangue nos teus dentes.

Uma mão apoiou em seu ombro dolorido.

Mattew gemeu alto.

– Ei! – berrava o estranho em outra direção, tinha a voz de um coroa.

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John botou as mãos na cabeça e não sabia o que fazer.

Gritou novamente para os policiais longes, e nada.

– Errrr.... – gemia o corpo.

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– Não se preocupe, meu caro, vou chamar os bombeiros! – disse o desconhecido.

Mattew lutou para dizer algumas palavras, mas o desespero tomou conta de si.

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– Fug...gir... – enfim disse com dificuldade, rouco e baixo. John parou e se virou para o corpo ao ouvir os ruídos e as palavras do desconhecido corpo entre as pedras.

– Como? – perguntou. John se ajoelhou bem perto do corpo.

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Mattew fez mais um esforço e apertou uma pedra contra sua mão, sentia raiva.
– Fugir... da... daqui! – gemeu em cada sílaba.

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John se levantou e finalmente entendeu o que o cara estranho dizia. Estava fugindo e queria que ele o tirasse dali, sugeriu. John preocupado e confuso com “O QUE IRIA FAZER”, passou as duas mãos em seu cabelo. Não sabia como ajudar, o corpo estava muito machucado e sangrava pela cabeça em um machucado bem visível.

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– Fu... gir... - tentou Mattew novamente.

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John tremia muito, tinha que ajudar aquele rapaz. Ou, simplesmente o entregar para os profissionais. E se ele fosse perigoso? Um criminoso? Já sabia como descobrir! Agachou e...
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Mattew sentiu o cara desconhecido mexer no seu bolso direito e retirar algo que ele não se lembrava do que era.

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John pegou aquela foto que encontrou e ficou intrigado com ela.

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Lorel acordou com o som dos pássaros na sua janela.

Ela não gostou muito, pegou seu travesseiro que deixava entre as pernas e a arremessou contra a janela.

– Lorel, já são 10h40 da manhã, acorda. – disse Lion a chamando depois de dar um beijo na sua bochecha rosada.

Lorel já cansada e sonolenta, abriu os olhos. Não tinha um emprego, nada que a obrigasse a acordar cedo, pensava criticamente.

– Adeus, Lion e volte para fazer meu almoço! – disse Lorel pegando o outro travesseiro e botando sobre o rosto disposta a dormir mais.

Lion sorriu e se retirou enrolando seu coxão que havia dormido. E, quando estava saindo, deixou uma carta selada em cima da escrivaninha cor-de-pele para Lorel ler depois.

Eram negócios! Negócios que a deixariam bem animado, pensou Lion feliz.

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Era a foto de uma lanchonete na 6h Avenue North, em Seattle, e, que havia dois caras sorrindo na frente. John analisou bem o corpo que estava caído e vi que era jovem. E QUE PRECISAVA DE SOCORRO LOGO! Mas, ainda não sabia o que fazer.

– Dane-se! – exclamou John, pensando na sua juventude e de suas fugas falhas que já havia tentado, para a casa de avós no Havaí, mas nunca deu certo. Talvez aquele rapaz era um simples jovem fugindo de casa e estava com medo das autoridades o pegar e levar de volta pra casa.

John correu até o seu carro e pegou seu casaco que havia esquecido na noite passada.

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Mattew ouviu os passos se aproximando mais uma vez e então, sentiu alguém agarrar suas costelas e levantar.

Dor! Foi então que Mattew abriu os olhos devagar e incomodado com o sol.

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Foi então que John viu o rosto do jovem bem sujo pela terra e cheio de machucados quase abertos. Exceto pela testa que estava aberta com um longo corte e fundo.

– Oh, céus! – exclamou John andando rápido com o estranho nos braços de costas para as autoridades que estavam poucos metros dali. Era sorte eles não terem já o encontrado.

Então, o pôs deitado no banco de trás do carro e envolveu sua testa com seu terno para tampar o corte enorme.

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Mattew reparou que agora estava em um automóvel e que as dores estavam insuportáveis. Seus dentes pareciam não querer para de sangrar. Tentou cuspir pelo menos. Estava de barriga pra cima. Foi então que e viu o rosto do suposto coroa que havia o tirado de lá. Sentiu medo, gemeu, e balançou a cabeça com dores na nuca.

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John ouvia os gemidos do jovem e começou a transpirar mais ainda, limpou sua testa e passou a mão nos seus cabelos grisalhos rapidamente. Virou a chave e deu meia volta ali mesmo, para a casa.

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Lorel acordou logo depois da ida de Lion, havia perdido um sono sem volta.

Pulando, quando estava na cozinha, viu uma reportagem na TV que chamou sua atenção.

Autoridades informam que entre a colisão dos caminhões, um dos automóveis havia duas pessoas, uma mulher que foi encontrada morta e a outra vítima esta desaparecida. O motorista do outro caminhão diz não ter visto o outro, pois estava parado no meio da pista sem faróis acesos.”

Lorel desligou a TV e pensou em um bom tempo sobre o tal acidente. Depois acabou encontrando por acaso a carta que Lion havia deixado.

Na carta dizia que seu remetente era nada mais, nada menos que, Cory Ench Thinks. Lorel sentiu seu coração pulsar mais rápido e uma onda enorme de excitação no cérebro. Abriu a carata depressa e viu um papel A4 dourado. Gritou e começou a pular freneticamente. Lorel conhecia muito bem o que estava ali, o que a agitava muito! Acabava de ser chamada para trabalhar na França! E, naquele mesmo momento, ouviu a campainha tocar. Foi eletrizante para abraçar e pular no pescoço de quem fosse estar atrás da porta...

Foi soltando gemidos e quando abriu a porta, viu Dorethe chorando até se remexer toda de calça baixa, saltar no pescoço de Lorel. E ela se conteve e apenas a abraçou com um nó na garganta levando Dore até o sofá.

– Perdão. – disse Dorethe levantando a cabeça do ombro de Lorel, soluçando e com o rosto um pouco manchado de delineador.

– Tudo bem. - disse sem jeito – O que houve?

Dorethe respirou num soluço, passou a mão em teus cabelos atrapalhados e escovados perfeitamente, olhando para Lorel.

– Sei que nos conhecemos ontem e já estou exagerando, mas, é que encontrei seu endereço no meu bolso e vim correndo.

Lorel pigarrou.

– Tudo bem. – disse, mas, na verdade ela estava assustada e um bocado em transe com o estado da garota e pela facilidade de se acostumar com ela e a procurar.

– Fui rejeitada de outra entrevista e acabei voltando para a casa de meus pais.

Lorel engoliu seco, não sabia o que dizer.

– Nossa! – soltou.

– E meu pai discutiu comigo, parece que não fui muito bem-vinda depois de ter fracassado em cinco entrevistas por uma faculdade que o fez gastar até o ultimo centavo e pagado seis meses adiantados do apartamento que agora abandonei. – disse soluçando.

Lorel passou a mão em sua nuca e respirou fundo a fim de entender o que estava se passando. Não iria chamar Dorethe para morar com ela, mesmo que fosse o certo, Dorethe ainda er uma estranha e nem estava necessitando tanto assim de um abrigo.

– Sinto muito mesmo pelo o que está acontecendo. – disse se levantando. – Vou buscar um copo de água.

Dorethe agradeceu soluçando enquanto fitava seus dedos.

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John estacionou o seu carro na frente de casa devagar como faz todos os dias. Saiu e correu para abrir atrás. O estranho jovem fazia caretas e se contorcia devagar sem se mexer muito rápido.

John pegou seu celular e ligou para Fonks, seu advogado e amigo devorador de frango frito.

– Sim. – disse Fonks com uma voz de sono, estava dormindo.

– Estou com um garoto ensanguentado no banco de trás do meu carro, o que eu faço? – disse rápido se virando de costas para o automóvel.

– Você o atropelou?

– Não, o encontrei.

– Já pensou em leva-lo em um hospital? – disse Fonks entre um bocejo.

– Não, ele não pode se envolver com autoridades.

– Que espécie de cara é esse? Fugitivo da polícia?

– Não... Sei. – disse John batendo a mão direita na cintura e logo depois a passando nos teus cabelos grisalhos.

– Vou passar o número de um amigo médico, ele pode te ajudar, mas ouça, depois despache esse cara! Sua mãe nunca disse que não se deve falar com estranhos não, coroa?!

– Eu te conheço há vinte anos e você ainda me parece um estranho. – disse John começando a soar novamente.

– Pode ser. – disse Fonks ditando o número.

– OK. – E John desligou. Logo abriu a casa e levou o estranho Mattew para dentro. John o pôs no sofá e ligou para o tal médico enquanto andava pela cozinha inquieto.

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Mattew se sentia desconfortável. Sua perna direita ainda não se mexia e sua esta estava muito, muito dolorida e sensível a qualquer tipo de brisa. O lugar onde estava cheirava a whisky e algo parecido com papel mofado.

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– Obrigada. – agradeceu Dorethe após beber sua água.

Lorel suspirou carinhosa e passou a mão nos ombros de Dorethe.

– Sinto tudo passar tão rápido. Ontem mesmo eu estava em Boston com meus pais e meu melhor amigo. Foi uma boa até meus pais brigarem e repartirem a nossa casa e vende-la. Não teve divórcio, pelo menos ate agora, depois de sete anos. Sinto falta de Boston. Da minha família e dos meus amigos. Principalmente de quem eu amei, o único em toda a minha vida.

Lorel ergueu-se.

– Vocês eram namorados? – perguntou pegando o copo vazio de Dorethe e o ponto sobre a mesa.

– Não. – disse com um sorriso. – era meu melhor amigo. É... Não o vejo a sete anos e vários e vários meses. Perdi contato a uns três anos, se não me engano. Eu ainda durmo pensando nele, Lorel. – seus olhos brilharam e a fez se encolher e fitar os dedos novamente.

– Talvez você possa encontrar algo na lista telefônica de lá, não? – Lorel já tinha até “esfriado” do seu ataque de alegria

– Já tentei, os números dele estão todos fora do ar, como se não existissem mais.

Lorel lamentou em um gesto.

– Fala dele. – disse.

Dorethe sorriu levantando os olhos agora, atentos.


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Notas finais do capítulo

E, ai? Valeu?
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Obrigadão pela sua atenção!