As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
~ POV Pedro ~
Caspian declarou, com total superioridade e pressa, que tinha algo para nos mostrar. Pediu para que o seguíssemos por entre os corredores espessos de Cair Paravel e assim fizemos. Nossa caminhada turística por entre vários corredores e quadros deu fim em uma sala de largura mediana. Na verdade: uma biblioteca.
Assim que atravessei a soleira da porta fui recebido por uma forte corrente de ar. A janela, além de gigantesca, tinha a cortina de veludo arroxeado controlada pelo vento.
Novamente parei e observei o lugar. Estantes e estantes, livros e livros. Tudo e mais um pouco mantinha o lugar cheio e ocupado. Havia também um armário e uma mesa, todos de carvalho e detalhes banhados à ouro puro.
– Eu guardei seus artefatos como lembranças, mas acho que vocês vão precisar deles novamente — argumentou Caspian, tirando-me de meus devaneios. O homem abriu a porta envidraçada de seu armário e sorriu.
– Olha só, é o meu quite de cura e punhal – explodiu Lúcia. Minha irmã, animada igual a poucos anos antes, pegou seu presente e sentou-se na cadeira mais próxima.
Corri os olhos por entre as várias coisas que havia dentro do armário, mas apenas uma chamou-me a atenção...
– Ei, não é o arco e flecha da Susana? – perguntei, apontava para os objetos.
– Sim, sim — respondeu Caspian, logo abrindo-me um sorriso perolado — Aqui está sua espada. Guardei-a como minha própria vida. Acreditei que nunca mais iria usá-la, mas... Bom, aqui está ela.
– Obrigado Caspian – Encarei meu irmão. Este estava espairecido em um canto da sala. Espairecido até ouvir-me pronunciar seu nome —, mas a deixarei para Edmundo.
– Para mim Pedro? – perguntou Edmundo.
– Sim. Se Caspian não se importar eu fico com arco e flecha de Susana. Da última vez que estivemos em Nárnia, ela me ensinou alguns truques de pontaria.
– Claro que não me importo Pedro, pode pegar — logo o homem dirigiu-se ao meu primo – Eustáquio, eu tenho uma espada sobrando para você.
– Obrigado Caspian. – ele agradeceu, enquanto minha irmã perguntava se o homem ia conosco.
– Estou em dúvida — respondeu ele —, talvez Liliandil precise de mim.
– Acho melhor ficar Caspian — encorajei-o enquanto apoiava minha mão em seu ombro —, ela pode mesmo precisar de você. Nós daremos conta de achar essa feiticeira, e principalmente de resgatar Rillian.
– É, acho que é melhor eu ficar — Caspian soltou um logo suspiro, trancando a porta envidraçado do armário — Então... É melhor todos irem para seus aposentos agora, não acham? Amanhã terão um longo dia.
Lúcia levantou-se, ainda exaltada.
— Concordo com o Caspian. Boa noite, rapazes.
– Boa noite, Lucy.
~ POV Edmundo ~
A noite estava fria, e eu já havia perdido a conta de quantas vezes virara na cama por conta de insônia. Fria estava muita, quieta? Nem tanto. Eustáquio estava em seu terceiro sonho, e minha conclusão girava apenas em seu ronco ensurdecedor.
Irritado, me levantei devagarinho, peguei a vela que estava acesa ao lado de minha cômoda e segui porta à fora.
Se a sorte reina, então me considero vitorioso. Por favor Lúcia, esteja acordada.
~ POV Lúcia ~
Pensamentos. Lembranças. Nostalgia. Ansiedade. Por culpa de tudo o sono não me era bem vindo.
– Oi? Lúcia? — uma fresta foi aberta em minha porta, atiçando minha atenção — Está acordada?
Semi-cerrei os olhos, nunca os tirando da porta — talvez por uma ou duas vezes, apenas para acender a lamparina que repousava em minha cômoda. Ora essa, quem estaria acordado, junto a mim, a está hora da madrugada?
Semi-cerrei novamente os olhos, e, junta das chamas do fogo, minha pergunta foi respondida...
– Ai meu Deus! Que susto Edmundo!
Edmundo soltou uma risada gostosa enquanto fechava a porta.
– Ah. Desculpa, mas você não respondeu minha pergunta — sorriu ele — Te acordei?
Desta vez foi minha vez de rir.
– Engraçadinho... — suspirei — Não. Não me acordou. Na verdade, não estou conseguindo dormir.
– Eu também não consigo dormir, mas duvido que seja o mesmo motivo que o seu. — Edmundo sentou na beirada da minha cama, deixando sua vela junto de meu castiçal. Meu irmão deu uma longa pausa nas palavras, mas logo manifestou-se novamente: — Lú, você está... feliz..? Por estar aqui..? Em Nárnia..?
– Estou. Sabe? É mais que sorte estarmos aqui novamente — suspirei — O ruim vai ser termos que se despedir novamente, e, dessa vez, de verdade.
– É... Eu também acho — murmurou ele — Tem hora que eu não queria ir embora, nunca. Nunca, nunquinha.
Sorri, seguida de um bocejo.
— Acho que estou ficando com sono.
– Eu também. É uma pena que não vá conseguir dormir.
– Quer dormir aqui?
– Bem... Se você não acha ruim...
– Claro que não acho ruim. O problema é: não tem mais uma cama.
– Ei, tudo bem. Eu fico no chão mesmo.
Edmundo voltou ao seu quarto, mas não demorou a voltar. Desta vez estava com sua manta e travesseiro em mãos. Peguei outra manta e a estendi no chão de uma forma que ficasse confortável, afinal, iríamos partiu logo cedo, e a última coisa que alguém desejaria seria uma dor nas costas.
Assim que se acomodou em seu novo canto, meu irmão sorriu e disse:
– Boa Noite, Lúcia.
– Boa noite, Ed.
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