As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes


Capítulo 5
Armas e lembranças.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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~ POV Pedro ~

Caspian declarou, com total superioridade e pressa, que tinha algo para nos mostrar. Pediu para que o seguíssemos por entre os corredores espessos de Cair Paravel e assim fizemos. Nossa caminhada turística por entre vários corredores e quadros deu fim em uma sala de largura mediana. Na verdade: uma biblioteca.

Assim que atravessei a soleira da porta fui recebido por uma forte corrente de ar. A janela, além de gigantesca, tinha a cortina de veludo arroxeado controlada pelo vento.

Novamente parei e observei o lugar. Estantes e estantes, livros e livros. Tudo e mais um pouco mantinha o lugar cheio e ocupado. Havia também um armário e uma mesa, todos de carvalho e detalhes banhados à ouro puro.

– Eu guardei seus artefatos como lembranças, mas acho que vocês vão precisar deles ­novamente — argumentou Caspian, tirando-me de meus devaneios. O homem abriu a porta envidraçada de seu armário e sorriu.

– Olha só, é o meu quite de cura e punhal – explodiu Lúcia. Minha irmã, animada igual a poucos anos antes, pegou seu presente e sentou-se na cadeira mais próxima.

Corri os olhos por entre as várias coisas que havia dentro do armário, mas apenas uma chamou-me a atenção...

– Ei, não é o arco e flecha da Susana? ­– perguntei, apontava para os objetos.

– Sim, sim — respondeu Caspian, logo abrindo-me um sorriso perolado — Aqui está sua espada. Guardei-a como minha própria vida. Acreditei que nunca mais iria usá-la, mas... Bom, aqui está ela.
­

– Obrigado Caspian – Encarei meu irmão. Este estava espairecido em um canto da sala. Espairecido até ouvir-me pronunciar seu nome —, mas a deixarei para Edmundo.

­ – Para mim Pedro? ­– perguntou Edmundo.

– Sim. Se Caspian não se importar eu fico com arco e flecha de Susana. Da última vez que estivemos em Nárnia, ela me ensinou alguns truques de pontaria.

– Claro que não me importo Pedro, pode pegar — logo o homem dirigiu-se ao meu primo – Eustáquio, eu tenho uma espada sobrando para você.

– Obrigado Caspian. – ele agradeceu, enquanto minha irmã perguntava se o homem ia conosco.

– Estou em dúvida — respondeu ele —, talvez Liliandil precise de mim.

– Acho melhor ficar Caspian — encorajei-o enquanto apoiava minha mão em seu ombro —, ela pode mesmo precisar de você. Nós daremos conta de achar essa feiticeira, e principalmente de resgatar Rillian.

– É, acho que é melhor eu ficar — Caspian soltou um logo suspiro, trancando a porta envidraçado do armário — Então... É melhor todos irem para seus aposentos agora, não acham? Amanhã terão um longo dia.

Lúcia levantou-se, ainda exaltada.

— Concordo com o Caspian. Boa noite, rapazes.

­ – Boa noite, Lucy.

~ POV Edmundo ~

A noite estava fria, e eu já havia perdido a conta de quantas vezes virara na cama por conta de insônia. Fria estava muita, quieta? Nem tanto. Eustáquio estava em seu terceiro sonho, e minha conclusão girava apenas em seu ronco ensurdecedor.

Irritado, me levantei devagarinho, peguei a vela que estava acesa ao lado de minha cômoda e segui porta à fora.

Se a sorte reina, então me considero vitorioso. Por favor Lúcia, esteja acordada.

~ POV Lúcia ~

Pensamentos. Lembranças. Nostalgia. Ansiedade. Por culpa de tudo o sono não me era bem vindo.

– Oi? Lúcia? — uma fresta foi aberta em minha porta, atiçando minha atenção — Está acordada?

Semi-cerrei os olhos, nunca os tirando da porta — talvez por uma ou duas vezes, apenas para acender a lamparina que repousava em minha cômoda. Ora essa, quem estaria acordado, junto a mim, a está hora da madrugada?

Semi-cerrei novamente os olhos, e, junta das chamas do fogo, minha pergunta foi respondida...

Ai meu Deus! Que susto Edmundo!

Edmundo soltou uma risada gostosa enquanto fechava a porta.

– Ah. Desculpa, mas você não respondeu minha pergunta — sorriu ele — Te acordei?

Desta vez foi minha vez de rir.

– Engraçadinho... — suspirei — Não. Não me acordou. Na verdade, não estou conseguindo dormir.

– Eu também não consigo dormir, mas duvido que seja o mesmo motivo que o seu. — Edmundo sentou na beirada da minha cama, deixando sua vela junto de meu castiçal. Meu irmão deu uma longa pausa nas palavras, mas logo manifestou-se novamente: — Lú, você está... feliz..? Por estar aqui..? Em Nárnia..?

– Estou. Sabe? É mais que sorte estarmos aqui novamente — suspirei — O ruim vai ser termos que se despedir novamente, e, dessa vez, de verdade.

– É... Eu também acho — murmurou ele — Tem hora que eu não queria ir embora, nunca. Nunca, nunquinha.

Sorri, seguida de um bocejo.

— Acho que estou ficando com sono.

– Eu também. É uma pena que não vá conseguir dormir.

– Quer dormir aqui? ­

– Bem... Se você não acha ruim...

­– Claro que não acho ruim. O problema é: não tem mais uma cama.

– Ei, tudo bem. Eu fico no chão mesmo. ­

Edmundo voltou ao seu quarto, mas não demorou a voltar. Desta vez estava com sua manta e travesseiro em mãos. Peguei outra manta e a estendi no chão de uma forma que ficasse confortável, afinal, iríamos partiu logo cedo, e a última coisa que alguém desejaria seria uma dor nas costas.

Assim que se acomodou em seu novo canto, meu irmão sorriu e disse:

– Boa Noite, Lúcia.

– Boa noite, Ed.


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Notas finais do capítulo

Comentem.