As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes


Capítulo 18
Trabalho em equipe.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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~ POV Lúcia ~

– Aslam, esse é Tyler. Tyler Moore.

– Muito prazer, senhor. – Tyler curvou-se.

– Não, não criança. Não preciso de tudo isso. – alegou o leão.

Tyler encarou Aslam. Seus olhos brilhavam de felicidade porque as histórias que ele lia e ouvia eram verdadeiras.

Não conseguimos apresentar Tyler para Eustáquio e os unicórnios já que estavam dormindo. Tyler também pareceu não perceber a presença deles.

Sugeri a ele que contasse a sua história para Aslam, pelo menos para ver se ele podia ajuda-lo em alguma coisa. Enquanto isso levantei e fui para perto de Rilian.

Olhei ao nosso redor; Edmundo já estava deitado, mas não havia dormido. Ele estava olhando as formações das estrelas.

–Eu já volto. – sussurrei para Rilian.

– Está bem.

Aproximei-me do meu irmão e deitei ao seu lado.

– Alguma vez já viu uma formação de estrelas que desenha um coelho? – ­­ perguntou ele.

– Bem... Não. – ri – Mas não era bem disso que eu vim falar.

– Então não consegui distrair você. – riu-se.

– Não. – ri novamente. – Vamos, diga-me, como foi?

– Novamente você estava certa, maninha. – disse ele, encarando o céu.

– Obrigada, obrigada...

– Até que Tyler não é má pessoa, acho que eu estava com a cabeça quente. – completou ele – Acho que primeiro devemos conhecer melhor a pessoa antes de julgá-la

– Bom... Fico feliz que tenha aprendido a lição.

Depois de algum tempo olhando as estrelas, sentei-me e olhei ao redor. Todos já estavam dormindo e parecia que noite iria esfriar.

– Edmundo, você se importa se eu dormir ao seu lado está... noite? – perguntei, mas antes que terminasse vi que ele já se desmanchava em sonhos.

– Então... boa noite.

~ POV Edmundo ~

Acordei sobressaltado. Jurei ter ouvido um grito.

– Lúcia, está acordada? – perguntei, sacudindo-a. – Ouviu alguma coisa?

– Quê..? – perguntou ela, sonolenta – Que houve..?

Um novo grito. Uma voz masculina.

– Ouviu agora? – perguntei.

– Si-Sim. – ela olhou ao redor. – Cadê o Tyler?!

– Eu tenho uma pergunta melhor – argumentei, pegando a espada. – Cadê o Eustáquio?!

– Ai meu deus! – Lúcia levantou. – O Tyler não conheceu nosso primo. Eustáquio é um estranho para ele. Se não acharmos eles a tempo, Tyler pode atacá-lo, e tenho certeza que nenhum de nos queremos isso.

Ouvimos novamente um grito, depois, um rugido. A voz do meu primo tinha um tom de pavor que rasgava os ouvidos.

– Vamos! – apressei-a. – É só seguir a voz do Eustáquio.

Seguimos o som o mais rápido possível. Logo os encontramos. Era um lugar sem nada, só com algumas árvores, O que Eustáquio foi fazer no meio do nada?; pensei, mais não era hora para isso, tinha coisa melhor para fazer do que responder minhas perguntas: Salvar meu primo indefeso.

Eustáquio havia esquecido de levar a espada, típico dele.

Tyler andava em passos de caça ao redor do Eustáquio. Sempre quando ele fazia um movimento ou gritava, Tyler rugia ou ameaçava avançar.

Quando íamos impedir Tyler de machucar nosso primo, Eustáquio arriscou a sorte e tentou fugir. Tyler avançou nele e Eustáquio acabou caindo.

Tyler, não! – berrou Lúcia, enquanto se aproximava deles. Fui atrás dela com a espada posicionada caso ele perdesse o controle.

Ty olhou para Lúcia, seus olhos azuis estavam dilatados.

– Tyler, ele é nosso primo, e não o seu café da manhã. – rugi.

O garoto voltou a sua forma humana e olhou para o Eustáquio.

– M-Me desculpe – ele sussurrou, logo depois correu e sumiu entre as árvores.

Lúcia correu para perto do Eustáquio enquanto eu olhava para a direção que Tyler tinha corrido.

– Eustáquio. Eustáquio você está bem? – perguntou ela.

– A-acho que sim. – sussurrou ele, ofegante – Quem era ele? E por quê...?

– Calminha, calminha... Eu explico tudo. – Lúcia o abraçou. – Vamos voltar para o acampamento.

– Vocês podem ir à frente. – respondi – Vou ver se o encontro.

– Toma cuidado, Ed.

Sorri para Lúcia, afirmando que ficaria tudo bem e fui para a trilha que Tyler seguiu. Ele não tinha deixado nenhuma pegada. Seria mais difícil de encontrá-lo.

Aquele lugar era tão quieto. Era um lugar tão morto.

Tyler? – berrei, várias e várias vezes – Vamos, Tyler, apareça! Só quero conversar!

Mas eu não obtinha nenhuma resposta. O que eu ganhava? Apenas silêncio.

Vamos lá, Ty. Sabe que não vou lhe fazer mal algum! – berrei novamente.

Cansado e sem nenhuma resposta parei por alguns minutos. Sinceramente, eu já estava quase desistindo de procurar o garoto. Apoiei meus braços nas pernas e respirei fundo.

Foi então que percebi que tinha alguém atrás de mim. Ouviu um rugido, e, por azar, não era o som familiar de um tigre de dentes-de-sabre. Desconfiado, me virei, e, para minha surpresa, era um urso pardo...

...E ele não parecia muito feliz.

Novamente posicionei minha espada, mas não adiantou muito. O urso avançou rapidamente para cima de mim. Tropeçando e caindo deixei minha espada voar para longe.

Com a ideia de que eu não tinha mais escapatória – porque se eu ficasse ele me mataria, e se eu tentasse fugir ele me alcançaria e também me mataria –, a única coisa que eu pensei em fazer foi proteger meu rosto com os braços.

Trazendo consigo uma brisa forte, percebi que algum animal pulou por cima de mim e avançou no urso. Para minha salvação e grande alegria, era Tyler.

Os dois animais raivosos lutavam sem piedade alguma. Pareci que Tyler iria perder aquela luta. O urso era muito forte, e no pequeno estado que Tyler estava, seria difícil declarar vitória sozinho.

Logo tive uma ideia. Alcancei a minha espada e corri para trás do urso, e, sem pensar duas vezes, pressionei minha espada em sua costa.

Sem mais delongas o animal morreu.

­Tyler olhou para mim. Seus olhos tinham voltado ao normal.

– Bon appétit – afirmei, usando um pouco do que sei da língua francesa – Vou deixá-lo comer em paz. Estarei esperando ali.

Tyler bufou e avançou para o urso. Como prometido fui para o meu ponto de espera.

– Viva o trabalho em equipe. – disse a mim mesmo.


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Notas finais do capítulo

:D