As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes


Capítulo 13
Ácido!


Notas iniciais do capítulo

Engraçado, mas fiz este capítulo ouvindo The Call. Se quiserem, à vontade.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311811/chapter/13

~ POV Rilian ~

Sentei-me ao lado de Lúcia e respirei fundo. Quando dei-me conta vi que Edmundo entrara no quarto.

– Achou alguma coisa? – perguntou.

– Não. Não achei nada. – levantei do chão – Mas, contenha-se, porque não tenho uma notícia muito boa.

– Que aconteceu?

– Lúcia, Edmundo. Lúcia! Ela está ficando gélida e pálida. Pálida como tinta branca!

Ele ficou tenso. Edmundo aproximou-se de Lúcia e tocou seu lindo rosto. No mesmo instante ele teve um calafrio.

– Você está certo, Rilian - Edmundo encarou-me - Temos que destruir aquele maldito cajado o mais rápido possível!

Deixamos o quarto, e avisamos aos outros o que estava acontecendo. Todos ficaram preocupados, principalmente Aslam. Decidimos então aumentar o ritmo da procura. Pedro disse que estava pesquisando em todos os livros daquelo cômodo se havia alguma forma de destruir aquele objeto obscuro. O rei, infelizmente, não obtinha nenhum resultado. Um dos unicórnios - o negro - tentou queimar o cajado com seu chifre, mas não adiantou em nada.

Estudei todo o lugar e avistei uma grande cortina vermelha. Suspeitei, então, que havia alguma coisa atrás dela. Aproximei-me do manto de veludo e o abri. E eu estava certo! Atrás daquela grande cortina aveludada havia duas estantes habituadas com várias poções.

– Vocês procuraram aqui? - perguntei.

– Não – disse Pedro – Na verdade eu nem tinha visto isso aí.

Dei de ombros e fui para perto da primeira estante. Comecei a procurar alguma poção que pudesse destruir aquele maldito cajado, e, enquanto os outros tentavam achar resultados em livros, armários, gavetas, ou tentando quebrar ou queimar aquele objeto maligno, eu apenas achava poções como: poção de transformação, poções de amor, de felicidade, de poder, venenos, poção de sorte, poção da verdade. Nada do que eu precisava.

Nada. Não. Nada. Nada. Quando percebi já havia descartado todas as opções da primeira estante. Sem demora foi para a segunda. Nesta apenas havia poções repetidas. Poções que eu nunca ouvi falar e poções com nomes esquisitos como Lummynus Killers, Trafer Dayn ou Diyun Canteus. Suor começou a brotar de minha testa. Eu começava a ficar nervoso, preocupado, tenso. Eu não achava nada e já estava perdendo o sentimento chamado esperança.

Quando notei sobrava apenas um frasco. Peguei ele com toda a fé possível. O líquido era vermelho e em seu rótulo estava escrito algo à mão.

“Ácido”

Virei o frasco. Atrás dele estava escrito um aviso.

“Um pequeno pingo de ácido acabará com qualquer coisa, sendo material ou sendo um ser vivo. Tenha consciência, cuidado!”

Levantei sobressaltado, quase tropeçando nos frascos que deixei de lado no chão.

– Achei um frasco de ácido. Será que é útil?

Pedro arqueou a sobrancelha.

– Ácido destrói qualquer coisa, tem que ser útil!

Aslam estava deitado perto da lareira apagada, onde estava o maldito cajado. Abri o frasco e pinguei um único pingo da substância. O ácido começou a corroer rapidamente o objeto, e, logo ele começou a derreter, todos adotaram um certo alívio, principalmente Edmundo. Este exibia um sorriso maior que os próprios lábios.

Todo corroído como estava, o cajado grudou por entre a madeira da lareira. Não demorou para que o unicórnio acendesse novamente o fogo.

Talvez fosse uma hora da manhã, talvez três. Pedro, Eustáquio e os unicórnios acabaram caindo no sono. Já Edmundo e eu fomos, totalmente esperançosos, checar se Lúcia havia despertado.

Acomodamos o cômodo e nos sentimos derrotados. Seu corto ainda jazia inconsciente na cama. Como antes, e talvez para sempre, pálida e gelada.

– Talvez ela não acorde agora – sugeri esperançoso, passando a mão na nuca e engasgando um pouco – Talvez ela acorde depois. Quero dizer, até seu corpo esquentar, e ela voltar ao normal...

– Contenha-se. – respondeu Edmundo - O talvez verdadeiro é se talvez devêssemos cavar uma cova ou não.

Edmundo saiu do quarto com a tristeza nos olhos - e com certeza no coração. Já eu fiquei no quarto. Rilian não iria desistir. Nunca, nunquinha.

Havia uma manta em cima de uma mesa perto da estante onde li alguns livros. Peguei-a e cobri Lúcia.

Sentei encontrada no parede e ali permaneci e adormeci.

– Rilian? – ouvi uma voz doce.

Abri os olhos lentamente. Talvez fosse um sonho. Minha mente brincando com meus mais puros sentimentos. Mas não. Felizmente não. Aquilo era real. A mais pura realidade.
­

– Lú-Lúcia? – gaguejei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!