Fiquei a tarde toda enfiada no quarto de Guilherme vendo filmes e mais filmes. Ouvindo musica, comendo pipoca, rindo á gargalhada, rindo até chorar., bebendo cola e comendo batata frita. Guilherme era legal. Tinha sempre assunto e num era um daqueles garotos chatos que só ficavam falando de futebol ou de carros, ou até de garotas, ele falava de tudo e mais era muito irónico e eu não me cansava de rir com ele.

Ele se mudou porque seu pai arranjou trabalho mais longe, e contra a vontade dele teve que acompanhar a família toda. Como a família era amiga do diretor ele arranjou uma vaga no colégio. Tinha uma irmã, mais nova e que segundo a sua descrição era muito chata.

Não fomos no resto das aulas, não foi por não querermos lá aparecer, foi apenas por perdermos a noção das horas.

_ Que horas são?

_ Sinceramente não sei! – tudo o que agora falávamos era motivo para desatarmos os dois ás gargalhadas, o que era estranho, mais eu não conseguia parar de rir. – São quase 7 horas da noite!

_ Caraca, eu tou aqui desde de manhã, rindo e enchendo a barriga de pipoca

_ Parece que sim!

_ Eu tenho que ir! Já é tarde!

_ Não fui eu que expulsei você do quarto!

_ Que engraçadinho! Eu gostava de ficar, mais já é tarde! – falei me levantando do chão.

_ Eu acompanho você na porta. – ele se levantou e foi o primeiro a chegar na porta a abrindo pra mim.

_ Então a gente se vê por aí. – ele falou.

_ Sim. Nos vemos por aí. E obrigado por me ter tirado daquele tédio e de ter me feito esquecer… Acho que agora quando quiser esquecer alguma coisa sei em que porta bater.

_ E ela vai estar sempre aberta! – já estava do lado de fora do corredor. Guilherme segurava na porta como se ela fosse cair.

_ Então tchau!

_ Tchau.

Não sei o que deu em mim mais foi estranho. Ele me deu um beijo no rosto e eu devo ter ficada que nem um tomate. Estava envergonhada e uma emoção estranha percorreu meu corpo da cabeça aos pés.

Como não sabia o que falar depois virei costas e fui andando até meu dormitório e só quando ouvi a porta de seu quarto bater é que olhei de novo pra trás.

Cheguei no quarto e Diogo não estava lá. E para variar sua guitarra também não!

Meu celular tocou e eu atendi, assim que me sentei em minha cama.

_ Oi.

_ OI

_ Tudo bem com você?

_ Sim!

_ De certeza?

_ Absoluta.

_ Porque não foi na aula? E porque Diogo também não foi na aula?

_ Eu não tenho nada a haver com Diogo o que Diogo faz ou deixa de fazer, Rita!

_ Onde você esteve?

_ NO quarto do novo aluno!

_ Fazendo o quê? – o tom de voz de Rita mudou por completo.

_ Vendo filmes, enchendo a barriga e rindo que nem uma perdida!

_ Eu quero que você me conte essa história direito!

_ Por celular não. Agora vou desligar, tenho mais que fazer. Beijo!

_ Vai na sala de convívio logo?

_ Não sei! Se eu aparecer é porque fui se não é porque não fui. Agora tchau!

Desliguei o celular e o joguei num lugar qualquer da cama. Olhei em volta do quarto e minha atenção recaiu sobre a porta do banheiro. Peguei uma roupa e fui tomar um banho. Acho que ia ajudar a tirar todas as coisas ruis do corpo e da alma.

…

As coisas com Diogo ficaram complicadas e quase sem jeito. A gente mal se falava. E se trocava algumas palavras eram as estritamente necessárias. Quando á noite chegava no quarto pra dormir ele ainda não lá estava e quando acordava no dia seguinte as suas coisas já estavam arrumadas e dele já não havia vestígio.

Passaram assim três semanas. Ele voltou a se sentar com as lideres de torcida ao lado dos do time. Já pra não falar que as coisas entre Guilherme e ele iam de mala a pior. Andavam sempre na provocação um ao outro e no treino então, quando eram de equipes diferentes, o bicho pegava e eles não tomavam mãos a medir e descarregavam tudo um no outro.

Eu até gostava de estar com Guilherme ele era legal e me fazia rir. Eu até podia que afirmar que eu adorava estar com Guilherme. E no outro dia a gente quase se beijou, se não fosse a Rita aparecer em meu quarto. O clima começou aquecendo e quando deu por mim já estava perto demais de sua boca e sua mão já estava colada em meu rosto.

A visita escolar foi adiada também, surgiu uns problemas quaisquer com as autorizações e mais num sei o quê e a diretoria achou melhor adiar.

Me arranjei e sai do quarto. Ainda não tinha visto Diogo hoje, para variar. Mas eu sabia que apesar de ele não parecer no quarto enquanto eu estou acordada ele dormia lá. Pois sempre tinha roupa sua em cima da cama ou o seu skate e guitarra ora um dia estavam lá ora outro desapareciam.

Tinha entrado na cantina e fui até onde se servia a comida. Ocasionalmente quem me seguiu na fila foi Diogo! Que coincidência não?

Quando levei minha mão pra pegar num pratinho, Diogo levou a sua também lá e vejam bem, tivemos os dois que escolher o mesmo pratinho!

Nossas mãos se tocaram e o lance fez com que a gente se entreolhasse. Tirei a mão do prato e levei uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

_ Pegue você! – falei baixo.

_ Não. Pegue você!

_ Acho que você foi o primeiro a ver ele. – andei com a bandeja para a frente e de repente vejo uma mão pousando o pratinho em meu tabuleiro.

_ Acho que você está com mais vontade de comer isso do que eu. – resguei um sorriso leve.

_ Obrigada!

Acho que essa foi das poucas vezes que a gente trocou uma palavra e que o lance não acabou em briga.

_ Bom dia amor. – alguém rodeou minha cintura com a mãos. Me virei pra ver quem era e guilherme me roubou um beijo. Me deixando completamente sem jeito.

Não intendi nada! O que ele estava tentando fazer, ou falar ou ,mostrar com tudo aquilo? Fiquei em estado de choque sem saber muito bem o que fazer.

E o primeiro lugar que me deu na cabeça de olhar foi pra trás. Onde estava Diogo. Ele me olhava com desilusão. Tentei dizer alguma coisa mais nada saiu de minha boca. Apesar de ela ter tomada mil e uma formas.

Ele mordeu o lábio inferior e assentiu com a cabeça como se tivesse entendido alguma coisa e já tivesse certezas demais.

_ Bom dia pra você também! – ele falou mostrando um sorriso forçado e saindo pelo mesmo lugar onde entrou naquela cantina. Deu com seu ombro no de Guilherme depois saiu. Deixando o seu tabuleiro abandonado.

Toda a gente tanto como eu se admirou com o que viu. Não com a cena de Diogo e Guilherme mais sim com a cena do beijo entre Sophia e Guilherme.

Olhei de novo pra Guilherme que sorria de satisfação como se tivesse ganho alguma coisa e se sagrasse vencedor.

_ Porque fez isso?

_ Eu pensei que depois daquilo que rolou no quarto ontem significasse que a gente pudesse ter…

_ Não. Você fez isso para provocar ele! Você sabe que ele não te suporta e sabe ainda mais que… - ele não deixou eu terminar.

_ Você é o ponto fraco dele! Era isso que ia falar. Se era certou. E se for por isso? E se eu tiver beijado você de propósito? Só para provocar ele?

_ Se for essa a sua razão aí a gente se vai dar mal! – falei fria e rude.

Deixei meu tabuleiro também lá abandonado e saí em direção a saída, em rumo a um lugar qualquer…

* roupa dela! Não sei o que está dando com a identificação dehiperlinks mais não consigo adicionar o link da roupa dela mais mesmo assim é esse aqui!

http://www.polyvore.com/sophia/set?id=68666792