Imprinting escrita por Ana Flávia Mello


Capítulo 7
Capítulo 4 - Renesmee


Notas iniciais do capítulo

Uma surpresa irá parar o coração de Renesmee hoje... Boa leitura! Não se esqueça de comentar!



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Papai parou o carro no sinal e olhou para mim.

- O que foi, pai?

Ele continuava a me encarar.

- Pai?

Edward riu.

- Quem era aquele menino que você estava abraçando?

Merda, ele viu.

- Jacob. Black. Jacob Black. Só um amigo, por quê?

- Por nada. Mas você não tem muitos amigos homens, então eu achei que…

- Meu namorado? Pai! – Olhei para cima, ficando vermelha até as raízes do cabelo. – Não! Só um amigo! Quando você e mamãe vão superar a ideia de que eu não namoro, e nunca namorei escondido? Isso é vergonhoso!

- Pareci com Emmett? – Ele riu.

- Não, tio Emmett é bem pior. – Lembrei de uma vez que ele chegou para um menino com quem eu estava falando e disse: “Ela não pode namorar. É muito nova. Vá procurar outra menina para tirar a virgindade.” Acho que foi o dia mais vergonhoso da minha vida. Eu tinha acabado de conhecer o garoto, nem sabia o nome dele, e conversávamos sobre robótica. Depois do que Emmett falou, o menino saiu sem ser despedir e nem sequer olhou mais na minha cara.

- Você está se lembrando do menino da convenção de robôs em Nova York ano passado, não está? – Papai riu.

- Estou. – ri também.

Edward olhou para mim sério de novo.

- Que bom que está fazendo amigos! Ainda fala com Cassie, Jenna e Margaret?

- Claro, elas sempre foram minhas melhores amigas. – Senti uma pontada no peito de saudade. – Acho que vou marcar alguma coisa no fim de semana com elas… Jenna pode dormir lá em casa?

- Claro.

A conversa foi encerrada, mas meu pai continuava sério. Será que ele pensava mesmo que eu tinha um namorado secreto? Isso era ridículo. Eu não tinha nenhum tipo de relacionamento fazia mais de oito meses. Cassie dizia que eu tinha medo de me apaixonar. Eu dizia que não, que era preferência minha estar sozinha. Margaret reclamava que, já que eu não queria todos os meninos lindos que estavam doidos por mim, deixasse alguns para ela. Eu nunca percebia alguém louco por mim. Meu último namorado ou coisa assim, tinha sido no meio do ano passado, e ele durou umas poucas semanas. O famoso namoro de verão. Eu não sentia falta dele. Fiquei triste no começo, mas não fiquei lamentando. Eu tinha um ritual diário quando percebia que estava gostando de alguém –, repetia três vezes: não se iluda, não imagine, não se entregue.

Tudo bem: eu tinha medo de me apaixonar.

Na minha cabeça eu não precisava de alguém. Sozinha era satisfatório. Amar apesar de ser bom, também machucava, e eu não fazia muito o tipo masoquista.

Eu queria passar a tarde dormindo enrolada nos cobertores, mas quando cheguei em casa, Alice me arrastou para fazer compras no centro de Port Angeles.

Não que eu não gostasse de fazer comprar – isso era uma das diferenças entre mim e mamãe. Mas não me sentia no estado espiritual de passar a tarde toda numa loja tentando convencer Alice de que eu não me via nas roupas que ela comprava para mim. Da última vez ela comprou um casaco de pele verdadeira de algum animal marrom. Eu nunca o tinha usado – ele ficava guardado no fundo do closet, ainda embrulhado. Eu esperava que pelo menos dessa vez ela comprasse algo mais básico, tipo uma bota de cano alto de couro. Bem, esse era o básico da minha tia.

- Renesmee, já pensou no vestido que vai usar na sexta?

Não era uma festa surpresa? Fiz cara de desentendida.

Alice girou os olhos para mim.

- Eu sei que sua mãe já contou a você. Eu já estava prevendo. E ela não sabe mentir muito bem.

- É, ela me contou – suspirei. – Tia, você acha que é realmente necessário…?

- Claro! – Ela deu uma curva fechada, ao mesmo tempo em que costurava dois carros em zig-zag. Senti meu estômago ficando para trás, e levando minha alma junto. – Você só faz dezesseis anos uma vez!

- Todas as idades são assim.

- Mas é dezesseis!

- O que tem de tão importante com dezesseis anos? – Perguntei.

Alice costurou mais alguns carros. Estávamos a 120km/h.

- Não sei! Mas é importante! E nós vamos fazer a festa, entendido? – Ela disse com tanta firmeza que eu tive medo de contestar.

Chegamos a Port Angeles em menos de 45 minutos – um recorde. Tia Alice – como qualquer outra criatura louca da minha família – não dirigia a menos de 100km/h. Qualquer pessoa que entrasse no carro com um dos Cullen pela primeira vez morreria de medo.

Alice estacionou em frente a uma loja enorme de roupas. Ela sorriu animada.

- Vamos escolher seu vestido!

Socorro.

Foi uma tortura. Todo vestido que eu escolhia Alice dizia que não ficava bem. Ela enfiava em mim uns muito delicados e estranhos. Caros. Eu tinha medo de olhar a etiqueta. Os vestidos que ela escolhia não eram feios, mas eles não faziam muito meu tipo.

Já estava escuro quando concordamos em um vestido. Quando eu o vi sabia que era perfeito para mim.

Era um tomara que caia vermelho claro com renda preta por cima. A parte do busto e do tórax era justa, o que me deixava modelada na cintura. Sua segunda saia era solta com camadas pretas de tecido leve. A primeira saia era sobreposta e podia ser retirada. Ela também era em camadas pretas, porém elas decresciam até o chão – na frente curto e atrás grande.

Era perfeito. Se fosse branco, eu ainda usaria para meu casamento. Se eu dia eu casasse, claro.

- Renesmee… Tá perfeito! – Alice tirou o cartão da bolsa e foi saltitando até o balcão do caixa. – Os sapatos também vão?

- Sim – eu também tinha amado os sapatos. Saltos altos de 12 centímetros com tiras.

Enquanto Alice fazia as últimas coisas, eu fiquei girando com o vestido em frente ao espelho da loja. Eu parecia uma criança.

Ela tinha me contagiado: agora eu pensava em como seria a maquiagem e o cabelo. Solto? Todo liso? Uma trança de lado?

Pedi para a vendedora me trazer alguns catálogos para que eu pudesse dar uma olhada. Apesar de quase sempre minha tia fazer essas “festinhas”, a maioria das vezes não era eu quem escolhia o que ia vestir. Alice cuidava disso para mim. E para a família toda. Não duvidava que, se ela pudesse, vestiria também todos os convidados da festa.

- Ness, vou dar uma olhada em um vestido para mim… Vai ficar aqui mesmo? – A cabeça da minha tia apareceu no vão da parede.

Balancei o catálogo na frente dela.

- De olho em penteados… – sorri. – Acho que vou ficar por aqui.

- Esse é o espírito! – Ela riu e apertou minha bochecha, depois subiu as escadas para a sessão adulta.

Pus o catálogo no pufe laranja e me levantei, tentando fazer um penteado com as mãos. Fiz uma trança frouxa de lado. Não. Puxei o cabelo para o alto, formando um coque. Também não. Quem sabe um coque de lado? Não. E um coque de lado trançado? Podia ser.

Mesmo assim não tinha ficado bom. Estava faltando forma ao penteado. Talvez fosse eu, que com certeza não ia conseguir fazer algo perfeito só utilizando os dedos como pente. Mesmo assim…

Bufei e soltei o cabelo. Ele oscilou e caiu por cima do meu ombro, escorregando um pouco para as costas. Saí de perto dos espelhos, frustrada.

- Acho que qualquer coisa fica bem em você. – Alguém disse atrás de mim.

Eu girei para poder agradecer.

E ao ver o rosto do menino, senti meu coração parando.


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