Imprinting escrita por Ana Flávia Mello


Capítulo 26
Capítulo 13 - Jacob


Notas iniciais do capítulo

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– Não, de Jacob – Leah falou.

Vi o rosto de Renesmee criar uma expressão de descrença. Ela olhou para mim como se pudesse me matar.

– O quê?! – Ela falou, calma. – Leah, você está bem?

– Melhor do que nunca. Pergunte a seu namorado. – Leah soltou o exame na mão de Nessie e depois correu para seu carro.

Renesmee continuava a me encarar. Seus pulsos estavam cerrados e tremiam.

– Jacob, me diz, que isso não é verdade. Jacob.

Mas eu não podia mentir agora para ela. Não podia. Antes de acreditar na loucura de Leah, eu ligara para Sue (sua mãe) e perguntara quando foi que Sam e Leah haviam terminado. Se ela voltara a vê-lo depois disso. Sue dissera que eles tinham terminado no fim de Novembro. Um mês antes do nosso encontro. E que Leah tinha ficado trancada desde então, sua última saída tinha sido exatamente no dia em que nós transamos. Um mês atrás. O número exato de semanas da gravidez, que constava no papel do exame que Leah me mostrara. Ela estava grávida de um mês. Até a concepção batia no mesmo dia.

– Renesmee, eu... – Eu não sabia o que dizer.

O rosto dela ficou sem cor enquanto ela lia o papel do exame.

– É VERDADE?!

– Nessie...

– PORRA DE NESSIE?! COMO VOCÊ... COMO VOCÊ... COMO VOCÊ PODE? – Ela andou em minha direção e me deu um soco na cara. Senti o gosto de sangue na boca. – COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COMIGO? – Ela balançava o papel na minha frente. – COMO? SEU IDIOTA! EU NÃO ACREDITO QUE... EU NÃO ACREDITO... – Ela começou a me bater. Puxei seus braços e a balancei.

– Eu amo você. – Disse sem pensar.

– VOCÊ NÃO OUSE DIZER ISSO PARA MIM! – Ela me deu outro soco. Cuspi sangue. – JAMAIS. SE VOCÊ ME AMASSE NÃO FARIA ISSO. EU ESTOU COM NOJO DE VOCÊ.

– Renesmee...

– CHEGA! EU TO CANSADA DE VIVER ASSIM. CANSADA. – Ela respirou fundo. – Acabou.

Senti o mundo girar. O que ela estava dizendo?

– Acabou, Jacob. – Renesmee ajeitou o casaco. – Não quero mais nada que venha de você.

– Não, não faz isso – eu não podia chorar na frente dela.

– Você que não devia ter feito o que fez. – Renesmee fungou e olhou para cima, piscando.

– Nessie...

– Não tenta! Não vai adiantar de nada. Apenas, me deixa em paz, tudo bem?

– Não acaba com a gente não.

– Quem acabou com nós foi você. – Ela respirou fundo. – Adeus, Jacob.

Então entrou no carro e saiu cantando pneus.

Minha única reação foi sentar no chão e chorar. Chorar de verdade. É claro que depois veio a fúria. Porém Rebecca veio me controlar. Quando eu contei a ela o que tinha acontecido, ela simplesmente suspirou. Ela disse que se eu não contasse ao papai logo, ela contaria. E que eu teria que assumir a responsabilidade por aquela criança, afinal, ela não tinha culpa nenhuma.

Eu não sabia o que pensar, não sabia o que fazer. Meu mundo acabara de perder o sentido. A dor era bem pior do que quando Leah me deixou. Nem se comparava. E doía mais ainda só de pensar o quanto eu estava fazendo Renesmee sofrer. Ela já fora traída uma vez. Ela nunca iria me perdoar. Eu nunca iria me perdoar.

E eu sabia que a culpa era minha. Ela estava certa: eu que acabara com tudo. Eu que perdi sua confiança. Todo esse tempo pensando que ela nunca iria saber da traição... Obviamente eu estava errado. Eu mesmo pensava em contar a ela num futuro próximo, mas não num futuro tão próximo assim. Parecia que toda vez que as coisas estavam boas algo acontecia e levava tudo para os ares. Dessa vez eu não conseguia catar os pedaços e remontar. Teria que me sustentar com os cacos ocos e cortantes.

É claro que eu não ia deixar essa criança, meu... meu filho, de lado. Nem por um segundo me passara na cabeça em deixar de ajudar com isso. Afinal, não se faz um filho sozinho. Mas eu pensava que talvez Renesmee entedesse, e pudéssemos ficar... juntos?

Agora essa ideia parecia mais um monte de merda.

Eu só queria dormir e nunca mais acordar. Os sonhos ou pesadelos seriam melhores que a realidade. Mas eu não conseguia dormir. Nem pensar direito eu conseguia.

Durante a noite, Seth me ligou. Ele perguntou se tudo aquilo era verdade. Nós brigamos. Ele disse para eu ir logo falar com Sue, e que me preparasse para o pior. Bufei. Que ótimo amigo.

– Desculpe. – Falei.

Ele não me respondeu.

Eu não conseguiria mais olhar na cara dele. Eu não iria conseguir olhar na cara de ninguém na segunda-feira. Todos estariam me julgando, e Renesmee não falaria comigo. Ir a escola seria a mesma coisa que me jogar num mar com tubarões famintos.

Como seria na próxima semana? O que aconteceria comigo? Com nós?

Fechei os olhos em baixo do travesseiro tentando não pensar.


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Notas finais do capítulo

"Who do you think you are?"