Era um sonho.

Acordei desnorteada sem saber o que fazer,  meus olhos reviravam de tanto calor-mesmo fazendo 2º graus, lá fora.Meu corpo estava tão quente que poderia fritar fatias de bacon em segundos. Parei e vi que eu estava em um quarto, um simples quarto, com paredes meio desbotadas e velhas, móveis velhos faziam parte da decoração sombria, bonecas e livros de costura estavam por todos os lugares. 

Me levantei, calcei um chinelo velho que estava debaixo da cama.Andei por um corredor escuro, mas que tinha uma luz bem forte no seu final, andei até a luz e me deparei com uma longa escada de madeira. Desci a escada e notei que havia alguém além de mim na casa. Estava sem saber o que fazer, então, desci a escada e um espelho gigante estava voltado para escada. A minha imagem não era nada agradável, estava pingando de suor, meu cabelo estava pior que uma vassoura velha e o pijama de bolinhas não me favorecia. 

Avisto uma sombra saindo da cozinha, era...a minha avó. Por um lado estava feliz, por não ser nem um serial killer, mas por outro um pouco confusa. 

-Até que em fim, bela dormecida!

-Vovó?! Como eu vim parar aqui?

-Você veio para cá!

-Eu não me lembro de nada.

-Não se lembra porque chegou aqui completamente bêbada e mal vestida! Não lembra que ontem você estava na festa da sua amiga?

-Não lembro de nada!

Peguei meu celular que estava em uma mesinha perto do gigante espelho para checar as minhas mensagens, a caixa estava lotada, todos com mensagens escritas: "Você está bem?", "Tudo bem com você?". Não entendi nada, porque todos os meus amigos e parentes mandaram esses SMSs? De repente meu celular começa a tocar, atendo:

-Alô!

-Julia?Como você está? Tá tudo bem?

-Estou bem! Mas por que a pergunta?

-Julia, o acidente, ontem na casa da Helena, quase todos os convidados da festa morreram.

Fiquei em choque, deixei o aparelho cair, não sabia o que pensar. Meus amigos morreram, então era por isso que acordei tão louca. Claro, cai no choro, eram as pessoas mais próximas depois da minha avó porque meus pais morreram quando eu tinha 12 anos.