Um arrepio passou pela minha espinha. O que tinha acontecido com esse tal de Makino Akira?

Eu estava perdida no meio dos alunos que estavam no corredor a maioria chorando, outros se lamentando.

-O clube de basquete todo irá prestar suas homenagens no enterro do Akira, vocês também vão? – perguntou um menino para um grupo de meninas.

-Lógico que vamos.  – respondeu uma delas.

A minha ficha tinha caído agora. O menino de ontem, Orochimaru-sensei junto com Yakushi Kabuto e a experiência. Tudo se encaixava. Makino Akira era o menino de ontem, jogava basquete no clube da escola e foi a ultima vitima de desaparecimento e homicídio.

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-Nesses últimos dias ele não estava vindo para escola, e a família dele também não tinha nenhuma pista de onde ele estava por cinco dias. E depois desse período o garoto aparece morto com suas células modificadas no meio da quadra de basquete com uma bola do lado de seu corpo.

Suspirei.

-Como eu suspeitava. – murmurei. Não sei como, mas os quatros escutaram e assentiram concordando comigo.

Estávamos na sala do Sasori analisando o que Makino Akira havia feito nesses últimos dias e também a autópsia que foi feito no corpo dele.

-Estou com fome. – falou Deidara depois que sua barriga protestou por causa da falta de alimento.

-Aguente mais um pouco Dei-kun, daqui a pouco é o nosso horário de almoço. – disse Maya sorrindo para ele.

Por causa da morte de Makino Akira, a escola toda parou, os amigos mais próximos, a sala do terceiro ano um foi para o funeral junto com o clube de basquete e os representantes de cada clube e sala mais os professores e a direção.

As aulas foram suspensas, então como não o conhecemos, nem somos representantes das nossas classes e não fazemos parte de nenhum clube, ainda, nós quatro voltamos para o DEA e começamos a pensar um plano para colocar Orochimaru e Kabuto atrás das grades. Mas isso estava muito difícil, pois se não agirmos de forma silenciosa e ao mesmo tempo cautelosa, todo o nosso trabalho vai por agua a baixo.

Suspirei pesadamente e a voz de Sasuke me dizendo que iria descobrir os meus mistérios ecoou em minha mente, logo em seguida senti o caloroso abraço que ele me dera noite passada. Minhas bochechas ficaram vermelhas e senti um frio em minha barriga, seriam as famosas borboletas no estomago?

Balancei a minha cabeça para espantar esses pensamentos.

-Vou ir para o meu almoço, volto aqui em uma hora. – falei já girando a maçaneta.

Precisava espairecer um pouco, tirar Sasuke da minha cabeça e me concentrar nessa missão, que falta pouco para ser concluída, assim eu posso voltar para a minha vida normal, que era estudar com professores em casa e realizar missões.

Parei de andar quando senti uma pontada no meu peito, as cenas engraçadas da noite passada passaram como flash em minha mente, de jeito esquisito eu me sentia a vontade com a presença de Sasuke e Naruto e isso me assustou, será que essa pontada quer dizer alguma coisa?

É nisso que dá você resolver ter amigos normais, que não fazem parte de uma organização do governo, não usam armas, não tem treinamento corporal, eles apenas pensam em estudar, curtir a adolescência e praticar esportes.

Dizia uma voz em minha cabeça.

-AHH! Mais que droga! – soquei a parede. –Me apaixonar por ele agora só vai estragar as coisas!

-Sakura, está tudo bem?

Olhei sobre os meus ombros e me deparo com o olhar preocupado Haruno Keichiro, mais conhecido como meu pai.

-Está tudo bem sim. Só estou com a cabeça cheia. – respondi de cabeça baixa.

-Ok, mas que história é essa de estar apaixonada? – perguntou desconfiado. –Pensei que Sasori e você estavam namorando.

-Por que todo mundo acha que Sasori e eu temos alguma coisa? Ele é meu amigo. – falei irritada.

-Tá’ bom, eu não falo mais isso. Que mau humor hein. – deu um beijo em minha bochecha. –Vou indo, sua mãe e eu vamos almoçar juntos, depois de duas semanas.

-Mande um OI por mim.

Ele assentiu.

-Até mais filha.

-Tchau pai. – o abracei e ele me deu um beijo na testa.

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O sininho da porta da lanchonete fez barulho quando abri a porta.

Olhei para os lados e arregalei os olhos quando olho para uma mesa onde Hinata, Naruto e Sasuke estavam sentados.

-Sakura-chan! – Hinata acenou em minha direção.

Com um sorriso fui andando até a mesa.

-Oi. –cumprimentei. Sentei entre Hinata e Sasuke, era o único lugar vago.

-Você sempre come aqui? – perguntou Hinata tomando um gole de seu refrigerante.

-Só quando estou com pique de andar, na maioria das veze racho alguma coisa com Maya, Deidara e Sasori. –me senti mal mentindo descaradamente para eles, mas eu não iria dizer que almoço no refeitório do DEA.

-Hum. Vocês quatros parecem àqueles amigos de longa data. – comentou Naruto mastigando um pedaço de seu lanche ao mesmo tempo, posso concordar com Sasori que falar de boca cheia é nojento.

-Dobe mastiga e engole depois você fala. – repreendeu Sasuke.

Quando escutei a voz de Sasuke eu não sei o que deu um mim, mas meu corpo ficou rígido.

-Eu fazer meu pedido. Já volto. – falei tudo embolado, torcendo para que eles tenham entendido.

É Sakura, a presença do moreno sexy te deixa toda desengonçada.

Aquela voz falou de novo na minha cabeça.

Bufei irritada. Fui até o balcão de pedidos e falei o que eu queria. Esperei quinze minutos e a bandeja com meu pedido estava pronta.

Sentei-me à mesa com eles e fiquei analisando o meu sanduiche.

-Sakura-chan, você não vai comer? – perguntou Naruto.

Olhei para ele e depois para os outros, os três estavam olhando fixamente para mim.

-Vou sim Naruto. – sorri forçadamente. Tirei o papel que envolvia meu sanduiche e dei uma pequena mordida. Depois de mastigar e engoli percebi que eles ainda me olhavam. –Tem alguma coisa no meu rosto? – perguntei

Olhar pessoas comendo é muito desconfortável.

Eles sorriram. Para a minha tristeza.

-Tem riscos de caneta na sua bochecha direita.

Maldito Sasori! Por culpe desse infeliz que ficava tacando uma caneta a cada dois minutos, com a desculpa de que era para praticar a sua mira, mas na verdade estava me riscando.

-Droga Sasori! –praguejei.

-Ele fez isso em vocês? – perguntou Sasuke.

-Acho que sim. Ele fez isso enquanto eu dormia. Filha da mãe! – falei a ultima parte baixinho, mas eles escutaram.

-Seu pavio é bem curto né, Sakura-chan. – comentou Hinata.

-Desculpem. – disse sem jeito.

-Sem problemas, entendemos que isso foi uma brincadeira. – respondeu Naruto.

Sorri em resposta. E olhei para os três, não acreditando que eu ainda não tinha percebido que eles estavam de uniforme da escola.

-Vocês estavam até agora na escola? – perguntei.

-Não, fomos para o funeral do Makino Akira, teme e eu como representante de nossos clubes e a Hinata como representante de nossa sala. – explicou Naruto, com um olhar vago.

-Desculpe a pergunta, mas vocês conheciam o garoto?

-Ele foi meu ex-namorado Sakura, - respondeu Hinata de cabeça baixa.

Naruto remexeu-se na cadeira.

-Akira foi nosso senpai mais legal que já tivemos, né dobe?

-Foi sim, ele era gente boa. – respondeu Naruto. –Mas e você Sakura-chan? Onde esteve depois que as aulas foram suspensas?

-Eu fui para a casa da Maya junto com os meninos para jogar vídeo game. – outra mentira.

-Que massa! Eu não sabia que você joga vídeo game. Que tipo de jogo? – perguntou Naruto impressionado.

-Os meninos e a Maya que jogam, já eu fico assistindo. Luta em vídeo game não é comigo. – respondi, era obvio que eu não sabia nenhum nome de jogo de vídeo game.

-Um dia aparecemos lá para ver se eles são bons mesmo. – disse Naruto todo entusiasmado.

-Vou avisa-los. – respondi e terminei de comer. Olhei para o meu relógio de pulso. –Oh! Eu tenho que ir, aula de defesa pessoal me espera. Até mais. – joguei beijos para eles e deixei uma quantia em dinheiro para pagar o meu lanche.

Sai correndo dali, sentindo os olhos ônix de Sasuke cravados em minhas costas. Por favor, que eles não me sigam.

Lembrei que acabei de comer, e correr agora resultaria em mal estar daqueles. Diminui a velocidade. Depois de quinze minutos eu entrava pela porta espelhada do DEA. Bom pelo menos hoje eu trabalho até às três da tarde.

Abri a porta da sala do Sasori e vi que ninguém estava lá.

-O almoço deles. – falei comigo mesma.

Tirei da minha mochila meu notebook e comecei a fazer o relatório geral da missão.

Quarenta minutos depois, Sasori entra na sala sem falar nada e logo foi fazer o que tinha de ser feito. Deidara e Maya entraram na sala quinze minutos depois, de mãos dadas e todo sorridentes.

-Então finalmente se acertaram? – perguntei fechando a tampa do meu notebook.

-É o que parece. – respondeu Sasori concentrado na tela do computador. –Dá próxima vez eu vou com você almoçar, porque segurar vela não dá! –falou Sasori olhando para mim.

-Tudo bem. – dei de ombros. –Temos que colocar Orochimaru e Yakushi Kabuto atrás das grades, a próxima vitima é daqui a sete dias. Até lá temos que planejar como vamos pega-los, sem ser percebido por ninguém.

-Tenho uma ideia! – falou Deidara.

-Fale.

-As vitimas na maioria das vezes são alunos que praticam esportes, então o Sasori entra no clube de handebol, e ele faz de tudo para chamar a atenção do Orochimaru, e quando chegar o dia da experiência nós damos o bote.

-Sua loira inútil! Isso é suicídio. Você não lembra que a vitima fica sem dar sinal de vida por dias, e antes da experiência é injetada alguma droga para fazê-la ficar grogue. – Sasori tacou um grampeador em Deidara.

-Mas isso pode dar certo.

Todos nós olhamos para a Maya com os olhos arregalados.

-Eu posso ser a isca.

-Nem em sonhos Maya! – contrapôs Deidara. –Se for assim vamos deixar Sasori ou a Sakura como isca, eles têm muitas experiência com isso.

 -Isso está fora de cogitação. Vocês são loucos ou o quê? – perguntei exaltada. –Se isso não der certo é a morte que os aguarda! Já pensaram que se isso der errado é um membro a menos no DEA? Como a família de vocês e o DEA vão se sentir? Não! Vocês não pensaram. Dá próxima vez que tiverem uma ideia suicida guardem para si mesmo.

Sai da sala correndo com lágrimas escorrendo pelos meus olhos. Eu não sabia o motivo, mas quando a ideia de perdê-los passou pela minha cabeça meu corpo e mente se desesperaram! Entrei na sala do meu pai e cai sentada com as costas apoiada na porta, que agora estava fechada.

-Amigos de longa data? Nada disso, eles foram as primeiras pessoas que não se assustaram quando falaram comigo pela primeira vez e eu entrei em prantos. Ficaram olhando-me confusos, sem saber o que fazer, mas logo começaram a rir por causa de uma palhaçada de Deidara. Nossa amizade começou assim Hinata. – falei para os quatro ventos.

*CONTINUA*