Moiras escrita por AngelSPN


Capítulo 8
Capítulo 8




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Sam andava de um lado para o outro no apartamento, olhou o relógio em seu pulso, já haviam se passado horas desde sua ultima ligação ao irmão. O mesmo não aparecera e seu celular agora estava desligado. Dean jamais desligaria o celular, isso significava problemas. O moreno passou a mão pela jaqueta sentindo o volume da colt escondida em seu bolso. Tirou-a e conferiu o tambor vazio.

— Droga, se ao menos tivesse balas para carregá-las... —Sam falou em voz alta.

—Vazia ela não vai deter demônios, se é isso que acha. Talvez eu possa ajudá-lo, Sam.

—Ruby? — Sam olhou o lugar, estava tudo fechado. — O que você quer?

—Além de ajudar você? Paz na Terra. Agora, quer que eu te ajude com essa arma ou não? — a loira aproximou-se lentamente.

Sam olhou para a colt em suas mãos. Se a mulher a sua frente realmente conseguisse ajudá-lo com a arma, ele teria uma chance de salvar o irmão do pacto? Essa esperança tomou conta de todas as advertências que invadiam sua alma. Por apenas breve segundos sentiu uma lembrança do sonho que tivera. Mas sonhos eram apenas sonhos.

***

Dean estava vasculhando o lugar que agora estava totalmente em ruínas, Casey continuava sentada na cama observando-o. Levantou-se de repente puxando assunto, aquele silêncio estava atormentando-a.

—Está procurando alguma saída Dean? — ela não queria sorrir ou parecer irônica, no entanto era mais forte que ela a tentação de chamar a atenção do loiro. Dean sorriu antes de encará-la.

—Eu não sei por que você continua rindo. Você não vai a lugar nenhum. — o Winchester também sorriu mostrando a armadilha ao qual a mantinha presa. Mas a mulher não perdia seu senso de humor.

— E parece que nem você vai. — Dean deu as costas ao olhar sedutor da jovem endiabrada.

— É. Mas estou esperando alguém chegar. E ele prestou atenção nas aulas de latim. — Dean achou uma vela, pegou seu isqueiro e acendeu-a.

—Ah, claro. Sam. Todo mundo sabe que ele é o cérebro. Não é? — Dean voltou a olhá-la pelo seu ombro, aquele olhar sacana e debochado do mais velho.

— Todo mundo?

— Claro. Vocês, Winchester, são famosos. Não os reconheci de imediato, mas, depois que Gil me contou... sei muitas coisas sobre vocês.

— Ah que honra, me sinto bem melhor agora. Vou contar ao Sam quando ele chegar aqui e te...te...— Dean não entendia como era difícil dizer aquilo a essa mulher, se é que se podia dizer assim, que iria detoná-la.

— Tudo bem Dean. Mas se Gil aparecer antes... vocês estão mortos.

—É. — Dean aproximou-se, sentiu desprezo pela mulher que agora o ameaçava.

— Você pode me olhar como quiser, Dean. Mas o fato é que temos que esperar quem vem primeiro. A cavalaria ou os índios.

***

Sam foi ao bar onde Casey trabalhava, chamou o barman e perguntou diretamente.

— Ah... você lembra do cara que veio aqui comigo ontem? Nós sentamos aqui.

—Claro, o grande herói que pulou no Reggie.

— É. É esse, é ele mesmo. — Sam falou eufórico. — Você o viu depois que saí?

— Talvez. Depende.

— Depende? Depende de quê? — o cara baixo e de barba sorriu sem mostrar os dentes.

— Ah... tome. Isso serve? — Sam entregou uma nota ao homem que foi logo falando.

— Ele saiu com a Casey.

— Faz ideia de onde eles foram?

—Foram pregar o evangelho, se é que me entende.

—Sabe para onde foram?

— O carro do herói é muito chamativo.

— O que você quer dizer com isso? — o homem voltou a olhar o dinheiro em sua mão e encarou o moreno esperando por mais grana.

— Tá. Tá. Tome.

— Esquina de Piermont e Clinton. Divirta-se, hein.

O homem saiu, Sam suspirou e olhou o bar lotado. No canto a figura do padre foi notada. Ele seguiu até o homem, enquanto uma prostituta fazia caras e bocas para o jovem com uma cereja em seus lábios vermelhos. Sam balançou a cabeça e seguiu até o padre.

***

Dean rolou um barril até uma réstia de sol que adentrava o lugar. Pegou o celular tentando fazê-lo funcionar. Casey passou os dedos na cabeleira negra e voltou a cutucar o loiro.

— Por que você não relaxa?

— Por que você não vai se ferrar?

— Nossa, Dean, você é um poeta. Eu não fazia ideia desse seu lado humorístico. Que tal sermos educados um com o outro?

—Ahn.. educados é? Matar Richie foi educado? O cara era inofensivo...

— A faca que ele puxou para mim... não era nada inofensiva.

—Uma faca? Uma faca não machuca você. — Dean deixou o celular no alto, na esperança que pelo menos o GPS pudesse funcionar e mostrar a seu irmão onde ele estava soterrado.

— É verdade. Mas podia estragar este corpo tão belo. — Dean gargalhou enquanto falava.

— Um demônio com sentimentos. O que vocês fizeram nessa cidade maluca?

— Quer saber a verdade. Não fiz nada. Apenas falei sobre ganhar dinheiro e os otários tementes a Deus, enterrados até o pescoço em birita, sexo e jogo se espalharam. E eu nem levantei um dedo. Só precisei empurrar os humanos... na direção certa. E pronto o mundo calmo e tranqüilo se torna um caos de luxúria e morte. E eles vão direto pro inferno com um sorriso no rosto. Sua raça é corrupta, Dean. Ela é fraca e sem estruturas próprias. O que torna nossa vontade bem mais forte. Por isso vamos vencer.

—Tá. E é assim que termina?

— Não, é assim que começa.

—Casey, você está errada. Deus não permitirá que pessoas inocentes sucubem aos demônios.

—Você acredita em Deus, Dean? Isto é surpreendente. — Dean suspirou e sentou, escorando-se na parede.

—Eu não sei. Eu gostaria. — Casey abriu a boca para falar alguma coisa. Mas um ruído fez ambos ficarem em silencio. Dean levantou-se e tentou olhar o que era.

— Não se anime, Dean. Você não está livre. É só o vento.

Dean suspirou. Deixando os ombros caírem. Queria muito que Sam o encontrasse, por outro lado seu coração pulsava com receio do que pudesse ter que fazer com Casey.

— Sabe Casey, você tem muita fé em suas palavras. Isso é admirável para um demônio.

—Você acha que não tenho fé?

—Você tem um Deus?

—Claro. O nome dele é lúcifer.

— Ah sim, quer dizer, o diabo?

— Sua palavra, não nossa. Lúcifer quer dizer “o que traz a luz”. Pode pesquisar. — Dean estreitou o olhar e mordiscou o lábio sorrindo.

—Quer dizer que Lúcifer existe mesmo? Fala sério.

—Estou falando sério, Dean. Um dia ele voltará e com ele o apocalipse virá.

—Ah, é? E você acredita nisso?

— Eu tenho fé.

—Fé? Na morte de milhares de pessoas? Caramba, como fui me enganar com você? —Dean continuava andando lentamente de um lado para o outro. — Bom, só sei que os demônios são do mal.

— E os humanos são adoráveis, com suas guerras e crueldades. Como Adolf Hitler.

—Ele é um dos seus?

—Sim, a reserva dele foi bem projetada no inferno.

—Ei, por falar em inferno... como está lá embaixo? Me conta. — Dean escorou-se deixando um ar de curiosidade estampada em sua face.

— O inferno?

— É.

— Tá certo. Você comprou uma passagem só de ida com aquele pacto. Até tinha me esquecido disso. Você não vai gostar Dean. É a cova do desespero, porque acha que viemos para cá?

—Se está tão informada, deveria saber que já visitei o inferno¹. — Casey franziu o olhar. Não esperava por essa revelação.

—Então porque pergunta? Só posso te dizer que não sairá de lá, nunca mais. Muitos demônios querem um pedaço de você.

—Acha que estou indo por prazer? Que sou um idiota?

—Sabe o que eu acho? Você e eu, sentados aqui como um casal normal. Nunca pensei em toda a minha existência que eu fosse me... me afeiçoar a um caçador. Você é legal, Dean. Se eu mesma não te conhecesse, acreditaria no que os outros dizem sobre você.

—E eu nunca imaginaria que um demônio pudesse gostar de mim. Nem sei como responder a isso. — Dean falava sarcasticamente, mas em seu peito a dúvida aumentava ainda mais.

— Pode dizer “obrigado”.

—É...

—Muita gente iria zoar de você em querer voltar para o inferno, que é fraco e estúpido. Tudo isso por querer salvar seu irmão... mas quer saber, EU NÃO!

Dean olhou a mulher nos olhos, sentiu vontade de tomá-la nos braços e beijar aquela boca sensual que se movia. Mas, belas palavras poderiam ser uma armadilha. Nunca confiaria em um demônio.

—Dean, você não está com medo?

—Não. Nem um pouco. — não era isso que seu corpo queria dizer. Lembrou das torturas que vivenciara, seu corpo sendo cortado. As gargalhadas de Alasteir, de seu pai o colocando naquela armadilha estúpida. Todas essas lembranças eram muito doloridas. Sua respiração vacilou momentaneamente ao dizer: — Nem um pouquinho.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura a todos e espero que estejam apreciando o desenrolar desta mistura.
¹ Dean já esteve no inferno devido a uma burrice que John fizera na fanfiction "O erro de John Winchester" apareçam por lá se quiserem entender melhor.
Para aqueles que não leram esse é o link:
http://fanfiction.com.br/historia/190393/O_Erro_de_John_Winchester



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