Half-blood Princess escrita por Clara de Col


Capítulo 13
Player 3: Ready or not?


Notas iniciais do capítulo

Olá potterheads, quero dar alguns avisos, mas antes (é claro) agradecer por cada review ♥ (como sempre). Vocês são demais. Então, vamos lá:

— Esse cap é esmagador
— A 1ª temporada acaba no cap. 15, preprarem-se (mua haha)
— Esse cap define muita coisa da história, então espero que gostem. E se não gostarem, sejam sinceros ok?
— Aqui está meu tumblr: (http://selenator-in-hogwarts.tumblr.com/) As vezes posto coisas sobre a fic lá... Posso postar edits com pistas, whatever. (eu sigo de volta)

Eu fui meio insana com esse cap, mas gostei do resultado, espero que vcs gostem também:



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Lucy pensou por vários dias se era uma boa ideia pedir ajuda aos Weasleys. Não era uma decisão fácil. Ela mal sabia o que iria pedir direito. Isso se pedisse. Informações sobre Comensais da Morte? Sobre o Lord das Trevas? Sobre onde eles estariam agora? Os exames se aproximavam, junto com o Natal e as férias. O que ela faria? Não poderia passar semanas sem ir atrás de respostas. Mas lhe faltava coragem... Ou quem sabe até um pouco de vergonha na cara.

Sentada na sua cama, no dormitório, Lucy acariciava o seu gatinho preto. Ainda sem nome. Ela olhou para o espelho enorme que Violet tinha do lado de sua cama. Seu cabelo negro estava na altura de seus cotovelos, e sua enorme franja já chegava até seus ombros. Olheiras enormes acomodavam-se abaixo de seus grandes olhos azuis que não pareciam os mesmos. Ela tinha passado noites em claro pensando sobre tudo o que estava acontecendo. Sua mãe sempre lhe falava que quando a situação chegava a esse ponto, ela teria que tomar alguma atitude insana e inesperada. Que surpreendesse até a ela mesma.

Mas o que seria isso? Ela repousou a cabeça no travesseiro e olhou para o teto do seu dossel cheio de anotações para estudo. Estava estudando muito também. Não queria ter que se preocupar com seu empenho nas matérias com tantas confusões rodeando sua cabeça. Ela olhou para a janela, fazia um belo dia em Hogwarts. Todos estavam aproveitando o primeiro intervalo para se divertir nos gramados. Ela pensou em Violet, e em como estavam distantes. Não queria aquilo. Ela ficou se martirizando até uma coruja pousar na sua janela e bater com o bico no vidro. Ela saiu da cama preguiçosamente e quase se matou tropeçando num sapato que Violet tinha largado no meio do dormitório.

Lucy chegou até a janela e abriu com um pouco de dificuldade, sentindo o vento entrar. Pegou a carta do bico da coruja, e a deu um pouco de água. Sentou-se na cama novamente e abriu o envelope, ansiosa para ler o conteúdo.

"Cara Snape,

Recebi sua mensagem, e devo dizer, me deixou muito surpresa. Você é bem peitudinha, hein? Queria dizer que eu adoraria fazer algo com esse cabelo grande e preto. (estou brincando) Mas se é vergonha na cara que você quer, pode ter certeza que irá ter. Quando você menos esperar, eu irei me apresentar.

Até um dia desses, M."


Lucy fez uma careta para si mesma. Peitudinha? Ela revirou os olhos, nem sabia por que esperava algo decente dessa pessoa. "Surpresa?" A? Era mulher? Por que será que isso nunca passou pela minha cabeça?


Ela enfiou a carta debaixo do travesseiro, onde o gatinho dormia. Ela nem sabia se o coitado era macho ou fêmea. Que nome daria a ele se nem sabia? Ela pegou o gatinho e virou ele de ponta cabeça, mas depois pensou em como aquela situação era muito constrangedora para seu companheiro e resolveu dar um nome bem simplório para ele: Emm. Por que não a pronuncia do M? Seu gatinho era exatamente como "M", ela não sabia se era menino ou menina, mas tinha seus palpites. Se "M" queria atenção, era isso que ele iria ter. Lucy cansara de ficar sentada enquanto "M" jogava sozinho. Desta vez, ela seria o player 2.

~

No segundo período haveria Jogo de Quadribol. SonserinaXCorvinal. É claro que TODOS os amigos de Lucy foram conferir/gritar/xingar os Corvinais. Era tradição combinada até.

É uma pena mesmo, que eu ODEIO Quadribol. Lucy suspirou e correu para a Biblioteca com Emm enrolado num cachecol verde e prateado, nos seus braços. Era hora daquele gatinho sair do dormitório. Ela o enfiou no seu bolso e foi em direção á bibliotecária que vigiava a Seção reservada. Sussurrou um Imperio rápido e entrou. Ela não estava se sentindo culpada, iria levar aquilo a sério agora. Ela foi até a prateleira mais distante possível, começou a fuçar e pegar todos os tipos de livros sobre Comensais da Morte que pode. Da ultima vez não tinha tanto tempo e não pode selecionar muito bem os livros. Mas agora, ela devorava cada informação.

“Comensais da Morte tinham os nascidos trouxas como inferiores e não merecedores de usar magia, e consideravam aqueles que discordavam, então conhecidos como traidores do sangue, igualmente ruins. Porém, em "raras circunstâncias", um nascido trouxa poderia receber permissão para se tornar um Comensal da Morte.”

Ela espalhou os livros no chão e leu sobre tudo o que pode: A primeira e segunda Guerra Bruxa, todas as ideologias... Só não achou muitos nomes. E não achou também quase nada sobre as origens do Lord das Trevas. Emm começou a miar alto como se estivesse a alertando, mas, concentrada em um livro, Lucy empurrou o gatinho para o meio de algumas anotações suas.

"Depois da queda do Lord das trevas, os Comensais se perderam no mundo. Alguns foram para Azkaban, alguns estão refugiados, outros perseguidos por Aurores até os dias de hoje. Mas a verdade é que, um Comensal nunca deixará de ser um Comensal. Fiel a sua missão, com um possível retorno do Lord das trevas, poderia ser o fim dos nascidos meio trouxa...”.


— Bu! — alguém sussurrou perto de sua orelha. Lucy saltou para o lado, caindo numa pilha de livros. Quem DIABOS estaria ali? Na Seção reservada?


— Por Merlin! — ela se levantou, atenta para dar de cara com ninguém menos que um dos adoráveis Gêmeos que estavam a perseguindo.

— Te assustei? — ele perguntou, como se não fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Não não. — Lucy se abaixou e começou a guardar os livros, escondendo suas anotações nos bolsos. Onde estaria Emm?

— Imagino o que estaria fazendo aqui uma hora dessas... Hm... Deveres? — ele se agachou e capturou um dos livros na pilha que Lucy segurava, e tentava guardar o mais rápido possível.

— Magia Negra? Comensais da Morte? — ele levantou as sobrancelhas, mas não parecia surpreso... Parecia ser uma surpresa... Fingida. Como se ele já soubesse de algo, mas queria a provocar. E não é que Lucy conhecia alguém exatamente assim.

— É você. — disse ela, praticamente tacando um dos livros numa estante.

Ele sorriu arrogante. Lucy ainda estava esperando ele negar.

— É você mesmo caramba! — ela pegou um livro e começou a bater nele. — Não acredito!

Ele começou a rir, deixando Lucy ainda mais nervosa.

— Por que está tão surpresa Snapezinha?

O único Gêmeo que a chamava assim era... FRED!

— SEU CANALHA, SEU WEASLEY SEM GRAÇA, SEU...

— Pare de gritar! — ele tapou a boca de Lucy, que se debatia descontroladamente.

Ele a soltou quando ela se acalmou. Ela arrumou o cabelo todo desalinhado e respirou fundo.

Fred Weasley era "M". Fred Weasley estava praticamente fazendo terrorismo com ela. Fred Weasley...

— Se tivesse pegado os livros certos, saberia que a Maldição Imperius não dura por muito tempo. — disse ele.

Só então a ficha de Lucy caiu. Ele sabia de TUDO. Que Snape era seu pai, que ele era um Comensal, sabia de Jane... DE TUDO. Ela o empurrou pela terceira vez e escondeu o rosto comas mãos. Você não pode fazer birra Lucy. Não agora.

— É claro que eu tive que reforçá-la. — ele repetiu — Ande, guarde logo esses livros, nada pode ficar fora do lugar.

Por mais que ela quisesse bater nele naquele instante, tinha que escutar a voz da razão. Então começou a guardar tudo como achou, e encontrou Emm perto do cachecol largado no chão. Pegou seu gatinho protetoramente e o enfiou no bolso, junto com o cachecol. Começou a andar para a saída. Provavelmente a Bibliotecária já tinha voltado ao normal, mas ela a enfeitiçaria novamente...

— O que pensa que está fazendo? — Fred pegou seu braço e a puxou para longe.

— Por onde diabos você quer sair? — ela soltou o braço da mão dele.

Ele revirou os olhos.

— Olha Lucy...

— É Snape pra você.

— Snape... Eu te explico tudo, eu juro. — disse ele, olhando para os lados. — Mas temos que sair daqui. Agora. O jogo acabou faz alguns minutos.

Ele assentiu, e emburrada o seguiu. Estava com raiva, é claro. Mas alguma voz no fundo da sua mente a lembrava da conversa com Simas. A lembrava que os Weasleys poderiam lhe dar... Respostas.

Fred a guiou até o canto mais escuro da Seção reservada e cutucou um livro. A pequena prateleira revelou uma porta. Fred tirou um molho de chaves do bolso e a abriu. Lucy foi passar, mas ele acabou cortando sua frente. Ela revirou os olhos. Cavalheirismo

Obviamente, era a entrada para uma passagem secreta. Suja, imunda e todos esses adjetivos.

— Vai, me fala logo! — ela pediu, impaciente. Fred fez um sinal com a mão para pedir calma, e Lucy quase batendo nele novamente, o seguiu pelos caminhos escuros até chegarem numa portinha.

Fred a abriu e logo passou por ela, estendendo a mão para ajudar Lucy, que recusou e foi sozinha... Resultado: Ela quase quebrou o tornozelo. A "portinha" inofensiva, dava para nenhum lugar menos que uns dos dormitório grifinórios! O queixo de Lucy levemente se abriu.

— Eu vou sair daqui ago... — Fred tapou sua boca com tudo e fez "shh". Ela empurrou a mão dele e tentou procurar a portinha novamente, mas... Tinha sumido? Afinal, de onde saíra aquela portinha?

— Você está louco! — sussurrou Lucy, com veemência. — Se me pegarem aqui é o meu fim.

Ele revirou os olhos.

— Falou certinho: "Se”.


Aquilo era uma loucura, concluiu Lucy. Nem garotas grifinórias poderiam entrar ali, imagine alguém de outra casa. Se bem que ela já fizera aquilo uma vez, quando fora pedir desculpas á Simas. Mas era por motivos nobres. E ela não tinha sido arrastada até lá como estava sendo naquele momento. Definitivamente era uma loucura. Então Lucy refletiu. Não era isso que sua mãe sempre a aconselhava? Beirar a insanidade? Ah... Com certeza sua mãe não se referia a algo tão insano assim.


Fred cortou seus devaneios, ligando a luz e revelando uma mesa cheia de pergaminhos, penas, mapas, doces e dezenas de outras tranqueiras. E um Jorge Weasley concentrado. Ele levantou os olhos.

— Olá Snape. — ele a saudou. Lucy não moveu um único músculo. Eles tinham perdido a cabeça. Se é que um dia a tiveram. — Não quer se sentar?

Lucy continuou calada e imóvel, enquanto Fred se sentava.

— Qual é? — disse ele.

— Não vou fazer nada até me explicarem por que motivos eu estou aqui, e por que estavam fazendo terrorismo comigo. — ela exclamou, e depois baixou a voz. Estavam em plena luz do dia. E se alguém entrasse ali simplesmente?

— Vamos contar tudo. — Jorge sorriu maliciosamente — Senta ai, vai.

Lucy se rendeu e sentou de mau gosto na cadeira, observando as papeladas ali em cima. Por que eles faziam tantas... Anotações? Ela balançou a cabeça.

— Então Snapezinha... — começou Fred — Gostou da nossa criatividade?

O QUE?

— Eu chamaria de perseguição Weasley. — ela resmungou, e cruzou os braços. — Por que fizeram tudo isso? E como sabem de tudo aquilo sobre mim?

— Desde que você entrou em Hogwarts, sentimos com se fosse a peça final para o nosso plano. — disse Jorge, sonhador.

— Mas que diabos de plano? — Ela com certeza estava cada vez mais confusa.

— Vamos com calma. — disse Fred, continuando. — Então, como meu querido irmão Jorge dizia, você seria exatamente o que estávamos procurando. Só não pensávamos em quanto, o que descobrimos depois de obter informações sobre você é claro. Você tem um passado muito incomum Snapezinha.

Lucy estava se sentindo exposta, afinal, eles tinham todas as peças ali. Ela era só mais uma delas. Não sabia onde estava com a cabeça quando pensara que poderia se igualar a "M".

— Então por que não vieram falar comigo logo?

Jorge riu.

— As coisas não são assim Snape, precisávamos que você chegasse a nós. Que precisasse de nós. — disse ele — Não somos stalkers patéticos.

— Vocês querem fazer uma troca, é isso? — ela perguntou, sentindo raiva brotar novamente.

Fred fez uma careta.

— Não queremos trocar nada. — ele afirmou — Vamos dar o que você precisa. Só precisamos de...

Lucy os olhou, atenta. Sua vista embaçava. Eram quase idênticos. Quase.

— Uma parceira.

Ela engasgou.

— Uma o quê?

— Você ouviu.

Lucy levantou as sobrancelhas, AGORA estava surpresa.

— No nosso segundo ano em Hogwarts decidimos que precisamos de alguém. — continuou Jorge — Temos milhares de planos inacabados...

— E ninguém nunca esteve à altura. — completou Fred.

Lucy não sabia se estava ouvindo direito. Uma parceira? E por que diabos ela estava a altura? Ela devia se sentir "honrada" ou coisa assim por estar altura dos Gêmeos encrenqueiros de Hogwarts?

— Mas por quê? O que eu vou poder fazer para vocês? — ela começou a se sentir sufocada ali.

— Então você quer? — perguntou Fred, esperançoso.

— NÃO. — ela disse rapidamente, sem nem pensar. — Quer dizer, eu não disse isso.

Jorge deu de ombros.

— Vamos dar um tempo para você pensar Snape. — disse ele, empurrando alguns pergaminhos de lado na mesa, e colocando lá em cima um livro pesado com capa de camurça verde, com um desenho metalizado de uma cobra saindo da boca de uma caveira em cima. Não tinha título. A barriga de Lucy tremeu.

— Enquanto isso... Todas as suas respostas estão aqui. — ele deu leves tapinhas no livro, como se batesse nas costas de um velho amigo.

— Este livro contém todas as informações sobre os Comensais da Morte do passado e do presente... Em tempo atual. — completou Fred, aparentemente se sentindo orgulhoso.

Lucy soltou um gritinho, louca para colocar as mãos no livro. Então parou.

— Não vão tipo me subornar com esse livro? — ela perguntou.

Os dois negaram com a cabeça.

— Queremos sua confiança, Lucy. — Fred sussurrou — E pelo visto acabamos de perder o pouco que tínhamos.

Ele estava meio certo, mas Lucy ainda não entendia por que eles tinham armado todo aquele circo. Quase a deixaram á beira da loucura e a fizeram passar por vexames. Impagável. Ela olhou para o livro. Ou talvez não.

— Eu vou pensar. — ela mentiu — Mas ainda não compreendo toda essa baboseira de terrorismo. Por Merlin, de onde tiraram a letra "M"?

Eles riram.

— Você precisava passar por um ultimo teste, Snapezinha. — disse Fred.

— E coloque um "W" de Weasley de cabeça para baixo. — completou Jorge.

Lucy bateu na própria testa.

— Não foi muito original. — ela riu nervosa, e louca para sair dali com o livro na mão.

Fred deu de ombros e entregou o livro para ela, com muita calma.

— Só mais uma pergunta. — ela apertou o livro contra o peito.

Ela estava realmente curiosa.

— Como eu passei desse teste mirabolante?

Ele olharam um para o outro.

— Talvez um dia você saiba. — disse Jorge, e fez sinal para eles saírem. — Agora é melhor irem... Olívio está vindo.

OI?

— Como você sabe? — ela exclamou, enquanto Fred a empurrava pela portinha, que saía de uma cômoda. Por Merlin.

— Até mais Snape.

~

Lucy passou o resto do segundo período no dormitório. A festa dos Sonserinos estava mesmo no Salão Comunal, onde todos gritavam, comemorando a vitória do jogo de quadribol. Violet tentara á arrastar para a festa, mas ela insistira em ficar no quarto. Violet parecia magoada com ela de verdade, mas Lucy só conseguia pensar em devorar o livro. Ela fechou as cortinas do seu dossel e se acomodou com Emm nos travesseiros. Ela com calma abriu o livro que colocara a sua frente na cama. Respirou fundo e começou a procurar.

Aquele livro era muito mais rico em detalhes e nomes do que os livros da seção reservada. Lucy ficou pensando o porquê. Ela leu muito mais do que podia sobre os Comensais, e descobriu que a Marca Negra, a marca do Lord das Trevas, era adquirida por todo Comensal apenas um tempo depois dele se comprometer. Também leu que um Comensal deveria seguir todas as tarefas que lhe eram designadas, sem exceções. Mesmo que isso lhe custasse muitas outras coisas.

"Comensais se juntam ao Lord das Trevas, a maioria, por adereço á seus lemas de sangue-puro. Alguns escolhem esse caminho por razões pessoais, o que é muito mais perigoso."


Motivos pessoais, hm. É obvio que Jane se tornara Comensal por motivos mais que pessoais. Mas e Severo? Ele tinha motivos? Tudo bem que ele bem amedrontador. Mas ele era... Mal por natureza? Dumbledore deixaria uma pessoa malvada ensinar em Hogwarts? Aquilo tudo era muito confuso.


"O feitiço que revela sua Marca, nomeia-se Mosmorde. E sua execução é crime oficial."

Ela folheou mais algumas páginas... Virou várias delas, com conteúdos de magia negra que ela simplesmente não queria saber. Um dos capítulo até falava como se tornar Comensal. Ela tremeu. Virou mais e mais páginas até encontrar o que achava: "Comensais da morte: Ontem e Hoje."

Ela sentiu que não deveria ultrapassar mais páginas. Seu bom senso a dizia que ali continham informações do que ela podia lidar. Mas a ânsia de saber mais sobre seu passado a engoliu. Ela virou uma pagina.

"Alguns vivem escondidos, outros refugiados, uns dizem que não servem mais ao Lord das Trevas. Alguns estão em famílias de grandes nomes no mundo bruxo e outros até no Ministério da Magia."

Ministério da Magia? Aquilo não estava ficando legal. Ela virou outra página. Viu nomes como Bellatrix Lestrange, Mulciber, Augusto Roockwood, Fenrir Greyback, Evan Rosier... LÚCIO MALFOY!

Lucy deixou escapar um grito. Ela empurrou o livro para o lado e se encolheu do outro lado da cama. Estava cabisbaixa. Ela mal podia acreditar. Lúcio Malfoy? O pai de Draco Malfoy era um Comensal da Morte! E quantas pessoas sabiam daquilo? Muitas poucas pelo visto. Ela hesitou em pegar o livro novamente, mas era preciso. Nem achara o que queria ainda. Ela respirou fundo mais uma vez, e continuou a folhear os nomes. Ficou impressionada. Muitos nomes importantes estavam ali, nomes como Igor Karkaroff, o diretor de Durmstrang. É claro que ele devia ser um dos "ex-comensais", mas os livros que encontrara na Seção reservada deixavam claro que "Um Comensal da morte nunca deixa de ser um Comensal da Morte."

Ela continuou até finalmente achar: Severus Snape e Jane Walker. Sentiu outro tremor.

“Severus Snape: Severo Snape era o filho de Eileen Prince, uma bruxa de sangue-puro, e Tobias Snape, um trouxa. Ele nasceu em 9 de janeiro de 1960.A família Snape viveu em uma localidade trouxa perto de um rio, um lugar chamado Rua da Fiação. Mesmo depois de passada a infância, Snape continua a viver lá durante quando não está em Hogwarts.

Snape frequentou Hogwarts como um estudante de 1971 a 1978 e foi escolhido como aluno da Sonserina, naquela época dirigida pelo professor de Poções, Horácio Slughorn. Snape sobressaiu-se nas Artes das Trevas desde muito jovem; enquanto ainda em seu primeiro ano, ele sabia mais maldições e encantamentos que a maioria dos alunos do sétimo ano não sabia.

Severo candidatou-se para o cargo de professor em Hogwarts por ordem do Lord das Trevas em 1981. Sua primeira escolha para disciplina foi Defesa Contra as Artes das Trevas, mas o diretor Alvo Dumbledore acreditava que esta matéria revelaria o pior lado de Snape; ao invés disso, foi dado à ele o cargo de professor de Poções, onde continua até hoje.”


Lucy fez uma careta e parou de ler. Sua boca estava com gosto amargo. Teria coragem de ler sobre Jane? Talvez mais tarde, ela pensou, escondendo o livro embaixo do travesseiro e o protegendo com um feitiço simples que lera em alguns livros da seção reservada. Ela deixou Emm dormindo na cama e desceu no Salão Comunal para comer alguma coisa. A festa continuava a todo vapor, e ela sentou-se num sofá com Dafne e Harper. Violet e Tracey dançavam em cima de uma mesa. Violet estava com a cara toda pintada de verde, e Tracey pulava que nem um doido misturando o hino da Sonserina com uma musica das Esquisitonas.


— Caramba Lucy, que olheiras enormes... — comentou Dafne. — Você tá dormindo direito?

Lucy deu de ombros.

— Estudando muito.

Harper riu.

— Precisa dar um tempo Lucy. — ele aconselhou — Aliás, o que você comeu hoje?

Lucy sentiu o estomago roncar de leve.

— Quase nada. — foi sincera. Só agora notara, mas estava faminta. Ela olhou em volta do Salão, estava quase totalmente cheio, e em algumas das mesas tinham várias guloseimas.

— Vou ali pegar alguma coisa pra comer, viu. — disse Lucy, já se levantando.

Para chegar até uma mesa foi meio sufocante, e alguém passou tinta verde da sua cara. Estava tudo muito barulhento, e o chão estava imundo. Lucy desviou de alguns malucos com desgosto até chegar à mesa. Ela pegou umas 10 tortinhas e enfiou nos bolsos. Aquilo não era m comportamento seu, mas ela estava faminta e nem considerava a ideia de continuar ali. Ela agarrou um copo de suco de abóbora e se esgueirou pela saída do Salão Comunal.

Andando pelo corredores quase vazios, e comendo uma tortinha de cada vez, Lucy finalmente parou para pensar na proposta dos Gêmeos Weasley. Era fácil considerar propostas malucas como aquela ingerindo açúcar... Então ela caminhou até um dos jardins e se sentou no banco. O céu estava variando entre laranja e tons de roxo. Era lindo. Principalmente com os picos e torres de Hogwarts completando. Lucy tomou um gole do suco, quando sentiu alguém do seu lado. Ela virou a cabeça e teve um acesso. SNAPE? Ela engasgou, e acabou cuspindo todo o suco na roupa de Snape. Ele estava imóvel. Parecia mortificado. Que diabos ele estaria fazendo ali? Veio a cobrar mais alguns rolos de pergaminho?

Lucy se endireitou e mesmo com uma pontada de vergonha, limpou a boca com seu cachecol.

— O que está fazendo aqui, Professor Snape? — perguntou ela, assistindo ele tentando limpar as vestes negras.

— Pelo visto, sendo cuspido. — ele respondeu, rude.

MAS O QUE É QUE TINHA DE ERRADO COM ELE? Ela estava ali sentada, numa boa, pensando na vida e ele senta ao seu lado e ainda reclama! Lucy simplesmente decidiu que não iria mais se importar. Ela se levantou e saiu andando calmamente, sem ao menos olhar para trás.

— Senhorita Lucy! — ele a chamou, gritando. — Espere! Quero conversar com a Senhorita.


Lucy parou. Por um momento, cogitou continuar andando como se não tivesse escutado. Mas não queria se rebaixar. Mesmo que se rebaixar fosse tão divertido. Ela deu a volta e se sentou novamente ao lado dele, só que com certa distância agora.


— Eu conservei com o diretor Dumbledore. — ele falou, seco. — E... Tomamos algumas providências.

Lucy ficou imaginando o que ela tinha a ver com uma provável conversa nada interessante entre Dumbledore e Snape.

— Nessas férias... — ele começou — Você vai para a minha casa.

Lucy congelou. Ela tinha escutado aquilo mesmo? Por que parecia algo que sua mente produzira. Tudo aquilo... Snape ali sentado ao seu lado, o pôr-do-sol, as tortinhas... Estava tudo coberto por uma névoa. Um sentimento de desespero instantaneamente cobriu Lucy. Era como se ela visse a cena de cima. Como um espectador. Ela a via sentada ao lado de Snape num belo entardecer de Hogwarts, como em um filme antigo.

— Como disse? — ela gaguejou. Estava tomando suco, mas naquela hora sua boca estava totalmente seca. — Mas... Por quê?

Era um pergunta óbvia. Mas Lucy queria escutar da boca dele.

— Porque você é uma Snape e eu tenho os meus direitos. — disse ele, como se falasse de um negócio, ou como se estivesse ensinando-a a misturar ingredientes para uma Poção.

"Uma Snape"... Ele não falaria mesmo a palavra "Filha"? Ele estava querendo arrastá-la para sua casa e não tinha a decência de falar a palavra "filha"?

— Mas... E os meus direitos? — ela perguntou. Ir para a casa de Snape definitivamente não estava nos seus planos.

Snape virou-se para ela e a encarou, intricadamente.

— Eu sei que ir para a minha casa não é algo que você queira. — disse ele, frio. — E para dizer a verdade, não é algo que eu almeje também.

Ai.

— Mas Dumbledore conversou comigo, e concordamos que é o melhor a se fazer no momento. — ele concluiu. Pelo seu tom de voz, Lucy percebeu que estava feito. Ela teria que ir. Mas... Pera...

— Já entendi tudo. — disse ela — Dumbledore quer forçar as coisas?

Aquilo foi mais da boca para fora do que tudo. Lucy sabia que Dumbledore só queria ajudar, mas ela não estava certa de que aquilo seria uma ajuda.

— Não é a questão de forçar as coisas, não as coisas que você está pensando.

HAHAHAHAHA. O que?


— Está lendo a minha mente? — ela levantou as sobrancelhas.


— Coisas estão acontecendo Lucy. — ele explodiu. — Sua casa com sua mãe adotiva não é mais uma opção.

— Não venha falar como se tivesse direitos sobre mim! — ela se defendeu. Quem ele pensava que era? — Minha mãe é a única pessoa que tem esse tipo de direito.

E era verdade. Não era? Sua mãe a adotara há anos atrás, e ela tinha direitos judiciais trouxas e mágicos sob ela.

— Não mais. — disse ele, e sua voz pareceu ecoar nos fundos da mente de Lucy. — Eu, sua mãe e Dumbledore conversamos. Sua mãe concordou em passar seus direitos para mim.

MAS O QUÊ?

— Você está mentindo. — ela simplesmente ficou paralisada no seu lugar e olhou para um ponto fixo. Não. Vou. Chorar. Não aqui, não na frente dele.

— Pode ser difícil para você Lucy, mas ainda irá vê-la antes de se mudar para minha casa. Por tempo definitivamente indeterminado. — ele afirmou e se levantou. — Eu queria avisá-la disso, provavelmente ela mandará uma coruja.

Ele ficou ali de pé, a olhando. Ela não podia piscar. Estava prendendo a respiração. O Pôr-do-sol já não era mais algo belo. Ela escutou os passos deles indo para longe, e sentiu mais raiva dele do que nunca naquele momento. Ela não podia acreditar que sua mãe concordara. Provavelmente ela não sabia que tipo de gente Snape era. Literalmente. Ele era... Mal. Não era?

Ela pegou uma tortinha e a mastigou lentamente. Se pudesse morrer ali naquele momento, ela morreria. Ela ainda estava entendendo. A partir de agora, ela não iria mais voltar para...Casa. Ela iria para a casa de Snape. Um Comensal da Morte. Um antigo Comensal mas... Ela balançou a cabeça. Não podia ficar pensando naquilo no momento. Ela estava um tanto inerte. Ela começou a andar pelos jardins, pensando em nada. Simplesmente queria andar.

Um sentimento de estranheza tomava conta de cada centímetro seu.

Ela andou e andou, não sabia por quanto tempo. Sua visão ficou embaça, e a luz do dia sumiu. Até ela simplesmente parar para se dar conta de onde estava. Ela estava com a respiração acelerada, e não estava mais inerte. Estava com raiva, ânsia e indignação ao mesmo. Aquilo veio tudo misturado de uma vez só e pareceu pesar nas suas costas. Ela tentou se apoiar e achou algo. Um caule. Ela piscou várias vezes e olhou ao seu redor. Não sabia como, mas estava na Floresta Proibida. Ah não. Não se desespera Lucy, respira fundo.

Estava escuro e a neblina, alta. Tirando o fato que ela seria comida viva se fosse pega ali, ela não estava com medo. Ela começou a andar pela Floresta para tentar achar o caminho de volta, mas parecia andar em círculos. Depois da alguns minutos, sua respiração ficou acelerada. Ela estava ficando paranoica ou podia escutar sons? Sons de coisas vo...


— ESTUFEFAÇA. — uma voz inextinguível gritou, e Lucy viu um vulto preto.


Algo a nocauteou e ela bateu as costas no caule de uma árvore. Lucy só pode sentir uma dor lancinante até a escuridão a acomodar.

~

— Eu quero esperar Severo! — Jane gritou, com as duas mãos protegendo o volume na sua barriga. Ela se sentia tão desamparada. Severo não a compreendia mais. E esse sentimento de estranheza a banhava como mercúrio.

— Não podemos simplesmente esperar Jane! — ele respondeu, andando de um lado pelo outro na Sala de Dumbledore. Jane estava sentada numa poltrona que Dumbledore tinha colocado ali especialmente para ela. O rumo das coisas estavam escurecendo.

— Ele não vai esperar. — disse ele, com a voz se tornando seca. Tão seca que Jane mal a reconhecia.

Dumbledore olhou para os dois, sentado atrás de sua mesa, com um olhar preocupado no rosto.

— Severo, precisam esperar. — ele falou, simplesmente e Severo se calou. — Pelo menos até a chegada do bebê.

Era exatamente aquilo que Jane queria. Ela sorriu.

— Você fala com Ele, ele vai dar tempo Severo, eu sei que vai. — ela acariciou a barriga.

Severo olhou para Dumbledore.

— E depois? — sua voz se elevou — O bebê nunca terá uma vida normal!

Dumbledore ajeitou os óculos meia-lua na ponta do nariz. Pânico tomou conta de Jane. Aquilo era a ultima coisa que queria para seu bebê. Uma raiz de arrependimento ameaçava crescer em seu coração, mas ela a espantou.

— Isso depende de vocês. — disse o diretor.

Severo olhou para Jane, seus olhos negros percorreram um caminho até a barriga dela.

— Não. — disse ele, com amargura — Eu não quero esse destino para a criança. Ele irá merecer mais.

Os olhos de Jane arderam. Sua garganta ficou seca e ela sentiu uma necessidade esmagadora de simplesmente voltar atrás. Mas, assim como Severo, ela sabia que eles dariam um jeito.


Lucy acordou engasgando. Na sua cabeça, que doía como nunca, persistia um zumbido. Ela piscou várias vezes, suas pálpebras pareciam coladas. Ela olhou para o teto. Estava na Ala Hospitalar. Ela tentou levanta, mas seu corpo de contraiu de dor. Ela passou os dedos pelo rosto, algo pinicava. Ela observou os dedos. Água? Ela, por impulso, tocou o dedo com a língua. Salgado. Ela estava... Chorando? Pegou pedaços do seu sonho. Mais um sonho como Jane. Antes de acordar, no final do sonho, ela sentiu os olhos arderem e a garganta secar. E acordara chorando? Ela fechou os olhos novamente. Aquilo era loucura.


Foi então que começou a pensar. Como diabos eu vim parar na Ala Hospitalar? Ela estava na Floresta Proibida. Fora Estuporada. Ou aquilo era mais algum sonho. Ela escutou passos.

Madame Pomfray veio correndo.

— Como se sente, querida? — ela perguntou, preocupada.

— Esmagada.

Madame Pomfray então, começou a fazer alguns feitiços para dores, e lhe deu algumas doses de poções. Depois se virou e começou a caminhar até a saída.

— Madame Pomfray? — Lucy a chamou. Ela se virou e levantou as sobrancelhas. — Como eu vim parar aqui?

Pomfray sorriu.

— Os Weasley a trouxeram, Senhorita. — disse ela — Agora deite e descanse.

Lucy estava surpresa. Como os gêmeos sabiam que ela estava na Floresta Proibida?

~

Lucy saiu da Ala Hospitalar dois dias depois. Nesses dois dias, ela tivera péssimos sonhos, e em um deles, até pensou ter visto Snape indo vê-la. Não fora nada difícil recuperar a matéria e os deveres, já que Lucy tinha metade deles adiantados. Violet a enchera de reclamações sobre como ela sumira no meio da festa, desaparecera do nada e depois reaparecia na Ala Hospitalar. Fora difícil explicar para a amiga, já que Lucy estava sendo uma péssima amiga e escondendo absolutamente tudo de Violet.

— Lucy, e aquele "M"? — ela perguntou uns dias depois, no jantar.

Lucy mordeu a bochecha por dentro.

— Hm... Ele simplesmente parou. — disse ela. Não era uma mentira. Também não era verdade.

— Parou? Do nada?

Lucy deu de ombros e enfiou uma garfada de mingau na boca para não ter que falar mais nada.


No mesmo dia, depois de uma aula de Feitiços, no segundo intervalo, Lucy estava sentada nos jardins com Violet, Tracey e Harper, quando uma coruja pousou na grama ao seu lado.


— Olha só... Lucezinha recebendo corujas misteriosas... HM — cantarolou Tracey, malicioso.

Lucy pegou o envelope do bico da coruja e a acariciou.

— Pare de ser gay, Tracey. — disse ela, abrindo o envelope. Pelo visto, aquilo o calara.

— GAY? — Tracey pareceu indignado. Bem, talvez estivesse. Violet riu.

— Tracey, tenho que admitir que Lucy é muito mais macho que você. — disse Harper, sério como sempre.

Violet revirou os olhos enquanto os dois começavam uma série de socos na grama. Lucy sorriu, segurando o riso e direcionou os olhos para o pergaminho. Revirou os olhos ao dar de cara com a letra que tanto conhecia


“Querida Snapezinha,


Eu e meu ilustre irmão Jorge gostaríamos de convidá-la para um programa super divertido hoje a noite. Encontre-nos na janela do seu dormitório á meia-noite.


Tente não babar enquanto dorme, Fred.”




Lucy não sabia por que, mas repentinamente começou a rir. Os amigos a olharam, intrigados.



— Lucy, acho que você andou tento aulas particulares com a Prof. Trelawney. — disse Tracey.

Violet o empurrou, divertida. Mas Lucy não conseguia parar de rir.

— Definitivamente, alguém aqui tomou Felix felicis. — comentou Tracey, novamente.

Harper revirou os olhos.

— E de onde ela pegaria um frasco desses? — ele perguntou, com desprezo.

— Ela é uma Snape, não é? E os Snapes são ótimos em Poções. — disse Tracey.

Lucy parou de rir.

— Tracey, você sabe que Lucy não gosta que brinquem com isso. — Violet a defendeu.

Harper ficou quieto. Lucy queria pular e estrangular Tracey.

— Ah, dá um tempo Violet. — disse ele, agora parecendo irritado. — Todo mundo sabe que essa coincidência do sobrenome dela ser o mesmo de Snape é muita loucura.

CRETINO. Lucy respirou fundo, e fundo e fundo. Várias vezes. Sua cabeça começou a zunir. Exatamente quando ela queria matar alguém.

— Tracey, Para.Com.Isso. — pediu Violet, impaciente.

— Deixa Violet. — disse Lucy, som a voz seca. Mas tão seca quanto...

Ela enfiou o pergaminho nas vestes.

— Sabe que ele tem razão. É muita loucura. — continuou Lucy, sarcástica. Sua voz estava arrepiando a ela mesma. — Talvez ele pare de pensar nisso depois de realizar seu sonho.

Tracey entrou no seu jogo e se levantou. Os dois se encararam.

— Qual é meu sonho Snape? — ele gritou. Vários alunos agora pararam para ver os dois.

Lucy soltou uma gargalhada alucinantemente fria. Seu corpo tremia.

— Todo mundo sabe Tracey, que você finge que é gay só para ficar com Violet.

Muitos assovios se seguiram. Violet a olhou, indignada. Tracey a olhava com uma expressão assassina. Ela nem sabia de onde tinha tirado aquilo, mas pelo visto, tinha acertado em cheio.

— Parem com isso vocês dois, já deu. — Violet se levantou, junto com Harper.

— Ela tem razão. Tracey, para cara. — Harper colocou a mão no ombro dele. Ele o empurrou.

Tracey tirou sua varinha das roupas. Violet guinchou.

— PARA TRACEY! — ela pediu, mas ele a empurrou também. Lucy sorriu.

— Que amedrontador, Tracey. — disse ela, as palavras saiam da sua boca como veneno, do mesmo jeito que sua varinha deslizou do bolso para a sua mão. — E então, Tracey... Vai confrontar uma garota?

Ela balançou a cabeça, como se reprovasse. E os dois começaram a andar em círculos. Uma horda de alunos estavam assistindo em volta, e Lucy mal sabia como ainda não tinham chamado alguém.

— Você foi longe de mais, Snape... — disse ele, parecendo ferver.

— Vá ao inferno com a sua viadagem Tracey! — Lucy gritou, — Vamos, deixe de ser covarde! Lance alguma coisa... Vamos ver no que dá.

— EXPELLIARMUS! — Tracey gritou e Lucy emitiu um baixo "Finite Encantatem".

Ela riu alto. Alto até demais.

— Agora minha vez, seu bixa. — disse ela, levantando a varinha. — ALARTE ASCENDARE!


Ela assistiu, satisfeita, Tracey flutuar alto e logo depois cair na grama com um baque. Todos ficaram de boa aberta.


LUCY! — Violet gritava descontrolada, enquanto Harper a segurava.

Lucy caminhou até Tracey, que estava de bruços no chão, e apoiou se pé nas suas costas. Ela se agachou para se aproximar dele, que estava imóvel.

— Da próxima vez, pense bem antes de falar o que você acha que é loucura. — disse ela, com imensa vontade de rir. Seus dedos tremiam. — Eu sou a única cretina aqui, não tente roubar meu lugar.

Ela retirou o pé das costas dele e ele soltou um gemido. Ela sorriu satisfeita enquanto todos a encaravam, assustados.

— O Show acabou seus inúteis. — ela gritou, e os alunos começaram a circular. Violet mal conseguia olhar no sua cara.

— Lucy, como você pode fazer isso? — ela perguntou, chorando.

— Violet, não chore por um cretino. — Lucy a aconselhou. Violet se aproximou e moveu as mãos, provavelmente para lhe deferir um tapa. Mas Lucy segurou seu pulso no meio do trajeto.

— Ia me dar um tapa? — ela soltou o pulso de Violet tão forte que ela cambaleou.

Violet a olhou.

— No que você se transformou, Lucy? — ela perguntou, com o rosto avermelhado.

— Numa vadia, só que uma bem melhor que você. — Lucy saiu andando firmemente até entrar num corredor. Estava eufórica. O que era aquilo?

Então pareceu despertar. Seus joelhos vacilaram. Ela apoiou-se em uma parede. O que DIABOS tinha acabado de fazer? Ouviu passos rápidos em direção á ela. Virou-se.

— O que você quer Harper? — ela perguntou frustrada.

— Só queria perguntar como conseguiu executar um Alarte Ascendare. — disse ele, com a voz totalmente controlada.

Lucy nem parara para pensar naquilo. Só lembrava que tinha visto o feitiço numa das páginas daqueles livros de magia negra. AH PORRA.

— Executando, ué.

— Alunos do sétimo ano não poderiam o executar sem ajuda. — ele comentou.

Lucy revirou os olhos.

—Puxa, parabéns Harper. — ela bateu palmas, irônica. — Finalmente aprendeu a estudar.

Ele pareceu abatido, mas continuou calado. Lucy se virou e começou a caminhar em direção ao dormitório. No caminho, pensou no que acontecera nos últimos quinze minutos. Uma loucura. Executara um feitiço de ataque complicado, chamara sua amiga de vadia, e dera uma vexame na frente de todo mundo. A pior parte é que não sentia uma gota de culpa.

Pegou o pergaminho no seu bolso, e sorriu.

Que se dane, essa noite farei algo provavelmente muito mais divertido.


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Notas finais do capítulo

E então... Quero que desabafem agora ok? Podem me xingar, me mandar crucios, me arrasar... Quero sinceridade.

Até o penúltimo cap da temporada...

xoxo