Quando cheguei em casa, minha irmã estava assistindo desenho com a meu sobrinho, nem minha mãe e nem meu padrasto estavam em casa.

Mariana:- Eaí fez a inscrição?

Peguei meu sobrinho no colo e o beijei muito. Não lembrava muito do meu bebê quando estava com o Gabriel, lembrava mais quando estava com a Rafaella ela é uma recém-nascida.

Lucy:- Fiz sim. Vendo Pocoyo? (risos)

Mariana:- Pois é, quando você vira mãe tem que fazer essas coisas, voltar a infância.

Lucy:- Cadê a Rafaella? Ainda tem leite guardado?

Mariana:- Está dormindo, bom que dou mais atenção ao Gabriel. Tem sim, mas minha irmã, marquei um médico para irmos juntas, para ver se esse leite é confiável para dar a um bebê, aliás é um problema hormonal.

Gelei, porque qualquer médico saberia que estava mentindo. Manti a calma e a respondi:

– Tudo bem, quando vai ser?

Mariana:- Amanhã de tarde.

Lucy:- Então iremos amanhã de tarde.

Deixei minha irmã na sala fui tomar meu banho, para pegar o meu computador e falar com Bridgit. Hoje lembrei demais dela, saudades. Sempre que vou falar com ela vou para o jardim, para que minha família não ouça o que falamos.

Tomei um banho bem demorado e quando desci minha mãe estava com Rafaella no colo e meu padrasto conversando com a minha irmã e Gabriel estava assistindo desenho ainda.

Lucy:- Boa noite, povo

Marina:- Oi filha, como foi seu dia hoje?

Lucy:- Corrido, mas consegui fazer minha inscrição e uma colega de estudos.

Minha mãe passou Rafaella para meus braços.

Marina;- Que ótimo, bom que vocês estudam

– É sim, fizemos um parcial trato, ela me ajuda com o estudo brasileiro e eu com a ela como o alemão. – meu padrasto virou-se para mim com um só relance, como se eu tivesse dito algo assustador.

– Ela é realmente confiável? Não se deve confiar nas pessoas daqui de um dia para o outro, você voltou agora.- ele me disse como se na Alemanha não houvesse pessoas e eu ficasse como uma pessoa das cavernas dentro de casa sem nem mesmo ter vida social.

– Sim, ela é confiável. Apenas meio pancada da cabeça, mas é confiável.- Disse querendo dar um fim naquilo, precisava me socializar no Brasil e fiz um pergunta nada haver.- Será que o ENEM é difícil demais?

Todos me ignoraram, então fingi que estava tendo um pensamento alto. E logo fomos para a mesa jantar. Daí conversa vai, conversa vem e minha irmã deixa escapar algo plausível:

– Vou ao ginecologista amanhã com a Lucy.- Claro, mas é claro que isso traz curiosidades, aliás voltei agora, por que iria ao ginecologista com minha irmã, eu poderia apenas acompanha-la, mas família não pensa assim, então encolhi minha cabeça e pus a boca mais colher de sopa e minha mãe fez uma pergunta.

– Lucy ir ao ginecologista com você? Sempre sou quem vou, o quê vocês estão tramando?.- Mãe é mãe, meu Deus. Ela estava com os olhos virados para o prato e os levantou olhando para meu rosto com a cabeça ainda estática e com a colher indo em direção a sua boca, meu medo era minha irmã soltar, mas se ela não soltasse a mancada ainda estaria ali, até porque ela iria tentar contornar, o quê os deixariam mais encucados, mas para a minha sorte:

– Nada, mãe queria apenas que Lucy fosse, ela é jovem e precisava conversar com ginecologista sobre coisas e sou um a boa irmã e engatarei isso com minha consulta. - Meu único pensamento: U-F-A, ela estava ao meu lado na mesa e me deu um abraço de lado, minha mãe parecia acreditar, mas meu padrasto ficou ouvindo aquele pedaço de conversa com muita atenção.

P.O.V Camilo

Conversa estranha, ela volta do nada da Alemanha e depois vai ao ginecologista, já há 3 meses que ela está aqui, grávida ela não está, mas tem algo implícito nisso, como tem.