E Se...? escrita por Ma Black


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Rápida, não? *----*
Então... A parte ficção da fic começa agora! Essa história de dois mundos... Tem toda uma mágica por trás. Espero que vocês gostem (:



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Você vai com aquele cujo rosto toma conta dos seus sonhos
E com o que tem o coração acelerado ao te ver
Encontrará sua maior inimiga
E partirão ao anoitecer

De quem herdaram a língua, é pra lá que devem ir
Onde as pessoas falam rápido e a neve começa a cair.

– Mas isso não faz sentido! – berro.

– Claro que faz, querida – responde minha mãe. – Ou talvez não faça, afinal isto é um sonho.

– Mamãe!

– Olha, Alice... Você vai ter que desvendar esse enigma caso queira seu namorado de volta. Não posso ajudar com mais nada.

Então é isso, né? A turnê Rebeldes Asepxia (quem é que coloca o nome de uma turnê de asepxia?!) acabou e estou de volta com a minha vidinha comum no Elite Way. Ando sempre com meus amigos e ao mesmo tempo não. Ando quieta, na minha, perdida nos próprios pensamentos. Tão perdida, que nem percebi que o final do ano chegou e faltam três dias para o fim do meu segundo ano aqui.

Mas tudo bem... Antes de dormir, li novamente a carta do Tomás, pedindo mais uma vez a chance de revê-lo. E acabou que estou aqui, dentro do meu sonho juntamente a minha mãe anja-fantasma. Ou seja lá o que ela for.

– E o que eu vou fazer no lugar que a neve cai? – pergunto.

– Alice! – ralha mamãe. – Já disse que não posso falar. Mas... Você precisa seguir os passos do enigma. Precisa dos três acompanhantes, ouviu? Bem... – ela morde os lábios. – Você vai encontrar a princesa Castellan, a conselheira dos anjos protetores.

– Isso é tão bizarro! Anjos... Por favor, né? Anjos da guarda...

– Anjos protetores, Alice – ela fica levemente zangada. – Anjo da guarda tem haver com religião. Acreditei em Deus quando era uma mortal, mas não sirvo mais a ele.

– Como assim?

– A princesa Castellan irá lhe ajudar a compreender tudo. Quando for a hora certa. Adeus, querida.

A imagem da minha mãe tremeluziu e logo eu estava sozinha, em um palco empoeirado. O lugar totalmente escuro e frio. Senti medo, é claro. Mas logo escuto o som de um violão tocar e a figura de Tomás aparece. Logo a cena se dissipa e estou em seu quarto no Elite Way.

Seus cabelos estão molhados e a camisa branca amassada. O lençol cobre apenas suas pernas enquanto seus braços envolvem o violão. Ele é perfeito. Continua a tocar sem perceber minha presença. Não sei se isso é apenas um sonho, ou se estou novamente no outro mundo. Acho que é a primeira opção.

Parece zangado, frustrado, por não conseguir encaixar as frases escritas em seu caderno na melodia. A letra da música parece já ter sido feita, mas as notas insistem em não sair das cordas do violão. Até que ele tenta uma combinação e balança a cabeça, sorrindo.

Anota as notas e, concentrado, começa a ler os versos... Sua voz tão doce e calma, carregada de tristeza... Então ele para e põe o celular pra gravar, começando a cantar “Não consigo nem pensar/Quanto tempo vou ficar/Sem ter você aqui/Nunca pensei que fosse assim. A saudade vai chegar/E o seu cheiro não/Mas vou tentar te refazer/E na memória esclarecer. Mesmo longe/Você se faz tão presente/E é sem querer/Sinto o sabor/De cada instante/Que vivi junto a você...”

Talvez seja uma nova música. Não sei... E não passei muito tempo pra descobri, já que minha visão foi escurecendo...

Os raios de Sol batem em meu rosto e o ar-condicionado deixou meu nariz e meus pés gelados. Eu ainda mato Roberta por isso! Nunca vi... Só dorme no frio. Com muita relutância me levanto da cama e vou até o banheiro.

Encaro minha imagem no espelho. A mesma pele pálida de sempre, olhos profundos e azuis, cabelos lisos e sedosos... Parece que tudo está normal. Então me lembro das palavras da minha mãe...

“Você vai com aquele cujo rosto toma conta de seus sonhos”. Poderia ser o Tomás. Ela não disse aquele que toma conta dos meus sonhos e sim o rosto. Esse Tomás e outro possuem o mesmo rosto. Quem sabe?

“E com o que tem o coração acelerado ao te ver”. Pedro, com certeza. Quero dizer... O fim do nosso namoro é um pouco recente e ele anda me evitando... Porque não?

“Encontrará sua maior inimiga”. Ok... Pilar ou Lucy, eis a questão. Bom... Minha inimiga poderia ser algum defeito meu, mas minha mãe disse que eu precisaria de mais três pessoas. Minha maior inimiga pode ser... Bom, na verdade só consigo pensar em Pilar e Lucy. Pelo que me parece, uma delas que virá ao meu encontro.

“E partirão ao anoitecer”. Hoje. Não pode passar de hoje. Porém... Pra onde? Quero dizer... “De quem herdaram a língua, é pra lá que devem ir. Onde as pessoas falam rápido e a neve começa a cair”? Isso não faz sentido! Balanço a cabeça tentando afastar tais pensamentos e vou ao meu banho.

E se Tomás e Pedro não aceitarem me acompanhar nessa... Hã... Busca? Busca, não é? Mas buscar o que?! Minha mãe não disse nada. Disse onde achar, verdade. Mas o que? E se eu quiser ver meu namorado de volta... O que poderia trazê-lo aqui? Uma máquina teletransportadora? Uma varinha mágica? E ela disse algo sobre uma princesa... Ela roubou tal objeto? Isso é muito complexo para mim!

–--X---

– Isso é loucura! – fala Pedro.

– Claro que é – concordou Tomás.

– Escutem, sei que parece loucura, mas... – minha voz falha. – Não tenho como provar que estou falando a verdade ou que não fiquei louca. A outra Alice, a do outro mundo, ficou, mas...

– A outra Alice... – observa Pedro.

– Desisto. Talvez eu deva ver o Tomás apenas nos sonhos mesmo.

– Talvez aquele beijo no palco tenha afetado... – começou Tomás.

– Para Tomás! E você, Pedro, pare de me olhar como se eu fosse louca. Por favor, meninos...

– E porque teria que ser a gente? – pergunta Pedro.

– O enigma – respondo. – Começa assim: você vai com aquele cujo rosto toma conta dos seus sonhos e com o que tem o coração acelerado ao te ver. Pensei que... – coro e me perco com as palavras. – Você... Sei lá... Ainda me ama. Certo?

Pedro desvia o olhar.

– Só tem isso no enigma? – pergunta Tomás.

– Temos que partir hoje a noite.

– Pra onde? – Pedro ergue as sobrancelhas.

– Não sei... - falo desanimada. – O resto dizia: Encontrará sua maior inimiga e partirão ao anoitecer. De quem herdaram a língua, é pra lá que devem ir. Onde as pessoas falam rápido e a neve começa a cair.

– De quem herdaram a língua? – pergunta Tomás.

– A casa dos nossos pais? – pergunto. - Aprendemos a falar lá!

– Portugal. Falamos português. Herdamos de Portugal - diz Pedro.

– Faz sentido... Eles falam rápido. Mas... “a neve começa a cair”? – pergunto. – Essa época do ano não neva lá.

– Talvez sim – fala Tomás. – Uns anos atrás fui pra Portugal com minha avó. Bom... Tem um lugar...

– A Serra das Estrelas! – exclamo sorrindo. – Então... Vocês vão?

Eles se entreolham. Se eu tivesse no lugar deles, já me mandava pra um hospício, mas... Eu preciso da ajuda deles. Não sei quem deve ser essa inimiga, mas dane-se. Primeiro, preciso deles.

– Eu topo – fala Pedro.

– Partiu Europa! – Tomás sorri.


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Notas finais do capítulo

Ok... Vai começar muita ficção! Essa história dos anjos protetores... E bom, querem mais uma dica? Essa busca tem haver com os astros. Tipo... Corpos celestes, planetas, galáxias... E bom, algumas coisas inspiradas em divergente, ou Harry Potter... Essa coisa do enigma e da busca foi inspirada em Percy Jackson... Bom, eu realmente tô viajando muito pra escrever os últimos capítulos.
Isso... últimos capítulos, choremos. SE eu tiver tempo, TALVEZ poste outra fic. Mas é um TALVEZ, ok? Ahh, mas calma. A fic não tá no fim. Ainda tem muitos capítulos! Só to falando que a história tá em reta final... Bom, é isso. Beijo (: