Destino escrita por Bianca Botelho


Capítulo 4
Capítulo 4




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Assim que bateu o sinal para o intervalo tirei meu livro de dentro da pasta e o deixei, junto com o caderno de historia, em cima da mesa. Peguei minha mochila e sai com tudo na mão mesmo, não era muito organizada. Assim que sai da sala vi Gus sorrindo pra mim.

-Vamos? – Perguntou ele

- Vai indo na frente, eu só vou deixar as coisas no meu armário.

-Tudo bem, só não demora viu?

- Ok.

Estava caminhando em direção ao meu armário quando esbarrei em um garoto chamado Ben. Ele não era um garoto qualquer, ele era um ex-melhor amigo meu. Tínhamos brigado fazia um ano mais ou menos e agora éramos apenas conhecidos. Esse era meu segundo esbarrão com ele e, dessa vez, foi forte. Quase tinha caído se ele não tivesse me segurado, deixamos cair tudo o que tínhamos na mão no chão.

-Desculpa! – Ben falou assim que me segurou.

-Tudo bem. – Disse me abaixando para pegar minhas coisas sem olhar nos olhos dele.

-Continua desorganizada?- Ele riu pegando o celular que foi a única coisa dele que caiu no chão.

-Pois é. – Não olha nos olhos dele, não olha Gabriela, seja forte, pensei.

-Desculpa mesmo, eu tava respondendo uma mensagem e não te vi.

- Tudo bem, sei como é.

-É, a Lua fica me mandando mensagens depois que a gente ficou... Ela acha que é algo sério e tudo...

- Para você, nada é sério. – Interrompi ele e coloquei minhas coisas no armário.

- Não é verdade! – Ele retrucou.

- Tudo bem, eu preciso ir. Tchau – Continuei não olhando nos olhos dele.

- Podemos nos falar depois talvez? – Ele perguntou quando eu dei as costas para ele comecei a andar.

Olhei para trás finalmente olhando nos olhos dele e falei:

- Talvez.

Andei pelos corredores a caminho da lanchonete pensando nos momentos em que passei com ele. Lembrei-me de quando ele me explicou porque chamava Ben, seus pais vieram de Dallas para o Brasil quando sua mãe estava grávida e que seu avô se chamava Ben. Ben, Ben, Ben... Era um nome muito bonito. Lembro também de perguntar por que seus pais saíram de Dallas para vir pro Brasil... Ele respondeu que não sabia também e que iria perguntar e depois me contava. Mas nunca contou.

Avistei Carla, mila, Bruno, Julia, Marina em uma mesa rindo.

-Ei, porque demorou tanto criatura? – Carla perguntou assim que sentei na cadeira ao lado dela.

- Eu esbarrei com o Ben sem querer quando estava levando as coisas pro armário.

- Já é a segunda vez que vocês dão esses “encontrões”, acho que ele quer se reaproximar...

- Eu já dei vários encontrões com cada um de vocês. Vocês sabem como eu sou... – Argumentei. Todos riram.

-Sabemos – Disse Julia – Cabeça nas nuvens. Quilômetros de distância da Terra...

- Vive em marte, como diz o nosso professor de biologia. Mas acho que Carla tem razão. Lembre-se, foi ele quem deu um encontrão com você.

- Não gosto desse cara. – O Gus falou com uma cara séria.

- Nem eu. – Eu e Bruno falamos juntos.

- Vish, to sentindo isso Marina? – Disse Mila rindo

- Ta cheirando a ciúmes... – Marina caiu no riso quando terminou de falar.

- Licença. – Falei saindo da mesa.

- Fala sério, ela ficou brava? – Perguntou Carla

- Ela ta meio alterada hoje... – Respondeu Gus.

 Isso foi tudo que eu ouvi. O que mais pode acontecer hoje? Meu pai saindo com aquela mulher que eu nunca vi na vida e ainda querendo levá-la para morar com a gente, o Ben querendo conversar.

       Encontrei com Joana no caminho da sala. Ela era aquela pessoa toda meiga, engraçada, risonha... Só não gostava de pipoca, não entendia como... Mas tudo bem.

- Gabii!! O que houve que você ta com essa carinha triste?

- Carinha triste? Que nada! É que não to me sentindo bem. Só isso.

- Eu te conheço Gabriela, diz logo o que aconteceu. – A Jo me conhecia realmente muito bem, ela sempre percebia se tinha algo errado.

- Entra no chat quando chegar em casa, pode ser? Te conto tudo, mas acho que agora vou pra enfermaria... Quero ir para casa.

- Puts... Não sei, é que talvez eu vá pro clube...

-Tudo bem, a hora que for, entra. – Ela sempre era muito ocupada e as vezes quando eu mais precisava conversar ela tava cheia de coisa, mas tudo bem, afinal, não era culpa dela. – Só entra, por favor, Jo.

- Pode deixar. Vou entrar assim que conseguir.

- Brigada. – E fui a caminho da enfermaria.

Ouvi um grito bem distante atrás de mim “Melhoras”. Era a Joana. Olhei para trás, sorri e agradeci gritando de volta.

                                 ~o~

- Oi pai, brigada por vir me buscar. – Falei com uma voz “fria”, mas realmente estava agradecida por ele ter vindo me buscar.

- Magina querida, o que houve?

- Eu só to passando mal, pode me levar pra casa da mamãe?

- É que ela ainda não está em casa.

- Tudo bem, eu tenho a chave.

Eu adorava a casa da minha mãe, era tão aconchegante, me lembrava minha infância. Coloquei a mochila do lado da porta do meu quarto e pulei na cama. Fazia semanas que não entrava aqui. Vi que tudo estava igual, meu laptop na escrivaninha, meu bichinho de pelúcia favorito na prateleira, meus livros... Tudo perfeito. Quantas saudades, quantas lembranças...

Resolvi ligar para minha mãe avisando que já estava em casa.

- Oi mamãe

- Oi queria, tudo bem?

- Então, eu já to aqui em casa.

- Porque? – Ela disse meio brava, odiava quando faltava em alguma aula.

- Eu to passando mal, to enjoada, dor de cabeça... Acho que vou dormir um pouco para ver se passa.

- Ah meu amor, dorme sim, talvez você se sinta melhor. – Ela deu um suspiro e continuou- Vou chegar ai às 18h, ai eu preparo um jantar bem gostoso para gente e aproveitamos para colocarmos o papo em dia! O que acha?

-Eba, ótimo!! To morrendo de saudades de você mãe!

- Eu também, e tenho uma surpresinha para te contar quando eu chegar!

- Me fala agora mãe, você sabe que eu odeio surpresas! – a gente riu

-Eu sei, mas você vai precisar esperar! Só fique longe do meu quarto, entendido? Não vá estragar a surpresa.

- Ta, ta... – Será que tem haver com o meu aniversario que está chegando? Pensei.

- Preciso continuar o trabalho filha, a noite nos falamos! Beijos te amo, descansa.

-Beijos mãe, te amo!

Deixei meu celular na cômoda e deitei. Peguei no sono rapidinho.

                                 ~o~

Acordei e concerta estava me sentindo muito melhor. Minha dor de cabeça e enjôo tinha passado. Olhei para o relógio, eram 18:30. Mamãe deve ter ficado um pouco mais no trabalho, pensei. Peguei o laptop e abri meu perfil no facebook, duas mensagens, uma solicitação de amizade e algumas atualizações. “Biela, você ta melhor? Já te liguei umas 7 vezes menina! A Jo me falou que você tava passando mal e foi embora... Me responde ou me liga assim que puder! Beijos”. Pensei em ligar pra ele depois, estava com voz de sono e preguiça de ficar digitando para responder. Vi que a outra mensagem era do Ben que dizia “Agora é uma boa hora para conversarmos?” Ignorei. Achei que tinha excluído ele do meu face, pensei. Ah, claro. Uma solicitação de amizade: Ben Harris. Ignorei. Não queria nenhum tipo de relação com esse sujeito.

Visitei alguns blogs de livros. Olhei para o relógio, 20:30h. -Caramba mãe, onde você ta? –Disse em voz alta.

Toca, toca, ninguém atende. Fiquei com um mal pressentimento. Vi que tinha uma caixa postal, talvez podia ser ela falando que ia ficar mais tempo no trabalho.

Oi querida, você deve estar dormindo, mas liguei avisando que já estou a caminho de casa.” Mensagem deixada as 18:03. 


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