Preparativos

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Jiraya estava de frente para a Hokage na sala da mesma. Com exceção dos dois, no aposento só se encontravam os membros do time Kakashi. Por mais que as equipes restantes estivessem curiosas, compreendiam que não era o momento. Eles tomariam conhecimento das informações de que necessitariam para cumprir qualquer missão. Porém, para o primeiro, a situação era outra.

O sannin dos sapos respirou profundamente. Ele não conhecia todos os detalhes da longa história que deveria contar, mas devia expor o que descobrira até o momento.

- Por onde eu começo?

- Pelo começo Jiraya. – A Godaime usava toda a sua força de vontade para não golpear o amigo.

- Chiharu, foi o nome que você disse, não é Kakashi?

- Hai. Não sei como, mas tenho certeza de que é esse o nome do bijuu.

- Ela. É a bijuu. – Interviu o sannin.

- O que me interessa saber o sexo do que minha pupila possui dentro dela? – A loira se estressava. O tempo era curto e, a seu ver, estava sendo desperdiçado.

- Tudo, Tsunade. Chiharu é a única bijuu dentre todos os outros. Ela é a única fêmea. E a mais velha de todos eles.

- Ainda não entendi no que isso pode me interessar.

- Pense Tsunade. Nada pode surgir do nada.

- Chega de rodeios Jiraya. Eu quero informações que me auxiliem a resgatar Sakura. – A Hokage batera na mesa com tanta força que esta rachou. – Não quero uma lição sobre os bijuus. Seja direto e se concentre na Sakura.

- Chiharu é... – Naruto começou timidamente e de cabeça baixa – a mãe dos bijuus.

- Como? – Finalmente mais calma, a sannin das lesmas resolveu escutar toda a história.

- Exatamente. Por isso a Kiuuby não fez nada contra ela e o Gobi se libertou. – A menção do cinco caudas fez Kakashi abaixar a cabeça.

- O que mais sabemos sobre ela? – Perguntou a mulher.

- Não muito. Tudo o quê sei é que se trata de uma bijuu milenar. Como eu já disse, ela é a mais antiga de todos os bijuus e tem total controle sobre todos os outros. – Respondeu-lhe o antigo companheiro de equipe.

- Só sabemos isso? Qual a força dela comparada aos outros? Qual a aparência verdadeira dela? Quantas caudas ela possui? Qual o elemento que ela domina? Como ela criou os outros bijuus? – Tsunade estava incrédula com as informações obtidas.

- Não. Os únicos que a viram de perto e sobreviveram, são alguns membros da Akatsuki. – Informou Jiraya. Não importava o que fizessem, a organização de nukennins sempre estava envolvida.

- Não temos escolhas, então. Time Kakashi está dispensado.

- O quê?! - Naruto gritou furiosamente. - Você não pode ns deixar fora dessa missão Vovó! A Sakura-chan e o Teme pertencem ao time 7 e nós não podemos ficar sem fazer nada, enquanto eles não voltarem para Konoha.

- Chega Naruto! Não estou deixando ninguém de fora, mas preciso de vocês totalmente curados para quando formos atrás deles.

- Você não vai mandar outro time resgatá-los?

- Não no momento. Chiharu se mostrou forte e cruel demais para que possamos vencê-la sem mais detalhes. Assim que conseguirmos essas informações, vocês serão enviados para detê-la, porém, até lá, devem descansar e recobrar suas forças. Entendido?

- Você promete?

- Naruto! Espero que não esteja desconfiando da sua Hokage...

- Não é isso Kakashi-sensei... É só que... - O loiro abaixou os olhos até que possuisse somente o chão em seu campo de visão. A tristeza e o medo que ele sentia eram palpaveis por todos.

- Não se preocupe tanto Naruto, eu prometo que vou fazer de tudo para trazê-los de volta, nem que eu mesma tenha de ir até eles se for necessário.

Resignado, o garoto seguiu os outros membros do time 7 até o hospital, para receber o tratamento necessário.

Quando se viram a sós, Tsunade pediu a Jiraya que buscasse Shikamaru, Ino e Chouji. Após colocá-los a par da situação e de acalmar a loira, que ficou extremamente preocupada com a amiga, a Quinta ordenou que eles capturassem um Akatsuki vivo. O Nara em pouco compreendera os riscos da missão e solicitou à Kage que Shizune os acompanhasse, para evitar perdas. Concordando com o pedido, Tsunade escreveu uma mensagem para a aprendiz, que seria entregue pelo líder da missão à mesma no hospital.

Todos os ninjas se retiraram após as ordens recebidas. No aposento permaneceram somente os dois sannins.

- Sabe que dificilmente eles conseguiram sozinhos, não é? – perguntou o homem.

- Eu sei. Assim que obtivermos alguma informação, partiremos ao encontro deles. – A preocupação dominava o rosto ainda jovem da loira. Ela apoiava a face nas mãos e seu olhar decaia sobre o outro.

- Eu irei à frente, procurar mais algumas pistas.

- Não, – ela cortava-o firme, para logo em seguida suavizar a voz – fique em Konoha. Preciso de sua ajuda. – ela o olhava. Os orbes cor de mel brilhavam.

Notando o estágio fragilizado em que ela se encontrava, ele não tinha como simplesmente deixá-la. – Sempre estarei com você Tsunade. Já devia saber disso. – Ela sorriu com as palavras do amigo. O medo de perder sua pupila, a qual tinha como filha, era grande demais para que ela suportasse sozinha.

O homem se aproximou e tocou-lhe o ombro. Ela fechou os olhos aceitando o apoio que lhe era oferecido. Pouco tempo depois, o momento fora interrompido por um falcão que entrara pela janela velozmente e carregando uma mensagem com o símbolo de Suna.

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Sakura e Sasuke corriam velozmente por entre as árvores da grande floresta que rodeava a vila oculta da folha, ganhando distância do local que chamavam de lar. O Uchiha olhava para trás um pouco incrédulo. Era a segunda vez que abandonava a vila e dificilmente seria aceito desta vez. Provou que sua lealdade não era para com Konoha, como devia ser. O pensamento, no entanto, o fez se perguntar se era leal a alguém. Olhou para frente e viu os cabelos rosados balançando no vento. Sentia que a jovem poderia ir mais rápido, mas estabeleceu aquele ritmo para que ele pudesse acompanhá-la. Na primeira vez, abandonara a vila e a ela. Agora, após sentir o desprezo da garota, decidiu que nunca mais a abandonaria. Um dia voltaria a significar algo importante para a Kunoichi.

A jovem, repentinamente, parou perto de um lago. Ela aproximou-se das margens cristalinas e mirou seu reflexo. Era impossível dizer se ela estava satisfeita, ou não, com o que via.

- Uchiha! – Ela chamou calmamente.

- Sasuke-kun. – Ele se aproximava, sempre a mirando.

- Como? – Chiharu perguntou intrigada e desviando os orbes vermelhos da água.

- Era assim que sempre me chamou. – Sasuke aparentava não se intimidar perante a figura que estava a sua frente.

Ela riu debochadamente e voltou a mirar o lago. – Posso não me lembrar de tudo que este corpo fez durante meu sono. Porém, sei que não lhe era tão carinhosa assim. Aliás, por que o seria? Você nada representa para mim.

- Então, por que me trouxe junto?

- Eu não o obriguei. Você traiu seus companheiros e me seguiu por livre e espontânea vontade.

- E você aceitou minha presença. Por quê?

- No momento, me serás útil. Quero que fique de guarda, enquanto me concentro para a eliminação dos últimos selos. Depois, eu decido o que farei com você.

Com as palavras por ela proferidas lhe esmagando o coração, Sasuke se colocou, estrategicamente, em um galho de uma árvore do qual poderia vigiar mais longe sem, no entanto, se afastar da garota.

Chiharu sentava-se sobre os joelhos e preparava-se para a longa e torturosa tarefa de libertar-se. Maldizendo o Terceiro e o Quarto pelo tipo de selos que lhe colocaram, ela começou a reunir seu chakra em um deles, pronta para rompê-los.

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- Naruto-kun? - Hinata não pode ficar quieta ao ver o loiro passar silenciosamente na frente da porta de seu quarto.

- Hinata? O que está fazendo aqui? - Ele tentou desconversar, mesmo sabendo de que não haveria muitos motivos para alguém estar no hospital. De repente, a lembrança do local e a visão das faixas no corpo da menina o entristeceu mais do que já estava. Ele não entencia como sua amiga, sempre tão forte, pode se deixar dominar por um bijuu a ponto de ferir os próprios amigos. - Não se preocupe Hinata. Eu vou trazer a Sakura-chan de volta e ela vai cuidar de você.

- Mas, Naruto-kun... Você está machucado demais para ir atrás dela...

- Mas eu vou conseguir. Confia em mim Hinata. - Ele pediu antes de se virar e ir embora.

- “Eu sempre confiei em você... Naruto-kun. Só me perdoe por não poder ajudá-lo...”

Insatisfeita por ficar parada, Hinata resolveu agir por conta própria e desafiar sua tradicional timidez. Cansada e cambaleando, ela atravessou inúmeros corredores a procura de uma enfermeira.

- Que bom que eu lhe achei. Você precisa me ajudar...

- Hyuuga-san, o que houve?

- É o Naruto... Ele fugiu do hospital...

- Como? - A enfermeira se preocupava.

- Ele está muito ferido e parecia estranho... Eu tentei impedi-lo, mas elenão me ouviu e disse algo com ficar mais forte e proteger os amigos...

- Você sabe para que direção ele foi? - Perguntou a enfermeira já se preparando para ir buscá-lo.

- Ele disse que ia treinar e ele sempre faz isso no antigo campo de treinamento do time 7.

- Obrigada por me avisar Hyuuga-san. Agora, por favor, volte ao seu quarto e deixe que eu cuido do Uzumaki-san,

- Traga-o de volta, por favor.

- Pode ficar tranquila.

Satisfeita, Hinata observava a enfermeira avisar outras e ir no sentido contrário ao do loiro. Com todos o procurando num lugar, a fuga dele seria muito mais fácil. Um suspiro aliviado escapou de seus lábios, enquanto deitava-se na cama. Sentia uma imensa vontade de ir atrás de Naruto e ajudá-lo no que quer que ele tenha planejado, contudo sabia que seu corpo não suportaria a viagem e ela se recusava a ir só para ser protegida.. Tudo o que lhe restava era rezar para que ele voltasse são e salvo.