Stargazer escrita por Alface


Capítulo 7
Capítulo 6.5


Notas iniciais do capítulo

Olá eheh.
Bem pessoal, resolvi não contar este capítulo como um novo pois se trata apenas de uma pequena adição do capítulo anterior.
Mas ele quem demarca o meio da história, e os eventos que acontecerão daqui em diante. Então, boa leitura!
E sim, eu gosto muito de FrUk, mas não foi com esta intenção que escrevi o capítulo. Espero que entendam que certas coisas se encaixam na história, por mais que não nos agradem muito eheh.
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Assim que Arthur entrou em seu apartamento, correu em direção ao banheiro para tomar uma ducha rápida. Mal havia saído do cômodo, tendo tempo apenas para vestir um roupão antes de atender a porta. Deu um grande suspiro enquanto a abria, não podendo deixar de se irritar com o sorriso que seu cliente exibia.

    - Chegou cedo. – o inglês murmurou, dando espaço para o outro homem entrar em seu apartamento – Estava tão ansioso assim em me ver?

    - Sempre é um prazer te ver, chérie – Francis respondeu ao sarcasmo do outro com um grande sorriso – Mesmo que nos vejamos quase todos os dias agora, mas você mesmo assim finje que eu não existo.

    - Tsc...

Arthur não sabia o que responder, limitando-se à trancar a porta. O francês já era familiarizado o bastante com aquele apartamento para saber exatamente onde colocar seu casaco. Já era um cliente fiel de Arthur pelos últimos quatro meses, tendo talvez algum tipo de intimidade com o inglês.

    - Você sabe que eu não-

    - Você não quer que Alfred saiba que sou seu cliente – o inglês permaneceu em silêncio ao ouvir aquilo, ele estava absolutamente correto – Está estampado em sua cara, Artie. Eu talvez até contaria para ele, só para ver o quão desesperado você ficaria...

    - Não ouse!

    - ...Mas Alfred é muito especial para mim também. Não seria vantajoso que ele soubesse.

Permaneceram se encarando por alguns segundos, mas que pareceram séculos para o inglês. Sabia que o francês não era um homem muito confiável. Até onde sabia, ele possuía um relacionamento estável, mas que ainda se prendia à Arthur por alguma razão desconhecida. Mas sabia também que era um homem de palavra. A partir do momento que dissesse algo, o manteria pelo resto de sua vida.

Por fim desviou seus olhos, aceitando aquele argumento. Ainda se mantinha inseguro sobre o assunto, mas não havia nada que pudesse fazer quanto à isso.

    - Vamos começar então? – Arthur soava cansado, enquanto desamarrava seu roupão – Você prefere na sala ou no quarto?

Francis nada disse, apenas caminhou em direção ao sofá e se sentou, batendo levemente com a palma de sua mão em suas pernas. Obedientemente, Arthur sentou-se de frente à Francis, em seu colo. De maneira delicada, empurrou os fios dourados, deixando o pescoço e ombros do francês desnudos. Adiantou-se em direção à eles, lambendo e mordiscando qualquer carne que estivesse à vista, resultando em uma respiração pesada e embebida de prazer por parte do francês , que já ressoava pela sala. O inglês começou então a despí-lo, mas sem cessar o trabalho que sua boca realizava, aproveitando para deslizá-la pelo peito do outro conforme sua camisa deslizasse por seus braços. Como se seguisse algum tipo de instinto, o francês empurrava os cabelos emarranhados mais para braixo, até que os dentes do inglês alcançassem o cós de sua calça. As orbes verdes olhavam para cima, fitando o rosto de seu cliente.

   - Você sabe que eu cobro mais por isso.

   - Artie, por favor. Apenas faça de acordo com o clima, conversamos sobre pagamento depois. – Arthur franziu o cenho e Francis supirou – Eu tenho dinheiro. Não se preocupe.

Suspirou de maneira cansada novamente, tratando de retornar ao seu ritmo anterior. Enquanto sua língua explorava a virilha alheia, suas mãos habilidosamente abaixavam o zíper da calça do outro, a qual ele tratou de terminar o serviço as retirando rapidamente. Utilizando apenas de seus dentes, o inglês abaixava a cueca do francês enquanto lançava-lhe olhares eróticos. Francis sorriu com aquela visão.

Mal haviam terminado e Arthur já vestia seu roupão. O francês estava largado no sofá, fumando despeocupadamente. Abriu sua carteira, retirando a quantia necessária e entregando-a para Arthur.

   - Já que terminamos, ao menos vista algo – O inglês lançava um olhar reprovador para o outro – Não preciso ver seu peito peludo depois do programa, não sou pago para isto.

   - Paciente como sempre, mon ami. Podia ser mais carinhoso às vezes, ui?

   - Você quem não gosta de encenações. Estou apenas agindo normalmente – Com um sorriso de canto, levantou uma das notas nas quais Francis havia lhe dado – Vê? Você até me paga para agir assim.

   - Você não é rude assim com Alfred. – E com apenas esta frase, conseguiu ter total atenção do inglês – Pelo contrário, vocês parecem se dar muito bem.

Um silêncio se fez na sala, e Arthur se sentou na poltrona. Manteve uma expressão séria, enquanto fitava o francês.

   - Não mencione Alfred. Não enquanto você está aqui por conta... de algo tão impuro.

Franciu pareceu incrivelmente surpreso. Sua expressão carregava uma incredualidade sobre o que acabara de ouvir e não pôde evitar rir em escárnio. Apesar de ser só um cliente, ambos conheciam bastante sobre o outro. Sempre após terminarem o ato sexual, Francis soltava alguma ironia que Arthur respondia de bom-grado. E, com um diálogo repleto de ironias e descasos, acabavam sem-querer conhecendo um ao outro melhor. E por tal casualidade na qual sempre conversavam, o francês estranhou a reação de Arthur à citação do nome do estadunidense, e ainda mais o uso da palavra “impuro” para designar o que acabaram de fazer. E com um sorriso no rosto por ter compreendido o que estava acontecendo, apoiou sua mão em seu queixo, o observando com cuidado.

    - Alfred não é uma criança. Ele sabe muito bem com o que você trabalha. – Colocou sua cueca e calça, ainda observando o outro cuidadosamente – Então qual o problema? Ele é apenas mais um dos quais sempre conversamos sobre, não é?

Arthur não respondeu, limitando-se à caminhar em direçãp à porta, se apoiando nesta enquanto esperava Francis terminar de se vestir. Lentamente, o outro colocava sua camisa, andando em direção ao inglês.

   - Ou ele é diferente? – O francês se divertia com o esforço de Arthur em manter sua expressão impassível – Ele é tão especial assim para você?

   - Cale a boca, sapo! – Arthur estava estranhamente exaltado – Apenas vá embora!

   - Você o ama.

Aquela declaração, por mais que tivesse como objetivo irritar Arthur, obteve um efeito completamente diferente. Sua expressão carregava surpresa, tristeza e desamparo, como se o que Francis havia dito fosse algo novo para si, e não algo que escondia, mas que acabasse de tomar conhecimento. Seu olhar vasculhava o chão em busca de algum ponto fixo para se ater, mas seu nervosismo era eminente.

   - Está errado! – Arthur forçou um sorriso – Isso não pode ser verdade, eu-

   - Artie, faça-nos um favor – Sua voz era calma e firme, como se estivesse prestes a contar uma verdade cruel para uma criança – Se olhe no espelho. Você é um terrível mentiroso.

Sua cabeça funcionava à mil, tentando juntar as informações que Francis dizia. Tentava assimilar o que sentia em relação ao americano em algo como amor. As experiências que passaram, os segredos, o companherismo... Seria mesmo possível que tais atos geraram um sentimento romântico em Arthur?

 Enquanto  seus pensamentos o consumiam, o francês se aproximou mais, depositando sua mão no ombro de Arthur. Este levantou o rosto ao ser separado de seus desvaneios,  e seus olhos refletiam o desejo de ficar só naquele momento.

   - Hoje é meu último encontro com você, chérie. – Arthur o observou, impassível – Portanto, não precisa me evitar na pensão como se eu fosse abordá-lo, pedindo por sexo naquele exato momento. Eu, igualmente, não contarei nada a Alfred. Então ao menos me responda quando me dirigir à você, oui? – Arthur parecia prestes à retrucar, mas a expressão de Francis se tornou estranhamente séria – Yao e Ivan já perceberam que há algo entre nós, mas seu querido Alfred ainda não. Então, ao menos que queira cavar sua própria cova, sugiro que aja normalmente em minha presença.

 E com isso, Arthur se calou. Colocou sua mão na própria testa, murmurando com uma voz fraca.

   - ...Apenas vá embora...

Francis sorriu gentilmente, se precipitando para fora do apartamento. Arthur parecia exausto fisicamente e mentalmente. Mas antes de descer as escadas, virou-se para o inglês.

   - Mon ami, seja sincero com você mesmo. – Seu sorriso adquiriu um tom melancólico – Você precisa se decidir como se sente em relação à ele, pois o que quer que aconteça entre vocês, você quem vai precisar guiá-lo. Alfred é muito lento e, sozinho, nunca irá perceber como se sente em relação à você.

Arthur nada disse, apenas se manteve encarando o chão. Francis sorriu, apoiando ambas as mãos nos ombros do inglês, lhe depositando um carinhoso beijo na testa. Bagunçou ainda mais os cabelos engrenhados do outro.

   - Se cuide, petit Arthur.

E, sem dizer mais nada, desceu as escadas em direção à rua. Arthur fechou a porta de seu apartamento, enquanto uma grande quantidade de pensamentos lhe invadiam novamente. Recuperou forças e decidiu tomar um banho quente, para retirar o cheiro de sexo impregnado em sua pele. Enquanto enxaguava seu corpo pela última vez antes de sair do box, percebeu o que talvez fosse o pensamento mais assombroso que tivera naquela noite.

Arthur sabia por que o beijo que recebera de Francis não o alterara nem um pouco. Sabia o por que de ter agido de maneira impulsiva quando foi Alfred quem o beijou. E sabia também a razão pela qual, ao imaginar-se tendo o mínimo de contato com o americano, sentindo a pele morena do outro contra a sua, suor pingando de ambas as faces e gemidos contidos na voz rouca de Alfred, sentia um arrepio em seu corpo, que se encerrava em sua virilha.

Por mais que seus sentimentos fossem estranhos, impuros e confusos, Arthur sabia perfeitamente qual nomeclatura ela recebia popularmente.

   - Porque tudo tem que ser tão complicado...?

Bateu com seu punho na parede do banheiro, permitindo que seu corpo se afundasse ali. Já não era mais possível distinguir se o que escorria pelo seu rosto eram gotículas de água ou lágrimas.


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Notas finais do capítulo

Sinceramente, não gostei muito de como este capítulo ficou, mas estou bastante animada para escrever o próximo. Adicionei este aqui porque era necessário adicionar que Francis não iria mais se encontrar com Arthur, além de que este empurrãozinho dado pelo Francis vai ser crucial daqui pra frente!
Por favor, continuem acompanhando Stargazer, e deixem reviews para que eu possa sempre melhorar!
Beijos~