Before Sundown escrita por Anny Fernandes


Capítulo 3
A neve não abafa tudo


Notas iniciais do capítulo

Hey Pandas e cerejinhas!! Obg por ler e boa leitura!
Bem gostaria de pedir recomendações, já que em nenhuma de minha histórias tenho alguma, mas por favor eu gostaria de ter nessa! Obg



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A nevasca acabou, mas a neve continua a cair irregularmente e friamente.
Depois de encontrar Ethan ontem de manha, eu vim diretamente para casa e me enfiei de baixo dos cobertores.
Não quero conversar com ninguém e não preciso de mais um amigo.
Já é noite, esta na hora de dormir, mas eu simplesmente não consigo. Apesar de estar quente aqui eu ainda estou tremendo.
Esses dias tem sido tediosos. A escola só voltara com as aulas depois da colheita e mesmo assim será ruim. Afinal teremos dois alunos a menos. E tem uma boa chance de eles nunca mais voltarem.
Afago meus braços procurando um pouco de calor. Algo que eu possa me esquentar... Só preciso disso.
Eu realmente odeio o inverno. O mar fica raivoso e frio. O sol quase nunca esta por perto e a neve é densa e fria.
Escuto um grito alto e agudo a alguns metros daqui. Com um pulo eu chego à janela e espio através do vidro com pontinhos brancos.
Uma mulher segura uma criança nos braços. Ainda é um bebe, deve ter uns dois anos.
Sorrio a imagem, por que apesar do frio eles brincam e riem. São felizes. Mãe e filho se divertindo na neve. Ela não é a única com seu filho. A poucos passos dela encontra-se outra família. Dessa vez composta por dois filhos, um menino e uma menina, a mãe e o pai.
Eles brincam de guerra de bolas de neve.
Eu lembro que quando minha avó estava viva, nós brincávamos assim também. Eu, ela e Homes. Era muito divertido. Lembro de uma vez que a bola de neve acertou o rosto de Homes e ele começou a rir, mas eu e minha avó pensamos que ele chorava.
Foi engraçado por que assim que chegamos perto dele para supostamente ajudá-lo, ele nos atacou. Jogando varias bolas seguidas e rindo da nossa cara.
Começo a rir sozinha lembrando isso e me sinto bizarra.
Volto para a cama onde me enrolo nos cobertores quentes.
Encosto a cabeça no travesseiro e fecho os olhos.
Rapidamente a imagem da mulher do meu sonho preenche as minhas pálpebras, que antes eram negras por dentro.
Aquela mulher... Não sei por que, mas eu ainda sinto aquela estranha ligação com ela. Como se estivéssemos envolvidas a muito tempo. Bem antes de eu nascer...
Tomo um susto com a voz que grita meu nome loucamente.
- Alana! – a voz é gritante e suave.
Abro a porta do quarto e corro ate a porta da frente. Olho pela fresta da janela e vejo Ethan afagando seus braços e assoprando as mãos.
Encosto a cabeça na parede e fico desesperada. Não sei o por que, mas o desespero toma conta de mim.
Por que ele viria aqui?
Respiro fundo e me acalmo. Saio pela porta com frio, mas sem colocar o casaco.
- Ai esta você! – ele diz assim que me vê.
- OI! – digo devagar com um aceno de mão.
Ele abre o pequeno portão e chega mais perto de mim.
- Posso entrar? – ele pergunta – É que esta muito frio aqui fora...
- Tudo bem – digo abrindo a porta para ele entrar.
Ele passa devagar, esperando que eu resolva que ele não pode entrar.
Assim que ele entra e senta na mesa da cozinha eu fecho a porta e sento ao lado dele.
- Então... – digo – O que você quer?
- Falar uma coisa com você! – ele diz com um sorriso torto
Olho para ele aflita esperando que ele comece. Então ele respira fundo e pergunta:
- Você esta sozinha aqui?
Confirmo com um aceno de cabeça. Ele me olha e então o sorriso vai saindo de seu rosto lentamente.
- Queria te fazer uma proposta! – ele fala fitando meu rosto aflito.
- Qual? – pergunto ansiosa – Diga logo... Seja bem direto.
Ele olha para o chão e depois me encara novamente.
- Eu vou me voluntariar para os jogos esse ano! – ele diz rápido como se estivesse prendendo isso por muito tempo – Pouca gente sabe, afinal é um segredo ate a hora da colheita, mas esse ano eu fui o escolhido.
- Como assim? – pergunto – Pensei que você não treinasse na academia.
- Eu ganhei uma bolsa – ele fala – Meus pais se orgulham disso, mas não gostam do fato de eu ter que me voluntariar.
Fico em silencio imaginando no que Ethan seria tão bom para conseguir ganhar uma bolsa. Lá só entram os melhores ou os mais ricos. Não sou nenhum dos dois.
Ethan parece forte, mas não sei o que mais pode ter contribuído.
Isso é ilegal. Treinar antes dos jogos, mas aqui quando as crianças completam 12 anos eles começam a treinar. Há um boato que no Distrito 2 e 1 as coisas são assim também e que a capital deixa passar por serem os mais influentes.

Enfim, quando completam 18 anos eles se voluntariam e assim vão para os jogos com uma boa chance de vencer.
- Você tem quantos anos Alana? – ele pergunta me fitando.
- Eu tenho 17... – digo sussurrando – por que você quer saber?
- Nada. – ele diz e se levanta – Pensei que você tinha 18!
- Mas qual a diferença faria se eu tivesse 18? – pergunto irritada e me levantando junto com ele.
- Eu te convidaria para se voluntariar comigo! – ele fala
Olho ele abismada. Ele realmente me odeia. Por que ele quer que eu vá para uma arena onde só um sai vivo. Será que ele me mataria?
- Você realmente me odeia não é mesmo? – pergunto com um sorriso besta no rosto
- Não. – ele fala baixinho
- Não? – pergunto quase gritando – Então por que você quer me convidar para ir ate a arena com você?
Ele me encara e depois fita o chão. Abre a boca prestes a falar alguma coisa, mas a fecha novamente.
- Fala logo Ethan! – digo irritada
Ele respira fundo e diz tudo de uma vez novamente, como se estivesse prendendo aquilo há muito tempo:
- Quero desafiar a Capital.
- E como você pretende fazer isso? – pergunto
- Lá na arena você veria – ele diz sorrindo
- Por que você não me diz agora? – pergunto
- Por que a neve não abafa tudo! – ele responde e sorri
- De qualquer forma eu nunca me voluntariaria. – digo segurando as costas da cadeira de madeira da cozinha.
- Tudo bem – ele diz – Era só uma proposta. Mas saiba que nós dois morreríamos...
- Eu gostaria de morrer – falo – Mas não pelas mãos da Capital.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?