A Linhagem Sagrada escrita por elleinthesky


Capítulo 21
Capítulo 19 - Time To Say Goodbye


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura ♥



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Depois de combinar com Kevin McHale e Isabelle Bel’aqua que deixariam o Acampamento Meio-Sangue durante a madrugada e como chegariam até Nova Jersey, Amy foi até a cabana abandonada que costumava ir para pensar e acabou ficando por lá durante alguns bons minutos.

Talvez fosse essa a última vez que ela voltava naquele pedaço de paraíso particular. Sua conclusão final foi de que era nada menos que justo deixar o lugar para as pessoas que adorariam aquilo: os filhos de Athena. Na verdade, uma filha da deusa em especial: Lana Booth, a arquiteta do projeto. Ela adorara a ideia e fez tudo o que Amy pediu com todo o entusiasmo que possuía.

– Lana, com licença, queria falar com você. É possível que seja agora? – Perguntou Amy, agora de volta à área comum do acampamento onde encontrou a filha da deusa da sabedoria sentada sob a copa de uma árvore com um livro no colo.

– Sim, claro. No que posso ajudá-la? Algum problema com a estrutura da casa? – Disparou a garota, pondo o marcador na página que lia e fechando o livro.

– Não, mas... Como você sabia que eu vinha falar da casa?

– Eu conheço toda a geografia desse lugar como se fosse a palma da minha mão, pela direção que você saiu, você só poderia ter vindo de lá em linha reta ou estava apenas dando uma volta numa dar áreas do bosque que quase ninguém vai.

– Uau, isso foi incrível. De verdade!

– Obrigada. – Respondeu ela, corada e orgulhosa.

– Bom, quase ninguém sabe, mas essa noite eu vou embora do Acampamento e seria triste que um lugar tão bonito apodrecesse e ninguém tirasse proveito do ele tem de mais bonito. Então eu pensei e me dei conta de que se há alguém no mundo que merece aquele lugar, esse alguém é você, Lana. Aqui estão as chaves – Amy depositou o pequeno molho de chaves com o chaveiro de um pequeno raio. – e agora você é oficialmente proprietária daquilo. Desculpe pelo chaveiro, não me importo se quiser trocar.

– Não trocarei, ficará de lembrança da primeira pessoa que me deu a oportunidade de projetar algo sozinha. Obrigada, Amy. Usarei com carinho.

– De nada, eu sei que vai.

* * *

– Olá, senhorita híbrida. – Acenou Scott, que vinha até ela depois das suas aulas de luta grega com espadas.

– Boa tarde, como vai?

– Melhor agora, mas enfim... A vossa majestade me concederia o prazer de ter conhecimento acerca das vossas últimas atividades neste humilde acampamento?

– Deixa de ser bobo, Scott. Eu não tenho feito nada muito importante, pra ser sincera, e aquela coisa da tempestade nunca mais voltou. O tempo ficou meio esquisito ontem de novo, mas juro que não fui ei. Sei lá, de repente foi só coincidência mesmo. Eu não acho que tenho poder pra isso.

– Ah, sim, e uma tempestade ultra sinistra de uns três minutos é algo muito corriqueiro, realmente.

– Scott Campell falando “corriqueiro”? Oh, meus deuses, minhas preces foram atendidas. Você tá virando gente.

– Ta vendo ai, a gente não pode dar confiança pra pessoa que já vem com gracinha.

– É, me enganei, o velho Campbell tá de volta. – Murmurou ela, enquanto assistia o garoto correr como uma criança pelo bosque que cercava o acampamento.

Ele estava lindo naqueles trajes de batalha. Scott era um típico inglês do interior, mas ele tinha algo que o fazia parecer mais encantador que qualquer garoto no mundo. Como não era um dos filhos de Afrodite, não tinha como ser um glamour; mas, por alguma razão, ela via em Scott um elo que há muito fora rompido. Ela só não sabia identificar qual.

– Amy, o que houve? Por que ta me olhando desse jeito? – Perguntou Scott.

– Ah, hã? O que? – Disse, como se tivesse acabado de despertar de um transe.

– Você tava me olhando de um jeito estranho, parecia que queria me comer ou algo do tipo.

– Eu, comer você? Do que você ta falando? – Ela ainda estava meio grogue.

– Eu hein, que doida. Bem que o Chiron disse que você tem andado meio estranha ultimamente, deve ser todo esse estresse.

– Eu... Não, eu to bem. Não tem absolutamente nada errado comigo, não se preocupa, ok?

– Só se você me der certeza que não vai olhar-me desse jeito de novo.

– Prometo tentar.

– Já é um bom começo.

Então tocou o alarme para o jantar. Ambos estavam andando no caminho para o refeitório lado a lado quando Amy pegou na mão de Scott.

– O que houve? Você ta bem?

– Ta tudo bem, é só que...

E então ela o puxou para perto e abraçou-o. Sem hesitar, Scott pegou Amy pela cintura e a beijou como se aquela fosse a última vez que veriam um ao outro. Eles ficaram ali, juntos, unidos de uma forma que jamais imaginariam ser possível. Eram apenas bons amigos, nunca foram mais que isso.

– Amy, eu não...

– Scott, me desculpa. Eu não devia ter te puxado daquela forma.

– Não mesmo, eu deveria. Nós sempre tomamos conta um do outro como se fossemos irmãos de uma forma tão intensa que não nos demos conta do que realmente nos unia. Eu não sou bom com as palavras como o Tony, mas vou ser o mais sincero que eu posso. Amelie, eu gosto de você. Gosto de verdade.

– Scott, eu não devia ter feito isso. Não é justo com você nem comigo. Acho que ainda ando meio atordoada desde... Desde que perdi o Sam. – Uma lágrima brotava nos olhos de intenso azul da garota. – Não é justo enganá-lo e muito menos iludi-lo, Scott. Não é você quem eu amo.

– Hey, aonde você vai?

– Terminar de empacotar todas as minhas coisas, estou partindo essa noite.

– Partindo pra onde? Vai voltar algum dia?

– Não sei se serei forte o suficiente, tudo aqui me lembra muito do Sammy, portanto, a probabilidade é bem pequena. – Respondeu ela, ignorando a primeira pergunta do garoto.

* * *

Ao invés de ir para seu chalé, Amy só percebeu exatamente onde ia quando já estava a meio caminho da praia secreta do Wading River.

– Sam? – Perguntou ela, quando viu uma figura masculina de cabelos curtos e vestindo uma jaqueta de couro marrom sentada na areia. – Sammy, é você? – Seus olhos se encheram de lágrimas.

– Não – Respondeu o homem, virando-se na direção dela com um movimento gracioso –, Apolo.

– Oh, desculpe-me. Eu não queria incomodar. – Respondeu ela, se perguntando como eles poderiam ser tão diferentes fisicamente e como, ainda assim, Apolo tinha o mesmo porte de Sam. Ela não confundiria alguém com seu namorado se não fosse uma pessoa realmente parecida com ele, isso é certo. Quem melhor que seu próprio pai?

– Não, fique. Eu vim aqui pra falar com você mesmo.

– Comigo? É algo importante, um recado do meu avô talvez?

– Ei, eu não sou nenhum garoto de recados de Zeus. Isso é trabalho do idiota do Hermes. – Disse ele, zombeteiro.

– Desculpe, não quis ofender. O que exatamente posso fazer por você? – Indagou Amy, lembrando-se que Apolo não gostava de ser chamado de “senhor”.

– Sabe, eu preciso de Solis de volta.

– Por quê? Ela era do Sam, você deu pra ele. – Ela estava visivelmente confusa, afinal a espada tinha sido um presente.

– Aquela espada é especial pra mim e eu a dou como presente para os filhos que acho que merecem possuí-la, só a pego de volta quando eles... Você sabe, morrem. Seria injusto se ela ficasse com alguém que não tem parentesco direto comigo. Aquele pedacinho de metal tem não-sei-quantos mil anos, foi forjada por Hefesto e finalizada por mim. Foi a primeira e última vez que fiz algo que machucasse minhas mãos. Eu, definitivamente, não sirvo pra ser um trabalhador braçal.

– Entendo, mas não estou com ela agora. Como faço para entregar?

– Você partirá essa madrugada com o garoto de Hades e a garota de Poseidon para Jersey, certo? – Ela assentiu, mesmo sabendo que a pergunta era uma afirmação. – Então, assim que estiver amanhecendo, coloque a espada em algum lugar onde os raios do sol peguem em toda a extensão dela. O resto é comigo.

– Por que o amanhecer? Algum motivo especial?

– Não sei, acho que é porque talvez seja essa a hora que me sinto mais feliz.

– Tudo bem, farei o que me pede.

– Eu também sinto falta dele, Amy. Eu amo o meu filho. Amo todos os meus vários filhos, mas aquele moleque teimoso era especial. Ele era o único que me entendia sem nem falar comigo, sem nem me conhecer. A fé dele em mim me fortalecia, vou sentir falta de como ele tinha orgulho de mim como seu pai.

Pela primeira vez, Amy viu um deus expressando um sentimento tão humano, tão mortal. Uma lágrima escapava dos olhos marejados e vermelhos de Apolo.

– Ele era muito importante para nós dois e se existe algo sobre mim que você pode ter certeza, essa coisa é que eu vou caçar a vadia que o tirou de nós e vou vingá-lo como ele merece. Mesmo que essa seja a última coisa que eu faça em vida. – Ameaçou a garota.

– Tenha cuidado, criança. A vingança nem sempre é a solução, não deixe que o ódio guie seus passos por você. Não deixe que a besta-fera que você tem dentro de si tome o controle, apenas use-a quando houver necessidade.

– E-eu... Besta-fera?

– Você é mais poderosa do que imagina, norinha. – E então ele brilhou intensamente para depois desaparecer, mas não sem antes exibir seu imenso sorriso travesso tão parecido com o de seu filho.

– Ninguém pode dizer que Apolo não sabe fazer boas saídas. – Murmurou ela para si mesma. – É, esse cara tem estilo.

Em algum lugar, alguém dava uma estrondosa gargalhada e, por uma razão ainda desconhecida, ela sabia que era do deus do Sol. E, de alguma forma, ela tinha certeza que essa não seria a última vez que o veria.

* * *

Após colocar todos os seus pertences e alguns poucos objetos de Sam em uma mochila e uma bolsa de viagem pequena, Amy foi para o beliche que ocupava desde que chegou ao chalé de Zeus no Acampamento Meio-Sangue e rapidamente caiu no sono.

De repente, ela estava novamente nos braços de Sam no pequeno casebre no meio do nada, onde ela costumava pôr seus pensamentos em dia. Sob a luz da Lua e o brilho das longínquas estrelas, eles se tocavam e se beijavam tão intensamente como nunca antes o fizeram. Em poucos instantes seus corpos se uniram em um só e ali ficaram, num ritmo quente e extasiante, num movimento que nenhum dos dois tinha vontade de cessar.

Fora apenas um sonho. Um sonho real, vívido. A lembrança mais incrível de sua vida. Eram apenas os dois sob o céu estrelado, e Sam a fazia mulher pela primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, o que achou do capítulo?
Ah, queria deixar avisado que a partir de agora pode ser que eu demore mais um pouquinho pra postar pois to me dedicando com mais intensidade à faculdade, ainda mais porque as minhas P1 estão bem próximas (sexta que vem já tenho de Cálculo, chorei). Vou ver se consigo escrever pelo menos uns dois ou três capítulos esse fim de semana porque daí fica mais fácil de entrar rapidinho só pra postar mesmo e me dá uma folguinha pra estudar.
Beijinhos (:



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