A Linhagem Sagrada escrita por elleinthesky


Capítulo 10
Capítulo 8 - A Birthday Gift


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo eu gostaria de agradecer de coração a todas as 40 reviews que minha história recebeu e às 10 pessoas que acompanham a fic. Pra muita gente pode ser pouco, mas pra mim, que estou postando uma fic pela primeira vez na minha vida, significa muitíssimo. Gostaria de agradecer também à duas leitoras maravilindas que são, coincidentemente, algumas das minhas autoras favoritas do nyah: Cathy e Little Princess, porque sempre que podem elas estão comentando e "conversando" comigo por MP ou twitter (no caso da Cathy). Obrigada mesmo, meninas!
Bom, chega de papo e boa leitura (:



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– O que foi aquilo lá no portal? – perguntou Sam, quando estavam distantes o suficiente para que nem Kevin ou Alexandra pudessem escutar o que dizia.

- Isso é ciúmes, sr. Parker? – instigou Amy. Como a cara enfezada do garoto não desapareceu, ela achou que era a hora de parar com as brincadeiras. – Falando sério agora: você viu como a sua amiguinha Lexis me colocou contra a parede. Eu tive que apelar, oras. Mas você também não me deixou escolha.

- Eu? O que foi que eu fiz? – perguntou o garoto, sem o menor sinal de cinismo ou ironia na voz.

- Ficou chamando-a de Lexis, de “querida”... Você tocou no ponto fraco dela.

- E você, chamando o McHale de Kev?

- Pelo Anjo! Sam, como você é bobo. O Kevin tem namorada, seu tonto. Vai dizer que não sabia?

- Não, eu não sabia. Aliás, o que significa “pelo anjo”?

“Ops, dei mole. Duas semanas inteiras evitando expressões e hábitos nephilim, e de repente eu solto uma dessas fácil assim. Vai, garota. Contorna essa, você consegue!”

- É... é uma coisa que eu costumava dizer quando morava na Grã-Bretanha, me ensinaram a nunca pronunciar o nome de Deus em vão.

“Amelie, querida, você já foi melhor. Será que cola? Acho que sim, não que ele conheça o meu mundo.”

- Ah, ta certo. Vocês, britânicos, e suas manias.

“Ufa, ainda bem que ele acreditou. Me desculpe em negá-lo, caro Raziel, mas você viu que era uma hora de necessidade. Ai caramba, se eu for ficar de fato com o Sam, uma hora eu vou ter que contar a verdade pra ele. Não dá pra mentir pra sempre, ainda mais quando de trata de uma péssima mentirosa como eu.”

- Alô, Amy. Long Island chamando. – chamou Sam, estalando os dedos em frente aos olhos da garota. – Ta tudo bem?

- Aham, eu só tava lembrando de casa. Não de Manhattan, mas de Northampton. Gostaria de voltar lá qualquer dia.

- Você vai voltar, um bom filho sempre volta pra casa.

- Sei que sim, agora vamos. Está quase na hora do jantar e ainda precisamos tomar banho.

- Tudo bem, nos vemos mais tarde.

Quando Sam já estava tomando distância de Amy, ela aproveitou que o pátio entre os chalés estava vazio, foi até o garoto, deu-lhe um selinho e sussurrou as palavras “já sei o que te dar de presente” no ouvido dele. Ele deu um sorriso largo e entrou no chalé, não sem antes virar-se para vê-la correndo em direção ao chalé um.

* * *

Amelie entrou na banheira do banheiro principal do seu chalé – a essa altura ela já se julgava como dona do lugar, já que era a única ali –, relaxou com o aroma doce do sal de banho que colocara e tudo o que conseguia pensar era no pôr-do-sol na praia do Wading River, no Wildwood State Park. Sam abrindo seus sentimentos para ela, o brilho final do sol antes de desaparecer no horizonte, o semideus com as mãos na cintura dela, o toque macio da pele dele, o beijo, Apolo a chamando de namorada do filho. Ela repassava cada momento novamente em seu subconsciente como que para provar a si mesma que tudo aquilo tinha sido real. Uma batida nervosa na porta da frente a tirou das suas doces memórias.

Amy vestiu um roupão e fez um coque nos cabelos para atender quem quer que fosse a criatura que ousava atrapalhá-la em seu banho de lembranças. Quando ela foi recepcionar o visitante, Scott entrou “ventando” porta a dentro.

- Cara, onde você esteve? Não te vejo há uns dois dias, eu acho. – disse o garoto, sentando-se esparso no sofá do hall. – Uau, faz tempo desde a última vez que me acomodei tão bem assim. Sabe como é, chalé superlotado, tudo sempre apertado. Eu mataria por um dia numa mansão dessas só pra mim.

- Scott, não exagera. E respondendo à sua pergunta: eu tenho andado um pouco ocupada, se quer saber. Meu avô quer que eu seja uma superguerreira ou sei lá o que, e eu to trabalhando pra isso. Na verdade, você deveria saber; afinal quem aqui é filho do deus dos mensageiros? Sabe como é, as notícias correm por aqui.

- Nossa, quanta “azedice”. Relaxa ai, Miss Reino Unido.

- Sou natural da Inglaterra, sr. Campbell. Reino Unido é um Estado formado por quatro países. É inaceitável que o senhor confunda as duas coisas, e eu ainda sou bem compreensiva com quem confunde o termo com Grã-Bretanha.

- Mas a Inglaterra fica no Reino Unido, não fica?

- A Inglaterra não fica no Reino Unido, ela é o Reino Unido. Juntamente com a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte, é claro. É antiquado achar que um Estado é um país.

- Desculpa aí, se sou um americano descolado e não me ligo nas mudanças de humor... digo, de nomenclaturas geopolíticas do seu pessoal.

- As mudanças não foram feitas por pura vontade do povo inglês, mas sim por um consenso entre os países formadores do Estado. Acho que precisa de umas aulas de geografia urgentemente, meu caro. Talvez eu seja gentil e convença algum filho de Athena a te ensinar conceitos básicos.

- Me lembre de nunca mais falar nada sobre assuntos que você domina, não to nem um pouco afim de um outro sermão da senhorita “Nacionalista sabe-tudo”.

- Não tem nada a ver com nacionalismo ou ser sabe-tudo, mas não falarei mais nada para não ser deselegante.

- Ta, tudo bem. Agora vai se trocar porque daqui a pouco soa o alarme pro jantar, “Lady England” – ele disse as últimas palavras forçando um sotaque que não possuía, tentando imitar e irritar Amy ao mesmo tempo.

* * *

Quando Amy entrou no Grande Salão, Sam sorriu largamente para ela enquanto conversava com alguns de seus irmãos, mas seu sorriso logo se foi quando percebeu que Scott Campbell a acompanhava e ambos conversavam animadamente enquanto se serviam. Na hora de oferecer seus alimentos aos deuses, Amy olhou rapidamente para Sam e atirou um apetitoso brownie na lareira.

- Entrega especial a Apolo, por tudo. – disse a garota baixinho, como se apenas a lareira pudesse escutá-la.

- O que você disse, Amy? – perguntou Scott, que vira a boca da amiga se movendo como se a garota falasse com o fogo.

- Eu, nada. Pensei alto.

Se dependesse de Amy, ninguém jamais saberia da visita de Apolo e ela e Sam na margem do Wading River naquela tarde.

Como de costume, Amy se sentou à mesa do chalé de Zeus acompanhada de Kevin e Isabelle, que, ironicamente acabaram por se tornarem seus amigos mais estimados no acampamento junto com Sammy e Scott. Kevin se sentava junto de Amy porque também era o único em seu chalé; Isabelle, devido a um pedido quase desesperado de Amy e Kevin concedido por Chiron.

- Ei garota-raio, por onde andou depois da reunião dos tutores? Procurei por você em tudo que é canto e não achei. – perguntou Bells, enquanto se sentava à mesa ao lado do namorado e de frente para a amiga.

- Ela estava desbravando a ilha com aquele garoto do Apolo, o tal Campbell. – respondeu Kevin, que havia se revelado um dos caras mais legais do mundo quando estava na companhia de Amy e Bells.

“Agora eu sei o que a Bells viu nele; pensando bem, eles são um casal lindo.”

- Kevin! – disse Amy, em tom reprovador. – Você quer que eu passe a te chamar de “Constantine” por ai?

- Tenta a sorte, garota-raio. – provocou Kevin, colocando os cotovelos sobre a mesa

- Galera, relaxa.

- Bells, quem tem que relaxar é você. A gente ta só brincando.

- Eu sei, mas tem que relembrar.

- Enfim, voltando ao assunto: se não fosse por mim, nossa querida garota-raio aqui não estaria na nossa ilustre companhia.

- Oh meus deuses, então é verdade. Você ta ficando com o garoto de Apolo. – exclamou Isabelle, um pouco mais alto do que talvez pretendia.

- Estamos em local público, cabeça de alga. Controle-se. Quanto menos souber por enquanto, melhor.

- Já que você não negou, então assume logo que vocês estão juntos. – disse Kevin, tão baixo que somente as duas garotas escutaram.

- Juntos não é a palavra... – começou Amy.

- Eles estão juntos. – disseram Kevin e Isabelle, em uníssono enquanto olhavam um para o outro.

- Uau, vocês sabem ser irritantes quando querem, viu?! – bufou Amy.

McHale e Bel’aqua se entreolharam, riram da confusão de Amy e custosamente se concentraram em terminar seu jantar.

* * *

Depois de terminado o banquete, os campistas começavam a sair aos poucos de suas mesas e rumavam para seus chalés. Amy passou pela mesa do chalé de Apolo e jogou um bilhete no colo de Sammy. Ele abriu o guardanapo que continha as palavras “te vejo no píer em 30min” e olhou para a porta a tempo de ver Amy sair abraçada a Isabelle Bel’aqua e virar no último segundo para sorrir para ele.

* * *

Amy se despediu de Bells e Kev, que eram todos piadas e risadinhas sobre o novo capítulo da vida amorosa da garota, e saiu correndo em direção ao chalé de Zeus. Chegando lá, ela escovou os dentes rapidamente, soltou os cabelos outrora presos em um rabo de cavalo, colocou um casaco e pegou a bolsa que tinha pedido para Tessa Bridges preparar para ela. A pequena General da Guarda Chironiana sequer perguntou os motivos de Amy precisar de chocolates, lanterna, alguns refrigerantes, uma colcha fina e um lenço de cor escura; ela apenas colocou tudo dentro de uma de suas bolsas e deixou no chalé 1.

- O que foi que eu fiz? Me aproveitei da boa vontade de uma criança pro meu bel

prazer, isso não se faz. – disse ela, enquanto conferia os itens da bolsa. – Me desculpe, Tessa, mas você era a única pessoa que conheço aqui que me ajudaria sem me delatar.

Quando Amy chegou no píer, ainda não havia sinal de Sam. “Melhor assim, dá tempo pra eu me acalmar”. Como que por ironia do destino, Amy viu a silhueta do garoto se aproximando ao longe.

- Ei, baby. – disse ele, assim que se aproximou de Amy. – O que tem nessa bolsa? Não me diga que...

- Não, seu bobo. Eu não to indo embora do acampamento, pelo menos não hoje. Essas são só algumas coisinhas que vou precisar. Que nós vamos precisar.

- Como assim?

- Vem, você vai ver.

Eles caminharam até um dos pequenos montes que estavam dentro do raio de proteção das barreiras do Acampamento, quando Amy parou de frente para Sam e começou a revirar a bolsa.

- O que ta acontecendo? Pra onde a gente vai?

- Estamos indo pro seu presente de aniversário, agora fique quieto e feche os olhos.

Amy tirou o lenço de cetim cinza escuro que Tessa provavelmente surrupiou de uma de suas irmãs mais velhas e cobriu os olhos de Sam com ele, amarrando-o atrás da cabeça do garoto. A menina levou-o por mais alguns metros até uma cabana abandonada que Amy encontrou durante uma de suas noites insones enquanto caminhava pelo perímetro do acampamento. Ela a reformara na medida do possível com a ajuda de uma filha de Athena – Lana, uma de seus instrutores – e uma filha de Hefesto, sendo que a última fez a maior parte do trabalho pesado.

Não era o lugar mais luxuoso do mundo, mas também não era pra ser; a simplicidade do lugar foi mantida, apenas algumas mudanças estruturais estritamente necessárias foram feitas. O único adendo solicitado por Amy foi que houvesse algum mecanismo que possibilitasse que ela visse o céu estrelado durante a noite. Lauren, filha de Hefesto e amiga de Lana, fez uma espécie de teto conversível onde o telhado da área que compreendia o sótão – o único cômodo que não ficava no térreo – se abrisse como as páginas de um livro: cada lado do telhão se abriria num ângulo de quase perfeitos 90° para cada lado.

Ao entrar na cabana, Amy tira a venda de Sam e puxa a escotilha que libera a escada que os levaria até o sótão.

- Que lugar é esse? – perguntou Sam, ainda surpreso e confuso.

- Me lembro de ter pedido para que ficasse quieto. – disse ela, sorridente. – Faz parte da surpresa, vem!

A garota estendeu a mão para o garoto e ele a pegou, subindo a escada dobrável que pendia do teto. Quando chegaram ao topo da pequena escada, Sam se deparou com um sótão de teto baixo e vigas grossas, um colchão de ar e um telescópio. O aparelho de observação parecia incrivelmente deslocado naquele ambiente, ainda mais porque ele estava distante da única janela do cômodo.

- Sammy, hoje cedo você me levou no seu cantinho especial. Agora eu te trouxe no meu. – disse Amy, se aproximando dele e abraçando-o pela cintura. Sam depositou um leve e doce beijo nos lábios da garota. – Deita no colchão virado pra cima e feche os olhos, juro que vai valer a pena.

O garoto obedeceu aos comandos e fez exatamente o que Amelie lhe pediu, enquanto ela se dirigia até onde ficava o painel de controle do teto reclinável. Ela abaixou algumas alavancas e apertou um botão vermelho que tinha a palavra ABRIR grafada em letras garrafais logo acima.

- Eu sei que você é um filho do sol, mas espero que a noite te fascine tanto quanto a mim. – disse Amy, enquanto deitava no colchão ao lado de Sammy e abria seus olhos suavemente com a mão direita.

- Uau, isso é lindo. Como você encontrou esse lugar? – perguntou Sam, maravilhado com a beleza do céu noturno estrelado.

- Eu tava andando por ai quando vi essa cabana abandonada. Procurei saber se tinha vestígios de dono ou que alguém usasse isso aqui pra alguma coisa, mas não achei nada. Chiron deixou que duas pessoas me ajudassem na reforma, mas o maior projeto foi esse telhado incrível.

- Por que você ta nervosa?

- Eu não to nervosa, Sammy.

- Você tagarela quando está nervosa, Amy. – disse ele, abraçando-a para que ela deitasse em seu ombro. Em seguida, o garoto beijou o topo da cabeça dela.

- Não é que eu esteja nervosa, eu não tinha certeza se você ia gostar daqui. Sempre venho pra cá pra relaxar, descansar a mente ou apenas quando o céu ta estrelado demais pra que eu me contente apenas com uma miragem do teto do chalé.

- Baby, eu amei esse lugar. De verdade, toda essa imensidão me fascinou. Eu nunca reparei o quanto uma noite pode ser bela e você me mostrou isso. Obrigado.

- Fico feliz que você gostou, significa muito pra mim. – disse ela, sorrindo contra o pescoço dele e depositando um casto beijo naquela região. – Feliz aniversário, Sammy.

O garoto puxou o corpo de Amy pela cintura de modo que ela ficasse por cima dele e a beijou tão apaixonadamente quanto julgavam ser possível.

- É o melhor presente de aniversário que já ganhei em toda a minha vida.

- E esse presente seria... – iniciou a garota.

- Todo esse dia. Meu pai, Solis, você. Tudo hoje foi perfeito.

Amy sorriu para o garoto e tornou a beijá-lo com a mesma intensidade do anterior.

- Baby, posso te fazer uma pergunta? – perguntou Sam, interrompendo o beijo. Amy, que estava muito ofegante para falar, apenas sorriu e assentiu com a cabeça. – Amelie Graycastle, você aceita namorar comigo?


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Acho que escrever capítulos gigantes tá virando uma mania pra mim hahaha
Mereço reviews? Leitores fantasmas, se pronunciem; juro que não mordo, sou vacinada contra raiva -qq
2bjs



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