Help Me, Please escrita por Yasmim Speretta
Notas iniciais do capítulo
Esse é o novo capítulo. Eu achei que ficou um pouco grande, mas é que precisava de detalhes. ENJOY!!
-Não é importante? Claro que é importante, droga! – disse Dean se levantando.
-Há quanto tempo isso acontece? – perguntou Sam, quase sem forças.
-Há décadas, mas... Minha vez, por que parecem tão...
-Culpados? Com raiva de nós mesmos? Talvez seja porque tudo isso aconteceu por nossa causa – disse Dean.
-Dean, eu cuido disso. Vai dar um tempo... – disse Sam.
O mais velho saiu para uma caminhada. Sinceramente? Tudo o que disseram me deixou mais confusa ainda.
-Como assim, culpa de vocês? – finalmente perguntei.
-Não pense que somos loucos, ok? – confirmei com a cabeça e ele continuou. – Acredita em fantasmas?
Acho que tinha problemas maiores que assombrações para me importar.
-Bom, meu irmão e eu os caçamos, assim como todo tipo de monstros. No nosso tempo, nosso amigo Kevin conseguiu uma placa para que os demônios não ficassem mais na Terra.
-Demônios? Tipo, inimigos dos anjos?
-Acredita neles?
Não respondi. A verdade é que minha mãe era religiosa e sempre falava de anjos para mim. Pedi que continuasse.
-Tentamos fazer isso. Deu certo, mas tivemos consequências. Alguns dos chefões saíram e não conseguimos prende-los. E, aparentemente, eles causaram isso.
Bizarro? Sim. Difícil de acreditar? Sim. Iria me ferrar se continuasse nessa história? Sim. Mas talvez fizesse algum sentido. Talvez...
-Não foi culpa de vocês – disse.
-Mas se fizéssemos direito esses Jogos não existiriam e você não estaria em perigo. Nossa vida é salvar vidas, Katniss. E falhamos feio.
Ele se calou depois disso e começou a mexer no fogo. Era simplesmente visível sua preocupação, parecia que o sofrimento de todo um país que entra em luto todos os anos por perder crianças pairava sobre seus ombros. Pensei onde Dean estaria. Nesse momento, me toquei o quão importante esses dois estranhos se tornaram para mim; mas tudo que ouvia era grilos.
-Sua vez de perguntar – disse a Sam.
-Não tem medo de ser escolhida amanhã? Perder tudo?
-Não. Posso não ter nenhum talento maravilhoso escondido, mas sou persistente. E vou ganhar, custe o que custar.
Ele me encarou. Queria mais do que nunca ler sua mente; talvez pensasse que era louca, mas afinal, quem não é?
-Tenho que confessar uma coisa. Meu nome não é Katniss, é Jessica. Jessica Fellan.
Ele sorriu e olhou para as árvores.
-Tive uma namorada chamada Jessica...
-Não terminou bem? – perguntei.
-Digamos que não...
A partir daquele momento, tive confiança em Sam. Quem sabe após a Colheita, nos conhecêssemos melhor...
[...]
Acordei assustada com Lacey gritando para que me arrumasse. Me levantei calmamente e fui tomar um banho para me livrar do sono. Quando fui me trocar, vi um vestido branco, com rendas pequenas rendas na barra e ai que me lembrei de que o sorteio seria em menos de uma hora. Corri, me troquei e arrumei meu cabelo com um rabo de cavalo alto e me dirigi a cozinha.
Meu pai estava lá sentado com as mãos cruzadas em cima da mesa, com seu café intocado. Aquilo só significava uma coisa: queria conversar comigo. Me sentei sob o olhar ameaçador de Lacey, até que ele pediu que saísse.
-Jessica, tem algo que quero perguntar – ele começou.
-Pode perguntar – disse calmamente torcendo para que fosse alguma coisa sobre os dois irmãos.
-O aconteceu entre você e Tek? Ele veio hoje mais cedo, mas Lacey o mandou embora. Vocês terminaram?
Respirei aliviada. Era só mais um momento “sou seu pai e me importo com seus relacionamentos.” Simplesmente respondi que estava tudo bem e que daríamos só um tempo. Ele simplesmente concordou com a cabeça.
Depois de 15 minutos, Lacey falou que era hora de sairmos e, por incrível que pareça, cada dia ela me parecia mais diabólica.
[...]
Meu pai se dirigiu para o lugar de costume, enquanto eu fazia os “procedimentos padrões.” Assim, fui para o espaço com a corda de isolamento. Olhei em volta, reconheci alguns rostos, mas o que mais me partiu o coração foi da desesperada Millie, irmã de Tek. Como faltava um tempo, corri até ela para desejar boa sorte e ela me abraçou de um jeito tão assustado. Queria ter ficado com ela por um tempo, mas não podia. Me ajoelhei e disse:
-Está tudo bem, nada vai te acontecer. Eu vou te proteger.
Ela concordou com a cabeça e voltei para meu lugar. Sabia que Tek deveria estar nos observando. Fechei os olhos e esperei, mas quando abri, tive uma surpresa: Sam e Dean estavam escondidos no meio da multidão. Queria gritar para que saíssem de lá, mas não iria fazer isso. E nisso, Effie Trinket entrou para dar inicio a cerimônia. Todos os olhares se voltam para ela.
-Sejam bem-vindos a 70º edição do Jogos Vorazes! É sempre uma honra estar presente.
É passado o filme sobre Panem, de como houve a rebelião e tudo mais. Gostaria que Sam e Dean não vissem isso...
-Vamos começar, sim? Damas primeiro...
Meu coração ficou apertado, esperando que o papelzinho escolhido não fosse Millie. E não era.
-Jessica Fellan!
Meu mundo começou a girar. Me dirigi até o palco, sob muitos olhares, dentre eles de meu pai, que se levantou com lágrimas nos olhos.
-Que moçinha adorável! Deixe-me perguntar, é filha do prefeito?
-Sim – respondi.
-Que emocionante! Bem, devo dizer que seu cabelo está impecável. Vamos aos cavalheiros!
Olhei para meu pai e murmurei um “está tudo bem” e olhei para Lacey. Ela tinha um ar feliz.
-Felix Mintiok!
Virei minha cabeça e vi o pequeno e magro Felix se dirigindo ao palco. Seus pais estavam com uma cara horrível e não aguentei olhar.
-Deve ser o irmão mais novo do nosso tributo, Grael Mintiok, estou certa? – perguntou Effie.
Ele apenas balançou a cabeça, concordando.
-E aqui estão, os tributos do Distrito 12! Apertem as mãos, vamos!
Me virei para cumprimentar ele, mas uma voz surgiu na multidão.
-Não podem fazer isso!
Era Dean, se aproximando para tentar me defender, mas mais rápido que isso foram os Pacificadores que vieram para silenciá-lo. Minha ultima visão foi Dean tentando lutar contra 4 deles.
[...]
O primeiro a me visitar foi meu pai, claro. Não queria deixá-lo, era a pior coisa do mundo para mim. Eu o abracei bem apertado, até que ele disse:
-Tenho algo para você...
Ele tirou do bolso um pequeno crucifixo de madeira com detalhes dourados.
-Era de sua mãe – o olhei – Ela iria querer que usasse.
O abracei mais uma vez. Disse um "amo você" entre lágrimas e ele saiu. Havia tantas coisa que queria dizer, mas sei que seria impossível... A próxima foi Lacey.
-Não se preocupe, querida. Vou cuidar bem de seu papai. – e fechou a porta.
Comecei a gritar, mas sabia que ela não voltaria, em vez disso foi Tek que apareceu. Ficamos um tempo nos encarando até que ele me abraçou.
-Você vai ficar bem, sabe disso. É inteligente...
Lágrimas caiam de meus olhos. Isso era muito para mim. A única coisa que pude dizer foi:
-Cuide de sua irmã. E por favor, de meu pai. Observe Lacey de perto, eu imploro.
Ele concordou e me deu um beijo na bochecha. E saiu. Acabei me atirando em uma cadeira, até que ouvi passos no corredor.
-Jessica? – era Sam.
Corri abrir a porta e o abracei. Perguntei onde está Dean e o mesmo apareceu atrás do irmão.
-Não vão ser aqueles idiotas que vão me parar.
Sorri entre lágrimas e o abracei também.
-Nós vamos com você – disse Sam.
-Como? É impossível!
-Confia na gente – Dean disse.
Alguns passos no corredor e eles saíram. Sei que seria impossível que eles fosse para a Capital comigo. Poderiam ser mortos se tentassem. Tirei essa ideia da cabeça.
Pensei em Felix. Devia ser difícil para ele e a família. Mas agora, a Arena nos esperava.
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É isso, comentem! E me deem sugestões!