Ele assentiu afirmamente e eu me sentei ao seu lado. Comecei a lhe contar sobre como eu havia encontrado John no armário da casa dos meus pais,o estado em que ele se encontrava,a minha prisão,as humilhações,a guarda que me odiava,minha relação que não existe mais com os meus pais e como era antes minha vida na casa dos meus pais em Lansing,os feriados,as festas. Me emocionei ao me lembrar de tudo aquilo e sinto muita falat de tudo aquilo que um dia eu tive e talvez nunca mais volte a ter. Acho que o convenci um pouco,pois quando uma lágrima começava ameaçar a cair ele a enxugou com a ponta do seu dedo,nos olhamos naquele momento e ele me abraçou. Deitei minha cabeça sobre seu peito e ficamos assim algum tempo e ele afagava carinhosamente meus cabelos, gostava do modo como eu e Sam já tínhamos intimidade de amigos que se conhecessem á anos. Sequei minhas lágrimas com minhas mãos e perguntei num sorriso tímido e desajeitado:

-E então,ainda tenho uma cota de confiança? -Ele sorriu me dando um outro abraço e eu entendi aquele gesto como um sim.

-Já que você foi inocentada porque trabalha como garçonete em um lugar desses? Sem ofensas. -Ele perguntou de repente. Por que,tenho que conseguir dinheiro para ir até Chicago atrás de quem cometeu o assassinato do John,pensei.

-Não sei,medo de ter que ficar explicando que não sou uma assassina,acho que é isto. -Disse verdadeiramente,mas não era esta a verdadeira resposta. Ele me olhou e concluiu:

-Não parece ser só isto. Quando você falou de toda parte da injustiça que cometerão com você,do John,dos seus pais... -Ele deu um tempo e eu sabia como ele iria concluir:- Você parecia querer dizer também que quer justiça,quer vingança contra quem tirou a vida da antiga Jo. -Ele estava certo,completamente certo. Mas eu não sabia como dizer aquilo,como pedir-lhe ajuda sei que Sam não me negaria ajuda,mas ... Não sabia continuar,perdi a voz. Ele percebeu. -Eu poderia te ajudar,sabia? -Era o que eu precisava ouvir. E ele continuou: -Se você confiar em mim e me contar tudo,exatamente tudo que sabe. -Não conseguia dizer mais nada,Sam era um anjo,eu realmente precisava agradecer Ruby por ter contado a ele,me sentia bem melhor. -Pode ficar á vontade em pensar um pouco mais á respeito do que disse sobre te ajudar. Mas me diga o que aconteceu com você que ficou tão mal quanto fiquei sabendo.

-Ah,eu bebi um pouco demais ontem á tarde e acabei caindo desajeitada e não consegui andar,só isso. -Menti,eu sabia que falar uma história de Homem com um Blazer Preto não ia convencer ninguém,ele me olhava com cara de quem não acreditava muito na história.

-Jo,pelo pouco que te conheço não parece ser uma pessoa que sai pra beber,cai desajeitada e fica desacordada por umas 14 horas não. Quer me contar o que aconteceu realmente? -Eu queria contar-lhe tudo,mas achei que fosse está sendo muito precipitada e então fiquei em silêncio por um tempo,ele aguardava pacientemente até que seu celular tocou. -Oi,Kevin! Aconteceu alguma coisa? ... Como assim não foi um acidente? -Ele se levantou de repente e eu me preocupei. -Ok,estou indo até lá imediatamente.- Ele desligou o celular. -Jo,tenho que resolver um problema na delegacia agora,depois conversamos.

-O que aconteceu exatamente? -Me levantei também demonstrando preocupação.

-Ontem,teve um incêndio na Rua 15,próximo de um quiosque e morreu dois homens que acabamos por descobrir que eram estupradores. Uma longa história. -Eu me lembrei vagamente que estive próximo aquele lugar,mas não lembrava bem o quê. Precisava ir com Sam.

-Posso ir com você? -Ele ficou surpreso com meu pedido,e eu tinha que inventar algo. -É que tenho vontade de saber como é estas coisas de investigador,parece muito interessante. 

-Tudo bem,pode sim. -Ele segurou minha mão e eu estremeci ao toque tão inesperado, ele pegou o carro no estacionamento e logo depois partimos para a delegacia. 

Chegando na delegacia conheci Kevin que era o perito, Natie que era a escrivã da delegacia e parecia gostar de Sam e eu não gostei quando ela o chamou de Sammy,ok eu não passava de uma amiga,mas aquilo me irritou.E também outros quatro delegados Nathan,Phill, Antony e Joseph. De todos,só Natie me desagradou,não eu não estava com ciúmes. Partimos eu,Sam,Kevin e Phill,para a tal casa incendiada. Fui no banco de trás do lado esquerdo observando tudo e quando passamos em frente o quiosque e viramos á esquina da casa me lembrei de tudo que havia se passado,só não conseguia me lembrar exatamente quem fizera aquilo comigo,mas eu tinha por mim que era o homem que eu estava seguindo, estremeci ao pensamento. Descemos do carro e lá já tinha uma equipe que tinha isolado o local e já estavam fazendo cada um seu trabalho e mostrando tudo ao Sam inclusive as pesquisas de Kevin. Todos estavam prestando atenção nas poucas provas que eles tinham,quase nenhuma e começaram a andar pela casa e eu também o fiz um pouco mais afastada do grupo,me distrai com um cômodo que era um quarto e tinha um porta retrato quase intacto,entrei no quarto e segurei o porta-retrato na minha mão era de uma garotinha linda de olhos verdes,cabelos loiros longos e bochechas tão rosadas quanto seu vestidinho e ela segurava uma faixa escrita 'Papai Te Amo',meus olhos se encherão de lágrimas quando me lembrei que também já tinha tirado uma foto daquele jeito para mandar ao meu pai que tinha ido viajar certa vez. Sam apareceu na porta e disse:

-Preciso que você fique perto de mim. -Me deu um sorriso e eu voltei o porta retrato para o lugar onde estava,quando fui saindo percebi um pingente escrito 'Justiça' com um pedaço de fita marrom e por instinto queria pegar,assim que Sam se virou eu o peguei e guardei no bolso. Fui observando canto por canto,como se eu fosse a perita e num canto bem isolado de um dos cômodos encontrei um pedaço de uma notícia de um estupro,guardei o jornal comigo também sem que ninguém visse também. Andamos a casa toda até que Phill veio correndo com um papel na mão dizendo:

-Gente,olhem. -Nos viramos todos instantaneamente. - É um bilhete em alemão com as inicias de um nome,não dá para entender bem por que está meio queimado. -Logo, me veio em mente quando o perito também tinha encontrado um bilhete junto ao corpo do John em alemão e que eu logo depois encontrei dentro de um porta-retratos que tinha minha foto de quando era pequena com a mesma faixa que a garota da foto tinha e sem querer eu a tinha deixado cair e tinha encontrado a única pista que eu tinha,o nome de quem realmente fizera aquilo... Dean Winchester. Enquanto,Phill falava tive uma súbita vontade de voltar ao quarto e pegar o porta retrato,não sabia bem porque,mas senti que tinha que fazer isto. Saí corendo na mesma hora e fui em direção ao quarto e Sam veio logo atrás e quando cheguei lá o porta retrato tinha desaparecido. Me desesperei. Será mesmo? Será que a mesma pessoa que tinha matado John,tinha incendiado aquela casa?

-O que foi Jo? -Sam perguntou preocupado.

-O porta retrato... -falei num sussuro. -Onde está o porta retrato? -Sam nada entendia,então corri até a parte de fora da casa e perguntei a todos se sabiam do porta retrato e um homem por fim se pronunciou:

-Um outro perito entrou e o levou para analise,encontrar digitais algum sinal. -Falou despreocupado e voltou ao que fazia.

-Mas o único perito aqui é o Kevin. -Todos perceberam que algo estava errado e cada policial entrou em um carro e foram em direção a estrada velha de Detroit que fora para onde um senhor viu que tinha saído um homem a pouco em uma moto.

Eu estava grogue com todas as notícias e se fossem a mesma pessoa? E o que queria dizer o pingente escrito 'Justiça' eu me lembrara de ter visto aquela fita marrom num Blazer Preto do homem que eu tinha seguido... Então,ele também poderia ser Dean,mas porque ele correu o risco de voltar lá para pegar o porta retrato? Tinha algo lá? Algo como... Seu nome escrito? Fraquejei com todas as perguntas que eu me fazia. Mas agora era certo,eu queria respostas para todas elas e sentia estar no caminho certo.