Bonjour, Paris! escrita por Baby S


Capítulo 4
Capítulo 4 (Quase) Tudo errado!




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O trajeto do aeroporto até o apartamento durou praticamente o dobro do tempo e estava um calor insuportável. Eu posso estar do outro lado do oceano, o calor e o trânsito me perseguem. É carma, só pode ser!

Mas a vista da cidade pelo janela do carro foi ótima. Eu e a Alice quisemos sentar na poltrona da janela para observar a cidade. Paris era linda, não tem como negar. Era completamente diferente ver a cidade nos filmes e finalmente conhecê-la pessoalmente. E eu que curso moda, sendo essa minha paixão, não podia deixar de notar as roupas das pessoas na rua. Só digo uma coisa, Paris é realmente a cidade da moda. As pessoas usavam roupas diferentes, os looks eram todos diferentes, sempre com uma peça fashion. Agora imagine eu, amante de moda, num lugar desse? Óbvio que fiquei inspirada, e já no carro, comecei a pensar nos looks que iria usar.

Uma hora e meia depois, chegamos ao prédio. A tia da Mari falou algumas coisas para o porteiro que eu não entendi, despediu-se da gente, e perguntou:

- Meninas, que tal eu mandar o primo da Mari vir aqui hoje à noite para sair para jantar com vocês?

- Pode ser, eu acho que é uma boa ideia. – a Luana concordou, e nós também.

Quando ela fora embora, nós sorrimos para o porteiro sem saber o que nem como falar, ele percebeu que nós estávamos com a tia da Mari e abriu a porta.

- Merci! – nós arriscamos um ‘’obrigada’’, já que essa era uma das únicas palavras que sabíamos falar.

Entramos no prédio com as malas e chamamos  o elevador, que era muito pequeno para caber a gente e as malas. Então, colocamos só as malas lá dentro e apertamos o botão do segundo andar, o do nosso apartamento, e subimos pela escada.

Pegamos as malas que haviam chegado antes de nós, fomos ao apartamento 31 e tentamos abrir a porta. Trancada.

- Gente, cadê a chave?  - perguntei.

- Ahm... A chave? Eu não tenho não. – a Luana foi a primeira a responder.

- É... Nem eu. – disse Alice, checando os bolsos.

- Gente, nós esquecemos de pegar a chave! - desesperou-se Mari.

 - Calma – eu disse. – Quem tem essa chave? – perguntei.

- Minha tia. – Mari respondeu.

- Ok, então é só a gente falar com a sua tia. – Alice disse.

- É, mas como é que a gente vai chegar até a casa dela? – Mari perguntou.

- Você tem o endereço? – eu perguntei.

- O endereço eu tenho, mas não faço ideia de como chegar lá! – Mari desesperou-se novamente.

E fez-se um silêncio. Ninguém sabia o que fazer.

- Já sei! – Luana, o nosso crânio, quebrou o silêncio. – O primo da Mari vai vir aqui hoje à noite, é só a gente esperar até ele chegar.

- Ah, de jeito nenhum! Eu não vou ficar aqui nessa cidade maravilhosa e não aproveitar porque vocês esqueceram a chave! – Alice começou a reclamar.

- Também acho! – Luana concordou.

- Mas gente, nós vamos sair daqui para fazer o quê? Ficar rodando aí que nem barata tonta? – a Mari falou.

- Hahaha, barata tonta. Da onde você tira essas pérolas, Mari? – eu ri.

- Gente, foco! Concentra. O que a gente vai fazer? – irritou-se Luana.

- Aaah, eu não sei!Só estou tentando descontrair um pouco! Que clima pesado! A culpa é de todo mundo que , nessa correria, esqueceu de pegar a chave. – tentei melhorar a situação.

- Eu só não sei por que a Alice sempre tem que tomar as decisões! – disse Mari.

- Ok, se vocês quiserem ficar aí sentadas, fiquem. Eu estou indo. – disse Alice, correndo escada abaixo.

- Gente, por favor vamos atrás dela! – eu supliquei.

- Eu não vou atrás dela para ficar andando pela cidade sem saber o que fazer! Tô fora! Se você quiser, pode ir.– disse Mari, sentando-se no chão de carpete verde musgo.

- Ok, mas ela deixou a mala aqui! Eu preciso pelo menos tentar achá-la para devolver! Vai que ela não volta e fica sem o que vestir! – preocupei-me.

- E você vai fazer o que? Sair pelas ruas de Paris com uma mala? – Luana perguntou, sentando junto com a Mari.

- Exatamente. – eu disse, saindo correndo do apartamento com a minha mala e a dela.

Agora imagine a cena: Eu, Bianca, andando pelas ruas de Paris com duas malas que eram o dobro do meu peso, procurando que nem uma barata tonta (sim, peguei essa da Mari.Valeu, Mari!)  uma loira de 1,70. Eu até ia falar o peso dela, mas acho que ela me matava. E eu não teria o prazer de contar o resto dessa história para vocês.

E agora você deve estar se perguntando, o que eu fiz? Bom, eu fui para o bar mais próximo e enchi a cara. Brincadeira, brincadeira. Pais, é brincadeira, ok? Na verdade, eu estava andando e encontrei aquela doceria maravilhosa que sempre quis ir, a Ladurée (sim, precisei de pesquisar no Google para escrever esse nome. Eita, coisa complicada!), e enchi a cara, não de bebida, mas de macarons.

Quando entrei naquela loja fofa, toda rosa e fofa por dentro com um cheirinho gostoso de doces e sentei no balcão, me dei conta de que eu não sabia pedir um macaroon em francês. Meu vocabulário se limitava a ‘’merci’’ (obrigada), ‘’oui’’ (sim) ‘’s'il vous plaît’’ (por favor) e algumas palavras que eu decorei que estavam no adesivo do carro da tia da Mari, mas nada relacionado a macarons.

-      Ah, que droga… Como é que eu vou falar com essa moça ? – me peguei sussurando.

-      Com licença… Você é brasileira, não é ? – um cara lindo que estava sentado ao meu lado perguntou, sorrindo. Ele falava um português certo, com um leve sotaque francês, e eu percebi que ele era de lá.

Agora eu preciso de parar um pouco para falar sobre ele, embora não ache que palavras serão suficientes. Eu colocaria uma foto, mas acho que seria meio mal educado tirar uma foto de um estranho na loja de doces. Mas vou tentar descrevê-lo, prometo que o melhor possível.

Ele era charmoso, com cabelos cor de mel com fundo castanho claro caindo sobre os olhos também cor de mel. Tinha uma pele aveludada, posso falar só de ver e um sorriso... Ah, um sorriso. Eu nunca vou esquecer aquele sorriso. Eraencantador toda vez que os lábios rosinhas abríam-se, revelando dentes perfeitamente brancos.

- Sou sim. – foi o que consegui pronunciar, depois de um tempo. Aquele sorriso me deixou paralisada, sem fala, apenas encarando os lábios molhados dele. Espero que não tenha ficado tanto tempo encarando-os.

- Nossa, você deve estar perdida aqui. Não pude deixar de ouvir... Você não fala francês, né? – e aquela voz... Era tão aveludada quanto eu achava que sua pele era. Era uma voz macia, a coisa mais linda que eu já tinha ouvido.

-  Na verdade, não. Só sei falar ‘’oui’’, ‘’merci’’ e ‘’ s'il vous plaît’’ – fiz o meu máximo para falar direitinho, e não pagar mico na frente dele. E eu vi que ele se derreteu ao ouvir eu falando essas três palavras, pois abriu um sorriso encantador.

- Ah, desculpe-me. Esqueci de me apresentar. Eu me chamo Pierre, muito prazer. – disse erguendo a mão direita para me cumprimentar. Puxa que cara educado ! Eu pensei, limpei as mãos suadas na calça jeans dei a mão a ele e disse:

- Prazer, Bianca. Mas pode me chamar de Bia, eu prefiro.  – e naquele momento, eu confirmei minhas expectativas. A pele dele não era apenas aveludada, era uma verdadeira pétala de rosa.

- Será que ele passa creme ? – eu pensei. – Ah, eh claro. Um cara desses não pode gostar de mulher. Que sortuda eu sou…

- Então, Bia. – ele disse, cortando meus devaneios. – Está precisando de ajuda ?

- Ahm, não, na verdade, eh… - caramba ! Ele tinha essa capacidade de me deixar sem fala, como jamais ninguém teve. – Bom, para falar a verdade, está tudo dando errado. – eu desabei. Sim, eu comecei a falar sobre os meus problemas com um estranho. Mas ao mesmo tempo que ele me deixava sem fala, eu me sentia confortável com ele para falar sobre isso. E a gente só sabia o nome um do outro ! Mas ele era tão gentil e doce...

- Que tal eu comprar um macaron para você, a gente sentar e conversar um pouco ? – ele ofereceu.

- Parece perfeito. – eu aceitei. Eu sei, parece loucura mas quando um cara como Pierre ( Pierre o quê ? Eu não sabia nem o sobrenome dele.) te convida para sentar e conversar, você não pode recusar. Eu era uma garota sortuda, pois se estívessemos em uma novela, era capaz de ele me estuprar depois.

Nós conversamos por um tempo, que eu poderia dizer que foram apenas 5 minutos. Na época, eu não sabia dizer por quê, mas o tempo ao lado dele voava. Ele ouviu atentamente cada palavra que saía da minha boca. Aqueles olhos cor de mel olhavam nos meus, causando borboletas em meu estômago e me fazendo sorrir vez ou outra.

Já estava escurecendo quando eu terminei de falar, e ele disse :

-      Eu acho que você deveria voltar para o apartamento e encontrar suas amigas. Aí de lá, vocês tentam achar a sua outra amiga.

-      Sim, acho que seria uma boa ideia, mas eu não sei andar por aqui… - respondi.

-      Se você quiser, eu posso te levar. Qual é o endereço ? – ele perguntou, gentil. Eu conseguia ver a bondade nos olhos dele e percebi logo de cara que ele era uma boa pessoa. Então eu dei o nome da rua.

-      É justo para lá que eu estou indo agora ! Então, vamos ? – ele disse, levantando da cadeira e me dando a mão, me ajudando a levantar. E eu implorei para que ele gostasse de mulher, na minha cabeça é claro.


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Notas finais do capítulo

Deixem review, por favor. Críticas sempre bem vindas :) Se voces gostaram, me falem que eu posto mais, Tô de férias e tenho bastante tempo.



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