Bonjour, Paris! escrita por Baby S


Capítulo 2
Capítulo 2 Pais




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Seis meses haviam passado e cada uma de nós havia levado nossas vidas adiante.  Luana havia passado na faculdade que queria e estava adorando. Ela cursava direito e as aulas eram ótimas, sem contar que havia muitos garotos bonitos no campus.

Alice estava fazendo o cursinho com a sua prima e ainda não tinha decidido se iria fazer teatro nem o que queria fazer. Então, tentava prestar o máximo de atenção nas aulas, o que era difícil com tantos professores chatos. Com exceção da primeira aula, cujo professor era a definição de deus grego, o que fazia Alice e sua prima acordarem rapidinho. Mas, como é possível prestar atenção no que está escrito na lousa quando o cara em frente a ela é muito mais interessante?

Mari estava cursando medicina, não na faculdade que era sua primeira opção, mas continuava sendo boa. E nos fins de semana? Muitas festas da faculdade e barzinhos com os amigos. Isso é o que eu chamo de curtir a maioridade.

Eu tinha feito bons amigos e bons amores na faculdade de moda. (Nossa essa foi péssima.)Mas nada sério. Estava cursando publicidade à noite e trabalhando durante o dia. O que não me impedia de matar algumas aulas pouco importantes para ir aos barzinhos e às baladas de sexta-feira, certo?

Dois dias antes da viagem, nós combinamos de nos falar pelo Skype, assim poderíamos arrumar as malas todas juntas. Depois de por volta de 3 horas conversando e organizando, as malas estavam prontas.  Eu tinha a mala mais estufada, repleta de saltos, vestidos, bolsas e maquiagem.

- Nós estamos indo para Paris, gente! Vocês nunca assistiram ‘’O Diabo Veste Prada’’? – defendi minhas escolhas de roupas. Pelo menos no filme, eles vão para muitas festas e desfiles. E era isso que eu esperava.

A mala de Alice tinha boinas e outras roupas que ela classificava como parisienses.

- Se Paris vai ser o nosso palco por duas semanas, eu preciso escolher um figurino que combine. – ela justificou. A menina só falava coisas relacionadas à teatro, como ela ainda não sabia o que queria fazer da vida? Essa Alice...

Mari tinha a menor mala, estava levando apenas o necessário.

- Nós vamos fazer muitas compras          ! Eu vou voltar de lá com um guarda roupa novinho, no estilo parisiense. – ela disse.

Luana estava levando livros para ler no avião na sua bolsa de mão Louis Vuitton e na mala de viagem Louis Vuitton, havia colocado todas as suas roupas preferidas, o que eram muitas, pois tinha o guarda roupa mais incrível de nós três e é muito indecisa, preciso confessar.

Mal consegui dormir aquela noite, para falar a verdade passei a noite em claro. Vi o céu passar de azul marinho, para azul celeste, até que a manhã chegou, trazendo junto aquele solzinho tão desejado por muitos no inverno. Menos por mim, sempre gostei de frio, mas até que um solzinho de manhã não era nada mal. Fiquei pensando durante a noite toda em como seria nossa viagem, o que faríamos... Eu, Mari e Luana queríamos fazer um itinerário, para organizar toda a viagem e não ficarmos perdidas sem saber o que fazer. Mas o espírito teatral de Alice falou mais alto, e ela resolveu que o divertido era nós irmos sem saber o que fazer e improvisar, como quando um ator esquece as falas.

Quando olhei no relógio do meu celular pela milésima vez, vi que já eram 6 da manhã e nosso voo era meio dia. Demorada do jeito que eu sou para me arrumar, achei melhor levantar. Uma hora e meia depois eu estava pronta e as meninas já estavam na porta da minha casa esperando para a gente sair, pois o pai de Luana disse que estava trânsito para chegar ao aeroporto.

Eu desci as escadas da minha casa e minhas amigas já tinham entrado. Estavam conversando com os meus pais, já com rugas de preocupação e água nos olhos.

- Gente, são só duas semanas! Eu vou viver, e vocês também vão viver sem mim!  - eu disse a eles.

- A gente sabe filha... Mas é que vocês são tão pequenas e frágeis, sozinhas nesse mundo perigoso. – minha mãe disse. Acho que ela estava tendo algumas aula de teatro e dramatização com a Alice.

- Mãe, relaxa! Duas semanas, lembra? Em Paris. Eu não estou indo para o exército no Afeganistão, beleza? – eu disse, numa tentativa falha de acalmá-la.

- Ok, Bia... Mas me liga, hein? Todos os dias, de preferência duas vezes ao dia. Come direito, não fale com estranhos, e.. Ah! Você está levando o casaco, não está? Não vai esquecer o casaco, não quero que meu bebê volte com pneumonia! – disse minha mãe, passando a mão no meu cabelo. Fala sério, mãe! Eu tinha dezoito anos não oito. Mas se você estiver lendo isso mãe, obrigada pela preocupação!

Eu abracei meus pais por volta de duzentas vezes e respondi: ‘’ Sim, mãe. Estou levando o casaco.’’ Mais umas cem vezes.

Quando o taxi chegou, me despedi dos meus pais de novo, e de novo, e mais uma vez. Até que eu os convenci de que o taxímetro já estava ligado e que eu precisava de ir antes que ficasse muito caro.

Quando (finalmente!) eu e as meninas entramos no carro, ouvi pela janela aberta o som da minha mãe falando:

- Pegou mesmo o casaco? O passaporte também? Filha, não pode esquecer o passaporte. Dinheiro? Cartão de crédito? Mas é só para emergências, hein? Não  gaste meu dinheiro com bobagens! – ouvi ela falando, ou melhor, vomitando as palavras sem parar para respirar.

- Sim, mãe. Pode deixar. Peguei tudo tudinho e vou tomar muito cuidado. Temos que ir antes que percamos o voo. Beijo, mãe. Beijo, pai. Amo vocês dois. – eu disse e os vi acenando. Depois virei para as meninas. – Pais...

- Relaxa, isso foi pouco comparado aos meu pais. – a Mari comentou. – Meu pai me disse para não desonrar a família voltando grávida e me deu umas camisinhas. - contou, mostrando-as.

Nós rimos tanto até a barriga doer.

- Então para onde vamos? – o taxista fez os risos pararem.

- Taxi, siga aquele carro! – a Luana brincou. – É brincadeira moço, é que eu sempre quis dizer isso. Vamos ao aeroporto, por favor. – e todas nós começamos a rir de novo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e deixem review por favor :)



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