Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 42
Some Weird Connection


Notas iniciais do capítulo

Então, chega de enrolação, quebrei um pouco meu bloqueio lol Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/310057/chapter/42

POV Elgin

O carro freou de repente, nos jogando para frente. Meu anel queimava, mas não consegui tirá-lo. Não doía mesmo, eu bloqueava aquilo. Os outros dois me olhavam, sem entender muito.

Soltei meu cinto e o de Dante, empurrando-o para fora do carro. Ele abriu a porta, basicamente caindo no chão. Yamamoto se soltou também, desligando o carro.

Tínhamos parada no meio de um ferro-velho, ou algo parecido. Tinha coisas ali que eram simplesmente grandes demais, para qualquer máquina que fosse.

– Por que gritou feito uma doida? – Yamamoto parou ao meu lado, olhando o lugar.

– Meu anel começou a esquentar. Isso geralmente significa alguma coisa. – Ele deu um suspiro.

O sol já tinha se posto há algumas horas, a madrugada avançava lentamente. O céu tinha poucas estrelas, quase completamente apagada, não fosse a lua crescente.

Fui caminhando devagar, passando por pilhas e pilhas de entulho. Parei perto de uma das pilhas, avaliando seu conteúdo. Dante estendeu a mão para pegar alguma coisa, mas o parei.

– Não pegue nada. – Me inclinei um pouco, olhando um pedaço de armadura jogado ali no meio. – Isso é bronze celestial.

– Coisa de semideus. – Yamamoto cruzou os braços, olhando tudo ao seu redor.

Continuei andando, vigiando Yamamoto. Não seria por mal, mas sabendo do seu pequeno problema, preferia não confiar que ele não pegaria nada.

– Olha isso. – Desviei meu olhar do asiático e passei a encarar o gigante de ferro à minha frente. - Isso com certeza é um daqueles brinquedinhos de Hefesto.

– Dante, espera ai. – Passei por ele, olhando o gigante. – Tem alguém ali.

– Ah, sem chance. Olha o tamanho disso. – Ele franziu o cenho. Fechei meus olhos. Ele tinha razão, a pessoa tinha morrido.

Mas era uma sensação diferente. Não era como quando Trianna nos deixou naquela beira de estrada. Era diferente, porque eu não sabia quem era e ainda assim, era como se eu tivesse perdido alguém.

– El, tudo bem? – Dante segurou meu cotovelo. Pisquei, atordoada. Senti um arrepio. Era como se eu compartilhasse algo com quem quer que fosse.

– Eu só...preciso ver...quem é. – Me soltei dele e caminhei até o gigante. Era uma garota. Me abaixei no chão poeirento, ficando de quatro. Consegui puxá-la de lá.

Paramos os três ao redor da garota, observando-a. Ela era morena, com a pele pálida de um morto. De alguma forma, ela me parecia familiar. Entortei um pouco minha cabeça, tentando entender aquilo. O que infernos me tornava próxima dela?

– O que acha que ela era? – Dante apontou as roupas dela. Realmente pareciam ser de algum tipo de grupo.

– Não sei. – Me abaixei de novo, encarando seu rosto. Seus olhos escuros estavam apagados. Os fechei.

– Talvez devêssemos, não sei, colocá-la em algum lugar. – Yamamoto parecia embaraçado por falar. Cruzou os braços mais uma vez e ficou encarando o chão ao seu lado.

– Acho que posso enterrá-la. – Coloquei uma mão sobre o chão. Fechei os olhos, sem saber o que fazer.

“Posso pedir para coisas esquisitas saírem do chão, quero que você possa me deixar colocar coisas ai também.”

Assim que pensei naquilo, o chão se rachou abaixo de mim. Me levantei, vendo o chão se abrindo no tamanho exato de uma cova. Dante deu um suspiro e pegou a garota, carregando-a até sua nova morada.

– Como acha que era o nome dela? – O chão se fechou assim que a garota foi deixada em seu lugar.

– Não sei. – Yamamoto mordia a parte de dentro de sua bochecha. – Podemos ir?

– Só um minuto. – Fui até o gigante. Olhei ao redor, de um jeito breve. – Vamos.

Yamamoto quase correu de volta pro carro. Dante segurou meu cotovelo de novo, me puxando para perto dele.

– O que você foi ver?

– Estamos na direção certa, e ela não estava sozinha. – Ele ponderou o que eu dissera.

– Muito bem. Mais algum idiota está atrás de Chad?

– Não sei. Vamos logo.

POV Yamamoto

Será que é muito difícil entender que eu tenho uma droga de doença? Sério, eu estava no meio do paraíso para cleptomaníacos e não podia pegar nada. Se ficasse mais um minuto ia enlouquecer.

Por que mesmo eu estava naquilo? Se bem me lembro, podia estar em casa, jogado no sofá comendo porcaria e tomando refrigerante, assistindo desenho.

“Porque você é retardado, por isso.” Pensei. Assim que Elgin prendeu seu cinto de segurança, arranquei.

Tanto tempo naquele lugar me deixou ansioso. Eu precisava pegar alguma coisa, qualquer coisa. Eu estava quase roubando o rádio. Elgin me encarava.

– Que foi? – Respirei fundo, agarrando o volante. Será que dava para roubar aquilo depois?

– Desculpe. Deve ter sido irritante se controlar lá. – Ela deu de ombros.

– É, foi bem chatinho. – Dei um sorriso forçado. – Me arranje alguma coisa pra pegar. Rápido.

Ela não me respondeu. Fechou os olhos e recostou a cabeça no banco. Estendi a mão e peguei um dos brincos que ela usava, colocando-o no colo.

– Ei. Me devolve. – Ela estendeu a mão. Dei um sorriso torto.

– Pega. – Ela olhou pra mim, incrédula. Percebi que o brinco tinha caído num lugar um pouco...ruim. – Desistiu?

– Mais ou menos isso. – Vi Dante revirando os olhos, encarando a janela. – Pode ficar.

– Larga de ser fresca. – Provoquei. Ela merecia, depois de me fazer passar por aquela tortura.

– NÃO VOU PEGAR NO SEU... – Ela parou de gritar, trocando a estação de rádio. Por alguma razão, Dante parecia segurar o riso. – Para de rir você também.

– Não estou rindo. Pega logo a droga do brinco. – Ele esboçou um sorriso.

– Pega você.

– Eu não, não vou meter a mão no troço de outro cara. – Ele deu mais um daqueles sorrisos e voltou a encarar a janela.

– Cara, você é um babaca, sem mais. – Ela sequer se mexeu.

– Quer mesmo o brinco?

– É, seria bem legal. – Ela cruzou os braços. Dei um suspiro e peguei o brinco. Ela esticou a mão, mas o tirei do alcance dela. – O que é?

Me abaixei e sussurrei no ouvido dela. Deixei o brinco cair de novo.

“Te entrego na próxima parada, que tal?”

– Eu quase considero pegar o brinco e te socar em seguida. Mas não quero morrer num acidente.

– Bom para todos, então.

Continuei dirigindo, com o brinco no colo, cantarolando Hey, Brother.

POV Elgin

Decidi não me estressar tanto por causa da brincadeira idiota de Yamamoto. Minha mente voltou à imagem da garota, tão familiar. O que infernos me tornava próxima dela?

Não sei. Talvez, se encontrássemos os outros semideuses, poderiam me explicar quem era ela. Ai eu poderia descobrir o que tinha acontecido.

Talvez o próprio Scirus pudesse adiantar alguma coisa. Infelizmente, ele estava procurando Pã. Bem, eu esperava que ele o encontrasse logo.

– O que foi? – Dante me perguntou baixo, ignorando o outro garoto.

– Sei lá. Aquela garota me parecia...próxima, de algum jeito. – Esperei alguma reação, mas ele só franziu um pouco a testa. – É, parece loucura, mas...

– Vai descobrir o porquê. Por agora, aproveita que ficou de noite e dorme. Amanhã você pega seu brinco.

– Ah, vai cagar. Você podia me ajudar. – Mostrei a língua para ele. Ele riu.

– Você se virou bem. – Passou a mão no meu queixo. – De verdade, agora vai dormir.

Suspirei, encostando a cabeça nele. Ele passou o braço pelos meus ombros e começou a brincar com meu cabelo. Fechei os olhos, como um gato que dorme ganhando um cafuné.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa parte do Yamamoto, só...Bem, me digam se gostaram ^~^ Um beijo :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Demigoddess" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.