Demigoddess escrita por Pacheca


Capítulo 3
Strange Things Start To Happen


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo de 2012 :)



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O apartamento era bem maior que o meu,mas provavelmente eu era mais organizada.Chad foi direto pro quarto,pra tomar um banho.Eu liguei a TV e me sentei no braço do sofá como de costume.

– Costumas-se cumprimentar os moradores quando se está em uma casa que não é sua. – Dante sorria torto pra mim.Seria extremamente bonito se eu não soubesse quão babaca ele era.

– Oi pra você também,Dante. – Ele sentou no sofá olhando pra mim,não sei se querendo me agarrar ou só avaliando a possibilidade.

3 minutos se passaram até que passou a ficar muito mais estranho do que já estava.Ele tinha uma expressão mais cuidadosa no rosto antes de quebrar o silêncio.

– Não que seja da minha conta,mas por que você está assim? – Ele fechou a garrafa que tinha na mão antes de voltar a me encarar.

– Assim como,cara?

– Estranha,como se quisesse entender alguma coisa além da sua capacidade.

– Eu não estou assim.

– Eu posso ser alcoolatra,mas sou bom em reconhecer essas coisas.Por quê?

– Por nada.Foi só um cliente do café hoje.

– Ele ficou abusado,é?

– Por que?Só você pode ficar me rondando 24 horas por dia? – Ele deu um sorriso debochado – Não,ele só fez uma brincadeira de mau gosto.

– De que gênero?

– Desde quando você se importa?

– Desde quando,pode não parecer, mas eu me preocupo com você,coisa linda!

– Aff.Ele disse que era meu pai e depois começou com uma palhaçada de deuses.Ah,que se dane.

– Espera,qual deus?

– Que diferença faz?Eles não são reais.

– Ficaria surpresa.

Chad saiu do banheiro um segundo antes de eu perguntar qualquer coisa a Dante.Ele voltou a beber a garrafa de vodka,como se a conversa nunca tivesse começado.Fui atrás de Chad pelo corredor depois de me convencer que o que Dante dissera não fazia sentido.

A mãe deles chegou uns 5 minutos depois que eu entrei no quarto e comecei a mexer nos cds de Chad.Ela era simpática,mas não muito amigável.

Decidi ir pra casa quando precebi que as ruas do Brooklyn já não estavam mais tão movimentadas.Chad queria me levar até o apartamento,mas eu o convenci a ficar em casa.

****

Gastei uns 15 minutos pra chegar em casa.Tranquei a porta com a chave e fui para o banheiro,tomar uma ducha.Olhei para o criado mudo ao lado da minha cama,com uma sensação estranha.

Ignorei quando vi que já era tarde.Peguei uma camiseta velha e um short e fui tomar meu banho.O relógio anunciou com um apito baixo que já eram 10 horas.

Peguei um dos livros da minha pequena pilha no chão e fui para a cozinha.A iluminação por lá era melhor.Li algumas páginas antes de ficar com um desconforto nas costas.

Me levantei devagar para evitar que ficassem doloridas,mas não aconteceu.Na verdade,eram raras as situações em que eu sentia dor.Geralmente eu as ignorava,friamente,e elas não me irritavam mais.

Me encostei na pia e olhei pelo corredor,até ver meu criado.A sensação esquisita voltou.Fui devagar até meu quarto e parei poucos metros a frente do criado.

Olhei mais atentamente.Então eu percebi o que estava errado.Uma caixinha de veludo preto estava ao lado do abajur.Abri a caixinha devagar.Eu já sabia o que tinha dentro daquela caixinha,mas não conseguia acreditar.

Parei de respirar quando a pedra azul do anel brilhou sob a luz de um poste da rua.O toque do meu telefone me lembrou que eu precisava de ar,me tirou daquele transe.

Olhei o visor com o canto do olho.Eu ainda estava muito confusa,com aquela coisa do anel que surgiu do nada no meu quarto.O que me assustava era saber que eu tinha atirado-o no fundo de uma lata de lixo,7 quarteirões de distância da minha casa.

Chad não desistiu da chamada,então atendi depois de verificar que ainda tinha voz.

– Alô?

– Caramba,Elgin!Você não disse que me ligava?Fiquei preocupado com você.

– Deu pra perceber,você desenterrou seus discos do Pink Floyd. – Eu escutava uma ou outra palavra de Wish You Were Here no outro lado da linha.Ele sempre escutava aqueles discos quando estava ansioso,nervoso,preocupado ou tudo junto.

– Para de zoar,ok?Fiquei mesmo preocupado.Se esqueceu de como são as ruas no Brooklyn?

– Com mendigos,postes com malcontato e ratos do tamanho de cães.

– Você está bem?

– Estou viva,é bem o suficiente pra mim.

– Ok.

– Posso te pedir um favor?

– Se eu puder ajudar...

– Mantenha Dante sóbrio pelo menos durante a manhã amanhã.Eu preciso falar com ele.

– Você falando com Dante?Eu não tenho certeza se ele vai entender direito,se me entende.

– Só faz isso,ok?

– Ok.Boa noite.

– Pra você também.

Eu desliguei e peguei o anel.Coloquei-o no dedo do meio,aonde eu tinha certeza que ele não cairia.Depois do que aconteceu,acho que eu tinha que ficar com a pedra azul no ferro estranho.



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Notas finais do capítulo

Boas festas a todos e deixem reviews :)