Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 51
Relíquias da Morte - 16


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:
Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 16)
.
.
Um último capítulo, e um pouco maior para aqueles que sempre acompanharam a minha história.



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– Senhorita, quer que eu traga algo? – Lizzy se agachara ao lado da dona.

Ellie estava sentada em um canto do Salão Principal, amparada por Draco ao seu lado. Hermione e Rony estavam do outro lado e conversavam com a Sra. Weasley que parecia desolada pelo caso de Fred. Ellie ainda chorava ao pensar no que Harry fora se meter na Floresta Proibida, mas isso ficara somente entre ela, Draco, Hermione e Rony.

– Obrigado Liz... – Draco respondeu por Ellie – Não precisa... Pode ajudar os outros.

– Sim senhor... – Lizzy abaixou o olhar de pena da dona e seguiu para um grupo que cuidava dos ferimentos de alguns alunos.

Draco esfregou suas mãos nos braços de Ellie e beijou seu cabelo, a ponto de acalmá-la, mas os olhos dela demonstravam a intensa preocupação. Dos vidros das altas e cumpridas janelas do Salão Principal, onde a maioria se reunia, as luzes do Sol começavam a aparecer de leve. Amanhecendo, Draco olhou para cima e voltou para Ellie. Ela se distanciou dos braços dele levemente e ele viu mais uma vez os olhos molhados dela por causa de Harry. Mais seguro, dessa vez ele não sentiu ciúmes ou raiva.

– Não chore... – Draco levantou o rosto dela – Não consigo te ver assim, Ellie...

– Draco... – Ela tentou tirar a voz chorosa.

– Sim.

– Me desculpe. – Ela o fitou.

– Te desculpar pelo que?

– Eu... – Ellie começava um choro mais desesperado e falou mais rápido que o normal – Eu contei a eles. Contei a seus pais...

– Sobre nós?! – Ele arregalou os olhos.

– Sobre tudo! – Ela limpou o rosto com a mão – Sobre mim, de quem sou filha, o que fiz esses anos lá, e que eu estava com você agora... Me desculpe... – Ela emendou outro choro – Desculpe...

Draco não teve reação. Ele só conseguiu abraçá-la e não conseguiria brigar com ela mesmo se quisesse. Só pensou como seria difícil encarar seu pai e enfrentá-lo, mas se inspirando e tentando ser o melhor para Ellie, assim como Harry, ele pensou positivo. Se Harry arriscara a vida para salvar a todos, porque ele não conseguiria enfrentar seu pai? Tentando deixar para depois, ele ouviu mais um suspiro de Ellie em seus braços e sussurrou somente para ela.

– Não se desculpe... Eu não teria sua coragem para contar... – Ele beijou a mão dela, e ela sorriu aliviada com os olhos chorosos.

O salão invadido por tanta gente, deixava vestígios mais que precários daquela madrugada de luta. Alunos se abraçavam, e alguns até contavam vantagem do que conseguiram fazer em seus duelos pessoais com os comensais mais poderosos. Ainda preocupados com Harry, muitos discutiam no que poderia estar acontecendo com o garoto, mas por decisão de Ellie, Rony, Hermione e Draco, ficaria em segredo o que Harry realmente fora fazer. O Sol já subia mais, e deixava mais claro a destruição. O pátio aberto em rochas, não parecia o mesmo espaço daquela madrugada, cheio de feixes de luz espalhados e pessoas gritando. No salão, apenas se ouvia as pessoas conversando baixo, e alguns chorando tentando se conformar com as perdas daquela noite. Neville conversava com Gina ao seu lado, e ela reparara no machucado na testa do amigo.

– Está doendo? – Gina encarou o sangue molhando o cabelo de Neville.

– Um pouco... Mas o que está doendo é meu tornozelo... Acho que torci... – Neville reparou o olhar distante de Gina, por mais que ela tentasse ser zelosa com ele. A causa só podia ser Harry. – Não se preocupe Gina... Qualquer coisa estou aqui, certo?

– Obrigada, Neville... – Gina sorriu forçada, mas seu pensamento ainda ia longe. Foi quando mais perto da porta de saída, um aluno da Lufa-lufa totalmente sujo gritou.

– Olhem! – Ele apontou para o pátio, onde ao fundo uma mancha preta vinha pela ponte que se ligava ao próprio pátio.

Neville e Gina, assim como todos no salão, fitaram a saída e se aproximaram dela em passos rápidos. Ao chegarem perto da entrada do pátio, onde o dia já amanhecera por completo, viram no meio da ponte que levava ao castelo, um mancha preta. A mancha nada mais era do que vários comensais reunidos. Várias cabeças se misturavam em meio a suas vestes pretas que lhe faziam parecer uma coisa só. Todos os alunos, professores e participantes da Ordem da Fênix saíram para o pátio e se organizavam para ver melhor do que se tratava. Chegando mais perto, a equipe de capas negras se mostrou mais nítida. Na frente de todos: ele. Voldemort vinha potente e perverso com Nagini rastejando ao seu lado. Os comensais faziam filas atrás deles, alguns sorrindo e outros não. Se destacando, Hagrid vinha aprisionado por eles, amarrado por duas cordas, e cada uma segurada por um comensal grande e forte para conter o gigante. Já mais próximo do castelo, era possível ver Hagrid segurando algo no colo. Fazendo jus à noite de dez anos atrás, em que levara Harry para a casa dos Dursley no colo, Hagrid segurava o menino Potter novamente em seus braços, mas não era possível de se reconhecer, fazendo muitos franzirem. Gina deu passos mais a frente.

– Quem é aquele? - Gina se apressara ficando a frente de todos e o Sr. Weasley a seguira, assim como Neville - Quem Hagrid está carregando? Neville, quem é aquele?! – O silêncio dele a fizera se desesperar mais – Quem é!?

Mais atrás, Ellie saíra com Draco e ficara próximo de Rony e Hermione. Só eles tinham certeza de quem vinha no colo de Hagrid, mas os comensais se organizaram no pátio, deixando Voldemort confirmar as suspeitas.

– Harry Potter... – A voz rouca e alta se espalhou causando pânico - Está morto!

O coração de Ellie foi á boca. Ela conseguiu segurar a emoção, mas Gina não se conteve com a surpresa.

– Não! Não! - Gina gritara de dor desesperada – Não! – Ela se aproximou dos comensais, mas Voldemort a conteve com um feitiço lhe empurrando de leve para trás. O Sr. Weasley segurou a filha.

– Silêncio! Garota estúpida! – Voldemort voltara a sorrir malvado - Harry Potter está morto! E de hoje em diante... Vocês depositaram sua fé em mim... – Todos os alunos prestavam atenção, mas as caras eram de pura decepção. Voldemort tentou animar pelo menos o seu lado se virando para os comensais - Harry Potter está morto! – Os comensais riram-se orgulhosos - E agora chegou a hora de tomarem uma posição... – Voldemort fitou cada aluno e professor - Venham se juntar a nós... – Ele tirou o sorriso e seus olhos brilharam - Ou morrerão.

Um silêncio absoluto se fez no pátio. Atordoados com a notícia, alguns prefeririam morrer a se juntar ao Lorde das Trevas, mas mesmo assim, ninguém mostrou uma palavra ao Lorde. Atrás de alguns alunos, Ellie ficara ao lado de Draco escutando o discurso triunfal de Voldemort, sentindo um frio ao pensar no corpo de Harry do outro lado e tentando não chorar. Quebrando o silêncio, Lúcio viu que seu filho não se mexia.

– Draco... - Lúcio o chamara rosnando e todos ouviram. – Draco!

– Draco... - Narcisa falara com a voz calma e doce, como uma conselheira - Venha.

Todos os comensais fitaram o caçula dos comensais. Sendo o mais novo a se tornar um deles, a responsabilidade e devoção não deveriam ser poucas. Muito menos traídas em último caso. Os alunos e professores olharam para trás a procura da decisão de Draco. Ellie podia sentir Draco relutando o pedido de seu pai por causa dela. Sem olhar nos olhos dele, Ellie somente pegou a mão de Draco levemente e sussurrou para frente.

Vá logo...

Ellie...

Vá Draco...

Ele franziu, mas entendeu. Era ir ou morrer. Os olhos ansiosos de Voldemort fitavam o filho dos Malfoy com ódio. Depois de anos falhando, se o filho deles rejeitasse alguma coisa agora, seria o fim. Ellie engoliu o orgulho pela vida de Draco e o deixou ir. Ela preferiria tudo, menos perder mais alguém que amava. Draco respirou fundo e deu os primeiros passos, soltando a mão dela.

– Muito bem Draco... – Voldemort abriu os braços ao ver Draco descer o monte de rochas quebradas e se aproximar dele - Muito bem... – Voldemort o abraçou levemente, mas Draco ficara parado olhando para seus pais. Uma raiva lhe passou por saber que aquilo tudo não aconteceria se seus pais não tivesse se aliado a ele. Voldemort o soltou e deixou ele seguir para junto de Narcisa e Lúcio, que estavam mais atrás com os outros comensais. Voldemort voltou a fitar o lugar onde Draco estivera e reparou em algo familiar - E você querida? – Ele fitou Ellie e ela gelou – Não vai se juntar a nós?

Um frio correu o corpo de Ellie. Ela conseguiu sentir sua mão suar sozinha ao ver os olhos claros e vazios de Voldemort lhe fitando mais uma vez. Depois da morte de Harry, ela não teria nada a perder. Não havia mais missão alguma e ela não iria aceitar aquilo. Preferia a morte, mesmo que do outro lado, os olhos de Draco lhe implorasse para fazer o mesmo que ele e sair viva.

– Vamos... – Voldemort a fitou – Se junte a sua família... – Ele fez uma reverencia aos Malfoy, mas ela não se mexeu. Lúcio adoraria falar que Ellie não era mais da família e entregar as razões ao Lorde das Trevas, mas se fizesse isso, e Voldemort a matasse pela traição, sabia que Narcisa nunca o perdoaria.

– Eu não quero... – A voz de Ellie invadiu o pátio e escutou-se cochicho tantos dos alunos, quanto dos comensais.

– Silêncio! – Voldemort gritou e a fitou – Você...não quer...? – Ele riu-se – Por favor, querida, ao menos venha e me diga o porque...

Voldemort estava tão feliz e satisfeito por matar Harry, que a paciência dele estava mais alta que nunca, ao invés de sair matando como sempre fazia. Ellie deus alguns passos passando pelos outros alunos e se aproximou de Voldemort no meio do pátio.

– E então... – Voldemort a fitou.

– Você não merece que ninguém te siga, Tom. – Ellie o encarou, mas antes que ele se vingasse pela ousadia dela, ele resolveu ser mais forte e superior.

– Alguém concorda com esta bela jovem? – Voldemort olhou para a escola, mas ninguém respondeu. – Alguém deseja provar o contrário, e se juntar a mim?

Do silêncio, Neville deu um passo mancando e se agachou para pegar o Chapéu Seletor que encontrara em sua frente. Todos lhe fitaram, pois era o único a se movimentar ali. Ele levantou e deu mais passos mancando, apresentando-se para o novo exército de comensais.

– Bem... – Voldemort viu o estado precário de Neville - Devo admitir que esperava mais que isso... – Os comensais riam-se lá trás. Voldemort voltou a fitá-lo. - E quem é você, rapaz?

– Neville Longbottom - Mais risadas foram ouvidas e Bellatrix fora escandalosa rindo mais alto.

– Bem Neville... – Voldemort sorriu - Acharemos um lugar para você em nossa equipe.

– Eu queria dizer uma coisa. – Neville se aproximou e ficou ao lado de Ellie, de frente para Voldemort que se encheu de raiva, mas a paciência dele deixou Neville continuar.

– Certamente ficaremos fascinados em ouvir o que tem a dizer, Neville...

– Não importa que Harry se foi!

– Pare Neville! – Simas o acudira atrás.

– Pessoas morrem todos os dias, Simas! - Neville continuou - Amigos, família... Sim, nós perdemos Harry esta noite. Mas ele continua com a gente... – Ele colocou a mão no peito - Aqui dentro... Assim como Fred, Remos, Tonks... Todos eles. – A plateia se silenciou com as palavras sábias - Eles não morreu em vão. – Neville fitou Voldemort com raiva - Mas você vai! - Voldemort riu-se nervoso - Porque você está errado e Ellie está certa! O coração de Harry batia por nós. Por todos nós! Isto ainda não acabou! – Neville tirou a espada de Grynffidor do Chapéu Seletor e a levantou para o belo discurso.

Voldemort se encheu de raiva ao ver que todos os alunos e professores sorriam e que um artefato que destruíra as Horcruxes estava nas mãos do Grifinório. Ellie viu Voldemort erguer a varinha para ela e Neville e fechou os olhos sabendo que o feitiço certeiro viria para matá-la. Ela viu por último os olhos de Draco desesperados, e só ouviu a voz rouca de Voldemort gritar.

Avada...!

O colar de chifres saltitara em seu peito. Ela sorriu e uma alegria invadiu seu peito sabendo que o colar só se mexeria se Harry estivesse vivo. E a confirmação cortara a fala de Voldemort, quando o mesmo viu Harry saltando dos braços de Hagrid para desviar sua atenção e salvar Ellie e Neville, se mostrando mais vivo do que nunca. O baque no chão tirou a atenção de Voldemort e ele arregalou os olhos.

Confringo! – Harry sai correndo e ainda tentou o feitiço contra Nagini, mas não dera certo.

Os cochichos dos alunos soavam alto enquanto Ellie sorria de orelha a orelha ao ver seu amigo vivo. Com a distração de Voldemort, ela correra para os braços de Draco, aliviada por poder tocá-lo novamente. Ela nem se importou com Narcisa e Lúcio ali ao lado, e só conseguira seguir Harry fugindo enquanto Voldemort mirava explosões para onde o garoto correra.

– Voltem! – Bellatrix gritava para os comensais que fugiam em fumaça preta ao ver que Harry sobrevivera de novo – Voltem seus covardes! VOLTEEEEM!

Harry conseguira chegar na porta do castelo reencontrando Rony e Hermione. No desespero, ele só conseguiu alertá-los.

– Vou atraí-lo para dentro do castelo...Matem a cobra! – Harry correu para dentro e Voldemort aparatara com Nagini a fim de ir em busca de Harry dentro da escola. Hermione e Rony sorriam radiante ao vê-lo vivo e só concordaram com a cabeça vendo o amigo correr.

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A luta recomeçou. Alguns comensais desistiram na hora em que viram Harry sobreviver mais uma vez e se tornar imortal aos seus olhos. Achando que Voldemort não tinha chance contra aquilo, somente alguns comensais ficaram para a nova batalha. Apenas aqueles fiéis até o fim voltaram a combater os alunos. Mesmo cansados, todos já recompunham forças para brigar novamente. Entre eles, Bellatrix, decidida a matar quem ousasse a entra na sua frente, ficara mais uma vez ao lado do Lorde das Trevas que tanto admirava. Enquanto alguns comensais aparatavam ou sumiam em forma de fumaça negra deixando a escola, em meio a eles, Narcisa e Lúcio viram Draco e Ellie indo para a batalha.

– Draco! – Lúcio falou alto para o filho que se esquecera da presença dos pais, e de toda a situação. – Onde pensa que vai?

– Volte aqui os dois! Agora! – Narcisa se enchia de preocupação novamente – Vamos embora!

Ellie olhou para Draco esperando que ele respondesse algo útil e à altura. Draco olhou de Ellie para seu pai, voltou para Ellie, e sua cabeça entrou em parafuso, mas ele não esquecera de quem se tornara.

– Eu não vou...

– O que? Lógico que vai! – Narcisa se enfureceu.

– Não mãe! Eu vou ficar e lutar! Se quiserem, façam o mesmo, mas eu... – Ele deu um passo para trás e segurou a mão de Ellie. Lúcio se encheu de raiva. – Eu não vou sair daqui.

– Draco... – Lúcio deu um passo a frente a fim de esganar o filho, mas Narcisa o segurou pela milésima vez.

– Deixe o... – Narciso fitou Ellie e Draco – A decisão é dele, Lúcio.

– Narcisa, vai concordar com essa discórdia!? – Lúcio fitou Ellie – Olhe com quem nosso filho se meteu!

– Acho que vamos ter que aceitar... – Narcisa se recompunha sabendo que até aquele ponto, Ellie já devia ter feito a cabeça de Draco por completo. E acertou.

– Eu nunca vou concordar com isso! – Lúcio fitou Draco com ódio.

– Desculpe pai... Mas a decisão não é sua.

– Draco... – Ellie teve a voz fraca enquanto a guerra recomeçava atrás deles. Sem querer se meter na conversa de família, ela apenas o alertou sobre o que acontecia e que tinham que ser rápidos.

– Espero que tenha feito a decisão certa... – Narcisa estava com os olhos molhados, quando encarou Draco pela última vez. Ela limpou os olhos imaginando o pior. – Sabe que não podemos ficar... Mas eu respeito sua decisão, filho. Não aceito... Mas respeito. – Ela deixou um Lúcio furioso às suas costas, e se aproximou de Draco dando um último abraço. – Se cuide... por favor... – Ela se afastou e encarou Ellie, que já ficara com os olhos vermelhos também. Por um momento Ellie pensou o pior. Sabia que depois da verdade que contara sobre ela mesma, ela não podia esperar nada mais vindo deles, mas Narcisa se aproximou dela e também a abraçou com força. – Você também querida... – Ellie correspondeu o abraço apertando Narcisa mais forte e sussurrou.

– Obrigada Cissa...

– Narcisa! – Lúcio cortara o momento chamando a esposa para aparatar. – Vamos.

Narcisa obedeceu as ordens de Lúcio, pois não poderiam ficar ali se o Lorde das Trevas perdesse, ou se ganhasse. Dando quatro passos lentos para trás, a Sra. Malfoy apertou a mão de Lúcio, que deu um último olhar de preocupação ao filho e eles aparataram para longe. Lentamente, Ellie se aproximou de Draco e apertou sua mão, mostrando que sempre estaria ali, mas não havia tempo para calma.

– Draco, vamos nos separar!

– Não Ellie, ficou louca?

– Você é melhor em magia negra... Ache Hermione e Rony e ajude a matar a cobra. Eu sou melhor com mais gente, vou ajudar aqui em baixo. Vá!

Draco não podia discordar, ele se fora deixando Ellie lutar sozinha.

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A bagunça também voltou. Não havia Trolls, ou aranhas gigantes, ou tantos comensais, mas nada ficava menos perigoso. Sob a luz do dia, a guerra recomeçava e novamente alunos tentavam expelir feitiços em favor de suas vidas. Entrando depressa no castelo, Ellie já estava afobada quando viu uma menina da Lufa-lufa ser estuporada à direita. Enquanto Harry estava lutando e fugindo de Voldemort, o castelo também entrava em briga. Correndo e tentando se defender, Ellie viu Lizzy levantar uma pedra com a mente e acertá-la em dois comensais enormes. Enquanto isso, Draco subia as escadas a procura de Rony e Hermione em meio à desordem, mas era impossível. Além de quase não reconhecer ninguém, não havia mais tempo e ele ainda tinha que lutar com os comensais que apareciam pelo caminho, alguns antigos amigos de seu pai.

No alto das escadas Voldemort encontrara Harry e a batalha dos dois não parecia ter fim. Fazendo o que Harry havia pedido, Hermione jogara uma das tantas pedras do chão em Nagini. Assim, a cobra se desvinculou de seu dono e mirou Hermione a suas costas. Vendo a apetitosa menina, a cobra não percebera que ela e Rony armavam uma emboscada. Hermione se encurralou em um canto a fim da cobra vir atrás dela, e enquanto isso, Rony viria por trás de Nagini e a acertaria com o dente do Basilísco. Mas não foi isso que aconteceu. A cobra percebeu a presença de Rony. Ele se afastou e Hermione se juntou ao novo namorado. Os dois só tiveram tempo de correr. A cobra rodou dois corredores e Hermione se assustou ao ver que Nagini estava bem atrás dela. Apertando a mão de Rony, Hermione o puxou para correr mais rápido, mas a cobra era ágil e inteligente. Os dois corriam apressados, quando em um baque mais rápido ainda, a cobra passou raspando nos cabelos volumosos de Hermione, e ela tropeçou em um dos destroços levando Rony junto. Nagini conseguira derrubar o casal, e abriu a boca para finalmente atacar, mas não contava com uma terceira pessoa. Por trás, Neville ainda segurava a espada de Gryffindor em suas mãos, e a levantando com força, a abaixou em seguida rente ao pescoço de Nagini. A cobra fora decapitada. Em algum lugar do castelo, Voldemort sentiu seu coração fisgar, assim como Harry. Agora, não havia mais Horcruxes. Nem um pedaço da alma de Voldemort vivia mais em Harry e a cobra finalmente se fora. A luta entre os dois se acirrara.

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No meio do Salão Principal, a guerra realmente começara.

Reducto! – Gina acertara um comensal em cheio. Cada vez mais era ótima com feitiços e a raiva pela morte de seu irmão Fred, a deixava melhor ainda.

– Ora, ora... – Bellatrix aparecera sorrindo ao ver o comensal inconsciente no chão – Não é que a caçulinha dos traidores de sangue sabe fazer magia... – Ela ficou séria de repente. – Vamos ver o quanto você sabe ruivinha... ESTUPEFAÇA!

A magia de Bella saía sempre mais forte do que as treinadas pelos alunos, mas Gina revidou. Bella arregalou os olhos com raiva, mas queria uma morte mais lenta para Gina. Ela lançou outro feitiço e Gina revidou outra vez. Os nervos de Bella floriram e ela se enfureceu mais. Apontando a varinha diretamente para o coração de Gina, Bella gritou loucamente.

– Avada Ke...!

Mas as palavras de Bellatrix foram interrompidas quando Molly Weasley se colocou na frente da filha e estuporou Bella de uma vez só.

– Não a minha filha, vadia! – Molly fitou Bella com nojo.

Bella se assustou e arregalou os olhos, mas um sorriso malicioso e maléfico surgiu no canto da boca de Bellatrix.

– Vai ser um prazer, acabar com as duas de uma vez... – Bella riu-se.

– Eu não faria isso titia... – Ellie surgiu ao lado.

– Olha quem veio... – Bella estava mais do que satisfeita quando viu Ellie se aproximar do duelo – Vai me ajudar sobrinha...?

– Digamos que... - Ellie riu-se também. – Dessa vez não, Bella. – Ellie deixou um tom nojento sair e Bellatrix franziu.

Molly puxou Gina para trás e viu que a coisa iria ficar feia. Bellatrix fitou a falsa sobrinha mais uma vez, e Ellie ergue a varinha para ela deixando Bellatrix se assustar mais.

– O que está fazendo pivete?! – Bella arregalou os olhos.

– Ah... sua querida irmã Narcisa não te contou? – Ela viu o olhar surpreso da prima – Eu vou ter o maior prazer em contar...não, não...eu vou mostrar a você...

Rapidamente, Ellie se transformou em um labrador preto. Bella ficara surpresa, mas nem tanto. Sabia que Ellie tinha seus encantos como bruxa, mas só então Bellatrix reparara em um misero detalhe. Tão sórdido e importante que só os anos em Azkaban ao lado de Sirius poderiam lhe trazer. Os olhos negros do cão tinham a mesma perspicácia e serenidade dos olhos do cão que ficava na cela ao lado da dela. Aquele cão negro não era Sirius, mas somente alguém muito próximo a ele teria o mesmo olhar e a mesma forma animaga. Bella se encheu de raiva ao juntar as peças.

– Não acredito... Black? – Bella fitou o cão com ódio – Vai ser um prazer matar sua filha, Sirius! - Bella atiçou a varinha para o cão, conjurou o feitiço, mas o cão desviou. Com feitiços saindo sem parar da varinha de Bellatrix, o cão fugiu de cada um correndo em zigue-zague em direção a Bella. O labrador saltou em Bellatrix e com a boca roubou a varinha dela, como um cão pega um graveto da mão do dono no parque. – Volte aqui pirralha maldita! – Bella fez uma janela enorme estourar com a fúria, mas o cachorro largou a varinha no chão e Ellie se transformou em gente de novo.

– Não se preocupe, prima... – Ellie sorriu – Eu vou ser bem justa com você... Como você nunca foi... – Ellie puxou a própria varinha e a pôs no chão.

– Eu vou acabar com você! - Bella rosnou se enfurecendo e resolveu pegá-la com as próprias mãos. Com isso, deixou alguns duelos que aconteciam à volta se desfazerem, ao prestarem atenção ao que se tornava bem mais interessante. Enquanto Harry lutava com Voldemort em algum lugar do castelo, Ellie pegava Bellatrix.

– Vamos Bella... Vamos ter uma conversa...como é mesmo? De garota pra garota... – Ellie fez Bella se lembrar de Hermione e se enfurecer mais. Bella correu em direção ao pescoço de Ellie mas fora jogada para trás com o estalar de dedos de Lizzy que aparatara do lado.

– Desculpe senhorita... – o elfo fitou a dona – Mas dessa vez Lizzy quer ajudar.

– Será um prazer elfo... – Ellie sorriu e andou em direção ao corpo de Bella que estava paralisado e deitado no chão com o impacto.

– Eu vou te matar sua mestiça idiota! – Bella se ergueu um pouco mais era tarde demais. Ellie já fora para cima dela e a grudara no chão sentando em cima dela, segurando os braços de sua prima com as pernas, como a própria tinha feito com Hermione na Mansão Malfoy. Com a raiva lhe passando, a força de Ellie aumentara dez vezes mais.

– Grite Bella! Eu quero ver o quanto você aguenta! – Ellie levantou o braço fechando os punhos, e em um golpe só, ela socou Bella no rosto com a maior força.

– Eu vou te matar quando sair daqui! – Bella tinha sangue na boca.

– Mate! – Ellie deu outro soco para o outro lado. – Quem sabe assim eu encontro meu pai que você matou sua desgraçada! – Ellie deu um terceiro soco cega pela raiva. Bella viu Lizzy se aproximando com a varinha de Ellie nas mãos

– O que vai fazer? – Bella arregalou os olhos para Ellie que sorriu pegando a varinha. - Só vou prestar uma homenagem a você...prima. – Ellie soltou um dos braços de Bellatrix que estava preso por suas pernas e o segurou com força, preso no chão – Vejamos...o que você fez com Hermione mesmo? Não..não...O que você fez com todos que cruzam seu caminho Bella...?

– Eu vou te destroçar!

– Não Bella...é a minha vez agora.

Um grito forte e agudo de dor saiu de Bellatrix quando Ellie pegou a varinha e escreveu no braço de Bella, deixando o sangue escorrer das letras bem definidas. Do canto, Molly e Gina ainda conseguiam ver a cena e o que estava escrito no braço de Bella.

Eu Amo Sangues-Ruins

– Pronto Bella... – Ellie sorriu satisfeita com os gritos – Agora você pode me amar...

– Sua idiota! O que você fez!? – Bellatrix viu as palavras e a raiva cresceu junto com os olhos estalados. O braço solto e riscado tomou força e conseguiu puxar Ellie. Bellatrix se soltara.

Bella rodou Ellie para o lado, e a prendeu no chão, invertendo os papéis. Ela pulou no pescoço de Ellie que não tinha como se soltar dali, e Bella sorriu com ódio pegando a varinha de cedro da mão de Ellie e jogando longe.

– Você quer que seja a mão? – Bella sorriu vitoriosa – Assim será... – Bella levantou o braço para bater em Ellie, mas Lizzy do outro lado, jurando participar, fez sua parte.

– Solte minha senhorita sua bruxa maldita! – Lizzy estalou os dedos e mais uma vez Bella voara longe para trás batendo as costas na parede com força e caindo no chão. Lizzy encarou o corpo de Bella jogado – Isso é por Dobby!

Ellie se levantou, mas antes de agradecer a Lizzy, avistou Bella. Ela caíra do lado onde tinha deixado as varinhas. Bella alcançou a sua varinha, e Lizzy percebendo, estalou os dedos e a varinha de cedro que Bella jogara do outro lado, voou para a mão de Ellie novamente.

– Você vai se arrepender! – Bella atiçou a varinha para trás e a mirou para Ellie com força. Um feixe de luz azul saiu da varinha e atacou Ellie.

Protego Nerus! – A varinha de Ellie revidou com um feitiço raro, que somente os bruxos experientes conjuravam. As luzes das varinhas se encontravam estalando no ar.

Mesmo lutando, a maior parte das pessoas que as rondavam desviara a atenção para as duas.

Ellie viu Lizzy querendo pegar Bella também, mas com o olhar, não deixou o elfo fazer nada, e Lizzy tinha que obedecer às ordens da dona. Entrando no Salão Principal depois de não achar nem Rony ou Hermione, Draco vira a cena brilhante em luzes.

– O que está acontecendo aqui? – Draco chegara perto de Luna que lutava e assistia a luta assim como os outros.

– Algo bem interessante eu diria... – Luna sorriu para ele e estuporou o comensal. Mas Draco, ao ver Ellie em perigo, se desesperara. Porém, a luta era somente das duas.

Segurando a varinha com força, Ellie finalmente impulsionou o feitiço e conseguiu se soltar da luz. A varinha de Bella levantou se de novo e com um feitiço de levitação, Bellatrix fez umas das estátuas de gesso do meio do salão voar sobre Ellie.

Bombarda! - Mas Ellie se defendeu explodindo a estátua. E revidando, Ellie lançou a varinha gritando – Flagello! – Um chicote saiu da varinha de Ellie e enrroscou no pescoço de Bellatrix lhe enforcando. Com muito esforço, Bella rebateu sua varinha no ar e o chicote fora cortado ao meio lhe soltando.

– Ahhhh! – Bella rosnou e mirou a varinha em Ellie. Um jato enorme de água saiu, mas Ellie torceu sua varinha no ar e um ventou fortíssimo desviou a água fazendo uma onda, e saindo pela janela que Bella havia quebrado no começo da luta.

Irritadíssima, Bellatrix não se conteve e com a varinha cada hora em uma posição, ela lançou em cada movimento, uma faca. Pontudas e de ferro, as facas saíam da varinha de Bella, mas Ellie revidava e as facas explodiam uma a uma sem lhe acertar. Ellie desviou a décima faca e foi quando viu Bella jogar duas facas de uma vez só. Ellie sentiu um embrulho quando sentiu algo lhe perfurar. A respiração dela parou e Bella arregalou os olhos abrindo um sorriso satisfeita. Devagar, Ellie abaixou a varinha arregalando os olhos, e quase em câmera lenta e sem forças, levou a mão a sua barriga. Sua mão escorregou em algo liquido e vermelho. O sangue em suas mãos, vinha da segunda faca que havia perfurado o estomago dela. Do outro lado, Draco arregalou os olhos, mas Ellie não se abateu. Distraída pela própria vitória, Bellatrix sorria orgulhosa e dava o jogo como ganho, mas não contava com a força de Ellie. Com a maior dor que já sentira, Ellie respirou fundo e pegou Bella de surpresa ao apontar a varinha para ela.

Glacius! – Ellie tinha a voz fraca, mas vira seu feitiço congelar Bellatrix por inteira. Com mais um feitiço forte e certeiro, a varinha de Ellie explodiu a estatueta de Bellatrix, fazendo desaparecer em pó de gelo. Bellatrix se fora.

Ellie abaixou a varinha e caiu ajoelhada com as mãos na barriga ensanguentada.

– Ellie! – Draco correu em meio a batalha e a amparou, mas parecia tarde demais.


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Um grito ouviu-se do Salão Principal. Voldemort acabara de ser morto por Harry, já que a Varinha das Varinhas rejeitara atacar seu próprio dono. Harry deu seu último suspiro no pátio vazio, depois de lutar bravamente com seu eterno inimigo. Mas dessa vez, Voldemort se fora, despedaçado pela traição da varinha. Harry respirou fundo mais uma vez e um alívio invadira seu peito. Ele abaixou a varinha e agora, só havia ele em meio ao pátio e aos destroços. No silêncio que invadia as orlas do castelo, Harry ouviu vozes atrás de si.

– Harry! – Hermione vira os últimos pedaços de Voldemort desaparecendo no ar. Rony vinha com ela correndo de encontro a Harry, mas Hermione o abraçara com força primeiro.

– Você é imortal Harry! – Rony riu-se abraçando o amigo.

– Acabou... – Hermione sorriu aliviada – Mal posso acreditar...

– Sim – Harry sorria de orelha a orelha.

– Porque a Varinha da Varinha não funcionou para ele? – Rony também sorria satisfeito.

– Ela respondia a outra pessoa.. – Harry tentava responder o mais simples possível – Voldemort se enganou, ele...

– Harry! – Gina vinha de dentro do castelo. Ela correu ao encontro a ele e sem pensar, o beijou na frente de Rony – Você está bem? Conseguiu? Tive tanto medo...

– Eu estou bem... – Harry sorriu para ela, mas antes que comemorasse mais, ela se afastou um pouco dele e ficara séria.

– O que houve Gina? – Rony conhecia a irmã também. E Gina fez um silêncio, mas tinha que contar.

– Harry...você tem que ser forte...

– O que houve Gina? - Harry viu Gina hesitar - Fale!

– Venham comigo... – Gina quase sussurrou.

Harry, Hermione e Rony se entreolharam e seguiram Gina, que andava depressa para dentro do castelo. Eles passaram por um corredor, onde muitos alunos estavam conversando e procurando cuidar dos ferimentos um dos outros, já que os comensais fugiram ao sentir a Marca Negra arder tão forte e depois desaparecer. Era a derrota de Voldemort. Gina virou e entrou no Salão Principal com eles. A maioria dos alunos faziam uma roda em volta de algo, e Gina parou de andar por um instante. Os ouvidos de Harry se aguçaram.

– Para trás! – O Sr. Weasley afastava os alunos – Ela precisa de ar!

– Vamos! – Minerva espantava os alunos que se distanciavam com curiosidade – Vamos! Não ouviram?

Quando os alunos se afastaram, uma passagem abriu e Harry pode ver o que tanto Gina queria alertá-lo. No chão, deitada, Ellie era amparada por Draco, enquanto a Madame Pomfrey tentava alguma coisa na barriga de Ellie. Harry arregalou os olhos, assim como Hermione e Rony e se aproximou mais. A medida que ficavam mais perto, eles viam o ferimento profundo e ensanguentado de Ellie.

– Não deixe ela fechar os olhos Sr. Malfoy! – Pomfrey tentava estancar o sangramento com uma de suas poções, mas nada podia ser feito. O ferimento era grande e profundo.

– Ellie... – Draco já tinha a voz desesperada – Olhe pra mim, sim? – Ellie parecia ter o maior sono do mundo, mas tudo não passava de dor. – Ellie...por favor...olhe pra mim...

– Eu não consigo... – Ellie estava fraca - Dói demais...

– Faça alguma coisa, por favor... – Draco implorava a Madame Pomfrey.

– Estou tentando querido...estou tentando... – A enfermeira também se desesperava ao ver que nem a Poção Wiggenweld conseguia ajudar.

Harry se aproximou mais e agachou ao lado de Draco. Só então ele percebeu que não só o ferimento afetava Ellie, como também ela suava frio, e uma febre aguda parecia atacá-la.

– O que aconteceu? – Harry já tinha a voz fraca em quase desespero.

– Ela foi atrás de Bellatrix e... – Draco falava rápido e desesperado - Ela a matou, mas Bella jogou uma faca... Acho que continha veneno, não sei... – Draco começava a deixar os olhos molhados vendo que pouco podia ser feito.

– E então Madame? – Molly se aproximou da enfermeira, mas essa se levantou fazendo todos lhe fitarem esperando uma resposta.

– Desculpe... – A enfermeira também estava triste – Não há nada a ser feito.

– Como não há nada?! – Draco se levantara e ficara nervoso – Você tem que fazer algo!

Draco... – Ellie sussurrava pedindo a calma dele, mas ela não tinha forças para nada.

– Não podemos mexer mais... - Pomfrey o fitou com os olhos baixos - Nenhum feitiço irá conseguir fechar o ferimento por inteiro. Há veias abertas, não só tecidos. A febre dela não passa... e o veneno da faca já deve ter se espalhado por todo seu corpo.

– Tente qualquer coisa! – Harry ainda agachado ao lado de Ellie também se irritara. Era a primeira vez que Draco e ele lutavam pela mesma causa.

– Não posso Sr. Potter... Isso é magia negra...Qualquer feitiço...

– Qualquer feitiço o que?! – Draco começava um choro nervoso como se fosse matar alguém – Qualquer coisa é melhor do que vê-la morrendo e não poder fazer nada! Faça alguma coisa! Agora!

– Draco... – O Sr. Weasley o amparara tentando acalmá-lo e Draco o fitara. Sem dizer mais nada, Draco chutou o chão e andou a esmo nervoso.

Harry... – Ellie ainda queria fechar os olhos, mas conseguiu chamar Harry que se juntou mais a ela

– Ellie... – Os olhos dele começaram a lacrimejar. Assim como os de Hermione ao fundo.

– Você o destruiu? – Ellie tentou sorrir e Harry concordou com a cabeça. – Isso é maravilhoso... – Ela olhou para o lado e voltou sem forças – A vida é engraçada... Horas atrás eu não queria que você fosse morto...e olha quem está deitada...

– Não diga isso...

– Eu queria ter a sua sorte pra escapar dessa... – Ellie riu fraco - Mas acho que só existe um menino que sobreviveu...

– Ellie... – Harry segurou a mão dela com força e mais uma lágrima caiu dele – Eu não vou deixar você ir...

– Vocês não podem fazer nada... Eu já sinto todo o meu corpo doendo... – Ela tentou sorrir e Harry deixou mais lágrimas caírem – Eu vou ver minha mãe Harry...eu vou conhecê-la...

– Eu a conheci... – Harry começou um choro e todos atrás assistiam se abraçando ao lembrar de quem perderam.

– Jura? – Ellie sorriu forte também com os olhos molhados.

– Eu usei a Pedra da Ressurreição...Vi meus pais...Sirius, Lupin...e Camille.

– Como ela era? – Ellie tentou ganhar forças antes de partir para saber mais.

– Linda... – Harry respirou o choro - Digamos que Sirius fez bem em abandonar a família por ela... - Harry tentava aliviar Ellie - Narcisa perguntou se você estava bem quando eu me fingi de morto... Ela que me salvou na verdade...

Ela sorriu mais uma vez e os olhos começavam a fechar. Não havia coisas melhores de se ouvir antes de partir. Lá trás Draco rondava nervoso, com lágrimas aos montes. Arthur tentava ampará-lo, mas Draco estava inconsolável. Dando brecha, Lizzy que chorava ao lado queria se despedir da dona também.

– Senhorita... – Lizzy se agachara do outro lado.

– Você, Lizzy...me chame de você agora.

– Lizzy vai sentir sua falta... – Os olhos do elfo se molharam. – Você foi a melhor dona que Lizzy já teve.

– Eu fui a única que você teve Lizzy.

– E sempre vai ser... – O elfo sorriu e Ellie mirou Draco por cima dos ombros do elfo.

– Draco... – Ellie conseguiu chamá-lo pela última vez e ele se agachou ao lado de Harry com os olhos mais que vermelhos e molhados. Olhos sem rumo.

– Eu não quero que você vá... – Draco falava chorando com o peito partido. – Por favor, fique...

– Eu não vou... Eu vou estar aqui... – Ellie olhou a volta – Você vai ver...

– Eu te amo tanto, Ellie...tanto... – Draco segurou a mão dela também e Ellie caiu em um choro.

– Eu também Draco...

Ellie deu um último olhar para Draco e aos poucos, viu o Salão Principal ir desaparecendo. A visão se embaçou tanto pelas lágrimas quanto pela dor. As forças sumiram e pouco a pouco, os olhos de Ellie finalmente se fecharam.

– Não! – Draco caiu em desespero e Harry o abraçou ao lado – Não! – Harry levantou Draco, mas também não tinha forças. Os dois se abraçaram compartilhando da mesma dor e se soltaram.

– Harry... – Gina o chamara e Harry a abraçou também.

Diversos alunos se abraçaram vendo a cena que tocara a tantos e lhes fazia lembrar de tantos que tinham perdido. Minerva não se conteve também. Rony abraçou Hermione com força e Neville consolou Draco depois. Não havia diferenças de casas. Ellie parecia dormir calma e serena no chão, mas os olhos não conseguiriam se abrir se ela quisesse. Gina abraçava Harry lhe consolando, e a visão que tinha era da janela que Bellatrix quebrara. Ela pensava em algo para dizer a Harry, mas sabia que não havia o que ser dito. Ela viu o céu se abrir na manhã ensolarada de maio e as nuvens passarem aos poucos na grande janela sem vidro. Gina ouviu o suspiro de Draco ao fundo, mas algo mais forte chamou sua atenção. Um grito agudo e forte soou do céu. Da janela, em meio ao céu azul anil, um ponto vermelho voava no alto em círculos, e a medida que descia ficava cada vez era maior. O grito da ave fez a maioria seguir o olhar de Gina e reconhecer a mais famosa ave de Hogwarts: Fawkes.

Em um voo certeiro, a Fênix invadiu a janela, deu um rodopio no salão se apresentando e baixou voo ao lado de Ellie. Todos limpavam o choro fitando a ave agir. Como se tivesse sido enviada por alguém, Fawkes veio de encontro à garota e parada ao seu lado, a ave deu dois pulinhos simpáticos para perto da barriga ferida de Ellie, ela inclinou a cabeça para o lado deixando uma lágrima cair sobre o buraco que a faca causara. Fawkes deu mais dois pulinhos e esperou um pouco. A ambulância de fogo voadora, esperava seu paciente acordar, mas nada aconteceu. A esperança de Harry se encheu, pois já vira a lágrima de Fawkes curar seu braço na Câmara Secreta.

Se a Fênix conseguira curar o veneno do Basilísco, o mesmo podia acontecer com o a faca enfeitiçada de Bellatrix. O ferimento foi se fechando por dentro e finalmente viu-se resultado pela pele fechada. Os olhos de todos no salão se voltaram para Ellie, mas ela ainda não acordava. Fawkes, com seu jeito impaciente, chegou mais perto do ouvido de Ellie dando um pulinho quieto e abriu o bico:

– AAAAAAAAAAAAAAAHRG!

Ellie acordou assustada. A ave deu um pulinho para trás e Ellie a fitou.

– Fawkes?

– Ellie! – Draco se agachou novamente e abraçou Ellie com força. – Obrigado! Obrigado! – Draco viu a ave por cima do ombro de Ellie e finalmente a soltou, lhe dando um beijo. Hermione, Rony e Harry se agacharam também e Ellie franzia.

– O que aconteceu?

– Você morreu, ai Fawkes chegou, e você voltou! – Rony engasgou e Ellie riu.

– O que? – Ellie franziu rindo-se mais e olhou para Fawkes ao seu lado. Harry a abraçou com força.

– Você devia estar só inconsciente... – Hermione sorriu limpando as lágrimas. – Mas se não fosse por Fawkes... Ah Ellie... – Hermione a abraçou também.

A ave parecia sorrir para Ellie, e ela fez o mesmo para Fawkes. Vendo todos sorrir aliviados a sua volta, Ellie olhou para sua barriga e não viu ferimento algum, assim como o calor da febre havia saído milagrosamente de seu corpo. Como se tivesse só acordado de um sono pesado, sem dor e sem nada, Ellie se levantou com a ajuda de Draco e todos fizeram o mesmo. Ela viu a Sra. Weasley sorrir para ela e Minerva respirar aliviada. Tomando um susto, Ellie viu Fawkes voar do chão para o seu braço.

– O que ela faz aqui?! – Ellie sorriu para a ave e Fawkes brincou com o cabelo de Ellie com o bico, como fazia quando ela visitava Dumbledore no gabinete.

– Veio lhe salvar... – Draco sorriu com o coração mais leve – Me salvar...

– Obrigada Fawkes... - Ellie sorriu e coçou a cabeça da ave nova e vermelha. Ellie ergueu o braço equilibrando a ave, deixando Fawkes pegar força para levantar voo – Pode ir... – Ellie sorriu para a ave - Eu sei que você é livre agora... – Ela mexeu o braço indicando liberdade à ave, mas Fawkes não se mexeu. Queria ficar ali.

– Você disse que Dumbledore não lhe deixara nada... – Harry sorria – Acho que estava errada...

– As Fênix não costumam voltar assim, Srta. Black. – A Prof. Minerva chegou perto deles.

Fawkes mexeu a cabeça e fitou Ellie, que ainda estava sorrindo.

– Você é minha agora? - Ellie viu Fawkes levantar as asas para ela concordando.

– A quem mais ela seguiria? - Hermione sorriu - Se não a quem fora tão leal a Dumbledore?

Ellie acariciou as penas vermelhas da Fênix e a ave fechou os olhos com o carinho.


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A manhã já ficava ensolarada por completo. Depois do susto, Ellie caminhava no pátio de mãos dadas com Draco, atrás de Hermione e Rony que faziam o mesmo, deixando Harry perceber que estavam juntos agora. Mais à frente, Fênix rondava os cinco brincando no ar. Dentro do castelo, as pessoas ficavam mais aliviadas ao saber quem sobrevivera e consertavam a bagunça na medida do possível. O castelo ainda estava irreconhecível, mas a paz por não haver mais Voldemort por perto, era impagável. E ali perto da ponte por onde Voldemort tinha trazido o corpo de Harry minutos atrás, os cinco se agruparam.

– Você disse que a Varinha das Varinhas respondia a outra pessoa... – Hermione soltou a mão de Rony atrás e caminhou até Harry. – Quem ela seguia?

– Ao matar Snape – Harry abaixou o olhar ao pensar no professor - Voldemort achou que a varinha seria dele. – Todos pararam para escutar também - A questão é... a varinha nunca fora de Snape, porque não foi ele quem desarmou Dumbledore na Torre de Astronomia. – Harry olhou para Draco e todos o seguiram.

– Eu era o dono? – Draco franziu rindo e soltou a mão de Ellie – O dono da Varinha das Varinhas? – Ellie sorriu com o ego alto de Draco, mas concluíra.

– Até Harry desarmá-lo na mansão naquela noite... – Ellie sorriu e viu Fawkes voando por cima.

– Isso quer dizer... – Rony fitou Harry que puxou do bolso a antiga varinha de Dumbledore, a qual parara em suas mãos quando Voldemort se foi.

– É minha... – Harry balançou a varinha.

– O que nós faremos com ela? – Rony arregalou os olhos sorrindo.

– Nós? – Hermione franziu para ele.

– Só estou dizendo que essa é a varinha mais poderosa do mundo... – Rony tirou o sorriso - Com ela, nós seriamos invencíveis.

Um silêncio parou. Draco ainda fitava a varinha poderosa que um dia fora sua e ele nem sabia. Harry segurou a varinha e Ellie o viu mirá-la pensativo. Em um ato, de quase loucura ou muita sanidade, Harry quebrou a varinha no meio. Os olhos se arregalaram para ele. Ele quebrou as duas metades em mais duas e a Varinha das Varinhas ficou dividida em quatro. Harry entregou um pedaço para cada um. Ellie segurou o pedaço da varinha quebrada, parecendo tão inútil.

– Há algo mais poderoso que ela para mim... – Harry fitou os quatro respondendo que entregara uma parte para cada um que fora importante para ele, dando lhe mais força do que qualquer varinha.

Hermione tacou seu pedaço no penhasco da ponte e Rony a seguiu jogando a sua. Ellie mirou e jogou a sua parte quebrada para o outro lado. Draco mirou a sua relutante, pois mesmo quebrada, aquilo significava poder, e fez todos pensarem que ele guardaria e se jogaria do penhasco atrás das outras três partes. Ellie o fitou franzindo.

– É brincadeira... – Draco sorriu e tacou a sua parte também.

Harry sorriu com a brincadeira de Draco pela primeira vez, assim como Hermione e Rony. Harry fitou seus olhos em Ellie, e ela estava ali, inteira e viva, como prometera a Sirius. E Harry estava a salvo, como Ellie prometera a Dumbledore. Fawkes deu um grito no ar, voando sob o Sol e todos a miraram. Ellie tapou os olhos do Sol com a mão e sorriu para Harry. O ferimento dela havia sumido, assim como o incomodo da cicatriz de Harry. Tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

Epílogo em breve!