Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 50
Relíquias da Morte - 15


Notas iniciais do capítulo

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Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 15)



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Draco soltou a varinha e seu patrono se desfez. As centenas de Dementadores se afastaram dando lugar para Harry, Hermione e Rony descerem até a Casa dos Barcos, dando um último olhar surpreso para Draco.

- O que foi? – Draco sorriu charmoso para Ellie que ainda tinha o brilho apaixonado nos olhos – Não se ache...

Ellie sorriu, mas não tinha tempo de abraçá-lo como queria. Atrás de Draco, um Troll de quase cinco metros passou por ele fazendo Ellie arregalar os olhos e se distrair. Foi quando atrás dela, Draco viu um comensal pronto para atacá-la.

- Estupefaça!  - Draco fez o comensal voar para o outro lado do pátio.

Voltando a se concentrar, Ellie tentava ajudar quem não conseguia se defender. Havia tantos feridos e pessoas que não aguentavam mais lutar, que ela começara a perceber que a possibilidade de ganharem aquela guerra estava longe. Do outro lado do pátio, mais feixes de luzes eram vistos. A família Weasley inteira lutava e, em um canto, Gina destruía uma comensal. Alguns estavam irreconhecíveis, como Neville todo ensanguentado ou Simas cheio de fuligem preta na cara. Sempre explodia alguma coisa. Aranhas enormes se aproximavam e poucos alunos conseguiam detê-las, assim como os soldados-estátuas começavam a diminuir em número. Na Casa dos Barcos, Harry via Voldemort conversando com Snape. O Professor e agora diretor, era ameaçado, pois Voldemort achava que para a Varinha das Varinhas lhe obedecer por inteiro, ele deveria sacrificar quem havia matado o antigo dono, ou seja, quem matara Dumbledore. Sem cerimônia, o Lorde das Trevas entregou mais um jantar a Nagini. A cobra atacou Severo e em apenas alguns baques, o professor estava jogado no chão, dando tempo somente para as últimas lágrimas. Satisfeito, Voldemort se retirou para a Floresta Proibida, onde chamaria por Harry e protegeria Nagini. Harry por sua vez, acudiu os últimos minutos de Snape pegando lhe suas lágrimas e colocando-as em um frasco a pedido do próprio professor..

- Ellie! – Luna gritou do outro lado tentando lhe cumprimentar em meio a guerra.

- Luna, cuidado! – Ellie viu uma das aranhas mexer as antenas nojentas atrás de Luna que estava de costas para lhe cumprimentar.

Antes que a aranha atacasse, Ellie não podia larga o duelo que travava com uma comensal, que por sinal era amiga de infância de Narcisa. Mesmo assim, arregalando os olhos para a aranha tão perto da menina de cabelos loiros e longos, Ellie viu Lizzy aparatar ao lado de Luna e estalar os dedos. A aranha deu um chiar agudo e voou batendo em uma das pilastras destruídas. Luna sorriu aliviada para o elfo, e Ellie sentiu um alívio por ver que Lizzy ainda estava bem. Do lado esquerdo, enquanto bloqueava a saída do pátio para a Casa dos Barcos, para que ninguém interrompesse Harry, e enquanto lutava com a mesma comensal, Ellie avistou em meio a todos, alguns alunos derrubarem um Troll adversário, mas o feitiço voltou contra os feiticeiros. Os três alunos derrubaram o Troll, mas o mesmo iria cair em cima de muita gente. Muitos iriam ser esmagados como formigas. A comensal com quem Ellie lutava, fora de repente destruída por Dino Thomas, que também percebera o cair do Troll.

- Vá Ellie! – Dino gritou para ela – Eu cuido daqui!

Enquanto Draco ficava lutando ao lado de Dino, que chamara a atenção de toda a Armada para defender a passagem com eles, Ellie correu em meio aos destroços e o Troll já caia, mas antes de chegar ao chão, Ellie levantou a varinha.

- Avifors!

Ellie gritou e o Troll que caía deixando as pessoas desesperadas, explodiu em pássaros. Pequenas aves voavam para o alto deixando as pessoas se salvarem, mas não deixarem de lutar entre si. Já se recompondo, ela não teve tempo de respirar. Do outro lado, reconheceu mais um dos amigos de Lúcio tentando matar um aluno da Corvinal.

- Crucio! – O comensal atentou ao aluno de gravata azul, mas Ellie o atacou em seguida com uma luz vermelha forte e viva saindo de sua varinha. O aluno agradeceu com o olhar.

Ellie tentou voltar para perto de Draco e não conseguia enxergar mais ninguém. Aliás, enxergava mas não reconhecia. Alguns já choravam a morte de colegas ao vê-los no chão esticados ou estuporados, mas não se podia parar de lutar para chorar sobre os corpos ou acudi-los. Ellie já estava cansada e nem imaginavam que horas eram. Lutando até o fim, ela atacou, quase sem forças, mais um comensal, quando algo fez todos pararem de lutar ao mesmo tempo. As cabeças de todos doíam com o chiado agudo que iniciava o sinal. Dentro da mente de cada seguidor das trevas ou de cada companheiro de Harry, surgira uma voz. Rouca e intimidadora como sempre, a voz de Voldemort invadia os ouvidos de cada um por dentro lhe fazendo parar de lutar.

Vocês lutaram bravamente...Mas em vão... Eu não desejo isso. Cada gota de sangue mágico derramado é um terrível desperdício... Portanto ordeno que minha forças se retirem. E na ausência delas, deem um destino digno aos seus mortos...

A voz de Voldemort pausou e ficara mais séria e menos amiga.

Harry Potter, falo agora diretamente com você. Nessa noite, permitiu que seus amigos morressem por você em vez de me enfrentar pessoalmente. Não existe desonra maior... Encontre-me na Floresta Proibida e enfrente seu destino. Se não fizer isso, eu matarei até o ultimo homem, mulher ou criança que tentar esconder você de mim.

Ellie se desvinculou do pensamento forçado, e voltou os olhos para a batalha. Aos poucos a voz de Voldemort sumiu e cada comensal que duelava, sumia em forma de fumaça negra ou aparatava para longe dali. Deixando somente feridos e enfraquecidos, os comensais não eram mais vistos respeitando a decisão de seu mestre. Enquanto isso, Harry engolia a decisão de não deixar ninguém mais morrer em seu nome. Mas antes de tudo, ele decidira colocar as lágrimas de Severo na Penseira, como o professor havia pedido em suas últimas palavras ao garoto. Ellie por sua vez, via os alunos que estavam a salvo acudir aqueles que não tiveram tanta sorte.

- Ellie... – Draco se aproximou dela ainda pasmo e cansado – Você está bem?

- Acho que sim, só me arranhei... E você? – Ellie o fitou e ele concordou com a roupa suja.

Eles miraram ao mesmo tempo para o pátio. Vários choravam a morte de colegas e amigos, e os destroços ainda levantavam poeira em cima de uma escola totalmente destruída. Ellie olhou para a direita e viu duas amigas da Lufa-lufa chorando e fechando os olhos de uma colega que não acordaria mais. A esquerda ela viu alguns dos meninos mais velhos carregando corpos pequenos, que deviam ser alunos do primeiro e segundo ano, mas Ellie torceu para que apenas estivessem desacordados. Ainda mais, pensou em Lizzy, mas relaxou ao ver o elfo  vivo e cansado em um canto. Resolvendo ajudar, Ellie saiu com Draco e eles buscavam feridos espalhados pelo castelo até o Salão Principal, mas sempre com a cabeça em Harry. Ele definitivamente não iria a trás de Voldemort, mas onde ele estava? Sem pensar em ir atrás dele pois tinha muitos para ajudar, Ellie trouxe um dos últimos feridos. Mas só quando terminou que viu a fila de corpos deitados atrás do salão. Era como a sala dos Malfoy infestada de duendes e comensais mortos, mas um frio percorreu sua espinha quando ela lembrou que ali poderia ter alguém conhecido.

- Há quanto tempo ela está desacordada? – Draco se debruçava em cima de uma quartanista da Grifinória e ao lado, uma amiga se desesperava.

- Eu não sei...Eu estava lutando...Quando olhei pra trás...

- Eu vou ajudá-la...calma...

- Por favor... – A menina começava um choro – Ela é a melhor amiga que eu tenho.

- Ellie! – Draco viu outro aluno ferido chegar e dava seu máximo – Ellie! – Ele a procurou para lhe ajudar, mas quando olhou para trás, a viu parada de pé olhando para o fundo do salão. – Me ajude aqui...

Ellie não respondia e seus olhos estavam estalados para um grupo mais no fundo. Ele se levantou, deixando a menina cuidar da amiga que só estava desmaiada. Foi quando ele olhou para o que Ellie reparara. No fundo, um grupo de pessoas com cabelos vermelhos, choravam em cima de um corpo estático. O único Weasley que não chorava, era Fred, e isso deduzia tudo. Draco apertou a mão de Ellie, pois sabia o quanto ela gostava dos gêmeos, e como a via planejar as férias inteiras, formas de atacar os dois.

- Eu sinto muito... – Draco sentiu Ellie apertar sua mão de volta. Uma lágrima desceu dos olhos dela. Ela desviou a visão da família ruiva e olhou para o outro lado, fugindo do luto por Fred. Mas ali, também não havia nada de agradável. Tonks e Lupin estavam deitados e ela não teve como não se aproximar.

- Eu já volto... – A voz dela começava a ficar chorosa.

- Ellie... – Draco a seguiu.

No canto, Lupin segurava a mão de Tonks, ainda deitado ao lado da esposa. Ellie fungou e limpando as primeiras lágrimas se agachou junto a eles.

- Ellie...não faça isso... – Draco tentou acudi-la, mas ela queria amparar os dois em seu leito.

- Eu preciso... – Ela olhou Tonks da cabeça aos pés e no bolso da calça de sua prima estava um papel. Ellie o puxou devagar e viu que era uma foto. Ted, o filho dos dois sorria para ela.

- Eu vou achar Lizzy e pedir que ela avise Andrômeda, está bem? – Draco se agachou e deu um beijo na cabeça de Ellie tentando amenizar ao menos a preocupação dela com o novo afilhado.

- Ok... – Ellie falhou a voz.

Draco se ergueu e antes que achasse Lizzy viu Harry entrando no salão ao lado de Hermione e Rony. Ellie sentiu o silêncio que o salão fizera por causa de Harry e se levantara também enxugando os olhos pela morte de todos. De longe da porta, ela viu Rony se desesperar ao perceber a situação de Fred. Era um momento só deles, e nem mesmo Hermione quis dizer algo aos ruivos. Harry ainda paralisado vendo o desastre feito em poucas horas, mirou Ellie no fundo do salão. Em passos rápidos, Harry se aproximou dela e ela foi de encontro a ele. Em um abraço apertado, eles logo se soltaram deixando Harry ver os corpos de Tonks e Remo.

- Lizzy vai avisar a mãe de Tonks.. – Ellie fitou Harry com os olhos vermelhos.

- Quem mais? – Harry suspirou nervoso – Quem mais morreu por mim?

- Não sei... - Ela tentou acalmá-lo - E acho que não quero saber...

- Eu tenho que fazer algo...

- Fazer o que Harry? – Ela perguntou, mas ele já ia se afastando – Harry!

- Deixo o sozinho Ellie... – Draco a segurou – Não deve ser fácil.

- Ele vai pra Penseira... – Hermione se abraçava ainda assustada quando se aproximou.

- Fazer o que na Penseira?  - Ellie franziu. O tormento parecia nunca ter fim.

- Vai ver as lágrimas do Prof. Snape.

- Snape... – A voz de Ellie falhou e ela gaguejou – Ele...

- Sim... – Hermione respondeu a morte do professor. - Ele se foi...

Harry virou a porta do Salão Principal.

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A sala de Dumbledore estava vazia. Totalmente modificada, a sala estava quieta, sem o brilho da manhã, mas com os mesmo móveis milenares. O gabinete estava vazio, diferente de quando o Diário de Tom Riddle ainda ficava ali em cima. Harry adentrou a sala quase irreconhecível e mirou a Penseira ao lado. Com um frasco contendo as lágrimas do Prof. Snape no bolso, Harry caminhou até ela e levemente despejou as poucas gotas que continham uma vida inteira. Devagar, ele abaixou sua cabeça até a água da Penseira e mergulhou somente o rosto. As lembranças de Snape vinham aos poucos.

- Lily, você é diferente... – Um pequeno Snape deitava na grama ao lado da pequena Lilian.

- Diferente como, Sev...?

Agora, a voz de mais crianças percorriam o Salão Principal. Hogwarts era tão nova e bela, quanto a anterior a batalha.

- Grifinória! – Uma Prof. Minerva mais nova tirou o Chapéu Seletor de Lilian e colocou em Severo em seguida.

- Sonserina!

Algumas cenas misturadas de Severo estudando em Hogwarts da infância à adolescência foram vistas por Harry, e na maioria delas, Thiago, Sirius e Lupin maltratavam Severo. Harry viu sua mãe beijar Thiago aos olhos de Snape em um canto. Um ciúmes doentio por quem tanto ele amou. Harry viu Snape se tornar professor, assim como se tornara um comensal e se arrependera. A Profecia sobre o menino nascido no fim de julho fora escutada e Snape pedia a Dumbledore proteção a quem amava.

- Salve a...Por favor... – Severo ficara desesperado para o antigo diretor.

- E o que eu ganho em troca? - Dumbledore andava em sua sala – O que Severo?

- Qualquer...Coisa...

Após a imagem de Snape confiando fidelidade a Dumbledore para ele salvar Lilian, Harry viu a reação de Snape ao descobrir sobre a morte dos Potter, e a sobrevivência dele mesmo. Ao mesmo diretor, Snape pedia uma explicação ao que Voldemort conseguira fazer na casa daquela família em Godric’s Hollow.

- O senhor prometeu... – Severo chorava – O senhor prometeu protegê-la...

- Lilian e Thiago confiaram na pessoa errada Severo... – Dumbledore o fitou – Sirius Black contou onde eu os havia escondido...

- Ele a matou sem piedade...

- O menino sobreviveu, Severo... – Dumbledore ficara mais sério – Me ajude a protegê-lo.

- O Lorde das Trevas se foi!

- Ele retornará, Severo! – O diretor o acolheu com o olhar e usara a melhor tática. – Harry tem os olhos dela...

- Ninguém... – Severo concordava com a proposta indecente pelo amor a Lilian – Ninguém pode saber...

A visão agora era de Severo na Mansão Malfoy, tão fria e escura como atualmente. Harry viu Narcisa sentar em seu sofá e Lúcio ficar em pé ao lado da esposa a frente de Severo. Dobby, ainda elfo dos Malfoy, servia um chá na mesa de centro e já se retirava.

- E então Lúcio? – Severo o fitou

- Creio em lhe dizer que a minha também...Minha Marca Negra tem me incomodado durante esses tempos... – Lúcio apertou o olhar – Mas por que a pergunta?

- Só por curiosidade... – Severo era frio – Mas não creio que o Lorde esteja retornando... – Ele mentiu mais uma vez e tentou mudar de assunto – E seu filho? Draco...

- Está ótimo Severo, obrigada. – Narcisa tomou um gole do chá – Ano que vem ele entrará em Hogwarts e peço para que fique de olho nele. Sabe como é...Quem ele puxou... – Narcisa sorriu indicando Lúcio.

- Porque o brilho no olhar, Cissa? – Severo reparara nela radiante.

- Estamos pensando em dar uma irmã para Draco...

- Mas vocês...

- Sim. Não podemos mais ter filhos. Sinto por meu marido ter se machucado tanto na Primeira Guerra, mas não vejo um porque de não adotarmos...

- Narcisa quando quer... já sabe, Severo. – Lúcio revirou o olhar em que atenderia o pedido da esposa logo mais.

Harry se desvinculara da Mansão e alguns anos mais pareciam ter passado. O terceiro ano de Harry começava e Dumbledore estava atrás de se gabinete quando fez Snape o acompanhar após a discussão dele com Ellie em sua primeira aula.

- Severo... – Dumbledore se sentou – Sabe que Ellie não é somente sua aluna, não é?

- Já tive o desgosto de saber disso... – Severo estava uma pilha após Ellie enfrentá-lo no meio da sala.

- Então sabe que não deve ficar arranjando encrenca com ela.

- Ainda acho uma perda de tempo. Essa menina tem o sangue dos Black. Não pode servir de muita coisa. Olhe para Sirius...Em Azkaban onde é seu lugar.

- Ellie não é assim, Severo.

- Como sabe?

- Por que eu a criei para ser útil para nós. Não posso negar que me apeguei, mas ela tem um papel tão importante quanto eu...você...ou Harry. E uma magia esplêndida inquestionável.

- Ainda acho loucura...

- Quando descobriu que a Marca Negra de Lúcio também ardia, eu sabia que Voldemort estava agindo. Apesar de ter você, não posso negar que Voldemort parece ter um apresso pelos Malfoy. Eu não poderia ter feito melhor em deixar Ellie ali... – Dumbledore suspirou desistindo de convencer o professor – E não se preocupe...Ela não sabe sobre você Severo...

- Assim espero...

A imagem dos diretores se desfez e Harry viu mais algumas cenas. Viu quando Ellie contara a Snape sobre Sirius levar Rony para a Casa dos Gritos ainda em seu terceiro ano, e como ela encontrara Snape depois de seguir Harry e Draco, no dia em que se atacaram no banhiro ano passado. Nesse contexto, Harry também descobrira algo mais que crucial. Severo não havia matado Dumbledore de propósito, e sim, para salvar Draco, pois a morte do diretor já era certa após o mesmo ser amaldiçoado pelo anel dos Gaunt com a Pedra de Ressurreição.  Revelando ser um dos, ou o melhor aliado de Dumbledore, Harry descobria a verdadeira face de Snape quando teve uma última e importante visão. No mesmo gabinete, Dumbledore contava a verdade para Snape. A verdade sobre Harry.

- Severo... Sabe que Voldemort mandou o menino Malfoy me matar. - Dumbledore o fitou - Mas será você quem deverá me matar Severo...Somente assim, o Lorde das Trevas terá completa confiança em você.

Snape fitou concordando sem saída, mas Dumbledore continuou.

Chegará o dia, em que algo deverá ser contado a Harry, Severo... Mas você deve esperar até que Voldemort esteja completamente vulnerável.

- O que deve ser contado a ele?

- Na noite em que Voldemort foi a Godric’s Hollow matar Harry...e Lily se lançou entre eles... A maldição ricocheteou. Quando isso aconteceu, uma parte da alma de Voldemort se agarrou a única coisa viva que encontrou. - Ele o fitou mais - O próprio Harry... - Dumbledore respirou - Por isso Harry pode falar com as cobrar...É por isso que ele pode entrara na mente de Voldemort. Uma parte de Voldemort, vive dentro dele...

Harry gelou dentro da Penseira, mas Snape ainda estava pasmo na visão e respondeu franzindo.

- Então quando a hora chegar...O garoto deve ser morto?

- Sim... - Dumbleore abaixou a cabeça - Sim... Ele deverá morrer. E o próprio Voldemort é quem deve mata-lo. Isso é essencial.

- Você o manteve vivo para que ele morresse no momento certo?

- Não me diga agora, que se apegou ao garoto Severo?

Snape não respondeu a apenas levantando a varinha, um patrono de corça saíra saltitando pelo ar respondendo por si só.

- Depois de todo esse tempo? - Dumbledore franziu pasmado pelo patrono corresponder ao patrono de Lilian.

- Sempre... - Severo deu sua última visão a Harry.

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Harry engoliu seco. As visões que Snape lhe dera tinha mudado totalmente o conceito que ele tivera do professor todos esses anos, mas pior ainda, era saber que para salvar aqueles que amava, ele teria que se entregar de boa vontade para Voldemort. Harry deixou a Penseira secar as lágrimas usadas e sentou pensativo na pequena escada que dava acesso ao gabinete de Dumbledore. Pensando em cada coisa que já passara naquela escola, chegava a hora de se despedir. Harry pensava longe e ia tomando coragem de levantar e seguir para a Floresta Proibida, quando algo desviou sua atenção. A porta da sala do diretor se abriu lentamente e o rosto de Ellie entrou devagar. Harry se levantou.

- Harry? - Ellie sussurrou baixinho.

- Entre. - Harry a fitou com os olhos desesperados.

- Hermione me disse que você...

- Ellie.

- Sim...

- Você me perdoa?

- Pelo o que? - Ellie franziu.

- Por eu ter prometido a seu pai que te protegeria sempre.

- Você sempre vai me proteger... - Ellie sorriu lhe aliviando, mas Harry não sorria de volta - O que aconteceu, Harry?

- Eu... - Harry olhou para o lado para não encará-la - Deus Ellie! Jura que Dumbledore nunca lhe disse nada?

- Disse o que?  - Ellie sentiu o nervosismo dele - Harry... Você está me assustando, diga logo!

- Eu sou a última Horcrux Ellie!

- Isso... - Ellie sorriu nervosa - Isso é impossível...você não pode ser....

Ellie tentou, mas percebera que isso vinha de uma certeza maior. Vinha da Penseira, onde Snape deveria saber mais um segredo de Dumbledore. Caindo a ficha, Ellie pensara nas coincidências do porque Harry estará vivo até hoje. A fala com as cobras...a Oclumência quase em vão...

Ellie o fitou e Harry tinha os olhos mais tristes possíveis. Os olhos dela começaram a ficar molhados ao pensar que assim como as outras Horcruxes, Harry teria que ser destruído.

- Harry, você não pode ir até lá!

- Eu tenho que ir...

- Não! - Ellie gritou e o choro aumentou - Eu não vou deixar você ir atrás dele! Nem que você fosse a única Horcrux que faltasse. Eu não vou deixar você ir!

- Ellie... - Os olhos de Harry começavam a se molhar também.

- Você não entende? Você é a única família que me restou Harry! Eu não vou, não vou deixar aquele monstro me tirar isso mais uma vez!

- É por todos Ellie!

- Dane-se todos! - Ela se aproximou dele - Eu pensei minha vida inteira nos outros! E em mim Harry? Em nós...quem pensou?

Por mais nervosa, Ellie sabia o que Harry tinha que fazer, e por mais que quisesse, o conhecia bem para saber que ele não desistiria. Ela lhe deu mais um olhar lhe implorando, mas ele não conseguia dizer mais nada.

- Desculpe... - Harry lhe deu um último olhar e ela ergueu os olhos para o teto procurando se conter na tristeza que lhe invadia.

- Tudo isso não pode ter sido em vão Harry... - Mais lágrimas caíam dela - Tudo estava tão bem... - Ela suspirou - Eu não quero te perder agora...

Harry se impulsionou e a abraçou com força para ampará-la. Um abraço que talvez pudesse ser o último, um abraço que durou mais que alguns poucos segundos. Harry sentiu as lágrimas de Ellie molharem seu ombro enquanto continha a única parte viva de sua família em seus braços. A decisão difícil de ser tomada já estava decidida. Tendo Ellie em seus braços, ele pensou como seria perdê-la. Insuportavelmente impensável. E assim, entendia como ela deveria estar se sentindo. Mas algo mais forte lhe veio a cabeça. Se não se entregasse a Voldemort, quantas famílias mais sofreriam essa mesma perda? De repente, a dor dele pareceu insignificante a de tanta gente, e a decisão estava cada vez mais certa.

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Draco estava sentado na grande escada que centralizava o castelo, e junto a Hermione e Rony, ele se sentiu deslocado com o casal. Para quebra o gelo, ele resolveu puxar assunto sobre a única coisa que via: os dois juntos.

- Até que enfim Weasley... - Draco sorriu para Rony que correspondeu segurando a mão de Hermione, que corara. Rony tentou mudar de assunto.

- Eles estão demorando... - Rony olhou para trás e voltou - Acha que Ellie não o encontrou?

A resposta de Rony veio com um barulho surgindo do alto da escada. Dos primeiros degraus, Harry descia na frente com uma cara nada boa e Ellie vinha atrás mais devagar com os olhos inteiramente molhados. Os dois desceram lentamente fazendo Draco tirar as mãos do bolso e Hermione e Rony levantarem.

- Harry... - Hermione fitou o amigo e franzia com o estado de Ellie - O que aconteceu?!

Harry passou por ela e Ellie se juntou a Draco pedindo amparo, e ele a acolheu ainda esperando uma resposta vinda de Harry.

- Achamos que tinha ido para a Floresta Proibida... - Rony também o fitou.

- É para onde estou indo agora... - Harry abaixou a cabeça.

- Ficou louco? – Rony franziu – Não! Você não pode se entregar a ele!

- Ele vai acabar com você Potter... – Draco acolhia Ellie – Você não terá a mesma sorte dessa vez...

Harry ficou em silêncio por mais uns minutos, e Hermione, vendo o estado de Ellie, ficara preocupada mais ainda.

- Harry... – Hermione se aproximou – O que você descobriu?

- Tem uma razão porque eu as escuto...as Horcrux... Acho que já sabia há um tempo...Acho que você também...

Hermione parou deixando a notícia descer. Assim como Draco e Rony, ela tentava associar tudo e pelo estado alarmante de Ellie, ela saia que não poderia ser mentira. Harry realmente deveria ser mais um Horcrux e tinha que enfrentar o destino, mas mais complicado de entender, era aceiitar tudo isso. Hermione começava a ficar em lágrimas também.

- Eu vou com você... – Ela deixou o choro fluir.

- Não... – Harry abaixou o olhar – Mate a cobra...depois...só restará ele.

Hermione o abraçou com força e Harry sentiu mais uma pontada no coração ao ver a amiga naquele estado. Depois de Hermione, Harry abraçou Rony como nunca havia lhe abraçado. Deixando as brincadeiras de lado, Harry abraçou seu velho amigo como um verdadeiro irmão. Assim que o soltou, Hermione foi amparada por Rony, assim como Ellie por Draco. O silêncio invadia aquele momento confuso e difícil.

- Draco... – Harry se aproximou dele e Draco soltou Ellie levemente encarando o velho inimigo de classe. Harry o encarou mais sério que nunca. – Por favor, cuide dela...

- Depois dessa Potter...eu prometo o que você quiser.

Em um ato rápido, os dois apertaram as mão fortemente, e em um quase abraço, deram um tapa de cumprimento nas costas um do outro. Draco assentiu e mais atrás, Ellie não conseguia olhar para Harry. Draco deu dois passos para trás, e Ellie deu um último olhar para Harry. Não tinha nada a ser dito.

Camille, Sirius, Dumbledore, Dobby, Lupin, Tonks, Fred...e agora, Harry. O que mais devia estar passando na cabeça de Ellie no momento em que viu Hermione chorando, Rony se segurando para não fazer o mesmo, e Harry descendo mais escada a fim de ir para a Floresta Proibida? Não tinha nada, absolutamente nada pra ser dito. Só sentido. Com os olhos vermelhos, ela abraçou o corpo de Draco desejando que seu sonho com a perfeita Godric’s Hollow fosse apenas verdade. 


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Notas finais do capítulo

Último capítulo em breve!