Always Lost, Always Confusing escrita por Krieger


Capítulo 3
Mudanças de pensamento


Notas iniciais do capítulo

Yo :D Dessa vez eu não demorei -q
Outro capítulo um pouco grande, desculpem ;A; Mas espero que gostem! Qualquer erro, por favor, me avisem!



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Acordei desesperada e dei um pulo para fora da cama, quase caindo no chão. Estiquei o braço e peguei o relógio, eu estava super atrasada! Taquei o relógio em cima da cama e comecei a me trocar rapidamente, me arrumando de qualquer jeito. Peguei a minha bolsa pendurada atrás da porta e a abri para conferir que estava tudo lá dentro. Parecia que estava tudo em ordem, agora só precisava ter sorte o bastante para meus pais ainda estarem em casa e me levarem para a escola de carro.

Desci correndo as escadas e vi que a casa estava vazia, eles já tinham ido trabalhar. Suspirei com raiva e sai correndo de casa, correndo desesperadamente pela calçada. Quando eu ia a pé para a escola eu sempre pensava um pouco sobre todas as coisas ao meu redor, mas agora eu não pensava em mais nada além de chegar à escola a tempo. Depois de alguns minutos correndo e sempre olhando para o meu relógio de pulso, finalmente avistei a escola.

Não tinha mais ninguém lá na frente conversando e nenhum aluno chegando a essa hora, tirando eu. Corri para dentro e comecei a subir as escadas até minha sala de aula, não tinha ninguém nos corredores então provavelmente já tinha batido o sinal para a aula. Não veio pela minha cabeça que todos iriam olhar para mim e eu iria chamar muita atenção chegando a essa hora, então, sem ser discreta, abri a porta com força, fazendo um barulho que fez alguns assustarem.

– Verloren! O que é isso? – a professora, com o giz na mão e escrevendo na lousa, olhou para mim, nervosa.

– Ah... Desculpe... Com licença, posso entrar? –sorri, mas todos sabiam que era um sorriso forçado.

– Não admito esse seu comportamento, Verloren! Você tem sorte de eu estar com bom humor hoje, mas, da próxima vez, não irei perdoar! Entre rápido antes que eu mude de idéia.

– Obrigada. –andei cabisbaixa até minha carteira, conseguindo ouvir algumas risadas dos alunos vindas para mim.

Peguei meu caderno e meu estojo, me apressando para não ficar muito perdida na matéria. Ouvi alguém me chamando, com uma voz bem baixa. Olhei para o lado.

– Bom dia! –Lieve disse baixo, sorrindo.

Apenas balancei a cabeça positivamente e a encarei com um olhar frio, voltando a olhar para frente. Essa garota de novo? Ela ainda não desistiu? Será que estou sendo muito gentil com ela? Francamente, isso já está virando uma praga. Todas essas pessoas que tentaram se aproximar de mim logo no próximo dia elas nem olhavam mais para minha cara. Eu via de longe e de perto aquela falsidade saindo delas, aquela vontade delas de ter apenas qualquer pessoa do seu lado para não ficar sozinha para ir conhecendo pessoas melhores e depois ir largando as outras, foi sempre assim. Não quero ser abandonada depois, então prefiro nem me aproximar de ninguém. Mas... Eu ainda não consegui ver ao certo o que essa garota tem, se existe uma falsidade dentro dela e se tem alguma coisa que explique o porquê dela estar se aproximando de mim. Eu irei abandoná-la antes dela fazer o mesmo comigo. Mas não quero pensar nisso, não quero me rebaixar ao nível deles, vou apenas dar um jeito de tirar essa praga de perto de mim.

Essas aulas foram passando devagar para mim, fiquei apenas copiando coisas da lousa e fazendo uma pausa para a professora explicar, foi um tanto que tedioso. Logo o sinal do intervalo tocou, fazendo todos saírem correndo da sala. Dessa vez a professora ignorou, saindo depressa logo em seguida. Esperei todos saírem, como sempre. Quando vi que a sala estava vazia, peguei minha bolsa e desci as escadas, chegando no pátio e indo logo em direção da bela árvore.

Sentei embaixo de sua sombra e coloquei minha bolsa ao meu lado, olhando para o céu. Ele estava sem nuvens e tudo muito calmo, eu adorava ver esse azul dele. Abri minha bolsa à procura de meu sanduíche e meu suco de sempre, mas... Onde está?! Tinha certeza que tinha colocado-os na bolsa ontem! Que droga! De tanta correria eu tinha me esquecido de colocá-los na bolsa, provavelmente estavam na geladeira. Ah, que droga.

Suspirei e deixei minha bolsa de lado, apenas olhando para o céu. Pelo visto hoje iria ficar sem comer nada e tinha que apenas esperar o almoço em casa. Pelo menos, hoje eu podia ficar tranquila e sozinha, sem ter que ouvir a voz de ninguém perto de mim... Ou não. Senti uma mão tocar em meu ombro, fazendo-me virar para trás.

– Verloren? Está tudo bem? –Lieve olhou curiosa para mim.

– Ah... É você... O que você quer? –desviei o meu olhar dela e virei à cabeça para frente.

– Elas estragaram o seu lanche de novo?

– Não.

– Então... Esqueceu de trazê-los?

Abaixei a cabeça e suspirei, irritada.

– É, isso mesmo.

– Ah, bem... Posso me sentar aqui ao seu lado?

– O que houve, aquelas garotas te abandonaram? Que estupidez vir até mim. –dei um sorriso sarcástico.

– Não, eu vim por que eu quis. –ela sorriu.

A olhei, surpresa. Porque ela quis? E logo eu? De novo? Não sei se devo ficar irritada ou continuar surpresa.

– Por quê? –tomei coragem para perguntar.

– Eu vi que estava meio estranha hoje, sem contar que chegou bem atrasada na aula.

Eu queria que ela respondesse o porquê de tudo, o porquê ela estar se aproximando de mim, o porquê ela estar falando comigo...

– Posso? –continuou insistindo, agora apontando com o dedo o lugar ao meu lado.

– Uhum... –balancei a cabeça positivamente e voltei a olhar para baixo.

– Obrigada! –ela se sentou ao meu lado. – Esse é mesmo um belo lugar... Agora entendo o porquê de você ficar aqui! E por favor, me perdoe se eu estiver incomodando.

Não disse nada, continuando cabisbaixa. Por que ela está sendo tão gentil?

– Um lugar perfeito para olhar o céu e pensar um pouco. –deixei algumas palavras escaparem da minha boca, me arrependendo logo em seguida de ter dito.

– Sim, sim! Seria uma maravilha ter um lugar desses para ficar o dia inteiro. –ela olhou para o céu, sorrindo. – Ah, Verloren! Quase que esqueci! –ela abriu sua bolsa rapidamente.

Ela tirou um sanduíche e uma caixinha de suco de sua bolsa, sorrindo para mim.

– Eu vim aqui especialmente por isso, já que esqueceu seu lanche, pode dividir comigo! –ela sorriu, animada.

– Não. –lancei um olhar sério para ela.

– Não irei aceitar essa resposta, eu sei que você sempre lancha! Vamos, experimente! –ela colocou o sanduíche na minha frente.

– Eu já disse que não e essa vai continuar sendo minha resposta.

– Vamos, abra a boca! –ela continuou insistindo.

A olhei e depois o sanduíche, na verdade eu estava com fome e sempre lanchava mesmo. Abri a boca e dei uma mordida de leve no sanduíche, dando uma leve corada ao vê-la sorrindo.

– Acho que eu mesma poderia ter segurado o sanduíche... –desviei meu olhar dela e continuei mastigando.

Ela riu a me ver corar, acho que eu não disfarcei muito bem.

– E então, o que achou?

– Hmm... Está bom... –limpei minha boca com minha mão.

– Que ótimo, fui eu que fiz! –ela riu. – Sei que não é muito difícil, mas fico feliz por você ter gostado! É a primeira a experimentar! Confesso que nem eu experimentei ainda. –ela olhou para o sanduíche, dando uma mordida logo em seguida.

Olhei para ela que parecia muito animada, ela não tirava aquele sorriso nem um minuto de seu rosto. Por que eu não conseguia sorrir assim? Será que eu ainda fico pensando no fim? Mas que fim? Nem um começo tem!

– Aqui. –ela esticou a mão e me deu a metade do sanduíche para mim. – Não se esqueça do suco! –ela abriu o suco e colocou o pequeno canudo que havia vindo junto, colocando-o ao meu lado.

Ela olhou para o céu e começou a comer sua metade do sanduíche, dando alguns goles no suco. Como sempre, o seu sorriso continuava.

Comecei a comer a minha metade do sanduíche também, dando alguns goles no suco e tomando todo o cuidado para não pegar a garrafa na hora que ela iria pegar. Comecei a olhar pro céu também, me distraindo e esquecendo completamente de tudo a minha volta. Fui tentar pegar o suco, mas não o achei. Olhei para o lado e o vi com ela, que logo percebeu o que eu estava procurando.

– Ah, desculpe. Sobrou um pouco, pode tomar! –ela colocou o suco na minha frente.

– De novo isso? –a encarei.

Ela apenas riu, chacoalhando um pouco a caixinha. Com o canudo no suco, suguei o resto que tinha dentro da caixinha, acabando com o que restara. Nesse mesmo momento, o sinal de volta as aulas bateu.

– Melhor irmos, Verloren. –ela se levantou, recolhendo a caixinha de suco e a amassando.

– Não irei agora.

– Mas vai se atrasar!

– Vá logo.

– Bem... Ok... Vemo-nos na aula!

Olhei-a correndo pelo pátio, primeiro ela foi até o lixo jogar a caixinha de suco fora. Quando foi se aproximar do lixo, trombou com as duas garotas que andavam com ela. Lieve caiu no chão, mas não disse nada, as duas garotas passaram retas e começaram a rir, falando algumas coisas que não consegui ouvir. Levantei-me rapidamente e fui até ela, com raiva.

– O que foi isso? –fiquei em sua frente.

– Verloren? –ela levantou a cabeça e olhou para mim. – Ah, não foi nada, apenas um descuido meu.

– Elas estavam rindo de você enquanto ficava caída no chão. Por que não fez nada?

– Não vou brigar, Verloren, foi sem querer e eu não ligo para o que elas disserem.

– Elas não eram suas amiguinhas? Ou era apenas falsidade? –as palavras escaparam da minha boca novamente.

– Não, são apenas colegas de classe. Deixe-as, não irei me intrometer mais com elas.

– Eu não entendo... Você deixou elas te usarem!

– Está tudo bem, afinal, eu tenho você, certo? –ela sorriu.

Eu estava muito confusa, muitas coisas passavam pela minha cabeça. Apenas estiquei o braço e estendi a mão para ela.

– Não seja tão positiva.

– Positividade se vem com o bom humor. - ela sorriu e segurou minha mão, se levantando.

– Se demorarmos mais vamos chegar atrasadas, vamos logo. Ah, e não se esqueça de jogar o lixo no lixo. –brinquei, mas não consegui nem sorrir, como sempre.

– Certo! –ela jogou a caixinha de suco rapidamente no lixo para conseguir me acompanhar.

Fomos a silencio até a nossa sala de aula. A professora ainda não tinha chegado, mas entrou logo em seguida. Sentamos-nos em nossos lugares assim como todos os alunos. A aula continuou normalmente. Dessa vez prestei mais atenção na aula, não queria pensar em nada, estava muito confusa, só queria que o tempo passasse rápido para voltar pra casa.

Passaram-se algumas horas até que o sinal que dava o encerramento das aulas tocou. Não esperei todos os alunos da sala saírem para eu ir embora, arrumei meu material rapidamente e sai logo em seguida. Provavelmente Lieve iria me seguir, então tentei ser rápida para ela não ir comigo até a saída.

Andei depressa até sair da escola, tive sorte e consegui sair sem que Lieve me seguisse. Suspirei aliviada e comecei a caminhar em direção da minha casa.

De repente uma bicicleta parou ao meu lado.

– Verloren! –Lieve disse com um suspiro depois de chamar meu nome, parecendo cansada. – Consegui te achar!

– Mas você não desiste mesmo...

– Desculpe! –ela riu. – Amanhã, logo depois das aulas, quero lhe mostrar um lugar que tenho toda a certeza que você irá amar! E só eu sei esse lugar, é especial para mim.

– Tudo bem, pode continuar sendo especial só para você.

– Não! Você vai! Por favor! –ela insistiu. – Se você não gostar do lugar, você tem toda a permissão de me dar um soco!

– Não precisava chegar a esse ponto... –suspirei, sabendo que iria me arrepender. – Tudo bem, agora preciso ir.

– Obrigada! Amanhã lhe conto mais! Até! –ela saiu pedalando em sua bicicleta.

Continuei a andar cabisbaixa. Eu não entendi muito bem... “Tudo bem, eu tenho você.” O que isso significa? Sou uma opção ou ela realmente gostou de mim? Ela sempre ria e sorria quando eu falava aquelas frases rude para ela... Não tenho mais certeza de nada. Ou... Será que isso é o começo de uma amizade que eu sempre desconhecia? Será que o fim também logo irei conhecer? Provavelmente...

Não posso a chamar de amiga, não sei se vai ser como todas as outras pessoas que me abandonaram logo em seguida, mesmo ela me ajudando e ficando perto de mim... Será que estou sendo mais um “remédio” para sua solidão? Não... Ela não parece ser solitária... Muito pelo contrario, ela foi a pessoa mais sorridente que já conheci. Ou melhor, a única que conheci. Droga! Maldita seja essa Lieve, está bagunçando todo o meu pensamento! Está querendo mudar todas as minhas conclusões! O que é isso? Eu tenho medo dessa coisa desconhecida que está passando pela minha cabeça!



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Notas finais do capítulo

Hm, parece que tudo está mudando, hohohoh -pareiq
Próximo capítulo vou tirar toda essa dúvida e "bagunça" do pensamento da Verloren. Será que suas conclusões vão mudar de vez? :3 -okagoraeuparoq
Até mais ^-^



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